quarta-feira , 18 dezembro , 2024

Estúdios Ghibli | Conheça a história do lançamento simultâneo de ‘Meu Amigo Totoro’ e ‘Túmulo dos Vagalumes’

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Quando se fala nos Estúdios Ghibli, é quase impossível não associá-los ao fofo e doce Totoro, uma criatura com traços de coelho que estrela o clássico Meu Amigo Totoro, que completa 33 anos hoje. Outro grande sucesso do estúdio é Túmulo dos Vagalumes, uma história sobre os horrores da Segunda Guerra Mundial contada sob a perspectiva de duas crianças em meio ao conflito. Curiosamente, esse clássico também completa 33 anos de existência neste 16 de abril. Sim, por mais improvável que pareça, esses dois clássicos eternos do cinema japonês foram lançados juntos no mesmo dia. Essa decisão, atualmente, causaria a demissão do executivo responsável na mesma hora, mas, na época, havia um receio quanto ao retorno financeiro de animes “solo”. E apesar de Totoro ser mais popular não só no Japão, mas no mundo, foi “Túmulo” que permitiu que esse lançamento duplo acontecesse.

Totoro dos VagalumesNa época, ainda iniciando sua longa e marcante carreira cinematográfica, os Estúdios Ghibli precisavam de investimento para fazer seus filmes. Porém, os investidores tinham receio de lançar duas animações separadas, temendo que as tramas não sustentassem o interesse do público e se tornassem um grande fracasso. Por isso, eles venderam a ideia de fazer um anime baseado no conto “Túmulo dos Vagalumes” de Akiyuki Nosaka, que contava a história de sua irmãzinha que morreu desnutrida e do pai, morto durante os bombardeios em Kobe, durante a Segunda Guerra Mundial. A história era um sucesso e havia despertado o interesse da Shinchosha, que detinha os direitos do literários do conto original, e da Toho. A trama seria pesada e seria conduzida por Isao Takahata, que também tinha um passado triste em relação à guerra.



Isao
Isao Takahata é um dos fundadores dos Estúdios Ghibli

Dessa forma, faltaria mais um investidor para financiar a o lançamento da outra animação. A trama mais infantil despertou o interesse da Tokuma Shoten. Assim, entrou Hayao Miyazaki para conduzir “Meu Amigo Totoro”, uma história sobre a doçura, inocência e curiosidade da infância que lembrava muito vagamente a temática de Alice no País das Maravilhas. Ambientado na zona rural japonesa dos anos 1950, esse anime não tinha nada a ver com “Túmulo dos Vagalumes”, que nada mais era que um grande filme de guerra. No entanto, como o projeto bancaria financeiramente a existência dos Estúdios Ghibli, houve um esforço em conjunto incrível para garantir que as duas produções fossem finalizadas perfeitamente. Um membro da produção definiu a experiência como “caótica”, principalmente porque o mantra do estúdio era não entregar filmes abaixo da qualidade prometida. Ou seja, eles não podiam errar e ficavam trocando de funções, ajudando simultaneamente na realização de dois projetos completamente distintos para não perderem a chance de trazer à vida esses dois clássicos.

Hayao
Hayao Miyazaki ficou famoso e virou ícone da cultura pop oriental

Quando eles chegaram aos cinemas, os exibidores poderiam fazer sessões duplas sem ter uma ordem definida. Só que eles perceberam uma detalhe curioso. Quando “Meu Amigo Totoro” era o primeiro filme da dobradinha, os espectadores deixavam as salas ao final do filme. Mas quando “Túmulo dos Vagalumes” abria as sessões, o público acabava ficando para ver “Totoro”. É interessante ver isso, porque a história leve de Totoro acabou se mostrando mais atrativa do que o drama pesadíssimo de “Túmulo”. Também pesou a questão da duração. Enquanto “Totoro” tem aproximadamente 1h30, “Túmulo” tem 2h30. O resultado desse lançamento simultâneo foi, como era de se imaginar, uma bilheteria não muito satisfatória. Só que, na década seguinte, a figura do Totoro se popularizou de forma fenomenal, rendendo milhões de bonequinhos e produtos licenciados no Japão e pelo mundo. O sucesso foi tão grande que o monstrinho virou a mascote dos Estúdios Ghibli e inspirou uma geração inteira de animadores que, hoje, nos entregam filmes animados fantásticos, como a franquia Toy Story. Já “Túmulo dos Vagalumes” acabou ficando meio de lado do público mainstream, mas passou a ser louvado pela crítica internacional como um clássico Cult. Em sua crítica, o lendário Roger Ebert definiu o longa como um dos melhores filmes de guerra de todos os tempos.

totoro toy
O Totoro foi homenageado com uma pelúcia em Toy Story 3

Qual o seu favorito? Diga nos comentários!

Meu Amigo Totoro está disponível na Netflix

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Quando se fala nos Estúdios Ghibli, é quase impossível não associá-los ao fofo e doce Totoro, uma criatura com traços de coelho que estrela o clássico Meu Amigo Totoro, que completa 33 anos hoje. Outro grande sucesso do estúdio é Túmulo dos Vagalumes, uma história sobre os horrores da Segunda Guerra Mundial contada sob a perspectiva de duas crianças em meio ao conflito. Curiosamente, esse clássico também completa 33 anos de existência neste 16 de abril. Sim, por mais improvável que pareça, esses dois clássicos eternos do cinema japonês foram lançados juntos no mesmo dia. Essa decisão, atualmente, causaria a demissão do executivo responsável na mesma hora, mas, na época, havia um receio quanto ao retorno financeiro de animes “solo”. E apesar de Totoro ser mais popular não só no Japão, mas no mundo, foi “Túmulo” que permitiu que esse lançamento duplo acontecesse.

Totoro dos VagalumesNa época, ainda iniciando sua longa e marcante carreira cinematográfica, os Estúdios Ghibli precisavam de investimento para fazer seus filmes. Porém, os investidores tinham receio de lançar duas animações separadas, temendo que as tramas não sustentassem o interesse do público e se tornassem um grande fracasso. Por isso, eles venderam a ideia de fazer um anime baseado no conto “Túmulo dos Vagalumes” de Akiyuki Nosaka, que contava a história de sua irmãzinha que morreu desnutrida e do pai, morto durante os bombardeios em Kobe, durante a Segunda Guerra Mundial. A história era um sucesso e havia despertado o interesse da Shinchosha, que detinha os direitos do literários do conto original, e da Toho. A trama seria pesada e seria conduzida por Isao Takahata, que também tinha um passado triste em relação à guerra.

Isao
Isao Takahata é um dos fundadores dos Estúdios Ghibli

Dessa forma, faltaria mais um investidor para financiar a o lançamento da outra animação. A trama mais infantil despertou o interesse da Tokuma Shoten. Assim, entrou Hayao Miyazaki para conduzir “Meu Amigo Totoro”, uma história sobre a doçura, inocência e curiosidade da infância que lembrava muito vagamente a temática de Alice no País das Maravilhas. Ambientado na zona rural japonesa dos anos 1950, esse anime não tinha nada a ver com “Túmulo dos Vagalumes”, que nada mais era que um grande filme de guerra. No entanto, como o projeto bancaria financeiramente a existência dos Estúdios Ghibli, houve um esforço em conjunto incrível para garantir que as duas produções fossem finalizadas perfeitamente. Um membro da produção definiu a experiência como “caótica”, principalmente porque o mantra do estúdio era não entregar filmes abaixo da qualidade prometida. Ou seja, eles não podiam errar e ficavam trocando de funções, ajudando simultaneamente na realização de dois projetos completamente distintos para não perderem a chance de trazer à vida esses dois clássicos.

Hayao
Hayao Miyazaki ficou famoso e virou ícone da cultura pop oriental

Quando eles chegaram aos cinemas, os exibidores poderiam fazer sessões duplas sem ter uma ordem definida. Só que eles perceberam uma detalhe curioso. Quando “Meu Amigo Totoro” era o primeiro filme da dobradinha, os espectadores deixavam as salas ao final do filme. Mas quando “Túmulo dos Vagalumes” abria as sessões, o público acabava ficando para ver “Totoro”. É interessante ver isso, porque a história leve de Totoro acabou se mostrando mais atrativa do que o drama pesadíssimo de “Túmulo”. Também pesou a questão da duração. Enquanto “Totoro” tem aproximadamente 1h30, “Túmulo” tem 2h30. O resultado desse lançamento simultâneo foi, como era de se imaginar, uma bilheteria não muito satisfatória. Só que, na década seguinte, a figura do Totoro se popularizou de forma fenomenal, rendendo milhões de bonequinhos e produtos licenciados no Japão e pelo mundo. O sucesso foi tão grande que o monstrinho virou a mascote dos Estúdios Ghibli e inspirou uma geração inteira de animadores que, hoje, nos entregam filmes animados fantásticos, como a franquia Toy Story. Já “Túmulo dos Vagalumes” acabou ficando meio de lado do público mainstream, mas passou a ser louvado pela crítica internacional como um clássico Cult. Em sua crítica, o lendário Roger Ebert definiu o longa como um dos melhores filmes de guerra de todos os tempos.

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O Totoro foi homenageado com uma pelúcia em Toy Story 3

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Meu Amigo Totoro está disponível na Netflix

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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