Disponível desde 6 de outubro na Netflix, o suspense erótico Jogo Justo conta a história do jovem casal Emily e Luke, interpretados por Phoebe Dynevor (Bridgerton) e Alden Ehrenreich (Han Solo: Uma História de Star Wars) cujo romance começa a desandar quando ela consegue uma promoção.
Primeiro longa-metragem da diretora Chloe Domont, de 36 anos, Jogo Justo explora a dinâmica de gênero no mercado de trabalho através da história de um casal ambicioso no ambiente altamente competitivo dos fundos de investimento. Para saber sobre o tom verídico desse enredo e as polêmicas cenas de sexo e violência, o CinePOP realizou uma entrevista exclusiva com a cineasta via vídeo conferência, no último dia 29 de novembro.
Boa recepção da crítica e do público
Com lançamento no Festival de Sundance, em janeiro, e no TIFF – Festival de Toronto, em setembro de 2023, a produção tornou-se uma agradável surpresa do subgênero e conquistou 86% no Rotten Tomatoes. O filme disseca o relacionamento dos protagonistas e oferece uma análise arrepiante dos papéis de gênero em casais heterossexuais, do sexismo social persistente e de como tudo isso afeta a carreira de uma mulher no formado suspense erótico, mas sob uma distinta perspetiva.
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“Como todo novo cineasta, eu acredito que o nosso trabalho é contar novas histórias, e utilizar o gênero de modo que ainda não foi apresentado. Ou seja, distorcer o gênero e manipulá-lo a serviço das narrativas que precisam de espaço atualmente. Com o gênero [suspense erótico], eu queria chamar atenção para o tema central da obra; sobre os perigos da inferioridades masculina, mostrando como as mulheres são obrigada a jogar baixo para sobreviver, não somente no ambiente de trabalho, mas também dentro de casa”, expõe a debutante diretora e roteirista.
Cena Polêmica de Sexo
Se o herança do patriarcado é um dos temas centrais do filme, como o sucesso de bilheterias Barbie, da Greta Gerwig, Jogo Justo também tem semelhanças com o longa de grande repercussão em 2023 de outra diretora novata. Com uma cena de sexo logo no início do filme, no qual o personagem masculino não se encomoda em lambuzar o rosto de sangue menstrual durante o ato, a sequência lembra um momento de Saltburn — disponível na Prime Video —, de Emeranld Fennel.
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Sobre a cena, Chloe declara suas intenções: “Foi realmente importante para mim começar o filme desse jeito e apresentar Luke como alguém que não sente-se ameaçado pela mulher. Veja bem, como ele poderia ser ameaçado por uma mulher, se ele tem sangue menstrual no rosto, sabe? Eu queria mostrar Luke representando o homem moderno”, esclarece a roteirista.
Verdade ou Ficção?
Emily e Luke trabalham para a mesma empresa, mas a relação deles é mantida em segredo, embora seja sólida — eles moram juntos — e remonta a muito tempo. As atuações impecáveis de Phoebe Dynevor e Alden Ehrenreich reforçam a abordagem bastante realista do filme para um assunto tão pesado. Afinal, esta é uma história real ou apenas ficção? Eis aqui a resposta:
“[Para escrever este filme], eu pensei na minha própria experiência pessoal, nas coisas que eu mesma passei. Eu namorei com homens que eram incrivelmente apoiadores das minhas ambições e minha carreira, mas, ao mesmo tempo, havia sempre uma tensão implícita que o meu sucesso tinha empalidecido suas próprias autoestimas. Isso é por causa do que foi incutido neles quando crianças”, relata a Chloe Domont.
Para conhecer mais detalhes de Jogo Justo, um dos grandes destaques cinematográficos de 2023, veja a entrevista completa em vídeo abaixo: