sexta-feira, abril 19, 2024

[EXCLUSIVO] ‘Rainhas do Crime’: ‘Ninguém queria filmes com mulheres’, revela diretora

A adaptação da DC/Vertigo, ‘Rainhas do Crime‘ (The Kitchen’), traz uma narrativa liderada por mulheres que, em virtude da prisão de seus esposos, acabam se tornando mafiosas ainda mais agressivas e vorazes.

Para a diretora da produção, Andrea Berloff, poder trazer personagens femininas no comando de tramas normalmente conduzidas pelo público masculino prova que um novo tempo parece estar sendo consolidado em Hollywood.

Durante uma entrevista EXCLUSIVA ao CinePOP, a cineasta foi honesta em dizer que construiu sua carreira como roteirista a partir de narrativas masculinas, justamente porque a indústria não estava disposta a contar histórias protagonizadas por mulheres.

Ela ainda foi mais além em seu discurso, compartilhando qual foi a melhor forma de aprendizado para prepará-la para encarar seu primeiro trabalho como diretora.

Disse:

“Sim, eu tive uma carreira adorável escrevendo muitos filmes mais focados em personagens masculinos e másculos, primeiramente porque eu queria trabalhar e era isso que a indústria estava fazendo. Não quer dizer que eu era incapaz de escrever personagens que fossem femininas ou histórias protagonizadas mulheres, mas a verdade é que ninguém queria esse tipo de história. Talvez agora estejamos vivendo uma era em que as pessoas queiram contar histórias lideradas por mulheres. Então não é que eu não quisesse estar fazendo isso, eu queria era estar empregada. E em se tratando da transição para a direção, eu diria que o melhor treinamento para isso são 15 anos de profissão como roteirista, estando cercada por milhares de diretores, observando como eles trabalham, aprendendo e ajudando em tantos filmes. E eu realmente eu espero ter absorvido algumas coisas nesse processo”.

Ajudando a quebrar alguns paradigmas quanto à presença de mulheres em grandes produções, Berloff ainda falou sobre o apoio necessário para tirar uma ideia como a de ‘Rainhas do Crime‘ do papel. Salientando o apoio da Warner Bros., a cineasta foi cautelosa em relação ao questionamento de Hollywood estar aberta ou não para projetos liderados por elenco feminino.

Disse:

“O que posso dizer é que a Warner Bros. me deu uma oportunidade incrível e eles me apoiaram do começo ao fim e eu não poderia estar mais grata por isso. Só posso falar da minha própria experiência. Não quero dizer que as portas estão escancaradas para todos, mas posso dizer que tenho ciência de que aqui eles me deram uma chance e eu tirei um bom proveito disso. Eles foram nada menos que grandes apoiadores do meu trabalho durante todo o processo e sei que eu tive muita sorte”.

A diretora também refletiu sobre a importância da representatividade dentro de Hollywood, comentando o quão valioso é produzir experiências cinematográficas que gerem identificação no público:

“Significa muito pra mim o fato de podermos começar a explorar mais histórias. Eu me senti assim quando eu estava trabalhando em ‘Straight Outta Compton’. Existem milhões de histórias que nunca existiram no sistema de estúdio e eu realmente acredito que representatividade importa, que você precisa se ver nas telas e que você deve ver alguém que se parece contigo nas telonas. Isso pode mudar a vida das pessoas e eu realmente acredito nisso. Acredito no poder que o cinema tem para fazer isso na vida da audiência. E, durante a maior parte da história da indústria cinematográfica, sempre houve um tipo de pessoa que estava ali nas telonas. E eu acho que se é possível expandir o tipo de histórias que um estúdio pode contar, creio que isso é extremamente animador”.

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