[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE POSSÍVEIS SPOILERS]
Se você ainda não assistiu ao terceiro episódio de Falcão e o Soldado Invernal, não leia esta matéria se não quiser receber spoilers.
Completamente diferente do segundo episódio, o capítulo que nos leva a 50% de Falcão e o Soldado Invernal é menos denso em nível de tensão e adota mais aquele clima descontraído da dupla de protagonistas no MCU. Com algumas confirmações e a introdução de novos vilões para a trama, o episódio acaba ficando marcando mesmo pelo desenvolvimento do Barão Zemo (Daniel Brühl), que assume um papel parecido com o de Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) em O Silêncio dos Inocentes, guardadas as devidas proporções, é claro.
Introduzido em Capitão América: Guerra Civil (2016) como um ex-agente estrategista das Forças Especiais de Sokovia, Zemo parecia distante de suas origens nos quadrinhos. A série, então, chega expandindo a origem do personagem, quase fazendo um retcon, abordando a riqueza de sua falecida família e um jeito mais carismático, principalmente para negociar com seus inimigos e rivais do crime. Eles não apagam quem ele era ou o que ele fez no filme de 2016, mas conseguem dar uma nova abordagem a ele, mais fiel às HQs e, honestamente, muito empolgante para o futuro. Além dele ter adotado o visual do “Zemo Jr” dos quadrinhos, ele se definiu como um autêntico Barão e passou a funcionar como um guia no mundo da criminalidade para ajudar os heróis a encontrarem outro vilão com traços psicóticos: o Mercador do Poder.
Outra coisa muito interessante que retornou com o Barão Zemo foi sua trilha sonora de Guerra Civil. Um trabalho tenso é fantástico que não poderia ficar limitado a um filme só. Enfim, nesse processo de busca pelo Mercador do Poder, Zemo leva o Falcão (Anthony Mackie) e o Soldado Invernal (Sebastian Stan) para Madripoor, onde eles descobrem que o responsável por recriar o Soro do Supersoldado para Mercador é o cientista Wilfred Nagel. Nos quadrinhos, ele é o responsável pelo Projeto: Renascimento, que testa versões experimentais do soro em soldados americanos negros, incluindo Isaiah Bradley, que já apareceu na série. Ele é citado como o único sobrevivente estável dos testes, trazendo mais da sofrida mitologia do herói para as telas.
Falando em mitologia, um importante palco dos X-Men foi parte fundamental desse episódio. Conforme especulamos desde o início da série, Madripoor – uma ilha de Cingapura famosa pela dualidade entre a riqueza e a miséria, mas principalmente por ser parada obrigatória do tráfico e contrabando internacional – foi fielmente retratada nesse episódio como refúgio de Sharon Carter (Emily VanCamp), agora traficante internacional de artes e do Dr. Nagel, que não vive muito para contar a história. Sharon se mostra descrente com a figura dos heróis, mas topa ajudá-los em troca do perdão governamental para que ela possa voltar para casa.
Ainda em Madripoor, a ilha é famosa nos quadrinhos por ter sido palco das missões do Wolverine durante os anos 1980. Porém, é outro personagem do universo mutante que acaba sendo referenciado neste episódio. Enquanto eles buscam informações sobre o Mercador do Poder, Bucky se “disfarça” de Soldado Invernal, Zemo vai como ele mesmo e Sam… Bem, ele vai como Conrad Mack, um excêntrico apreciador e traficante de artes, que, nos quadrinhos, é o Tigre Sorridente, um personagem sem tanto prestígio, mas que está intrinsecamente ligado aos Mutantes, já que seu pai é um deles.
Por fim, a grande surpresa do episódio ficou pela participação supresa de Ayo (Florence Kasumba), uma das principais guerreiras das Dora Milaje, a Guarda Real do Pantera Negra. Ela é descoberta por Bucky e está seguindo os passos do Barão Zemo, assassino do Rei T’Chaka (John Kani), após sua fuga da prisão. Isso é incrível, porque, além de mostrar um pouco mais da conexão de Bucky com Wakanda, traz mais da ação internacional da nação cujas fronteiras foram recém-abertas. Isso sem contar que também pode indicar o que veremos no tão aguardado Pantera Negra 2.
Ah, bom lembrar que John Walker (Wyatt Russell) apareceu brevemente para demonstrar um comportamento fascistoide contra o inimigo e aparentemente vai tentar impor o respeito do Capitão América na base da força. Todo mundo sabe que as coisas não funcionam assim, né? E agora com essa trama do novo Soro do Supersoldado, é bem capaz que ele siga o rumo dos quadrinhos e negocie uma dose para si com o Mercador do Poder. Os próximos episódios prometem!
Os novos episódios de Falcão e o Soldado Invernal estreia toda sexta-feira no Disney+