quinta-feira , 21 novembro , 2024

Festival de Cannes 2021 | Tapete Vermelho, Cerimônia de Abertura e Annette

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Após a anulação da edição de 2020 por conta da pandemia de Covid-19, o Festival de Cannes, inaugurado na noite de 6 julho, é o primeiro grande evento da indústria cinematográfica a ser realizado de forma completamente presencial e semelhante às suas edições anteriores. Só isso já é uma celebração e tanto para uma “volta ao normal”. 

Leia também: Festival de Cannes 2021 | Quais são os Filmes Imperdíveis deste ano?



Medidas Contra Covid-19

Por outro lado, o uso de máscara é obrigatório em toda área destinada ao festival, exceto para as celebridades no tapete vermelho, no palco e no auditório. Afinal de contas, elas estão lá para mostrar seus sorrisos e simpática. Ao contrário do habitual, não foi um vestido exuberante que chamou a atenção da passarela da Croisette. O presidente do júri Spike Lee roubou a cena ao aparecer com um smoking rosa chock e tênis. 

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Já para a imprensa o acesso ao palácio é permitido apenas com a apresentação do passe sanitário: as duas doses da vacina há mais de 15 dias ou um teste de RT-PCR negativo de menos de 48h, em formato QR Code. A exigência é uma das medidas de segurança do evento, o qual conta com posto de vacinação e a realização de testes, contudo o resultado sai em seis horas. A solução é ir na farmácia em frente e pagar por um teste pronto em 15 minutos para passear tranquilamente nas dependências do palácio.

Abertura Oficial

A cerimônia de abertura foi apresentada pela comediante francesa Doria Tillier (La Belle Époque) em francês, sem tradução para o inglês, no Grand Théâtre Lumière. Aliás a barreira linguística foi algo ressaltado durante toda a apresentação. Com a presença de atores estadunidenses com um tradutor em tempo real, como Adam Driver (História de um Casamento) e Jessica Chastain (Ava).

O discurso foi uníssono, a alegria do glamour das festas cinematográficas. Ao subir ao palco, a convidada de honra Jodie Foster fez um discurso em francês e nesta rota, começou com: “É bom sair por aí, não é?” e ninguém falou sobre as mortes da pandemia, afinal era um momento de descontração. 

Foto: Valery Hache/AFP

O júri foi apresentado com as cinco diretoras e atrizes Jessica Hausner, Maggie Gyllenhaal, Mylène Farmer, Mélanie Laurent, Mati Diop, e os dois atores Tahar Rahim e Kang Ho Song e o diretor Kléber Mendonça Filho, anunciado como vindo do Brasil, “vivant et resistant” (vivo e resistente). Quando Spike Lee subiu ao palco, apenas disse que gostaria de falar francês como Jodie Foster. Já Bong Joon Ho, último ganhador da Palme d’Or em 2019, por Parasita, foi convidado por Thierry Frémaux a anunciar a abertura oficial, como uma ponte entre 2019 e 2021. 

Seu discurso, claro, foi em coreano, com tradução em francês. Ao lado dele, estava o diretor espanhol Pedro Almodóvar (responsável por entregar a Palme d’honneur à Foster), a própria Jodie Foster e Spike Lee para dar início em espanhol, francês, coreano e inglês (a meca do audiovisual atual?) a 11 dias de projeções de filmes de mais de 50 países. 

Filme de Abertura

Angèle, Simon Helberg, Marion Cortilard, Leo Carax e Adam Driver (Foto: Valery Hache/AFP)

Já a ópera rock Annette, dirigida por Leos Carax (Holy Motors) e escrita pelos irmãos, Ron e Russell Mael, da banda Sparks (presentes em algumas situações do filme) prometia choques e arrebatamento, mas mostrou-se um musical triste, com bonitas cenas e outras nem tanto inspiradoras.

Protagonizada por Adam Driver e Marion Cotillard, a metáfora da menina ventrículo funciona, mas não empolgou. Apesar de ser aplaudido ao fim da sessão, um dos jornalistas gritou “chato”. Ou seja, a história de amor macabra dividiu as opiniões. 

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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Após a anulação da edição de 2020 por conta da pandemia de Covid-19, o Festival de Cannes, inaugurado na noite de 6 julho, é o primeiro grande evento da indústria cinematográfica a ser realizado de forma completamente presencial e semelhante às suas edições anteriores. Só isso já é uma celebração e tanto para uma “volta ao normal”. 

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Medidas Contra Covid-19

Por outro lado, o uso de máscara é obrigatório em toda área destinada ao festival, exceto para as celebridades no tapete vermelho, no palco e no auditório. Afinal de contas, elas estão lá para mostrar seus sorrisos e simpática. Ao contrário do habitual, não foi um vestido exuberante que chamou a atenção da passarela da Croisette. O presidente do júri Spike Lee roubou a cena ao aparecer com um smoking rosa chock e tênis. 

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Já para a imprensa o acesso ao palácio é permitido apenas com a apresentação do passe sanitário: as duas doses da vacina há mais de 15 dias ou um teste de RT-PCR negativo de menos de 48h, em formato QR Code. A exigência é uma das medidas de segurança do evento, o qual conta com posto de vacinação e a realização de testes, contudo o resultado sai em seis horas. A solução é ir na farmácia em frente e pagar por um teste pronto em 15 minutos para passear tranquilamente nas dependências do palácio.

Abertura Oficial

A cerimônia de abertura foi apresentada pela comediante francesa Doria Tillier (La Belle Époque) em francês, sem tradução para o inglês, no Grand Théâtre Lumière. Aliás a barreira linguística foi algo ressaltado durante toda a apresentação. Com a presença de atores estadunidenses com um tradutor em tempo real, como Adam Driver (História de um Casamento) e Jessica Chastain (Ava).

O discurso foi uníssono, a alegria do glamour das festas cinematográficas. Ao subir ao palco, a convidada de honra Jodie Foster fez um discurso em francês e nesta rota, começou com: “É bom sair por aí, não é?” e ninguém falou sobre as mortes da pandemia, afinal era um momento de descontração. 

Foto: Valery Hache/AFP

O júri foi apresentado com as cinco diretoras e atrizes Jessica Hausner, Maggie Gyllenhaal, Mylène Farmer, Mélanie Laurent, Mati Diop, e os dois atores Tahar Rahim e Kang Ho Song e o diretor Kléber Mendonça Filho, anunciado como vindo do Brasil, “vivant et resistant” (vivo e resistente). Quando Spike Lee subiu ao palco, apenas disse que gostaria de falar francês como Jodie Foster. Já Bong Joon Ho, último ganhador da Palme d’Or em 2019, por Parasita, foi convidado por Thierry Frémaux a anunciar a abertura oficial, como uma ponte entre 2019 e 2021. 

Seu discurso, claro, foi em coreano, com tradução em francês. Ao lado dele, estava o diretor espanhol Pedro Almodóvar (responsável por entregar a Palme d’honneur à Foster), a própria Jodie Foster e Spike Lee para dar início em espanhol, francês, coreano e inglês (a meca do audiovisual atual?) a 11 dias de projeções de filmes de mais de 50 países. 

Filme de Abertura

Angèle, Simon Helberg, Marion Cortilard, Leo Carax e Adam Driver (Foto: Valery Hache/AFP)

Já a ópera rock Annette, dirigida por Leos Carax (Holy Motors) e escrita pelos irmãos, Ron e Russell Mael, da banda Sparks (presentes em algumas situações do filme) prometia choques e arrebatamento, mas mostrou-se um musical triste, com bonitas cenas e outras nem tanto inspiradoras.

Protagonizada por Adam Driver e Marion Cotillard, a metáfora da menina ventrículo funciona, mas não empolgou. Apesar de ser aplaudido ao fim da sessão, um dos jornalistas gritou “chato”. Ou seja, a história de amor macabra dividiu as opiniões. 

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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