Os deslizes da moral. Trazendo uma história atemporal que traz o refletir aos nossos olhos, O Destino de Haffman estreou no TOP 10 da Netflix e é um projeto onde caminhamos pelas emoções em uma época triste onde as escolhas se tornam questões vitais.
A trama acompanha Joseph Haffmann, joalheiro judeu que confia sua loja a seu empregado, Pierre Vigneau, durante a ocupação alemã. Em troca ele pede que o esconda no porão, enquanto sua mulher e filhos se refugiam na Suíça. Pierre concorda com uma condição: que seu chefe mate sua esposa, Isabelle, que não pode lhe dar filhos.
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Caminhando pela guerra e por profundos dramas existenciais que esbarram em conflitos familiares, O Destino de Haffman pode ser enxergado sob três óticas. Tem a do homem e sua desconstrução de caráter não sabendo lidar com um novo modo de viver dentro de uma condição ligada à moral. Tem a de um experiente batalhador urbano, que doou anos de sua vida para montar um negócio e de um dia para o outro vê tudo que construiu se desfazendo precisando modelar um acordo arriscado contando com a boa fé. Tem a de uma mulher que sofre terríveis consequências em sua relacionamento, além de abalos emocionais profundos, violência, muito por conta das ações de seu descontrolado marido. Essas três óticas contornam a excelente adaptação de Cavayé nos levando a uma mesma estrada de dor, sofrimento e escolhas dentro de uma moral abalada pela ganância que de forma alguma será inconsequente.
Baseado na obra de Jean-Philippe Daguerre, o longa-metragem coloca ao pensar do espectador ações e consequências que fazem parte da trajetória de três personagens impactantes e seus conflitos. No elenco, um fabuloso trio de artistas: Daniel Auteuil, Gilles Lellouche e Sara Giraudeau. A direção é assinada pelo cineasta Fred Cavayé.
O Destino de Haffman é uma obra primorosa que vai fundo em sua análise sobre o ser humano, em qualquer época.