quinta-feira, março 28, 2024

Fim da Parceria Marvel / Netflix | Quais foram as Melhores Temporadas?

Pensa só, há exatos dez anos a Marvel Studios não existia. A empresa via seus personagens saindo dos quadrinhos para a telona, no início da chamada era de ouro do subgênero, mas todos nas mãos de outros estúdios, como a Fox (X-Men, 2000), a Sony (Homem-Aranha, 2002) e a Universal (Hulk, 2003). Há nove anos, a empresa resolveu tomar as rédeas de suas propriedades e ficar à frente de suas produções cinematográficas. Tudo começou, é claro, com Homem de Ferro (2008).

Ao longo desses nove anos muita coisa aconteceu, como a compra da empresa pela Disney. Já são 20 produções cinematográficas, sem um verdadeiro fracasso retumbante. E a próxima já chega em março. Houve também a expansão para as telinhas, com Agentes da SHIELD, e depois para o verdadeiro ponto alto na TV, a parceria com o colosso Netflix – parceria esta que chega ao fim agora. Da junção saíram 12 programas. Caramba! A empresa deveria ser caso de estudo de como se construir um império em pouco tempo.

Pensando neste último item, as séries de TV da parceria Marvel / Netflix e o fim de uma era de programas de qualidade – que durou pouco mais de 3 anos – resolvemos formular outra de nossas famosas listinhas para você. Estas são todas as séries Marvel / Netflix, Da Pior à Melhor.

12. Punho de Ferro – 1ª Temporada (2017)

Este foi o quinto programa a chegar e o quarto solo de um personagem da casa (já que Demolidor havia ganhado duas temporadas). O fato é que a Marvel não estava segura sobre a série, pensando inclusive em desistir do lançamento. A coisa ficou ainda mais evidente com a estreia do Justiceiro, coadjuvante na segunda temporada de Demolidor e ladrão de holofotes. A empresa pensou em descartar Punho de Ferro e colocar em seu lugar o violento anti-herói – ocupando possivelmente inclusive sua vaga em Os Defensores.

E qual é o grande problema aqui? O principal é que a proposta era por algo mais pé no chão, mais realista, afinal estes são os heróis urbanos da casa, que cuidam de problemas menores do dia a dia – deixando a fantasia, pirotecnia e espetáculo para o cinema. Como encaixar mundos mágicos e místicos, lendas milenares e um sujeito cujo punho brilha e possui enorme poder, dentro desta proposta mais séria. Pois é, seria muito difícil, e a Marvel não teve grande êxito na empreitada. Junte a isso a falta de carisma do protagonista, vivido pelo ator Finn Jones, e o roteiro capenga que não soube muito bem o que fazer com o personagem. É inegável, o público e os críticos concordaram que Punho de Ferro é o esforço menos satisfatório da empresa.

Punho de Ferro marcou apenas 18% de aprovação com os críticos, mas com o público agradou mais, somando 73% de aprovação.

11. Punho de Ferro – 2ª Temporada (2018)

“Nada em Punho de Ferro parece caminhar para frente, os 10 longos episódios (já reduzidos de 13) poderiam facilmente ser enxugados em apenas 6 ou 8, algo que funcionaria para corrigir seu ritmo lento e cansativo, às vezes chato demais, às vezes previsível demais. A série em si parece não saber para onde deseja ir e fica dando voltas em subtramas que ninguém se importa, transformando uma potencial boa história em um novelão brega com super-heróis ocasionais.

Não deixe de assistir:

Sendo assim, o segundo ano de Punho de Ferro não aprende com os erros do passado e se afunda ainda mais em uma trama desinteressante e previsível. Existe um ditado popular que diz que persistir no erro é burrice, bom, a Netflix parece não se importar mesmo com críticas negativas, mostrando, com esta série, que a crise que enfrenta em relação à qualidade de conteúdo, também está afetando os inabaláveis super-heróis.” – crítica por Thiago Muniz.

Punho de Ferro – 2ª Temporada soma 58% de aprovação com a imprensa e 71% de aprovação com o público.

10. O Justiceiro – 2ª Temporada (2019)

“É triste reconhecer que o Justiceiro não teve muitos momentos de brilho em sua trajetória nas séries. É curioso, inclusive, notar que o personagem brilhou mais em sua participação na segunda temporada de Demolidor do que em seus dois anos solo. E o motivo é bem simples: os realizadores não conseguiram encontrar uma narrativa boa o bastante para Frank Castle. Seus traumas, suas virtudes, sua brutalidade… Tudo já estava presente em DaredevilO Justiceiro não apresentou nada de realmente novo ao papel.

A série tinha o potencial de ser melhor se não passasse tanto tempo enrolando o espectador. Neste segundo ano, temos momentos marcantes, como um confronto na delegacia que remete ao clássico ‘Assalto ao 13º DP‘ (1976). Mas também sobram cenas descartáveis, como flashbacks envolvendo Madani e idas e vindas de CurtisThe Punisher (no original) está longe de ser um completo desastre. As atuações são boas e a série possui mesmo uma personalidade, principalmente no que diz respeito à direção de fotografia e trilha sonora.” – crítica por Lucas Salgado.

A segunda temporada de O Justiceiro marcou 52% com os críticos e 83% com o grande público.

9. Jessica Jones – 2ª Temporada (2018)

Jessica Jones, definitivamente, já viu dias melhores. Enquanto a primeira temporada conta com um vilão enigmático, uma história de apresentação espetacularmente bem desenvolvida, a ponto de classificá-la como uma das melhores na faixa Marvel/Netflix, e um amadurecimento de personagem espetacular, a segunda perde um pouco do foco ao longo dos treze episódios apresentados.

A direção, que é assinada somente por mulheres, mantém o nível da primeira temporada e também dos cinco primeiros episódios da segunda. A arte também faz o trabalho de casa certinho e agrada ao inserir o telespectador naquele universo. Quando nem tudo é perfeito, o trabalho de cores feitos em Jessica Jones é o que salva.  A segunda temporada não está muito perto de ser a obra-prima que a primeira foi, contudo, permanece não hesitando em trabalhar temas importantes e tão debatidos quando o assunto são mulheres. E também é intrigante ver o quão longe Jessica Jones é capaz de ir, até mesmo quebrando protocolos que ela havia imposto a si mesma, por algo que pode ser a ruína dela.” – crítica por Karolen Passos.

A segunda temporada de Jessica Jones marcou 81% de aprovação da crítica e 67% de aprovação do público.

8. Os Defensores (2017)

Era para ser grande. A série dos Defensores se equivaleria na TV ao que tivemos no cinema com Os Vingadores (2012), ou seja, a união de todos os personagens protagonistas de tal universo, apresentados anteriormente em veículos solo. Ao contrário de sua “contraparte” nas telonas, Os Defensores não causou o impacto devido, deixando os fãs e a imprensa divididos sobre a qualidade de seu resultado.

De fato, o melhor do programa, que estranhamente trouxe um número reduzido de episódios (oito ao invés dos costumeiros treze), foi a interação entre os personagens que aprendemos a adorar ao longo de dois anos anteriores – você não Punho de Ferro – e o relacionamento por eles desenvolvido, o que inclui a esperada colisão de personalidades. Outro calcanhar de Aquiles aqui são os antagonistas, os vilões personificados pelo grupo de ninjas sem muita identidade e Sigourney Weaver, que fez o que pôde, mas infelizmente não marcou como desafios anteriores.

Os Defensores somou 77% da imprensa especializada e 74% de aprovação do espectador.

7. Luke Cage – 2ª Temporada (2018)

“Quando a primeira temporada de Luke Cage chegou à Netflix, muito se esperava dela. Mas a expectativa não foi condizente com a realidade e o resultado foi um material frustrante, por assim dizer. Não por ser ruim, mas por apresentar um potencial grandioso sem nunca alcançá-lo, no entanto. Foguete Molhado é um termo utilizado no futebol para descrever um jogador de sucesso nas categorias de base, mas que nunca conseguiu mostrar aquele seu jogo vistoso no time principal. É isso que essas duas temporadas do herói blindado são: um grande foguete molhado!

Com 13 infindáveis episódios, a segunda temporada de Luke Cage começa no nada e te leva a lugar nenhum. Ela tem bons momentos, principalmente quando aparece outro herói das séries e eles encenam uma célebre dinâmica dos quadrinhos, mas não consegue se sustentar ou ao menos se mostrar interessante. Falta coragem e poder de decisão aos Showrunners.” – crítica por Pedro Sobreiro.

Luke Cage – 2ª Temporada conquistou 84% de aprovação dos críticos e 69% dos fãs.

6. O Justiceiro – 1ª Temporada (2017)

A série controversa sobre o violento personagem, interpretado pelo intenso Jon Bernthal, um ex-militar que usa de suas habilidades de luta e armas para dar cabo de todo tipo de contraventor, se tornando juiz, júri e carrasco. A série, que estreou em tempos sensíveis e doloridos, chegou para incomodar, mas também para fazer refletir.

Algumas coisas surpreendem na escolha do roteiro: como o novo passado militar de Frank Castle, e a opção por uma narrativa intrincada de thriller político de espionagem, elevando o jogo e trazendo o personagem para uma trama complexa no alto escalão do Governo, e não apenas despachando criminosos pé-rapado das mais variadas formas em Nova York. Além disso, aborda assuntos polêmicos, como a forma com que soldados são tratados pela sociedade ao voltarem para casa e o distúrbio que suas mentes sem ajuda podem sofrer. Entretém e choca, mas com muito conteúdo.

O Justiceiro conquistou 68% de aprovação da imprensa e junto ao público fez 93% de aprovação.

5. Luke Cage – 1ª Temporada (2016)

Luke Cage pode ser dito que foi a primeira cambaleada neste universo. Quando a série estreou, a parceria das empresas só havia emplacado sucessos, com quatro temporadas anteriores. Luke Cage não é de todo ruim, obtendo um resultado satisfatório. O problema é inverso ao de Os Defensores, com episódios demais e a sensação de deficiência em seu preenchimento.

No lado positivo, a série de representatividade trouxe para o conjunto um clima todo seu, bem específico, recheado de swing e soul funk. O sentimento do blaxploitation, produções miradas ao público negro, está todo aqui. O Harlem, bairro que serve de cenário para o programa, pulsa com vida como se fosse um personagem. Luke Cage é a série mais chamativa visualmente do pacote, com uma direção de arte impecável (o ambiente do clube noturno, a barbearia, etc.), uma paleta de cores lindíssima na fotografia, e brincadeiras com os figurinos (a que remete ao uniforme clássico do herói é ótima). Junte a isso alguns personagens bem trabalhados e defendidos por seus intérpretes, como Boca de Algodão (Mahershala Ali) – um dos melhores vilões deste universo – e a policial Misty Knight (Simone Missick).

A primeira temporada de Luke Cage marcou 94% de aprovação dos críticos e 76% de aprovação do público.

4. Demolidor – 2ª Temporada (2016)

Pode-se dizer que o Justiceiro foi mais “O Justiceiro”, como conhecemos nos quadrinhos, em sua primeira aparição nas telinhas, aqui na série do Demolidor. A Marvel chegou chutando a porta na primeira série que produziu com a Netflix, e nesta continuação não deixou a peteca cair. O único desfalque foi a troca de antagonista, afinal seria muito difícil se equiparar ao Rei do Crime de Vincent D´Onofrio. Seria como querer criar um vilão à altura de Heath Ledger como Coringa. E definitivamente os ninjas do Tentáculo – que voltariam em Punho de Ferro e Defensores (duas das mais fracas) – não estão a par.

Por outro lado, além de avançar com os arcos dramáticos confeccionados na temporada anterior, trouxe dois novos personagens muito chamativos e queridos pelos fãs, que serviam perfeitamente como contraponto ao protagonista. Primeiro, o citado Justiceiro de Jon Bernthal, o próximo passo ou lado sombrio do herói. E segundo, sua paixão, a igualmente perigosa Elektra, papel de Elodie Young, uma complexa personagem feminina no panteão da Marvel.

A segunda temporada de Demolidor somou 80% de aprovação da crítica e 94% de aprovação dos fãs.

3. Jessica Jones – 1ª Temporada (2015)

Chegamos ao terceiro lugar do pódio com Jessica Jones. Não tem jeito, as melhores séries da Marvel foram as primeiras. As estreias demonstraram enorme vontade da empresa em emplacar, rendendo trabalhos minuciosos. Ao olharmos novamente para produções como Jessica Jones, podemos inclusive perceber certo comodismo das novas séries, em achar que qualquer coisa que produzam automaticamente virará ouro. NÃO. É necessário colocar pensamento, criatividade e inteligência em seus roteiros.

Jessica Jones é a série de empoderamento feminino da casa. A personagem principal, vivida por Krysten Ritter (que satisfatoriamente não é uma beldade, mas sim uma mulher comum, como qualquer outra), é incorreta até a medula, beberrona, desbocada, pouco agradável e adepta do sexo sem compromisso. Essas falhas em seu caráter são estimulantes, funcionando como liberdade e grande atrativo para o público, já que é isso que Marvel fez desde seus primórdios, servindo como alicerce de seu império: personagens humanos e cheios de defeitos. Talvez seja justamente isso o que falta em séries como Luke Cage e Punho de Ferro. Além disso, Jessica Jones trouxe um dos melhores vilões da casa, o abusivo e manipulador Kilgrave (David Tennant), o vilão covarde que amamos odiar. A relação perturbadora que o sujeito mantém com suas vítimas, inclusive com a protagonista, uma sobrevivente, é tão bem trabalhada que se tornou um dos itens mais debatidos sobre a série.

Jessica Jones marcou 93% de aprovação da crítica e 89% de aprovação dos fãs.

2. Demolidor – 3ª Temporada (2018)

“Diante de seus traumas, nu perante suas fragilidades, Matthew Murdock sempre esteve exatamente naquela famosa linha tênue que separa o heroísmo do vilanismo. Como um hábil equilibrista, sempre andou na corda bamba que o distinguia como um vigilante, ao invés de um assassino. E sua simbólica analogia a Philippe Petit – sempre perto da morte, mas seguro o bastante em seu equilíbrio – entra em rota de colisão na terceira temporada de Demolidor, à medida que vemos o Rei do Crime emergir com bravura e destreza, driblando todos ao seu redor, conforme os transforma em seus próprios fantoches numa versão macabra de Vila Sésamo.

Mantendo a tensão nos momentos cruciais e fazendo jogos mentais tanto dentro da trama como fora, Demolidor alcança seu pico mais alto, elevando todos os parâmetros a novos patamares, mostrando que há sempre e muito mais do que podemos esperar e imaginar. Apaziguando os ânimos em uma finale suave e sensível, a série traz o refrigério que não tivemos ao longo dos quase 13 episódios completos.” – crítica por Rafaela Gomes.

A terceira temporada de Demolidor conquistou 96% de aprovação da imprensa e 95% dos fãs.

1. Demolidor – 1ª Temporada (2015)

Como dito, a Marvel chegou com tudo. Logo em sua estreia, criou uma série tão f**a, que ainda não saiu do topo como a melhor já feita pela empresa. Demolidor é uma série de heróis como nenhuma outra, dá tanta atenção aos detalhes em seu roteiro, que funcionaria tão bem quanto caso tirássemos os personagens mascarados e colocássemos personagens normais. A série se tornaria então um drama criminal de máfia, tal elogio aliás sempre foi muito proferido a outra obra-prima, o filme O Cavaleiro das Trevas (2008). Ou seja, é um baita elogio. E não é despropositado, Demolidor é boa neste nível.

De forma calculada, o programa esquece qualquer traço do subgênero de super-heróis e cria um drama real, recheado de bons personagens, vivendo situações pra lá de sombrias e muito geladas. A intensidade criada aqui muitas vezes não é vista nem no cinema. Não é exagero afirmar que Demolidor serviu para mudar a estrutura que tínhamos de tais programas. Além disso, a série deixa que a ação sirva a história e não o contrário. A prova de que a história e situações eram o foco, é que sequer um uniforme o herói usa durante todo este primeiro ano. Outro ponto alto é a personificação de Vincent D´Onofrio na pele de Wilson Fisk, o melhor antagonista de tal universo, e um personagem tão trágico, que conseguimos compreender seus motivos, e inclusive simpatizar um pouco com ele. Sinal de um belo desenvolvimento de personagem e uma grande atuação de seu intérprete.

Demolidor tem impressionantes 99% de aprovação da imprensa e 96% de aprovação do público.

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