‘Game of Thrones’ tornou-se um dos fenômenos culturais mais importantes do século XIX não apenas por redefinir o gênero fantástico, mas também pelas múltiplas conquistas que alcançou desde sua estreia ainda em 2011.
Criada por David Benioff e D.B. Weiss, a principal série da HBO é baseada nos escritos do lendário romancista George R.R. Martin, ‘As Crônicas de Gelo e Fogo’, contando as dramáticas e trágicas aventuras dos fictícios continentes Westeros e Essos. É um tanto quanto complicado analisar a narrativa principal da obra, visto que ela se divide em diversos arcos protagonistas, cada qual estrelado por um complexo e controverso personagem.
No geral, cada herói e anti-herói está em busca do domínio do Trono de Ferro para se tornar o governante supremo dos Sete Reinos e, desde a primeira temporada, deu a entender que as coisas não seriam como o imaginado. Alastrando-se através de nove casas diferentes – Baratheon, Tully, Lannister, Martell, Arryn, Tyrell, Greyjoy, Stark e Targaryen – e inúmeras outras tribos secundárias, são vários os personagens e as tramas de importância para compreender esse universo.
Para tanto – e para celebrar o 10º aniversário de estreia da série -, o CinePOP preparou uma série de matérias especiais que leva o público a conhecer mais sobre o panteão de Martin. No presente texto, apresentamos os vinte e cinco episódios essenciais para relembrar a história, montado através de entrevistas dos produtores executivos e dos acontecimentos mais importantes (cuidado: spoilers à frente).
Confira:
“WINTER IS COMING” (01×01)
O episódio que deu início à fantástica jornada de ‘Game of Thrones’, “Winter Is Coming” é uma das melhores estreias de todos os tempos e apresenta os fãs aos segredos que se escondem em Westeros. Temos a introdução de diversos personagens de extrema importância para o desenrolar da obra, incluindo Ned Stark (Sean Bean), Robert Baratheon (Mark Addy), Joffrey (Jack Gleeson), Sansa (Sophie Turner), Arya (Maisie Williams), Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), Cersei Lannister (Lena Headey) e vários outros. Além disso, temos o primeiro indício das conspirações para retomar o poder do Trono de Ferro e dos Sete Reinos.
“THE KINGSROAD” (01×02)
Seguindo os eventos chocantes do capítulo de estreia, “The Kingsroad” leva Ned e as filhas, Sansa e Arya, para acompanhar Robert como a Mão do Rei, enquanto Catelyn (Michelle Fairley) permanece em Winterfell para cuidar do inconsciente caçula Bran (Isaac Hempstead-Wright), que sofreu de inúmeras tentativas de assassinato. As coisas ficam mais complicadas com Catelyn associa o coma do filho à índole nada confiável dos Lannister. O capítulo também é importante por mostrar a crescente relação de afeto entre Daenerys e Karl Drogo (Jason Momoa).
“BAELOR” (01×09)
Quando primeiro assisti ao nono episódio de ‘Game of Thrones’, tive certeza de que a série iria terminar por ali – afinal, um dos protagonistas enfrenta um trágico destino e cria uma lacuna gigantesca na narrativa (que depois é revelada como força-motriz de cada um dos eventos que rege os Sete Reinos). Entre traições e juras de morte, a iteração é uma obrigatória inflexão de amadurecimento para os jovens personagens da série e premedita uma impactante jornada de autodescobrimento e de vingança.
“FIRE AND BLOOD” (01×10)
Depois das reviravoltas instigantes do capítulo anterior, o Norte finalmente declara emancipação dos Sete Reinos e Robb Stark (Richard Madden) é proclamado Rei. Entretanto, “Fire and Blood”, o primeiro season finale da série, tem enfoque muito maior no relacionamento entre Daenerys e Karl Drogo. Aqui, a poderosa herdeira Targaryen demonstra as centelhas de seu infidável poder e se reergue após a morte do marido ao lado de seus três dragões: Drogon, Rhaegal e Viserion.
“THE NORTH REMEMBERS” (02×01)
Assim como o piloto, “The North Remembers” tem um caráter introdutório e faz um resumo dos protagonistas da temporada anterior – que se encontram espalhados pelos Sete Reinos. Apresentando vários personagens em Pedra do Dragão, o ponto principal do episódio é mostrar Stannis, irmão do falecido Robert Baratheon, como um novo candidato à governância do Trono do Ferro.
“WHAT IS DEAD MAY NEVER DIE” (02×03)
A narrativa continua a se construir sobre os eventos dos episódios anteriores: as consequências das investigações de Jon Snow (Kit Harrington) sobre Craster (Robert Pugh), a jornada de Catelyn às Terras da Tempestade e sua requisição à Renly Baratheon (Gethin Anthony) em sua empreitada contra os Lannister, os conflitos internos de Theon (Alfie Owen-Allen) sobre sua fidelidade e as investidas de Tyrion (Peter Dinklage) para encontrar o espião da irmã dentro do Pequeno Conselho. O título é uma referência metalinguítica ao mundo criado por Martin, visto que faz alusão a uma reza dos adoradores do Deus Afogado nas Ilhas de Ferro.
“THE OLD GODS AND THE NEW” (02×06)
Marcando a estreia de Rose Leslie como a selvagem Ygritte – e futuro interesse romântico de Jon Snow na série -, “The Old Gods and the New” é focado principalmente na tomada de controle de Winterfell por Theon e na busca de Daenerys pelo Rei das Especiarias para aconselhamento, além de revelar o conflito religioso entre o Norte e o restante de Westeros.
“BLACKWATER” (02×09)
Centrado inteiramente na climática Batalha da Água Negra, “Blackwater” foi um dos episódios mais aclamados pela crítica especializada de ‘Game of Thrones’, levando para casa o prestigiado Hugo Award e duas estatuetas do Emmy. Exibindo o confronto entre o exército Lannister e o do Rei Stannis Baratheon (Stephen Dillane), o capítulo recebeu um orçamento maior da HBO para fornecer mais detalhes do embate bélico.
“WALK OF PUNISHMENT” (03×03)
Fazendo alusão ao Caminho da Punição, abominável prática em que escravos rebeldes eram crucificados e exibidos em uma longa estrada, o terceiro episódio da 3ª temporada é mais importante pela crescente luta de Daenerys por igualdade e pela libertação dos povos escravizados, além do primeiro contato entre ela e Missandei (Nathalie Emmanuel), além da partida da sacerdotisa Melisandre (Carice van Houten) da Pedra do Dragão em uma missão secreta.
“AND NOW HIS WATCH IS ENDED” (03×04)
O enredo de “And Now His Watch Is Ended” acompanha a volta da Patrulha da Noite à Fortaleza de Craster depois do ataque ao Punho dos Primeiros Homens. Em Porto Real, Lorde Varys (Conleth Hill) conversa com Olenna Tyrell (Diana Rigg) sobre Sansa, enquanto Cersei discute com seu pai sobre a ameaça da presença dos Tyrell na capital. Arya e Gendry (Joe Dempsie) são levados até o líder da Irmandade sem Estandartes e Daenerys finalmente consegue seu exército.
“KISSED BY FIRE” (03×05)
O título de “Kissed By Fire” faz referência aos selvagens de cabelo vermelho, como Ygritte, que parecem terem sido “beijados pelo fogo”. O fogo também é um elemento importante em outras tramas, incluindo a obsessão do Rei Louco pelo Fogovivo (uma volátil e perigosa substância), como contado por Jaime Lannister (Nikolaj Coster-Waldau).
“THE RAINS OF CASTAMERE” (03×09)
Considerado por inúmeros especialistas e fãs como um dos capítulos mais angustiantes de toda a série, “The Rains of Castamere” premedita o famigerado Casamento Sangrento, que marca o massacre de Robb Stark, seus homens e diversos personagens importantes – incluindo Catelyn e Talisa (Oona Chaplin).
“THE LAWS OF GODS AND MEN” (04×06)
“The Laws of Gods and Men” é uma explicativa iteração que fornece um pouco de luz sobre os eventos dos capítulos anteriores – e um dos pontos altos da 4ª temporada de ‘Game of Thrones’. Aqui, as linhas principais giram em torno de Daenerys, que tenta assumir seu novo papel como rainha enquanto enfrenta as consequências de seus incontroláveis e rebeldes dragões, e de Tyrion, que é levado a julgamento após orquestrar o assassinato de Joffrey.
“THE MOUNTAIN AND THE VIPER” (04×08)
Marcando a aparição final de Pedro Pascal como Oberyn Martell, “The Mountain and the Viper” é um episódio que vale a pena essencialmente pelo embate entre o personagem supracitado e Montanha (Hafþór Júlíus Björnsson) e uma trágica morte. Montanha também admite o estupro e o assassinato de Elia, irmã mais nova de Oberyn, enquanto Tywin (Charles Dance) sentencia Tyrion à morte.
“THE CHILDREN” (04×10)
Considerado por inúmeros especialistas como um dos melhores episódios da série, “The Children” recebeu aclame universal pelo roteiro e pelas finalizações de diversos arcos de personagens, ainda mais por retratar as mortes de Shae (Sibel Kekilli) e Tywin Lannister, além de marcar a última aparição de Thomas Brodie-Sangster como Jojen Reed e Leslie como Ygritte. Em outro espectro, Bran finalmente alcançou a Árvore do Coração de suas visões.
“HARDHOME” (05×08)
A 5ª temporada de ‘Game of Thrones’ é considerada por muitos como a entrada mais fraca da saga seriada, mas isso não impediu a iteração de trazer alguns momentos de extrema importância para o enredo. Em “Hardhome”, todos os holofotes se direcionam para Jon Snow e para o ataque que os temidos Caminhantes Brancos infligem em Duromar. Após o fim do combate, ele, Tormund (Kristofer Hivju) testemunham o Rei da Noite reanimar os mortos.
“THE DOOR” (06×05)
Ovacionado por críticos e pelo público, “The Door” é um dos capítulos mais emocionantes e surpreendentes do show, sendo elogiado pela profundidade sentimental e pelas sequências de ação envolvendo os Caminhantes Brancos e Hodor (Kristian Nairn em sua performance final), cuja história é finalmente explanada. A adaptação da cerimônia conhecida como Kingsmoot, bem como a despedida de Daenerys para Jorah (Iain Glen), também foram listados como pontos altos do episódio.
“BATTLE OF THE BASTARS” (06×09)
É claro que “Battle of the Bastards” não poderia ficar de fora da nossa lista, não apenas pela conclusão de inúmeros arcos, mas também pela importância para a própria indústria do entretenimento. Considerado um dos melhores episódios de todos os tempos, a Batalha dos Bastardos foi caracterizada como aterrorizante, arrepiante e envolvente, garantindo seis estatuetas do Emmy e tornando-o a iteração mais premiada da história. Harrington recebeu aclame por sua rendição como Jon Snow (sendo indicado na categoria de Melhor Ator Coadjuvante em Drama), enquanto a reunião de Daenerys com seus dragões foi elogiada como um dos pontos altos.
“THE WINDS OF WINTER” (06×10)
Quando pensávamos que ‘Game of Thrones’ não poderia superar a si mesma após a Batalha dos Bastardos, Benioff e Weiss nos mostraram que nada é impossível: o chocante season finale “Winds of Winter” colocou Cersei como o centro da gigantesca engrenagem de Westeros e trouxe à tona uma das melhores sequências da história da televisão – a explosão do Grande Septo de Baelor. Headey foi indicada ao Emmy de Melhor Atriz Coadjuvante por sua memorável rendição.
“THE QUEEN’S JUSTICE” (07×03)
“The Queen’s Justice”, Jon Snow e Davos Seaworth (Liam Cunningham) se encontram com Daenerys Targaryen, que exige fidelidade de ambos após ser requisitada para enfrentar os Caminhantes Brancos. O título do terceiro episódio da 7ª temporada, por sua vez, faz referência ao controverso estilo de justiça de Cersei Lannister, resgatando acontecimentos da temporada anterior e fincando a vingança cometida tanto contra Olenna Tyrell quanto as guerreiras conhecidas como Serpentes de Areia.
“THE SPOILS OF WAR” (07×04)
“The Spoils of War” detém algumas das cenas mais memoráveis da série inteira e, por esse motivo, foi ovacionado como uma “obra-prima” da televisão. As principais sequências elogiadas pelos críticos internacionais incluem a batalha entre Daenerys e Jaime (garantindo uma indicação ao Emmy para Coster-Waldau), o retorno de Arya a Winterfell e a conversa entre Daenerys e Jon na Pedra do Dragão.
“THE DRAGON AND THE WOLF” (07×07)
Caminhando para o final da sétima temporada, “The Dragon and the Wolf” faz referência direta à recém-formada aliança entre Daenerys e Jon – e premedita o confronto final entre o Rei da Noite e seus Caminhantes Brancos contra o restante de Westeros. Aqui, a dupla supracitada se reúne com Cersei e seus conselheiros para discutir a sobrenatural ameaça que coloca em xeque a vida em Westeros.
“THE LONG NIGHT” (08×03)
Convenhamos que a oitava temporada de ‘Game of Thrones’ não conseguiu superar as expectativas dos fãs. De qualquer forma, o último ano da premiada série finalizou inúmeros arcos e nos preparou para um catártico e chocante finale, começando com “The Long Night”. Ambientado inteiramente em Winterfell, o episódio foi criticado pela escura fotografia, mas ganhou elogios pela história de Arya, pela despedida e redenção oficiais de Jorah e pela incrível performance de Van Houten como Melisandre (em seu emocionante adeus à série).
“THE BELLS” (08×05)
A batalha final pelo Trono de Ferro vinha sido anunciada desde o primeiro capítulo de ‘Game of Thrones’ – o que colocou responsabilidade gigantesca sobre as mãos de Benioff e Weiss. O resultado foi aquém do esperado, mas tornou-se importante pelo desenrolar dos fato: Daenerys, atacando o Porto Real, consagrou-se como a “Rainha Louca” e matou centenas de inocentes para mostrar seu poder; Cersei, Jamie, Montanha e outros deram adeus à produção e Jon, por sua vez, percebeu que precisava fazer algo contra a crescente sede de poder de sua amada.
“THE IRON THRONE” (08×06)
Oito temporadas e 72 episódios mais tarde, ‘Game of Thrones’ finalmente chegava ao seu aguardado fim. Explorando as consequências da devastação de Porto Real por Daenerys, o capítulo foi inteiramente destinado a quem finalmente sentaria no Trono de Ferro e comandaria Westeros e os Sete Reinos. Arya, Bran, Jon, Tyrion, Brienne, Sansa e os sobreviventes encontram um destino relativamente sólido para seus complexos arcos – apesar das críticas recebidas pelos especialistas e pelo público.