Se os assíduos fãs de Neil Gaiman já tinham sido agraciados com a ótima adaptação em live-action de ‘Sandman’, que em breve retorna para uma aguardada 2ª temporada, não demorou muito até que a Netflix desse continuidade ao ambicioso projeto de investir mais e mais produções dentro desse universo.
Há alguns dias, a plataforma de streaming lançou a divertida e instigante série teen ‘Garotos Detetives Mortos’, um sólido spin-off que carrega consigo um grande valor de entretenimento. Na trama, acompanhamos uma dois adolescentes fantasmas chamados Edwin Paine (George Rexstrew) e Charles Rowland (Jayden Revri) que unem forças para resolver mistérios do além-vida e ajudar espíritos a resolver seus assuntos pendentes no mundo terreno antes de seguirem em frente – para o Paraíso ou para o Inferno. Aliando-se a uma poderosa médium humana chamada Crystal Palace (Kassius Nelson), a dupla embarca em uma jornada de autodescobrimento enfrentando problemas gigantescos e mortais que chamam a atenção não apenas de forças divinas, mas de criaturas que querem destruí-los de uma vez por todas.
Um dos principais obstáculos enfrentados por nossos heróis é, sem sombra de dúvida, a perigosa e imortal bruxa Esther Finch (Jenn Lyon), que logo de cara nos chama a atenção por sua performance diabolicamente envolvente e que ajuda a quebrar o caráter antológico da narrativa – aparecendo de forma recorrente como a antagonista principal da temporada de estreia. E, à medida que alimenta sua vingança contra aqueles que a impediram de continuar seguindo com um caótico e condenável plano, ela logo emerge como uma força impetuosa que quer acabar com Edwin, Charles e Crystal de uma vez por todas.
Mas qual o plano da vilã?
Logo de cara, sabemos que Esther é uma bruxa que rapta garotinhas para alimentá-las a uma serpente gigante que, em troca dos sacrifícios, a permite ficar jovem e bela para sempre – e, acompanhada do pacto de imortalidade feito com a deusa Lilith, ela acredita ser imparável para fazer o que bem entender. Pouco depois de enfrentar o nosso trio protagonista, ela percebe que precisa se livrar dos detetives se quiser ter alguma chance de vencer e dominar a cidade onde mora. E, após descobrir que Edwin conseguiu escapar do Inferno pouco depois de ter sido erroneamente mandado para lá para ser torturado por toda a eternidade, ela engendra um plano maligno para ceifar suas habilidades, sequestrando-o ao lado do parceiro, Charles.
A ideia é utilizar uma potente máquina que irá sugar toda a energia que ainda reside em seu inimigo e imbuir a si própria com poderes inimagináveis que trarão toda a cidade a seus pés, dando continuidade a um plano de vingança que começou muitos séculos atrás, quando ela descobriu a traição cometida pelo marido. Movida pelo desejo de se apropriar da magia das forças ocultas, ela mergulha numa inescrupulosa jornada que premedita uma ruína certeira – e que se concretiza nos momentos finais do episódio de encerramento.
Utilizando seus poderes mediúnicos para encontrar alguma fraqueza na bruxa, Crystal consegue se comunicar com Lilith e rogar por ajuda. A deusa, dessa maneira, aparece à porta do casarão da feiticeira, percebendo que a imortalidade que lhe havia concedido estava sendo utilizada para fins maléficos e que a destituíam de qualquer humanidade; combinando isso à derrota da serpente gigante que a mantinha jovem, ela é fadada a uma punição sem fim que coloca um ponto final nessa jornada exaustiva e que, infelizmente, trouxe inúmeras causalidades ao mundo de Edwin, Charles e Crystal.
É possível que Esther retorne numa provável segunda temporada? Sim. Ainda que detalhes não tenham sido revelados, a vilã do ciclo de estreia tem chances de regressar em caráter recorrente, talvez presa ao sofrimento infindável do Inferno, talvez em uma espécie de arco de redenção; todavia, o que podemos fazer a partir de agora é criar teorias e esperar que os novos episódios não demorem muito a chegar à Netflix.