domingo , 22 dezembro , 2024

Giovanna Rangel e Rodrigo Garcia falam sobre o musical ‘Anastasia’ e sobre projetos futuros [EXCLUSIVO]

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Anastasia ganhou o mundo quando saiu em 1997, pelas mãos da saudosa 20th Century Fox e, duas décadas mais tarde, voltou a conquistar o público ao chegar aos palcos da Broadway. Agora, somos presenteados com a versão brasileira do musical, estrelado por Giovanna RangelRodrigo Garcia e grande elenco.

A trama é ambientada na Revolução Russa e nos anos subsequentes, em que a família imperial Romanov foi assassinada pelo levante bolchevique – com exceção da jovem princesa Anastasia (Rangel), que perdeu a memória depois do profundo trauma que sofreu e adotou o alter-ego de Anya, vivendo nas ruas de seu país natal. À medida que tenta fugir de lá, ela cruza caminho com o vigarista Dmitry (Garcia) e com o ex-aristocrata Vlad (Tiago Abravanel), que acreditam que ela possa se passar pela princesa perdida e garantir a liberdade de todos – sem saber, de fato, que ela é a verdadeira Anastasia.



Recentemente, o nosso repórter Thiago Nolla teve a oportunidade de conversar com Rangel e Garcia, que falaram sobre a peça em si e inclusive sobre projetos futuros.

Assista também:
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Rangel, que faz sua estreia oficial como protagonista, entrega um trabalho impecável como a protagonista titular e disse que, apesar da adaptação brasileira ser uma réplica, ela conseguiu colocar alguns elementos próprios para garantir que sua personagem pudesse se conectar ainda mais com o público brasileiro. Além disso, ela contou um pouco sobre a preparação para viver Anya/Anastasia nos palcos.

“Não achei pesada, e sim uma coisa bem orgânica”, ela conta. “O pessoal que veio lá de fora foi muito tranquilo. Claro que foi uma preparação rápida, porque em Anastasia, tudo foi muito rápido. As audições, mandar o material… Tivemos pouco mais de um mês para estrear o espetáculo, mas foi algo bem tranquilo. Tive o momento de pesquisa, de ir atrás de documentário, de assistir ao filme e ao musical várias vezes – porque, por ser réplica, a gente consegue ter uma noção do que fazer em cena. Porém, tomei o cuidado de não ver tantas vezes e acabar me influenciando, talvez, para alguma coisa. Não queria copiar a Christy [Altomare], que fez a Anastasia lá fora. Então, assisti para ver a história, ver o musical e entender qual seria a dinâmica – mas depois de três vezes, eu falei: ‘OK, vamos parar por aqui e começar a criar o meu, porque senão vão falar que está igual’. Foi um processo muito bacana e a construção veio muito de mim e da diretora [Carline Brouwer]”.

Rangel continua: “lógico que nós não criamos uma coisa tão diferente, porque é uma réplica, né? O texto é o mesmo, a marcação é a mesma… Mas acaba que são coisas diferentes. Nós temos o nosso jeitinho brasileiro de fazer tudo. Não criei nada específico para a personagem (não coloquei falas novas ou marcações novas), porém, é a nossa personalidade que entra ali nela. Não mudei nada, mas acrescentei o meu tempero”.

Garcia também forneceu sua própria perspectiva acerca do musical, comentando sobre as diferenças de outras peças que fez (como ‘A Pequena Sereia’).

“Numa questão pessoal, meu personagem em Anastasia é muito grande, está muito tempo em cena. Então, para mim, isso faz muita diferença. Você não sair de cena é uma coisa que requer muita energia. É um musical que acaba sendo muito cansativo, principalmente em termos vocais, porque tenho muitas canções. Mas, em se tratando do musical em si, acho que a diferença em relação aos outros é que, pela primeira vez, é uma equipe estrangeira que veio [para o Brasil] montá-lo. Eu faço um musical que é completamente réplica; qualquer lugar do mundo em que eu assistir, vai ser a mesma coisa que nós fazemos em cena – pelo menos nas marcações. E acho que é um desafio muito legal, como ator e como intérprete, termos marcações fixas e ainda assim tentar trazer um pouco da nossa interpretação, da nossa visão sobre aquele personagem”, ele disse.

Acerca do personagem que interpreta, Dmitry, Garcia discorreu sobre os elementos que pôde criar, ainda que não houvesse espaço para apostar em novas marcações ou nas falas.

““Nós não tínhamos muita liberdade em relação às marcas, como eu disse, porque é tudo muito parecido [com a peça original]. O texto também, por ser muito parecido com o lá de fora, não abre muita oportunidade para mudar as coisas. O que eu tentei fazer para aproximar o personagem de quem ele é mesmo foi buscar elementos na fala que pudesse deixar mais coloquial. O Dmitry é um cara que cresceu nas ruas, ele não tem nenhum tipo de formação. Ele fala como alguém que cresceu nas ruas, e isso foi um desafio para mim: tentei tirar o texto do papel e colocar na minha boca para parecer que ele é, de fato, aquela pessoa”.

Em diversos perfis, Garcia já comentou sobre seu sonho de fazer musicais internacionais. Quando perguntamos a ele sobre esse desejo, o ator comentou que teve a oportunidade de morar em águas internacionais e que, agora, quer voltar para trabalhar com o que ama.

“Eu tenho essa vontade de trabalhar de, um dia, poder trabalhar fora do país. É uma coisa um pouco pessoal e não é nem por que eu ache que ‘lá fora seja melhor’. Mas tive oportunidade, quando mais novo, de morar fora do Brasil junto à minha família – e foi um período em que eu ainda estava estudando. Então, tenho muita vontade de retomar essa experiência de morar fora do país, só que dessa vez trabalhando já, trabalhando com o que eu amo e o que eu estudei a vida inteira. É como se eu quisesse completar essa experiência toda”, ele explica.

Garcia acrescenta, dizendo que é apaixonado por revivals e que um dos seus objetivos é conseguir interpretar Christian no clássico musical ‘Moulin Rouge!’:

“Olha, eu gosto muito de revivals, tenho um carinho muito grande por espetáculos principalmente da Era de Ouro, dos anos 1950, 1960. Eles acabam sendo um pouco mais antiquados, uma coisa que o público ama hoje em dia. Mas sou apaixonado pela parte musical do teatro, a parte da orquestra. E, nessa época, acho que tudo era muito rico; tínhamos orquestras muito mais cheias, que preenchiam o som de forma diferente de agora. Porém, acho que os musicais do meu sonho são mais recentes. É um grande sonho meu poder interpretar o Christian em ‘Moulin Rouge!’, que é um musical que amo de paixão. E sei que ele está em cartaz lá fora e pode ser que demore um pouco para vir para o Brasil – e talvez nem venha, por ser um musical jukebox, que usa canções pop.       E eles são mais difíceis de trazer para cá, porque fica a questão de: ‘traduz ou não traduz as músicas? Coloca uma versão em português para se aproximar do público e descaracteriza completamente, ou coloca uma versão para o público se conectar mais com a história?’. É difícil nessa questão. E, por ter a possibilidade de demorar para chegar aqui, seria uma oportunidade para eu trabalhar lá fora”.

Rangel também foi questionada sobre sua experiência na produção e revelou que realizou um sonho a ser escalada como a protagonista.

“Nossa, foi a realização de um sonho para mim, porque eu comecei a fazer teatro muito nova e sempre sonhei em chegar nesse lugar. Então, quando eu descobri que ia ser a Anastasia foi muito emocionante, eu chorei… Foi um misto de emoções, de alegria, nervosismo, muito medo – porque não sabia o que estava por vir -, mas muita emoção de poder contar essa história. E ainda mais em São Paulo, onde o mercado é tão forte”.

Ela continua, explicando alguns detalhes de como funcionou seu processo de construção de personagem para a versão brasileira:

““Eu assisti à animação depois de mandar o material. Conhecia a princesa, sabia que ela tinha vindo da Rússia e que tinha a ver com a família Romanov, mas nunca tinha assistido ao filme. E aí, quando mandei o material e fui chamada para fazer a audição para a Anya, eu falei: ‘bom, deixa eu ver o filme, para eu ter uma noção da história e entender como é a personagem’. Eu assisti ao filme antes da audição e, quando eu passei, vi o musical”.

Crítica | Musical ‘Anastasia’ é um deleite para os olhos e uma espetacular adaptação brasileira

A atriz é veterana já no circuito teatral, tendo começado em 2004 com ‘Pluft, o Fantasminha’ e, desde então, tendo passado por diversas obras bastante conhecidas – como ‘O Mágico de Oz’‘GODSPELL’‘O Mambembe’. E, enquanto Anastasia abriu portas para um novo capítulo em sua carreira, isso não significa que ela não tenha outros projetos dos quais queria participar.

“Sempre que me perguntam qual é o meu papel dos sonhos ou a peça favorita, eu digo que sempre tenho um personagem específico que gostaria de fazer em determinada peça”, ela explica. Por exemplo, em ‘O Fantasma da Ópera’, que é a minha favorita, gostaria de fazer a Christine; em ‘Mean Girls’, a Regina George ou a Cady… Tem vários, mas não sei se tem algum que seja o ideal. Mas gostaria de fazer ‘Beetlejuice’, que vem aí e que é bem legal, ‘Waitress’, que é muito bom. Se fosse para escolher, seria ‘Fantasma’, que é o meu favorito”.

Em Anastasia, um dos principais elementos que chama a atenção dos espectadores são os belíssimo figurinos – cortesia da supervisora Geneviève Petitpierre. E Rangel tem o seu favorito: uma belíssima peça azul que usa na sequência do ballet em Paris.

““O vestido azul com certeza é o meu favorito. Se ninguém estiver de olho, eu vou pegar e levar para o Rio [risos]. Ele fica muito bem no corpo e, apesar de nunca ter visto de fora, todo mundo fala que ele é bonito, mas quando a luz reflete em todas aquelas pedras, fica a coisa mais linda. Porém, tenho um carinho muito grande pelo do primeiro ato, que é o figurino com o qual passo mais tempo, [porque] é o figurino principal, com que ela sai nas fotos e divulga… Mas o azul é realmente mais bonito”.

É claro que o musical não é o ponto final para esses incríveis atores. Inclusive, ambos já estão pensando em projetos futuros. Garcia, por exemplo, não pôde revelar detalhes sobre sua próxima peça, mas disse que será “muito legal”.

“Olha, eu estou em testes para um projeto muito legal, mas não posso falar o que é”, ele conta. “Há algumas possibilidades para o segundo semestre, mas nada fechado, por enquanto. A temporada de Anastasia vai até maio [de 2023], então estou bem focado nele; conforme forem aparecendo as coisas, vou fazer, mas estou em fase de testes para um projeto bem legal que deve sair ainda esse ano, se der certo – e se eu passar”.

Rangel aproveitou para comentar que há vários musicais que chegarão ao Brasil no segundo semestre e que, ainda que não tenha nada definido, continuará a fazer as audições e a mandar seu material.

““Olha, esse ano muitos musicais vêm para o Brasil, graças a Deus. Na pós-pandemia, as coisas estão voltando a correr. Não tenho nada definido, mas espero que tenha. Vou correr atrás mandar material, fazer testes e o que vier vai ser incrível. Minha meta é continuar trabalhando até o final do ano e conseguir emendar uma coisa na outra. Mas, a princípio, não tenho nada fechado”.

Lembrando que o musical continua em cartaz no Teatro Renault, em São Paulo.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Anastasia ganhou o mundo quando saiu em 1997, pelas mãos da saudosa 20th Century Fox e, duas décadas mais tarde, voltou a conquistar o público ao chegar aos palcos da Broadway. Agora, somos presenteados com a versão brasileira do musical, estrelado por Giovanna RangelRodrigo Garcia e grande elenco.

A trama é ambientada na Revolução Russa e nos anos subsequentes, em que a família imperial Romanov foi assassinada pelo levante bolchevique – com exceção da jovem princesa Anastasia (Rangel), que perdeu a memória depois do profundo trauma que sofreu e adotou o alter-ego de Anya, vivendo nas ruas de seu país natal. À medida que tenta fugir de lá, ela cruza caminho com o vigarista Dmitry (Garcia) e com o ex-aristocrata Vlad (Tiago Abravanel), que acreditam que ela possa se passar pela princesa perdida e garantir a liberdade de todos – sem saber, de fato, que ela é a verdadeira Anastasia.

Recentemente, o nosso repórter Thiago Nolla teve a oportunidade de conversar com Rangel e Garcia, que falaram sobre a peça em si e inclusive sobre projetos futuros.

Rangel, que faz sua estreia oficial como protagonista, entrega um trabalho impecável como a protagonista titular e disse que, apesar da adaptação brasileira ser uma réplica, ela conseguiu colocar alguns elementos próprios para garantir que sua personagem pudesse se conectar ainda mais com o público brasileiro. Além disso, ela contou um pouco sobre a preparação para viver Anya/Anastasia nos palcos.

“Não achei pesada, e sim uma coisa bem orgânica”, ela conta. “O pessoal que veio lá de fora foi muito tranquilo. Claro que foi uma preparação rápida, porque em Anastasia, tudo foi muito rápido. As audições, mandar o material… Tivemos pouco mais de um mês para estrear o espetáculo, mas foi algo bem tranquilo. Tive o momento de pesquisa, de ir atrás de documentário, de assistir ao filme e ao musical várias vezes – porque, por ser réplica, a gente consegue ter uma noção do que fazer em cena. Porém, tomei o cuidado de não ver tantas vezes e acabar me influenciando, talvez, para alguma coisa. Não queria copiar a Christy [Altomare], que fez a Anastasia lá fora. Então, assisti para ver a história, ver o musical e entender qual seria a dinâmica – mas depois de três vezes, eu falei: ‘OK, vamos parar por aqui e começar a criar o meu, porque senão vão falar que está igual’. Foi um processo muito bacana e a construção veio muito de mim e da diretora [Carline Brouwer]”.

Rangel continua: “lógico que nós não criamos uma coisa tão diferente, porque é uma réplica, né? O texto é o mesmo, a marcação é a mesma… Mas acaba que são coisas diferentes. Nós temos o nosso jeitinho brasileiro de fazer tudo. Não criei nada específico para a personagem (não coloquei falas novas ou marcações novas), porém, é a nossa personalidade que entra ali nela. Não mudei nada, mas acrescentei o meu tempero”.

Garcia também forneceu sua própria perspectiva acerca do musical, comentando sobre as diferenças de outras peças que fez (como ‘A Pequena Sereia’).

“Numa questão pessoal, meu personagem em Anastasia é muito grande, está muito tempo em cena. Então, para mim, isso faz muita diferença. Você não sair de cena é uma coisa que requer muita energia. É um musical que acaba sendo muito cansativo, principalmente em termos vocais, porque tenho muitas canções. Mas, em se tratando do musical em si, acho que a diferença em relação aos outros é que, pela primeira vez, é uma equipe estrangeira que veio [para o Brasil] montá-lo. Eu faço um musical que é completamente réplica; qualquer lugar do mundo em que eu assistir, vai ser a mesma coisa que nós fazemos em cena – pelo menos nas marcações. E acho que é um desafio muito legal, como ator e como intérprete, termos marcações fixas e ainda assim tentar trazer um pouco da nossa interpretação, da nossa visão sobre aquele personagem”, ele disse.

Acerca do personagem que interpreta, Dmitry, Garcia discorreu sobre os elementos que pôde criar, ainda que não houvesse espaço para apostar em novas marcações ou nas falas.

““Nós não tínhamos muita liberdade em relação às marcas, como eu disse, porque é tudo muito parecido [com a peça original]. O texto também, por ser muito parecido com o lá de fora, não abre muita oportunidade para mudar as coisas. O que eu tentei fazer para aproximar o personagem de quem ele é mesmo foi buscar elementos na fala que pudesse deixar mais coloquial. O Dmitry é um cara que cresceu nas ruas, ele não tem nenhum tipo de formação. Ele fala como alguém que cresceu nas ruas, e isso foi um desafio para mim: tentei tirar o texto do papel e colocar na minha boca para parecer que ele é, de fato, aquela pessoa”.

Em diversos perfis, Garcia já comentou sobre seu sonho de fazer musicais internacionais. Quando perguntamos a ele sobre esse desejo, o ator comentou que teve a oportunidade de morar em águas internacionais e que, agora, quer voltar para trabalhar com o que ama.

“Eu tenho essa vontade de trabalhar de, um dia, poder trabalhar fora do país. É uma coisa um pouco pessoal e não é nem por que eu ache que ‘lá fora seja melhor’. Mas tive oportunidade, quando mais novo, de morar fora do Brasil junto à minha família – e foi um período em que eu ainda estava estudando. Então, tenho muita vontade de retomar essa experiência de morar fora do país, só que dessa vez trabalhando já, trabalhando com o que eu amo e o que eu estudei a vida inteira. É como se eu quisesse completar essa experiência toda”, ele explica.

Garcia acrescenta, dizendo que é apaixonado por revivals e que um dos seus objetivos é conseguir interpretar Christian no clássico musical ‘Moulin Rouge!’:

“Olha, eu gosto muito de revivals, tenho um carinho muito grande por espetáculos principalmente da Era de Ouro, dos anos 1950, 1960. Eles acabam sendo um pouco mais antiquados, uma coisa que o público ama hoje em dia. Mas sou apaixonado pela parte musical do teatro, a parte da orquestra. E, nessa época, acho que tudo era muito rico; tínhamos orquestras muito mais cheias, que preenchiam o som de forma diferente de agora. Porém, acho que os musicais do meu sonho são mais recentes. É um grande sonho meu poder interpretar o Christian em ‘Moulin Rouge!’, que é um musical que amo de paixão. E sei que ele está em cartaz lá fora e pode ser que demore um pouco para vir para o Brasil – e talvez nem venha, por ser um musical jukebox, que usa canções pop.       E eles são mais difíceis de trazer para cá, porque fica a questão de: ‘traduz ou não traduz as músicas? Coloca uma versão em português para se aproximar do público e descaracteriza completamente, ou coloca uma versão para o público se conectar mais com a história?’. É difícil nessa questão. E, por ter a possibilidade de demorar para chegar aqui, seria uma oportunidade para eu trabalhar lá fora”.

Rangel também foi questionada sobre sua experiência na produção e revelou que realizou um sonho a ser escalada como a protagonista.

“Nossa, foi a realização de um sonho para mim, porque eu comecei a fazer teatro muito nova e sempre sonhei em chegar nesse lugar. Então, quando eu descobri que ia ser a Anastasia foi muito emocionante, eu chorei… Foi um misto de emoções, de alegria, nervosismo, muito medo – porque não sabia o que estava por vir -, mas muita emoção de poder contar essa história. E ainda mais em São Paulo, onde o mercado é tão forte”.

Ela continua, explicando alguns detalhes de como funcionou seu processo de construção de personagem para a versão brasileira:

““Eu assisti à animação depois de mandar o material. Conhecia a princesa, sabia que ela tinha vindo da Rússia e que tinha a ver com a família Romanov, mas nunca tinha assistido ao filme. E aí, quando mandei o material e fui chamada para fazer a audição para a Anya, eu falei: ‘bom, deixa eu ver o filme, para eu ter uma noção da história e entender como é a personagem’. Eu assisti ao filme antes da audição e, quando eu passei, vi o musical”.

Crítica | Musical ‘Anastasia’ é um deleite para os olhos e uma espetacular adaptação brasileira

A atriz é veterana já no circuito teatral, tendo começado em 2004 com ‘Pluft, o Fantasminha’ e, desde então, tendo passado por diversas obras bastante conhecidas – como ‘O Mágico de Oz’‘GODSPELL’‘O Mambembe’. E, enquanto Anastasia abriu portas para um novo capítulo em sua carreira, isso não significa que ela não tenha outros projetos dos quais queria participar.

“Sempre que me perguntam qual é o meu papel dos sonhos ou a peça favorita, eu digo que sempre tenho um personagem específico que gostaria de fazer em determinada peça”, ela explica. Por exemplo, em ‘O Fantasma da Ópera’, que é a minha favorita, gostaria de fazer a Christine; em ‘Mean Girls’, a Regina George ou a Cady… Tem vários, mas não sei se tem algum que seja o ideal. Mas gostaria de fazer ‘Beetlejuice’, que vem aí e que é bem legal, ‘Waitress’, que é muito bom. Se fosse para escolher, seria ‘Fantasma’, que é o meu favorito”.

Em Anastasia, um dos principais elementos que chama a atenção dos espectadores são os belíssimo figurinos – cortesia da supervisora Geneviève Petitpierre. E Rangel tem o seu favorito: uma belíssima peça azul que usa na sequência do ballet em Paris.

““O vestido azul com certeza é o meu favorito. Se ninguém estiver de olho, eu vou pegar e levar para o Rio [risos]. Ele fica muito bem no corpo e, apesar de nunca ter visto de fora, todo mundo fala que ele é bonito, mas quando a luz reflete em todas aquelas pedras, fica a coisa mais linda. Porém, tenho um carinho muito grande pelo do primeiro ato, que é o figurino com o qual passo mais tempo, [porque] é o figurino principal, com que ela sai nas fotos e divulga… Mas o azul é realmente mais bonito”.

É claro que o musical não é o ponto final para esses incríveis atores. Inclusive, ambos já estão pensando em projetos futuros. Garcia, por exemplo, não pôde revelar detalhes sobre sua próxima peça, mas disse que será “muito legal”.

“Olha, eu estou em testes para um projeto muito legal, mas não posso falar o que é”, ele conta. “Há algumas possibilidades para o segundo semestre, mas nada fechado, por enquanto. A temporada de Anastasia vai até maio [de 2023], então estou bem focado nele; conforme forem aparecendo as coisas, vou fazer, mas estou em fase de testes para um projeto bem legal que deve sair ainda esse ano, se der certo – e se eu passar”.

Rangel aproveitou para comentar que há vários musicais que chegarão ao Brasil no segundo semestre e que, ainda que não tenha nada definido, continuará a fazer as audições e a mandar seu material.

““Olha, esse ano muitos musicais vêm para o Brasil, graças a Deus. Na pós-pandemia, as coisas estão voltando a correr. Não tenho nada definido, mas espero que tenha. Vou correr atrás mandar material, fazer testes e o que vier vai ser incrível. Minha meta é continuar trabalhando até o final do ano e conseguir emendar uma coisa na outra. Mas, a princípio, não tenho nada fechado”.

Lembrando que o musical continua em cartaz no Teatro Renault, em São Paulo.

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Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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