Há alguns meses, foi divulgado que a ANCINE (Agência Nacional do Cinema) e o Ministério da Economia estão estudando extinguir a política de ingresso de meia-entrada em cinemas, museus e teatros no Brasil.
A agência em questão abriu recentemente um pleito público sobre a viabilidade e os efeitos da obrigatoriedade da política. O Ministério se posicionou a favor da anulação desses direitos culturais, revelou a Fórum.
Em entrevista ao CinePOP, a Presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) – Bruna Brelaz – afirmou que é “inadmissível” retirar esse direito do consumidor durante uma crise financeira e uma pandemia.
“A UNE defende a Lei (12.933/2013) da meia-entrada como mecanismo de inclusão social dos estudantes para acesso a cultura, ao lazer e a educação. Quando o governo ameaça acabar com esse direito, nos liga o alerta, pois não há garantia de acesso à cidade sem meia-entrada. E é inadmissível e de uma falta de sensibilidade, que em uma crise econômica em que as pessoas estão cada vez mais pobres e desempregadas, que tem sua maioria composta por jovens e estudantes, se retire o direito ao acesso da meia-entrada.”, afirmou Bruna Brelaz.
Como a extinção da meia-entrada não apresenta quaisquer garantias de que o preço das entradas inteiras seja reduzida, Brelaz afirmou que a UNE lutará para impedir a anulação dos direitos culturais
“Não permitiremos que essa conquista história seja destruída por irresponsabilidade desse governo.”, concluiu.
A própria ANCINE surgiu com essa articulação após a queda das vendas de ingressos de valor inteiro – cujo percentual se isolou em apenas 21,6% em 2020.
A política de meia-entrada foi instaurada em 2013 e abrange estudantes, pessoas com deficiência e jovens, de baixa renda, com idade entre 15 e 29 anos. Para os idosos, esse direito existe de 2003 e se insere no Estatuto do Idoso.