Segundo o site Explore Entertainment, o clássico e aclamado drama de época racial ‘Histórias Cruzadas’ tornou-se o mais visto da Netflix EUA nas últimas semanas.
O longa-metragem, que gira em torno de uma jornalista que pretende escrever um livro sobre as histórias das empregadas domésticas negras de uma pequena cidade chamada Jackson, Mississippi, denunciando o racismo enraizado em uma sociedade supremacista. E, levando em conta o conturbado cenário norte-americano dos últimos tempos, que incluiu o brutal assassinado de George Floyd por um policial branco, o filme parece servir de análise sociopolítica e é mais necessário que nunca.
Apesar de ter conquistado o público e a crítica há nove anos, sendo indicado para o Oscar de Melhor Filme e dando a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante para Octavia Spencer, Viola Davis revelou há dois anos que se arrependeu de ter estrelado a produção.
Durante uma entrevista ao Times, Davis revelou que se arrependeu de ter interpretado a personagem Aibileen, pelo fato da produção não representar corretamente as empregadas domésticas apresentadas na trama.
Disse:
“Se eu já me arrependi de alguns papéis que interpretei? Sim e a Aibileen de ‘Histórias Cruzadas‘ está nessa lista. Eu apenas acho que, ao final de contas, as vozes das empregadas domésticas não foram ouvidas. Eu conheço Aibileen, eu conheço Minny. Elas eram minha avó, elas eram minha mãe. E eu sei que se você faz um filme cuja premissa é saber como é para uma mulher negra e pobre trabalhar para famílias brancas e criar seus filhos em pleno 1963, eu quero ouvir como elas se sentiam nessa posição. Eu nunca ouvi isso ao longo do filme”.
Durante a entrevista, Viola salientou que sua experiência frustrante com ‘Histórias Cruzadas’ não tem nada a ver com o relacionamento com as colegas de elenco, que por sinal se tornaram suas amigas:
“As amizades que eu construi no set de filmagens são aquelas que eu levarei para o resto da minha vida. Eu tive uma experiência maravilhosa com essas outras atrizes, que são pessoas extraordinárias e eu não poderia ter pedido por uma colaboradora melhor que não fosse a Tate Taylor“.