domingo , 22 dezembro , 2024

Homem-Aranha (2002) Completa 20 Anos | Conheça as Mais Diferentes Versões do Filme que QUASE Aconteceram

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Este ano, o primeiro filme do personagem Homem-Aranha nas telonas completa 20 anos de lançamento. Lançada em 3 de maio de 2002 nos EUA (e 17 de maio no Brasil), a obra responsável pela consolidação do gênero dos super-heróis – que domina as bilheterias atualmente – se transformou num fenômeno que geraria uma franquia que já soma nada menos do que 8 longas blockbusters nestas duas décadas desde seu lançamento, incluindo o recente Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, o maior sucesso de 2021.

O primeiro Homem-Aranha, dirigido por Sam Raimi, bateu inúmeros recordes de bilheteria em seu lançamento. Foi, por exemplo, na época o filme que mais arrecadou em seu primeiro fim de semana de estreia – com quase US$50 milhões em cofre. Foi também o primeiro filme a atingir a marca de US$100 milhões de forma mais rápida. Mas a estrada para o sucesso da Columbia (Sony) não seria fácil e a trajetória do Homem-Aranha nas telonas demorou nada menos do que 17 anos para sair do papel, desde que a ideia entrou em pré-produção pela primeira vez, ainda em 1985. Abaixo, traremos para você nessa nova matéria todas as versões que o Homem-Aranha teria no cinema desde que o filme começou a ganhar forma ainda em meados da década de 80 até finalmente se tornar o filme que conhecemos e amamos, e que este ano faz aniversário de 20 anos. Confira abaixo.



Versão da Cannon 1

A Cannon Films foi uma produtora de cinema muito conhecida e adorada por todos que cresceram nos anos 1980. A empresa fez a alegria da garotada por ser especialista em filmes de ação, como as produções protagonizadas por Chuck Norris e Charles Bronson, por exemplo. Porém, essas mesmas crianças que adoravam a Cannon na infância, hoje todos adultos, sabem muito bem que a empresa era conhecida por ser uma das maiores picaretas de Hollywood – que sonhava mais alto do que de fato podia cumprir e que barateava seus blockbusters até não poder mais, chegando à falência no fim da década. Eles foram responsáveis por “superproduções” mequetrefes como Mestres do Universo (o filme de He-Man com Dolph Ludgren) e Superman IV – Em Busca da Paz, ambos de 1987, por exemplo. Pois bem, a própria Cannon seria a responsável por levar o Homem-Aranha às telonas. Já pensou?

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Os primos israelenses Menahem Golan e Yoram Globus, os donos da Cannon Films, compraram os direitos do personagem para o cinema ainda em 1985. Para complicar a situação, a dupla não sabia nada sobre o herói, e imaginavam que o Homem-Aranha era um monstro; algo como o Lobisomem, por exemplo. Assim, encomendaram um roteiro inteiramente baseado em sua noção equivocada do personagem, no qual Peter Parker era submetido a um experimento de um cientista, que o transformaria num monstro de oito braços similar a uma tarântula humana.

O diretor planejado para comandar esta versão bizarra seria o icônico Tobe Hooper, que havia colaborado com a Cannon em três produções de terror: Força Sinistra (1985), Invasores de Marte (1986) e O Massacre da Serra Elétrica 2 (1986). Nesta produção, o elenco proposto era Tom Cruise como Peter Parker, Bob Hoskins como o Doutor Octopus, o próprio Stan Lee como J. Jonah Jameson, e Audrey Hepburn ou Lauren Bacall como tia May. Nem precisa ser dito que o criador Stan Lee desaprovou esta versão “monstruosa” e propôs uma história diferente envolvendo o vilão Doutor Octopus, mais parecida com a que tivemos de fato em Homem-Aranha 2 (2004). Finalmente, após o fracasso de Superman IV e a eventual falência da Cannon, o projeto do filme do Homem-Aranha foi cancelado.

Versão da Cannon 2

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Antes de falir entre o fim dos anos 80 e início de 90, a Cannon Films fazia de sua prioridade tirar o filme do Homem-Aranha do papel, após comprar os direitos em 1985. Depois de entenderam melhor quem era o personagem, os donos da Cannon, Golan e Globus, desenvolviam uma produção do herói a pleno vapor. Eles inclusive chegaram a lançar um trailer anunciando o filme, enquanto o projeto ainda estava em fase de pré-produção, nos estágios iniciais. Essa era a cara de pau dos marqueteiros primos donos da Cannon. Neste trailer, eles já anunciavam a direção de Joseph Zito, apadrinhado da Cannon graças a filmes como Braddock – O Super Comando (1984) e Invasão USA (1985).

Em outro determinado momento, o nome mais forte para a direção de Homem-Aranha era o do cineasta Albert Pyun, que havia trabalhado para a Cannon no cult Uma Estranha em Los Angeles (1988). O filme deveria começar sua produção justamente na mesma época, no ano de 1988, e teria o orçamento de US$6 milhões – o que para a Cannon era uma fortuna, mas para todo o resto de Hollywood já era considerado troco de mercado. Nesta versão, o protagonista Peter Parker/Homem-Aranha seria interpretado pelo ator desconhecido e dublê Scott Leva. A Cannon, que adorava fazer “dois pelo preço de um”, havia contratado o diretor Pyun para duas produções de uma tacada só. Ao mesmo tempo em que faria Homem-Aranha, o cineasta iria filmar também Mestres do Universo 2.

A ideia de “Jênio” era a seguinte, no intervalo de oito semanas enquanto Leva ganhava corpo para o papel do herói, após ter filmado todas as suas cenas como o magricela Peter Parker, o diretor Pyun sairia para gravar He-Man 2, e depois retornaria para terminar Homem-Aranha. Em uma entrevista, o diretor Pyun disse que o roteiro do filme que iria dirigir mostraria a origem do Homem-Aranha, e que o vilão do longa seria o Lagarto, versão monstruosa do Dr. Curt Connors. A maior parte do filme se passaria nos esgotos de Nova York, onde o herói aracnídeo perseguiria e lutaria contra o Lagarto. Parte dessa ideia foi reaproveitada no blockbuster O Espetacular Homem-Aranha (2012).

Ambos os projetos Homem-Aranha de 1988 e Mestres do Universo 2 foram cancelados após a falência da Cannon. Porém, antes de sair completamente do ar, o estúdio (que não dava ponto sem nó), reaproveitou o que já tinha pronto para Mestres do Universo 2, e utilizou no filme de ação Cyborg – O Dragão do Futuro (1989), com Jean-Claude Van Damme. O diretor, por outro lado, realizaria a vontade de comandar uma produção de um herói da Marvel, com aquele filme tosco do Capitão América, de 1990.

Versão de James Cameron

Como muitos sabem, antes de Sam Raimi ser contratado como diretor de Homem-Aranha, um dos cineastas que mais esteve associado ao projeto era o megalomaníaco James Cameron, ainda na década de 1990. Quem viveu na época, certamente lembra do nome de Cameron vinculado a qualquer notícia sobre o maior personagem da Marvel. Depois do fiasco da Cannon Films junto ao herói, entrava em cena outra produtora que marcou os anos 80 e 90 em Hollywood: a Carolco. A produtora e Cameron tinham um histórico de sucessos, com o cineasta tendo trabalhado no roteiro de Rambo II – A Missão (1985) e realizado um de seus maiores filmes na casa, O Exterminador do Futuro 2 (1991). A Carolco também ficaria conhecida por blockbusters como O Vingador do Futuro (1990), Instinto Selvagem (1992), Soldado Universal (1992) e Risco Total (1993). Fora isso, a Carolco havia até mesmo produzido um filme de um personagem da Marvel em 1989, com a primeira versão de O Justiceiro, com Dolph Lundgren, para o cinema.

O envolvimento de Cameron se iniciou em 1993, quando foi contratado para escrever um roteiro para a Carolco. Nesta versão, o vilão seria o Doutor Octopus, que teria uma relação de mentor e pupilo com o protagonista Peter Parker, sendo também seu professor na universidade. Ou seja, a trama não seria mais centrada no colégio, com o herói um pouco mais velho. Na história de Cameron, Octopus também seria picado pela mesma aranha radioativa que transforma o Homem-Aranha. Fora isso, Cameron não utilizaria Mary Jane ou sequer Gwen Stacy como a protagonista feminina e interesse amoroso do protagonista, e sim a personagem secundária Liz Allen – vista em Homem-Aranha: De Volta para Casa (2017), interpretada por Laura Harrier.

Neste primeiro esboço de James Cameron, o Doutor Octopus, ou Professor Octopus, como seria chamado, tinha um capanga chamado Weiner, e seria ele o responsável pela morte do tio Ben, e não um assaltante que Peter havia deixado escapar. Os principais finalistas para estrelar essa versão de Cameron eram Arnold Schwarzenegger como Octopus, e Edward Furlong como Peter, já que o diretor havia acabado de trabalhar com ambos do sucesso estrondoso O Exterminador do Futuro 2.

Depois disso, alguns anos depois, Cameron ainda escreveria outra versão do roteiro, onde o interesse amoroso desta vez já seria Mary Jane Watson, a trama voltaria a se passar no colegial, e o Homem-Aranha enfrentaria dois vilões: Electro e o Homem Areia. As identidades destes vilões, porém, seriam alteradas nesta adaptação. Electro, o vilão principal, não seria mais Max Dillon, e sim o bilionário homem de negócios chamado Carlton Strand, cujo poder seria absorver informações de computadores. Já o Homem Areia seria o segurança de Strand, chamado Boyd, ao invés do criminoso Flynt Marko. Foi Cameron também que teve a ideia, neste roteiro, das teias orgânicas do herói, ao invés dos lançadores de teia mecânicos – conceito mantido na versão final de Sam Raimi.

Este segundo roteiro, escrito após Titanic (1997), seria um filme de censura mais alta, para adultos, figurando ainda uma cena de sexo entre Peter e Mary Jane na ponte do Brooklyn. Versão aprovada pelo criador Stan Lee. Desta vez, James Cameron planejava o elenco com Lance Henriksen como Strand/Electro, Michael Biehn como Boyd/Homem Areia, e Leonardo DiCaprio como Peter Parker/Homem-Aranha. Assim como na década de 1980, o projeto nunca veria a luz do dia, com a produtora Carolco vindo a falir algum tempo depois. Após a compra dos direitos pela Sony (Columbia), muitas das ideias de Cameron foram aproveitadas no filme de Sam Raimi, sem dar créditos ao cineasta.

No fim da mesma década, em 1999, o roteirista Michael France, responsável pelas histórias de O Justiceiro (2004) e Quarteto Fantástico (2005), escreveu um roteiro para Homem-Aranha que contaria com dois vilões: o Duende Verde e o Doutor Octopus, e ainda teria uma cena pós-créditos que incluiria Venom para a continuação.

Versão de David Fincher

A última versão que quase saiu do papel antes do filme de Sam Raimi foi a que seria dirigida por ninguém menos que David Fincher. Sim, o cineasta conhecido por obras de suspense de muita qualidade, vide Seven, Zodíaco e Garota Exemplar, era um dos finalistas a assumir o comando do primeiro filme do herói aracnídeo nas telonas. E não foi apenas uma vez, como duas. A primeira, antes de Raimi para o filme de 2002, e a segunda, após a saída de Raimi, em 2010 – e antes de Marc Webb assumir em O Espetacular Homem-Aranha (2012). Para ser mais preciso, foi em 1999 que David Fincher se tornava um dos finalistas para o cargo, numa época em que o Homem-Aranha não havia aparecido nas telonas ainda, e que o diretor colecionava sucessos como Seven, Vidas em Jogo e Clube da Luta.

Voltando para essa primeira quase participação de Fincher no primeiro longa do Homem-Aranha, em 1999, as ideias do cineasta para a trama se concentrariam na história da morte de Gwen Stacy, que ganharíamos em 2014, no segundo filme de Marc Webb com o personagem. Do jeito que a mente de Fincher funciona, o diretor confessou em entrevistas que estava mais interessado em “matar Gwen Stacy” e no vilão Duende Verde, do que de fato na história de origem do herói. Justamente por isso, seus planos não eram girar a trama em torno de Peter Parker aprendendo a usar seus poderes e nem em sua origem. Segundo Fincher, isso ocorreria nos primeiros dez minutos de seu filme, numa espécie de abertura. Depois disso, ele já partiria para a ação.

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Este ano, o primeiro filme do personagem Homem-Aranha nas telonas completa 20 anos de lançamento. Lançada em 3 de maio de 2002 nos EUA (e 17 de maio no Brasil), a obra responsável pela consolidação do gênero dos super-heróis – que domina as bilheterias atualmente – se transformou num fenômeno que geraria uma franquia que já soma nada menos do que 8 longas blockbusters nestas duas décadas desde seu lançamento, incluindo o recente Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, o maior sucesso de 2021.

O primeiro Homem-Aranha, dirigido por Sam Raimi, bateu inúmeros recordes de bilheteria em seu lançamento. Foi, por exemplo, na época o filme que mais arrecadou em seu primeiro fim de semana de estreia – com quase US$50 milhões em cofre. Foi também o primeiro filme a atingir a marca de US$100 milhões de forma mais rápida. Mas a estrada para o sucesso da Columbia (Sony) não seria fácil e a trajetória do Homem-Aranha nas telonas demorou nada menos do que 17 anos para sair do papel, desde que a ideia entrou em pré-produção pela primeira vez, ainda em 1985. Abaixo, traremos para você nessa nova matéria todas as versões que o Homem-Aranha teria no cinema desde que o filme começou a ganhar forma ainda em meados da década de 80 até finalmente se tornar o filme que conhecemos e amamos, e que este ano faz aniversário de 20 anos. Confira abaixo.

Versão da Cannon 1

A Cannon Films foi uma produtora de cinema muito conhecida e adorada por todos que cresceram nos anos 1980. A empresa fez a alegria da garotada por ser especialista em filmes de ação, como as produções protagonizadas por Chuck Norris e Charles Bronson, por exemplo. Porém, essas mesmas crianças que adoravam a Cannon na infância, hoje todos adultos, sabem muito bem que a empresa era conhecida por ser uma das maiores picaretas de Hollywood – que sonhava mais alto do que de fato podia cumprir e que barateava seus blockbusters até não poder mais, chegando à falência no fim da década. Eles foram responsáveis por “superproduções” mequetrefes como Mestres do Universo (o filme de He-Man com Dolph Ludgren) e Superman IV – Em Busca da Paz, ambos de 1987, por exemplo. Pois bem, a própria Cannon seria a responsável por levar o Homem-Aranha às telonas. Já pensou?

Os primos israelenses Menahem Golan e Yoram Globus, os donos da Cannon Films, compraram os direitos do personagem para o cinema ainda em 1985. Para complicar a situação, a dupla não sabia nada sobre o herói, e imaginavam que o Homem-Aranha era um monstro; algo como o Lobisomem, por exemplo. Assim, encomendaram um roteiro inteiramente baseado em sua noção equivocada do personagem, no qual Peter Parker era submetido a um experimento de um cientista, que o transformaria num monstro de oito braços similar a uma tarântula humana.

O diretor planejado para comandar esta versão bizarra seria o icônico Tobe Hooper, que havia colaborado com a Cannon em três produções de terror: Força Sinistra (1985), Invasores de Marte (1986) e O Massacre da Serra Elétrica 2 (1986). Nesta produção, o elenco proposto era Tom Cruise como Peter Parker, Bob Hoskins como o Doutor Octopus, o próprio Stan Lee como J. Jonah Jameson, e Audrey Hepburn ou Lauren Bacall como tia May. Nem precisa ser dito que o criador Stan Lee desaprovou esta versão “monstruosa” e propôs uma história diferente envolvendo o vilão Doutor Octopus, mais parecida com a que tivemos de fato em Homem-Aranha 2 (2004). Finalmente, após o fracasso de Superman IV e a eventual falência da Cannon, o projeto do filme do Homem-Aranha foi cancelado.

Versão da Cannon 2

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Antes de falir entre o fim dos anos 80 e início de 90, a Cannon Films fazia de sua prioridade tirar o filme do Homem-Aranha do papel, após comprar os direitos em 1985. Depois de entenderam melhor quem era o personagem, os donos da Cannon, Golan e Globus, desenvolviam uma produção do herói a pleno vapor. Eles inclusive chegaram a lançar um trailer anunciando o filme, enquanto o projeto ainda estava em fase de pré-produção, nos estágios iniciais. Essa era a cara de pau dos marqueteiros primos donos da Cannon. Neste trailer, eles já anunciavam a direção de Joseph Zito, apadrinhado da Cannon graças a filmes como Braddock – O Super Comando (1984) e Invasão USA (1985).

Em outro determinado momento, o nome mais forte para a direção de Homem-Aranha era o do cineasta Albert Pyun, que havia trabalhado para a Cannon no cult Uma Estranha em Los Angeles (1988). O filme deveria começar sua produção justamente na mesma época, no ano de 1988, e teria o orçamento de US$6 milhões – o que para a Cannon era uma fortuna, mas para todo o resto de Hollywood já era considerado troco de mercado. Nesta versão, o protagonista Peter Parker/Homem-Aranha seria interpretado pelo ator desconhecido e dublê Scott Leva. A Cannon, que adorava fazer “dois pelo preço de um”, havia contratado o diretor Pyun para duas produções de uma tacada só. Ao mesmo tempo em que faria Homem-Aranha, o cineasta iria filmar também Mestres do Universo 2.

A ideia de “Jênio” era a seguinte, no intervalo de oito semanas enquanto Leva ganhava corpo para o papel do herói, após ter filmado todas as suas cenas como o magricela Peter Parker, o diretor Pyun sairia para gravar He-Man 2, e depois retornaria para terminar Homem-Aranha. Em uma entrevista, o diretor Pyun disse que o roteiro do filme que iria dirigir mostraria a origem do Homem-Aranha, e que o vilão do longa seria o Lagarto, versão monstruosa do Dr. Curt Connors. A maior parte do filme se passaria nos esgotos de Nova York, onde o herói aracnídeo perseguiria e lutaria contra o Lagarto. Parte dessa ideia foi reaproveitada no blockbuster O Espetacular Homem-Aranha (2012).

Ambos os projetos Homem-Aranha de 1988 e Mestres do Universo 2 foram cancelados após a falência da Cannon. Porém, antes de sair completamente do ar, o estúdio (que não dava ponto sem nó), reaproveitou o que já tinha pronto para Mestres do Universo 2, e utilizou no filme de ação Cyborg – O Dragão do Futuro (1989), com Jean-Claude Van Damme. O diretor, por outro lado, realizaria a vontade de comandar uma produção de um herói da Marvel, com aquele filme tosco do Capitão América, de 1990.

Versão de James Cameron

Como muitos sabem, antes de Sam Raimi ser contratado como diretor de Homem-Aranha, um dos cineastas que mais esteve associado ao projeto era o megalomaníaco James Cameron, ainda na década de 1990. Quem viveu na época, certamente lembra do nome de Cameron vinculado a qualquer notícia sobre o maior personagem da Marvel. Depois do fiasco da Cannon Films junto ao herói, entrava em cena outra produtora que marcou os anos 80 e 90 em Hollywood: a Carolco. A produtora e Cameron tinham um histórico de sucessos, com o cineasta tendo trabalhado no roteiro de Rambo II – A Missão (1985) e realizado um de seus maiores filmes na casa, O Exterminador do Futuro 2 (1991). A Carolco também ficaria conhecida por blockbusters como O Vingador do Futuro (1990), Instinto Selvagem (1992), Soldado Universal (1992) e Risco Total (1993). Fora isso, a Carolco havia até mesmo produzido um filme de um personagem da Marvel em 1989, com a primeira versão de O Justiceiro, com Dolph Lundgren, para o cinema.

O envolvimento de Cameron se iniciou em 1993, quando foi contratado para escrever um roteiro para a Carolco. Nesta versão, o vilão seria o Doutor Octopus, que teria uma relação de mentor e pupilo com o protagonista Peter Parker, sendo também seu professor na universidade. Ou seja, a trama não seria mais centrada no colégio, com o herói um pouco mais velho. Na história de Cameron, Octopus também seria picado pela mesma aranha radioativa que transforma o Homem-Aranha. Fora isso, Cameron não utilizaria Mary Jane ou sequer Gwen Stacy como a protagonista feminina e interesse amoroso do protagonista, e sim a personagem secundária Liz Allen – vista em Homem-Aranha: De Volta para Casa (2017), interpretada por Laura Harrier.

Neste primeiro esboço de James Cameron, o Doutor Octopus, ou Professor Octopus, como seria chamado, tinha um capanga chamado Weiner, e seria ele o responsável pela morte do tio Ben, e não um assaltante que Peter havia deixado escapar. Os principais finalistas para estrelar essa versão de Cameron eram Arnold Schwarzenegger como Octopus, e Edward Furlong como Peter, já que o diretor havia acabado de trabalhar com ambos do sucesso estrondoso O Exterminador do Futuro 2.

Depois disso, alguns anos depois, Cameron ainda escreveria outra versão do roteiro, onde o interesse amoroso desta vez já seria Mary Jane Watson, a trama voltaria a se passar no colegial, e o Homem-Aranha enfrentaria dois vilões: Electro e o Homem Areia. As identidades destes vilões, porém, seriam alteradas nesta adaptação. Electro, o vilão principal, não seria mais Max Dillon, e sim o bilionário homem de negócios chamado Carlton Strand, cujo poder seria absorver informações de computadores. Já o Homem Areia seria o segurança de Strand, chamado Boyd, ao invés do criminoso Flynt Marko. Foi Cameron também que teve a ideia, neste roteiro, das teias orgânicas do herói, ao invés dos lançadores de teia mecânicos – conceito mantido na versão final de Sam Raimi.

Este segundo roteiro, escrito após Titanic (1997), seria um filme de censura mais alta, para adultos, figurando ainda uma cena de sexo entre Peter e Mary Jane na ponte do Brooklyn. Versão aprovada pelo criador Stan Lee. Desta vez, James Cameron planejava o elenco com Lance Henriksen como Strand/Electro, Michael Biehn como Boyd/Homem Areia, e Leonardo DiCaprio como Peter Parker/Homem-Aranha. Assim como na década de 1980, o projeto nunca veria a luz do dia, com a produtora Carolco vindo a falir algum tempo depois. Após a compra dos direitos pela Sony (Columbia), muitas das ideias de Cameron foram aproveitadas no filme de Sam Raimi, sem dar créditos ao cineasta.

No fim da mesma década, em 1999, o roteirista Michael France, responsável pelas histórias de O Justiceiro (2004) e Quarteto Fantástico (2005), escreveu um roteiro para Homem-Aranha que contaria com dois vilões: o Duende Verde e o Doutor Octopus, e ainda teria uma cena pós-créditos que incluiria Venom para a continuação.

Versão de David Fincher

A última versão que quase saiu do papel antes do filme de Sam Raimi foi a que seria dirigida por ninguém menos que David Fincher. Sim, o cineasta conhecido por obras de suspense de muita qualidade, vide Seven, Zodíaco e Garota Exemplar, era um dos finalistas a assumir o comando do primeiro filme do herói aracnídeo nas telonas. E não foi apenas uma vez, como duas. A primeira, antes de Raimi para o filme de 2002, e a segunda, após a saída de Raimi, em 2010 – e antes de Marc Webb assumir em O Espetacular Homem-Aranha (2012). Para ser mais preciso, foi em 1999 que David Fincher se tornava um dos finalistas para o cargo, numa época em que o Homem-Aranha não havia aparecido nas telonas ainda, e que o diretor colecionava sucessos como Seven, Vidas em Jogo e Clube da Luta.

Voltando para essa primeira quase participação de Fincher no primeiro longa do Homem-Aranha, em 1999, as ideias do cineasta para a trama se concentrariam na história da morte de Gwen Stacy, que ganharíamos em 2014, no segundo filme de Marc Webb com o personagem. Do jeito que a mente de Fincher funciona, o diretor confessou em entrevistas que estava mais interessado em “matar Gwen Stacy” e no vilão Duende Verde, do que de fato na história de origem do herói. Justamente por isso, seus planos não eram girar a trama em torno de Peter Parker aprendendo a usar seus poderes e nem em sua origem. Segundo Fincher, isso ocorreria nos primeiros dez minutos de seu filme, numa espécie de abertura. Depois disso, ele já partiria para a ação.

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