domingo , 22 dezembro , 2024

‘Homem de Ferro 3’ | Filme mais POLÊMICO do Homem de Ferro completa 10 anos

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Lançado em 26 de abril de 2013, Homem de Ferro 3 marcou o início da Fase Dois do Universo Cinematográfico Marvel e se tornou o primeiro filme solo do MCU a romper a barreira de um bilhão de dólares em bilheteria. Ele vinha carregado de expectativas, já que foi vendido com uma campanha publicitária que indicava que as coisas não terminariam muito bem para Tony Stark, com alguns fãs teorizando até que a Disney poderia matar o Homem de Ferro.

Vendo isso agora, uma década depois do lançamento, parece até idiota pensar que a Disney mataria sua “galinha dos ovos de ouro” logo no projeto de abertura da nova fase, mas a verdade é que a campanha publicitária do longa deu indícios bem sólidos de que talvez pudesse ser uma despedida.



A começar pelos cartazes, que traziam cores mais escuras e um tom de preocupação, como neste pôster ao lado, que traz Tony despencando de ponta-cabeça com a armadura destruída. Além disso, o vilão do filme, o Mandarim, era umas das principais ameaças do herói nos quadrinhos e já estava envolvido na mitologia da versão cinematográfica desde o primeiro longa, quando foi mostrada a bandeira dos Dez Anéis na caverna em que Stark foi mantido em cativeiro e criou a primeira versão da armadura do Homem de Ferro. Outro ponto importante foi o primeiro trailer oficial, que trouxe um tom muito mais denso e um discurso de pesar de Tony Stark.

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Mais do que isso, o projeto em si era uma grande despedida nos bastidores. Além de ter sido o último filme do MCU com distribuição da Paramount (apesar de só constar o nome da Disney nos créditos), foi o primeiro e único filme solo da franquia Homem de Ferro a não ser dirigido por Jon Favreau. Na época, ele decidiu não voltar para o capítulo final por estar focado em outros projetos, como seu drama indie Chef (2014) e Mogli: O Menino Lobo (2016). Isso refletiu até mesmo em seu personagem. Como Jon não tinha tanto tempo disponível para as gravações, Happy Hogan passa a maior parte do filme na UTI de um hospital.

Para a direção, Kevin Feige foi atrás de um diretor mais experiente e que já tivesse trabalhado com Robert Downey Jr., e assim ele chegou a Shane Black, que dirigiu Downey Jr. em Beijos e Tiros (2005). O diretor, que trabalhou em franquias como Máquina Mortífera, queria romper com o passado do personagem e preparar Tony para funcionar como um tipo de mentor dos super-heróis desse universo. Então, ele focou mais no Tony Stark do que no Homem de Ferro, mostrando que ele não precisava da armadura para ser um herói. Não bastasse isso, o diretor ainda encerrou o filme destruindo todas as armaduras e com Tony realizando uma cirurgia para remover o Reator Arc do peito, dando ao protagonista um futuro de mais paz e tranquilidade.

Essa decisão deu o que falar, não agradou os fãs e o rumo da “aposentadoria” do herói acabou sendo reescrito em Vingadores: Era de Ultron (2015), quando passaram a integrar o reator às armaduras e o Homem de Ferro voltou à ativa. Só que isso teria passado pelos fãs se não fosse uma outra reviravolta que fez um monte de marmanjo dar mortal pra trás de raiva: o caso Mandarim.

Anunciado sob forte expectativa, o Mandarim é um dos poucos vilões conhecidos do herói nos quadrinhos, então havia uma certa pressão pela boa adaptação. E quando anunciaram um ator do calibre de Ben Kingsley para interpretá-lo, aí sim as expectativas foram lá pro alto. Terem chamado um ator tão bom acabou sobrepondo as polêmicas sobre a mudança de etnia do vilão, que é um homem chinês nas HQs. Agora, quando revelaram que ele era apenas um ator, contratado para servir como marionete para o verdadeiro vilão, um empresário do ramo tecnológico que queria vingança contra Tony (que não tinha um pingo de carisma, diga-se de passagem), para muitos, foi o fim do mundo. Foi uma choradeira que só não superou tudo relacionado a série da Mulher-Hulk. E como a repercussão foi extremamente negativa, a Marvel correu para fazer um retcon, lançando o curta All Hail The King, que nada mais era que um documentário sobre o Mandarim falso, Trevor, na prisão, que termina com o “verdadeiro Mandarim” aparecendo e supostamente matando Trevor.

Anos mais tarde, o verdadeiro Mandarim deu as caras em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021), interpretado pela lenda do cinema chinês, Tony Leung. E também revelaram que Trevor não foi morto, mas capturado, e virou um tipo de bobo da corte dos Dez Anéis, o que tirou bastante o peso do filme.

Fato é que muitas expectativas criadas estavam baseadas nos materiais que inspiraram o filme, como a saga Extremis, que revolucionou o heróis nas HQs, permitindo que ele armazenasse a armadura dentro do próprio corpo. No filme, o vírus é até abordado brevemente e a tecnologia de automatização da armadura aparece de forma embrionária. Só que a direção trata tudo como uma grande piada, o que seguiu um caminho contrário ao que foi vendido nos trailers. Foi um daqueles casos em que os fãs brincaram usando o termo “propaganda enganosa”.

Além disso, foi prometida a introdução do Patriota de Ferro, que é alcunha de Norman Osborn em uma saga não mais tão recente dos quadrinhos, e muitos teorizaram de que o nêmesis do Homem-Aranha poderia fazer sua estreia no MCU neste filme, por mais absurdo que isso parecesse. No fim das contas, ele foi mostrado apenas como uma nova pintura da armadura do Máquina de Combate, James Rhodes (Don Cheadle), que novamente teve uma participação, mas sem muito desenvolvimento.

E toda a temática natalina, com direito a parceiro mirim (Ty Simpkins), que foi praticamente treinado para substituir Tony em algum momento, acabaram não cativando tanto o público em geral, que fez críticas bem pesadas ao longa. No fim das contas, o que matou o filme foi a expectativa criada e o primeiro sinal de “desencaixe” da famosa “Fórmula Marvel”. Porque se você for assistir Homem de Ferro 3 sem pensar no capítulo como parte de uma franquia ele é estruturalmente um filme divertido padrão do Shane Black. Todos os elementos de ação e aventura do diretor podem ser observados aqui e até um pouco do humor sacana que ele gosta tanto, permitindo que o público curta um Tony Stark ainda mais irônico que o normal.

Infelizmente, apesar da bilheteria espetacular, Homem de Ferro 3 acabou sendo o último filme da franquia que iniciou o MCU e só não foi considerado o pior filme do estúdio lançado em 2013 porque alguns meses depois saiu um tal de Thor: O Mundo Sombrio, que só não foi mais problemático por falta de esforço. De qualquer forma, com dez anos de intervalo e sem mais expectativas, acredito que valha a pena rever o filme, porque ele certamente não é tão ruim quanto você se lembra.

Homem de Ferro 3 está disponível no Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Vendo isso agora, uma década depois do lançamento, parece até idiota pensar que a Disney mataria sua “galinha dos ovos de ouro” logo no projeto de abertura da nova fase, mas a verdade é que a campanha publicitária do longa deu indícios bem sólidos de que talvez pudesse ser uma despedida.

A começar pelos cartazes, que traziam cores mais escuras e um tom de preocupação, como neste pôster ao lado, que traz Tony despencando de ponta-cabeça com a armadura destruída. Além disso, o vilão do filme, o Mandarim, era umas das principais ameaças do herói nos quadrinhos e já estava envolvido na mitologia da versão cinematográfica desde o primeiro longa, quando foi mostrada a bandeira dos Dez Anéis na caverna em que Stark foi mantido em cativeiro e criou a primeira versão da armadura do Homem de Ferro. Outro ponto importante foi o primeiro trailer oficial, que trouxe um tom muito mais denso e um discurso de pesar de Tony Stark.

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Mais do que isso, o projeto em si era uma grande despedida nos bastidores. Além de ter sido o último filme do MCU com distribuição da Paramount (apesar de só constar o nome da Disney nos créditos), foi o primeiro e único filme solo da franquia Homem de Ferro a não ser dirigido por Jon Favreau. Na época, ele decidiu não voltar para o capítulo final por estar focado em outros projetos, como seu drama indie Chef (2014) e Mogli: O Menino Lobo (2016). Isso refletiu até mesmo em seu personagem. Como Jon não tinha tanto tempo disponível para as gravações, Happy Hogan passa a maior parte do filme na UTI de um hospital.

Para a direção, Kevin Feige foi atrás de um diretor mais experiente e que já tivesse trabalhado com Robert Downey Jr., e assim ele chegou a Shane Black, que dirigiu Downey Jr. em Beijos e Tiros (2005). O diretor, que trabalhou em franquias como Máquina Mortífera, queria romper com o passado do personagem e preparar Tony para funcionar como um tipo de mentor dos super-heróis desse universo. Então, ele focou mais no Tony Stark do que no Homem de Ferro, mostrando que ele não precisava da armadura para ser um herói. Não bastasse isso, o diretor ainda encerrou o filme destruindo todas as armaduras e com Tony realizando uma cirurgia para remover o Reator Arc do peito, dando ao protagonista um futuro de mais paz e tranquilidade.

Essa decisão deu o que falar, não agradou os fãs e o rumo da “aposentadoria” do herói acabou sendo reescrito em Vingadores: Era de Ultron (2015), quando passaram a integrar o reator às armaduras e o Homem de Ferro voltou à ativa. Só que isso teria passado pelos fãs se não fosse uma outra reviravolta que fez um monte de marmanjo dar mortal pra trás de raiva: o caso Mandarim.

Anunciado sob forte expectativa, o Mandarim é um dos poucos vilões conhecidos do herói nos quadrinhos, então havia uma certa pressão pela boa adaptação. E quando anunciaram um ator do calibre de Ben Kingsley para interpretá-lo, aí sim as expectativas foram lá pro alto. Terem chamado um ator tão bom acabou sobrepondo as polêmicas sobre a mudança de etnia do vilão, que é um homem chinês nas HQs. Agora, quando revelaram que ele era apenas um ator, contratado para servir como marionete para o verdadeiro vilão, um empresário do ramo tecnológico que queria vingança contra Tony (que não tinha um pingo de carisma, diga-se de passagem), para muitos, foi o fim do mundo. Foi uma choradeira que só não superou tudo relacionado a série da Mulher-Hulk. E como a repercussão foi extremamente negativa, a Marvel correu para fazer um retcon, lançando o curta All Hail The King, que nada mais era que um documentário sobre o Mandarim falso, Trevor, na prisão, que termina com o “verdadeiro Mandarim” aparecendo e supostamente matando Trevor.

Anos mais tarde, o verdadeiro Mandarim deu as caras em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021), interpretado pela lenda do cinema chinês, Tony Leung. E também revelaram que Trevor não foi morto, mas capturado, e virou um tipo de bobo da corte dos Dez Anéis, o que tirou bastante o peso do filme.

Fato é que muitas expectativas criadas estavam baseadas nos materiais que inspiraram o filme, como a saga Extremis, que revolucionou o heróis nas HQs, permitindo que ele armazenasse a armadura dentro do próprio corpo. No filme, o vírus é até abordado brevemente e a tecnologia de automatização da armadura aparece de forma embrionária. Só que a direção trata tudo como uma grande piada, o que seguiu um caminho contrário ao que foi vendido nos trailers. Foi um daqueles casos em que os fãs brincaram usando o termo “propaganda enganosa”.

Além disso, foi prometida a introdução do Patriota de Ferro, que é alcunha de Norman Osborn em uma saga não mais tão recente dos quadrinhos, e muitos teorizaram de que o nêmesis do Homem-Aranha poderia fazer sua estreia no MCU neste filme, por mais absurdo que isso parecesse. No fim das contas, ele foi mostrado apenas como uma nova pintura da armadura do Máquina de Combate, James Rhodes (Don Cheadle), que novamente teve uma participação, mas sem muito desenvolvimento.

E toda a temática natalina, com direito a parceiro mirim (Ty Simpkins), que foi praticamente treinado para substituir Tony em algum momento, acabaram não cativando tanto o público em geral, que fez críticas bem pesadas ao longa. No fim das contas, o que matou o filme foi a expectativa criada e o primeiro sinal de “desencaixe” da famosa “Fórmula Marvel”. Porque se você for assistir Homem de Ferro 3 sem pensar no capítulo como parte de uma franquia ele é estruturalmente um filme divertido padrão do Shane Black. Todos os elementos de ação e aventura do diretor podem ser observados aqui e até um pouco do humor sacana que ele gosta tanto, permitindo que o público curta um Tony Stark ainda mais irônico que o normal.

Infelizmente, apesar da bilheteria espetacular, Homem de Ferro 3 acabou sendo o último filme da franquia que iniciou o MCU e só não foi considerado o pior filme do estúdio lançado em 2013 porque alguns meses depois saiu um tal de Thor: O Mundo Sombrio, que só não foi mais problemático por falta de esforço. De qualquer forma, com dez anos de intervalo e sem mais expectativas, acredito que valha a pena rever o filme, porque ele certamente não é tão ruim quanto você se lembra.

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