Em novas declarações polêmicas no Twitter/X, J.K. Rowling (‘Harry Potter’) voltou a atacar a comunidade trans após o lançamento das considerações da Dra. Hilary Cass sobre uma pesquisa médica envolvendo o risco de transição de gênero em menores de idade.
Além de se mostrar bastante irritada, suas críticas também se estenderam ao posicionamento dos atores Daniel Radcliffe e Emma Watson, que têm apoiado abertamente a comunidade trans há anos.
Em resposta a um fã, Rowling declarou: “Não posso perdoá-los [Radcliffe e Watson]. Celebridades que aderiram a um movimento que pretende erodir os direitos duramente conquistados pelas mulheres e que usaram as suas plataformas para aplaudir a transição de menores podem guardar as suas desculpas para as pessoas que tiveram que passar por destransições traumáticas e para as mulheres vulneráveis que dependem de espaços do mesmo sexo.”
Anteriormente, ela havia gerado polêmica ao ironizar a nova lei escocesa contra crimes de ódio, que entrou em vigor nesta segunda-feira (01), e afirmou que está “ansiosa para ser presa”.
Rowling, que vive em Edimburgo, é conhecida por suas posições controversas sobre o movimento trans, escreveu o seguinte: “Ao aprovar a Lei Escocesa de Crimes de Ódio, os legisladores escoceses parecem ter dado mais valor aos sentimentos dos homens que realizam sua ideia de feminilidade, por mais misógina ou oportunista que seja, do que aos direitos e liberdades das mulheres e meninas reais. A nova legislação está amplamente aberta a abusos por parte de ativistas que desejam silenciar aqueles de nós que falam sobre os perigos de eliminar os espaços exclusivos para mulheres e meninas, o absurdo gerado pelos dados criminais se os ataques violentos e sexuais cometidos por homens forem registrados como crimes femininos, a injustiça de permitir que homens compitam em esportes femininos, a injustiça dos empregos, honrarias e oportunidades das mulheres sendo tomadas por homens identificados como trans e a realidade e imutabilidade do sexo biológico”.
A autora de ‘Harry Potter’ prosseguiu: “Por vários anos, as mulheres escocesas têm sido pressionadas por seu governo e membros da força policial a negar a evidência de seus olhos e ouvidos, repudiar fatos biológicos e abraçar um conceito neo-religioso de gênero que é incontestável e não testável. A redefinição de ‘mulher’ para incluir todo homem que se declara como tal já teve sérias consequências para os direitos e a segurança das mulheres e meninas na Escócia, com o impacto mais forte sentido, como sempre, pelas mais vulneráveis, incluindo prisioneiras e sobreviventes de estupro”.
E continuou: “É impossível descrever ou enfrentar com precisão a realidade da violência e da violência sexual cometida contra mulheres e meninas, ou abordar o atual ataque aos direitos das mulheres e meninas, a menos que nos seja permitido chamar um homem de homem. A liberdade de expressão e de crença chega ao fim na Escócia se a descrição precisa do sexo biológico for considerada criminal”.
Rowling, que no momento estava fora da Escócia, finalizou ironizando: “Se o que escrevi aqui se qualifica como uma ofensa sob os termos da nova lei, estou ansiosa para ser presa quando retornar ao local de nascimento do Iluminismo Escocês”.
April Fools!
Only kidding. Obviously, the people mentioned in the above tweets aren’t women at all, but men, every last one of them.
In passing the Scottish Hate Crime Act, Scottish lawmakers seem to have placed higher value on the feelings of men performing their…
— J.K. Rowling (@jk_rowling) April 1, 2024
Segundo a BBC, o governo nega que a lei criminalize o debate de ideias e garante que a liberdade de expressão não será afetada.
“A menos que seu comportamento seja ameaçador ou abusivo e pretenda incitar o ódio, então você não tem nada com que se preocupar em termos das novas normas que estão sendo criadas”, disse o primeiro-ministro da Escócia, Humza Yousaf.
A Polícia da Escócia disse não ter recebido nenhuma reclamação sobre as postagens.