Enquanto caminhamos para o terceiro filme de ‘Jurassic World’, é sempre necessário lembrar que a icônica franquia de aventura começou algumas décadas atrás com ‘Jurassic Park’, uma das assinaturas do lendário cineasta Steven Spielberg.
Além de ser insano imaginar o modo como a produção moldou os efeitos práticos no cinema contemporâneo, é mais loucura ainda pensar que no dia de hoje, 09 de junho, há exatos 28 anos, a obra fazia sua estreia oficial no Uptown Theater, em Washington D.C., antes de chegar aos cinemas do mundo inteiro dois dias mais tarde.
Baseado no romance homônimo de Michael Crichton, a história é ambientada na Ilha Nublar, localizada perto da Costa Rica, na costa centro-americana do oceano Pacífico. Lá, um abastado homem de negócios e um time de geneticistas conseguiram o impossível: criar um parque aberto de dinossauros. Entretanto, quando uma sabotagem industrial culmina numa catástrofe sem precedentes, cabe a um grupo de visitantes lutar para sobreviver em meio a feras pré-históricas.
Arrecadando US$912 milhões à época de seu lançamento, ‘Jurassic Park’ tornou-se o longa mais bem-sucedido de todos os tempos, até ter o recorde quebrado por ‘Titanic’ quatro anos mais tarde. Aclamado pela crítica e relembrado como um dos títulos mais importantes da indústria hollywoodiana, ele levou para casa dezenas de prêmios (incluindo três estatuetas do Oscar) e deu origem a duas sequências diretas e uma recente trilogia reboot, comandada por Colin Trevorrow.
Para celebrar seu aniversário, o CinePOP separou uma breve lista com dez curiosidades de bastidores do filme, que você pode conferir abaixo:
UM HÍBRIDO ASSUSTADOR
Os rugidos do tiranossauro foram criados com uma combinação de sons emitidos por cachorro, pinguim, tigre, crocodilo e elefante. Além disso, ele ocasionalmente passava por problemas em virtude da chuva que inclusive assustavam os membros da equipe.
EFEITOS REVOLUCIONÁRIOS
Os revolucionários efeitos especiais foram alvo de aplausos por praticamente todos os críticos – com um deles chegando a falar que o filme deixava ‘King Kong’ (1933) “parecendo com algo saído da parada de Ação de Graças da Macy’s”. Entretanto, a construção dos personagens humanos teve desaprovações, principalmente pela unidimensionalidade dos protagonistas.
DR. ALAN FORD
Harrison Ford havia recebido a oferta de estrelar o filme como o Dr. Alan Grant, mas o recusou pois não sentia que era certo para o papel, motivo pelo qual Sam Neill foi contratado. Depois de assistir ao longa, continuou dizendo que fez a escolha certa. Vale lembrar que Ford já havia trabalhado com Spielberg na icônica franquia ‘Indiana Jones’.
ESPETÁCULO SONORO
John Williams compôs a trilha sonora do filme no final de fevereiro de 1993, levando-a para o estúdio de gravação um mês mais tarde. Ele sentiu a necessidade de escrever “peças que transmitissem uma sensação de fascínio e temor, visto que a narrativa lidava com alegria e animosidade extremas do fato de ver dinossauros vivos”.
TRABALHO CANSATIVO
Spielberg supervisionou a pós-produção de ‘Jurassic Park’ de forma remota, visto que estava na Polônia filmando o drama ‘A Lista de Schindler’. Em diversas entrevistas, ele comentou que foi um dos momentos mais complicados de sua vida – e que a exaustão emocional era tão grande que seu entusiasmo pelo filme caía gradativamente. Spielberg também disse que precisava de uma hora por dia para criar energias para comentar sobre os dinossauros digitais e responder a perguntas triviais da equipe de efeitos especiais.
ADAPTAÇÃO VIOLENTA
James Cameron (‘Titanic’, ‘Avatar’) disse que gostaria de ter feito o filme, mas os direitos foram comprados “poucas horas” antes de dar uma oferta. Ao assistir ao corte final, Cameron percebeu que Spielberg era uma melhor escolha para a direção, visto que sua versão seria bem mais violenta e não seria justa com as crianças.
A sequência da cozinha continua como a favorita de Ariana Richards, intérprete de Lex Murphy. Ela foi feita em duas semanas, com os raptores na maior parte do tempo e um homem em um traje em alguns momentos.
DINOSSAUROS MELHORADOS
‘Jurassic Park’ revolucionou o comportamento dos dinossauros em filmes; enquanto obras anteriores os traziam com movimentos lentos, eles, agora, foram caracterizados com agilidade atlética. A ideia veio do paleontologista Robert Bakker. Outro aspecto incluído foi o fato dos dinossauros não terem sangue-frio, e sim dependerem da luz solar para ficarem ativos.
REALISMO ASSUSTADOR
Spielberg queria que os dinossauros inspirassem e expirassem, pulsassem de forma visível, e que seus olhos dilatassem da mesma forma que o protagonista titular de ‘E.T.: O Extraterrestre’. A ideia era deixá-los mais reais e assustadores.
INFLUÊNCIA PALEONTOLÓGICA
Depois de fazer o filme, Richards desenvolveu um enorme interesse em dinossauros e ajudou até mesmo o paleontólogo Jack Horner, consultor do longa-metragem e inspiração para o personagem do Dr. Grant, em uma escavação em Montana, Estados Unidos, no verão seguinte.