domingo , 29 dezembro , 2024

Lembra dela? ‘Os Aspones’, o ‘The Office brasileiro’, completa 20 anos

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Um dos efeitos mais curiosos que a pandemia de COVID-19 trouxe para o mundo, especialmente para o Brasil, foi o resgate do seriado norte-americano The Office. A série fez sucesso internacionalmente na primeira década dos anos 2000. Porém, de forma alguma se compara a quantidade de público que atingiu durante e após o período pandêmico.

Inspirada no seriado homônimo do Reino Unido, a série contra a vida do chefe e dos funcionários de uma tradicional empresa de papel em Scranton, nos Estados Unidos. Pautada pelo humor de constrangimento e adorada pelos personagens extremamente carismáticos e sem noção, a série está eternizada na cultura pop como uma das melhores sitcom de todos os tempos.



E o mais engraçado é que, apesar de ser uma adaptação, o The Office dos Estados Unidos acabou ficando maior e mais popular que a versão original. Não por acaso, diversas novas versões surgiram ao redor do mundo se inspirando justamente na série dos EUA, não na britânica. Um exemplo disso é a versão australiana que está sendo exibida pela Amazon neste momento.

Não querendo entrar no mérito se as outras versões foram boas ou não, fato é que a série inspirou produções ao redor do mundo. No entanto, quando o Brasil também tentou ter sua própria versão de The Office, resolveram beber da fonte de Ricky Gervais, se inspirando no polêmico humor britânico. Lançada há 20 anos, a série Os Aspones foi produzida pela Globo, com episódios estreando toda sexta-feira à noite. E não pensem que foi um projeto qualquer. Na verdade, a emissora contratou um time de peso com a nata do que o humor nacional tinha para oferecer na época.

Assista também:
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Carimbo de texto 'Os Aspones' em superfície amarela

Para quem não entendeu o nome da série, o termo é uma abreviação jocosa de ‘ASsessores de POrr# NEnhuma’, que é designado para funcionários públicos ou funcionários de altos cargos que desempenham um pouco ou nenhum papel útil para a sociedade, mas os tentam uma marra maior que o mundo. Só pelo título já deu para ter uma ideia de como era esse nosso The Office brasileiro.

Escrito pela visionária, polêmica e saudosa Fernanda Young, a série acompanhava o dia a dia de uma repartição pública em Brasília. O problema é que esse setor era responsável pelo arquivamento de documentos de forma física, algo substituído pelos computadores. Ou seja, eles não tinham absolutamente nada para fazer, além de passar os dias fofocando, recortando notícias ou tomando conta de problemas pessoais.

 

Três pessoas em escritório lotado de papéis e pastas.A rotina do escritório muda quando um antigo estagiário de um departamento mais importante flagra seu superior acessando senhas que permitiriam a ele desviar dinheiro público. Como forma de “cala a boca”, o político promove o rapaz para a chefia desse departamento sem informá-lo de que não há nada para fazer por lá. Então, ele chega querendo mostrar serviço e solicita a contratação de sua estagiária para ajudá-lo a colocar ordem na casa. No entanto, ele realmente não faz ideia de que não há nada que eles tenham para fazer por lá, então ele vira um tipo de carrasco nos primeiros episódios.

Vale destacar que o elenco também era acima da média, encabeçado pelo jovem Selton Mello e por Andréa Beltrão. O escritório era completado por Marisa Orth, Drica Moraes e Pedro Paulo Rangel. Também houve participações e promessas para uma segunda temporada, que nunca aconteceu. Nomes como Betty Lago, Daniel Dantas e Cacau Protásio de deram as caras ao longo dos sete episódios que compuseram a primeira e única temporada da série.

Homem de terno em escritório, gesticulando ao falar

Infelizmente, a série não caiu nas graças do povo, e durou apenas sete episódios. Chega a ser curioso que isso tenha acontecido. Porque a versão brasileira enfrentou o mesmíssimo problema da versão norte-americana. O texto era inspirado no humor britânico, que era mais ácido que o normal para o país. Então, os dois primeiros episódios são realmente chatos. Falta um equilíbrio entre o humor e a grosseria para ficar palatável ao público. Além disso, a repetição de piadas nesses dois primeiros episódios é muito cansativa. Então, é plenamente compreensível que não tenham dado continuação ao show. Porém, nos cinco episódios finais, a série engata e tem uma visível melhora.

Talvez exista uma realidade alternativa em que Os Aspones ganhou uma segunda chance e se tornou um sucesso nacional, assim como foi o The Office nos Estados Unidos. Mas nunca saberemos. Fato é que a série foi incluída no catálogo do Globoplay neste ano e agora pode ser conferida por todos que tiverem a curiosidade.

Grupo sorridente em encontro social à noiteA temporada de Os Aspones está disponível no Globoplay.
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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Um dos efeitos mais curiosos que a pandemia de COVID-19 trouxe para o mundo, especialmente para o Brasil, foi o resgate do seriado norte-americano The Office. A série fez sucesso internacionalmente na primeira década dos anos 2000. Porém, de forma alguma se compara a quantidade de público que atingiu durante e após o período pandêmico.

Inspirada no seriado homônimo do Reino Unido, a série contra a vida do chefe e dos funcionários de uma tradicional empresa de papel em Scranton, nos Estados Unidos. Pautada pelo humor de constrangimento e adorada pelos personagens extremamente carismáticos e sem noção, a série está eternizada na cultura pop como uma das melhores sitcom de todos os tempos.

E o mais engraçado é que, apesar de ser uma adaptação, o The Office dos Estados Unidos acabou ficando maior e mais popular que a versão original. Não por acaso, diversas novas versões surgiram ao redor do mundo se inspirando justamente na série dos EUA, não na britânica. Um exemplo disso é a versão australiana que está sendo exibida pela Amazon neste momento.

Não querendo entrar no mérito se as outras versões foram boas ou não, fato é que a série inspirou produções ao redor do mundo. No entanto, quando o Brasil também tentou ter sua própria versão de The Office, resolveram beber da fonte de Ricky Gervais, se inspirando no polêmico humor britânico. Lançada há 20 anos, a série Os Aspones foi produzida pela Globo, com episódios estreando toda sexta-feira à noite. E não pensem que foi um projeto qualquer. Na verdade, a emissora contratou um time de peso com a nata do que o humor nacional tinha para oferecer na época.

Carimbo de texto 'Os Aspones' em superfície amarela

Para quem não entendeu o nome da série, o termo é uma abreviação jocosa de ‘ASsessores de POrr# NEnhuma’, que é designado para funcionários públicos ou funcionários de altos cargos que desempenham um pouco ou nenhum papel útil para a sociedade, mas os tentam uma marra maior que o mundo. Só pelo título já deu para ter uma ideia de como era esse nosso The Office brasileiro.

Escrito pela visionária, polêmica e saudosa Fernanda Young, a série acompanhava o dia a dia de uma repartição pública em Brasília. O problema é que esse setor era responsável pelo arquivamento de documentos de forma física, algo substituído pelos computadores. Ou seja, eles não tinham absolutamente nada para fazer, além de passar os dias fofocando, recortando notícias ou tomando conta de problemas pessoais.

 

Três pessoas em escritório lotado de papéis e pastas.A rotina do escritório muda quando um antigo estagiário de um departamento mais importante flagra seu superior acessando senhas que permitiriam a ele desviar dinheiro público. Como forma de “cala a boca”, o político promove o rapaz para a chefia desse departamento sem informá-lo de que não há nada para fazer por lá. Então, ele chega querendo mostrar serviço e solicita a contratação de sua estagiária para ajudá-lo a colocar ordem na casa. No entanto, ele realmente não faz ideia de que não há nada que eles tenham para fazer por lá, então ele vira um tipo de carrasco nos primeiros episódios.

Vale destacar que o elenco também era acima da média, encabeçado pelo jovem Selton Mello e por Andréa Beltrão. O escritório era completado por Marisa Orth, Drica Moraes e Pedro Paulo Rangel. Também houve participações e promessas para uma segunda temporada, que nunca aconteceu. Nomes como Betty Lago, Daniel Dantas e Cacau Protásio de deram as caras ao longo dos sete episódios que compuseram a primeira e única temporada da série.

Homem de terno em escritório, gesticulando ao falar

Infelizmente, a série não caiu nas graças do povo, e durou apenas sete episódios. Chega a ser curioso que isso tenha acontecido. Porque a versão brasileira enfrentou o mesmíssimo problema da versão norte-americana. O texto era inspirado no humor britânico, que era mais ácido que o normal para o país. Então, os dois primeiros episódios são realmente chatos. Falta um equilíbrio entre o humor e a grosseria para ficar palatável ao público. Além disso, a repetição de piadas nesses dois primeiros episódios é muito cansativa. Então, é plenamente compreensível que não tenham dado continuação ao show. Porém, nos cinco episódios finais, a série engata e tem uma visível melhora.

Talvez exista uma realidade alternativa em que Os Aspones ganhou uma segunda chance e se tornou um sucesso nacional, assim como foi o The Office nos Estados Unidos. Mas nunca saberemos. Fato é que a série foi incluída no catálogo do Globoplay neste ano e agora pode ser conferida por todos que tiverem a curiosidade.

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