sábado , 21 dezembro , 2024

Lembra dele? | ‘Uma Aventura Lego’ completa 10 ANOS

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Criada na Dinamarca, na década de 1930, a Lego começou como uma empresa voltada para brinquedos de madeira que foi se reinventado ao longo dos anos. Com o pós-guerra, na segunda metade da década de 1940, os brinquedos de plástico passaram a fazer sucesso pelo mundo, o que levou os fabricantes a investirem nos tão famosos blocos de plástico que machucam os pés de pais e irmãos desavisados pelas casas dos quatro cantos do globo.

De lá para cá, a empresa já lançou diversas coleções, fez parques temáticos e adentrou no mundo do cinema ao licenciar produtos inspirados em franquias famosas, como Indiana Jones, Homem-Aranha, Harry Potter e Star Wars. Com tanto sucesso e algumas séries animadas que divertiam a molecada nos canais por assinatura, parecia apenas questão de tempo até que um filme da Lego fosse lançado nos cinemas. E isso aconteceu em 7 de fevereiro de 2014, quando Uma Aventura Lego chegou às telonas.



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Quando anunciaram o projeto, como de costume, houve muitas críticas à falta de criatividade de Hollywood e como as grandes corporações estavam tomando conta do cinema. Então, em 2013, quando saiu o primeiro trailer, já vieram as críticas sobre ‘mais uma animação boba e descartável, feita exclusivamente para sugar dinheiro dos pais’. No entanto, havia um ponto que despertava muito a curiosidade geral: o elenco. Morgan Freeman, Liam Neeson, Elizabeth Banks, Will Ferrell e um até então não tão conhecido Chris Pratt estavam confirmados para um filme que muitos davam como certeza de fracasso.

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Mas um elenco desse porte indicava um investimento alto da Warner no projeto, então começou a criar uma dúvida no público, porque o estúdio não gastaria tanto para contratar um time de peso para um filme que não daria retorno. Mal sabia que o público que as grandes estrelas por trás de Uma Aventura Lego estavam atrás das câmeras. Cinco anos antes, a dupla Chris Miller e Phil Lord havia chamado atenção do mercado com o divertido Tá Chovendo Hambúrguer (2009), que foi um sucesso comercial. Por conta disso, a Warner deu liberdade criativa e deixou a dupla fazer o que achasse melhor no roteiro e na direção. E o resultado foi uma aventura repleta de bom-humor, referências intermináveis, uma série interminável de piadas para todos os públicos e uma trama com reflexões e críticas sociais sobre o papel do capitalismo na vida das pessoas.

Phil Lord, Emmet e Chris Miller na pré-estreia de lançamento de ‘Uma Aventura Lego

Chega a ser irônico que uma produção que apresenta os mais diversos tipos de brinquedo, literalmente colocando o número de série das coleções em tela, tenha um ato final todo voltado para a importância de não deixar os empregos e pressões do capital ditarem a vida de uma família. Quem diria que a história dos bonequinhos amarelos de plástico pode ser trabalhada de forma divertida e reflexiva? Sem contar o verdadeiro show do elenco, com destaque para Chris Pratt – que viria a explodir para a Cultura Pop meses depois – e Will Arnett, como Lego Batman, que cativaram o público com suas atuações vocais.

Além de roteiro e direção, a técnica animada do filme encantou cinéfilos do mundo inteiro. Nas séries animadas da Lego, eram usados efeitos que faziam com que os cenários fossem mais realistas, como a água e as nuvens, enquanto os bonequinhos eram brinquedos. Porém, no filme, Miller e Lord estabeleceram a visão de uma criança brincando com seus Lego’s. Por isso, tudo que é mostrado em tela foi animado para replicar uma brincadeira. A água, as nuvens, a comida, o fogo… Tudo é feito de pecinhas de lego construídas por meio de uma espetacular tecnologia de animação 3D feita com muito esmero. Essa técnica foi muito elogiada por fugir ao padrão da época e teve inspiração no stop motion. Sem contar a atenção nos detalhes que só mesmo fãs poderiam fazer. O maior exemplo disso é o capacete do Benny, o astronauta, que está quebradinho na parte mais fina da pecinha. Essa era uma reclamação de praticamente todas as pessoas que já tiveram um astronauta de Lego, porque sempre quebrava ali. Esse tipo de cuidado acertou a nostalgia em cheio.

Claro, não há como falar deste filme sem falar da chiclete música tema: “Everything Is Awesome“. Feita para ser repetitiva, a canção é usada como um tipo de controle social do vilão em seu mundinho perfeito. Na vida real, ela fez muito sucesso e conquistou uma indicação ao Oscar e ao Globo de Ouro de Melhor Canção Original. Composta pelos meninos do The Lonely Island (o grupo do Andy Samberg), a música foi interpretada pela dupla canadense Tegan & Sara, e acabou virando sinônimo do filme. Afinal, Tudo é Incríveeeel.

No fim das contas, Uma Aventura Lego foi um sucesso colossal. Se tornou a animação com as melhores críticas e com a maior bilheteria da história da Warner, o que garantiu à saga uma sequência e mais dois derivados. E quem se deu bem nessa história foi Chris Pratt, que acumularia mais um sucesso com Guardiões da Galáxia e ganharia o apelido de Mr. Franchise Guy (Senhor das Franquias), fazendo dele um dos atores mais cobiçados de Hollywood dali em diante. Chris Miller e Phil Lord também cravaram de vez seus nomes no mercado, fazendo deles produtores de respeito, o que os levaria a chefiar futuramente outra franquia de muito peso: Homem-Aranha no Aranhaverso (2018).

Reprodução: USA Today

Uma Aventura Lego está disponível no HBO Max.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Criada na Dinamarca, na década de 1930, a Lego começou como uma empresa voltada para brinquedos de madeira que foi se reinventado ao longo dos anos. Com o pós-guerra, na segunda metade da década de 1940, os brinquedos de plástico passaram a fazer sucesso pelo mundo, o que levou os fabricantes a investirem nos tão famosos blocos de plástico que machucam os pés de pais e irmãos desavisados pelas casas dos quatro cantos do globo.

De lá para cá, a empresa já lançou diversas coleções, fez parques temáticos e adentrou no mundo do cinema ao licenciar produtos inspirados em franquias famosas, como Indiana Jones, Homem-Aranha, Harry Potter e Star Wars. Com tanto sucesso e algumas séries animadas que divertiam a molecada nos canais por assinatura, parecia apenas questão de tempo até que um filme da Lego fosse lançado nos cinemas. E isso aconteceu em 7 de fevereiro de 2014, quando Uma Aventura Lego chegou às telonas.

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Quando anunciaram o projeto, como de costume, houve muitas críticas à falta de criatividade de Hollywood e como as grandes corporações estavam tomando conta do cinema. Então, em 2013, quando saiu o primeiro trailer, já vieram as críticas sobre ‘mais uma animação boba e descartável, feita exclusivamente para sugar dinheiro dos pais’. No entanto, havia um ponto que despertava muito a curiosidade geral: o elenco. Morgan Freeman, Liam Neeson, Elizabeth Banks, Will Ferrell e um até então não tão conhecido Chris Pratt estavam confirmados para um filme que muitos davam como certeza de fracasso.

Mas um elenco desse porte indicava um investimento alto da Warner no projeto, então começou a criar uma dúvida no público, porque o estúdio não gastaria tanto para contratar um time de peso para um filme que não daria retorno. Mal sabia que o público que as grandes estrelas por trás de Uma Aventura Lego estavam atrás das câmeras. Cinco anos antes, a dupla Chris Miller e Phil Lord havia chamado atenção do mercado com o divertido Tá Chovendo Hambúrguer (2009), que foi um sucesso comercial. Por conta disso, a Warner deu liberdade criativa e deixou a dupla fazer o que achasse melhor no roteiro e na direção. E o resultado foi uma aventura repleta de bom-humor, referências intermináveis, uma série interminável de piadas para todos os públicos e uma trama com reflexões e críticas sociais sobre o papel do capitalismo na vida das pessoas.

Phil Lord, Emmet e Chris Miller na pré-estreia de lançamento de ‘Uma Aventura Lego

Chega a ser irônico que uma produção que apresenta os mais diversos tipos de brinquedo, literalmente colocando o número de série das coleções em tela, tenha um ato final todo voltado para a importância de não deixar os empregos e pressões do capital ditarem a vida de uma família. Quem diria que a história dos bonequinhos amarelos de plástico pode ser trabalhada de forma divertida e reflexiva? Sem contar o verdadeiro show do elenco, com destaque para Chris Pratt – que viria a explodir para a Cultura Pop meses depois – e Will Arnett, como Lego Batman, que cativaram o público com suas atuações vocais.

Além de roteiro e direção, a técnica animada do filme encantou cinéfilos do mundo inteiro. Nas séries animadas da Lego, eram usados efeitos que faziam com que os cenários fossem mais realistas, como a água e as nuvens, enquanto os bonequinhos eram brinquedos. Porém, no filme, Miller e Lord estabeleceram a visão de uma criança brincando com seus Lego’s. Por isso, tudo que é mostrado em tela foi animado para replicar uma brincadeira. A água, as nuvens, a comida, o fogo… Tudo é feito de pecinhas de lego construídas por meio de uma espetacular tecnologia de animação 3D feita com muito esmero. Essa técnica foi muito elogiada por fugir ao padrão da época e teve inspiração no stop motion. Sem contar a atenção nos detalhes que só mesmo fãs poderiam fazer. O maior exemplo disso é o capacete do Benny, o astronauta, que está quebradinho na parte mais fina da pecinha. Essa era uma reclamação de praticamente todas as pessoas que já tiveram um astronauta de Lego, porque sempre quebrava ali. Esse tipo de cuidado acertou a nostalgia em cheio.

Claro, não há como falar deste filme sem falar da chiclete música tema: “Everything Is Awesome“. Feita para ser repetitiva, a canção é usada como um tipo de controle social do vilão em seu mundinho perfeito. Na vida real, ela fez muito sucesso e conquistou uma indicação ao Oscar e ao Globo de Ouro de Melhor Canção Original. Composta pelos meninos do The Lonely Island (o grupo do Andy Samberg), a música foi interpretada pela dupla canadense Tegan & Sara, e acabou virando sinônimo do filme. Afinal, Tudo é Incríveeeel.

No fim das contas, Uma Aventura Lego foi um sucesso colossal. Se tornou a animação com as melhores críticas e com a maior bilheteria da história da Warner, o que garantiu à saga uma sequência e mais dois derivados. E quem se deu bem nessa história foi Chris Pratt, que acumularia mais um sucesso com Guardiões da Galáxia e ganharia o apelido de Mr. Franchise Guy (Senhor das Franquias), fazendo dele um dos atores mais cobiçados de Hollywood dali em diante. Chris Miller e Phil Lord também cravaram de vez seus nomes no mercado, fazendo deles produtores de respeito, o que os levaria a chefiar futuramente outra franquia de muito peso: Homem-Aranha no Aranhaverso (2018).

Reprodução: USA Today

Uma Aventura Lego está disponível no HBO Max.

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