domingo , 22 dezembro , 2024

‘Loki’ | Saiba mais sobre o crime real “solucionado” no primeiro capítulo da série

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu o primeiro episódio de Loki, não leia esta matéria para não receber spoilers.



Um dos melhores momentos, por mais breve que seja, do primeiro episódio de Loki é quando Mobius M. Mobius (Owen Wilson) está exibindo momentos do passado de Loki (Tom Hiddleston) e ele fica simplesmente chocado ao descobrir que um dos crimes mais famosos da história dos Estados Unidos foi culpa do Deus da Trapaça. Na série, eles retratam o famosos desaparecimento de Dan B. Cooper como resultado de um aposta perdida entre Thor (Chris Hemsworth) e Loki, mostrando que a interação dos asgardianos com o povo da Terra continuou bem antes do Deus do Trovão ser banido para Midgard, lá em 2011.

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Na vida real, Dan Cooper foi o pseudônimo usado pelo “Zodíaco dos Ares” para comprar uma passagem aérea saindo de Portland rumo a Seattle. Porém, por conta de um erro da imprensa, que o confundiu com um rapaz de mesmo nome que tinha ficha na polícia, ele ficou conhecido como Dan B. Cooper ou apenas D.B. Cooper. Trajado com terno, gravata e um par de óculos escuros, o homem misterioso embarcou como um cavalheiro comum no voo 305 da Northwest Orient, em 24 de novembro de 1971. Ele sentou na poltrona 18C e, após a decolagem, “Dan” acendeu um cigarro e chamou a comissária de bordo para pedir um bourbon e uma lata de soda da 7Up. Quando a comissária Florence Schaffner voltou para recolher os pedidos, ele entregou um bilhete no qual dizia que ele carregava uma bomba na maleta. Para mostrar a seriedade do assunto, ele mexeu na maleta, revelando alguns cilindros e fios.

Florence Schaffner foi quem entregou o recado para o piloto.

Percebendo a urgência da situação, ela perguntou o que ele queria. O sequestrador então solicitou US$ 200 mil em notas de 20 e quatro paraquedas. A comissária correu para a cabine e levou o recado ao piloto William Scott. Ele entrou em contato com a torre de controle do aeroporto de Seattle, que acionou o FBI. Alegando falha mecânica, ele anunciou aos 36 passageiros que estavam no voo que o pouso sofreria um atraso. Dessa forma, o voo, que deveria durar 30 minutos, durou 2h, já que ele ficou dando voltas no ar até que o FBI conseguisse o dinheiro do resgate e os paraquedas. Durante o voo, “Dan” ficou tranquilo e foi bem educado com a tripulação e os passageiros. O piloto também relatou que ele parecia conhecer bem a rota aérea, indicando com precisão a localização em que estavam e pontos de referência no solo.

O piloto William Scott e o copiloto Bill Rataczak lidaram diretamente com D.B. Cooper.

Quando o FBI conseguiu cumprir os pedidos, o avião pousou e “Dan” pediu para que o piloto apagasse as luzes da aeronave para evitar que snipers agissem. Enquanto o caminhão de combustível enchia o tanque do avião, Dan recusou os paraquedas militares trazidos, mas os federais acabaram conseguindo paraquedas civis em uma escola de paraquedismo da região. Os passageiros e a tripulação que não fosse estritamente necessária para o voo foram liberados, e o sequestrador começou a ditar sua nova rota, que iria para o México. Ele fez uma série de exigências, como velocidade mais baixa, altitude de 3 mil metros e decolar com o trem de pouso na posição de aterrisagem.

O modelo do avião era um Boeing 727, igual a esse da imagem.

Seguido por dois caças e um avião de guerra, o Boeing 727 decolou novamente. Pouco tempo depois, a parte traseira do avião sofreu um movimento brusco, que exigiu dos pilotos uma manobra para consertar o rumo da aeronave. Foi nesse momento, entre Seattle e Reno, que “D.B. Cooper” saltou. E mesmo sendo seguido pelas outras aeronaves, ninguém o viu. Fazendo com que ele pulasse do avião com o dinheiro e nunca mais fosse visto de novo. O caso se popularizou porque o FBI encontrou 66 digitais diferentes no avião, mas nenhuma delas batia com os retratos falados feitos pela população. Ninguém sabia quem ele era ou para onde poderia ter ido. E apesar dos federais acreditarem que ele teria morrido no salto do avião, a imprensa e os curiosos dos anos 1970 não acreditavam. A ideia de ter um único caso aéreo sem solução no país mexeu com as equipes de investigação, que passaram 45 anos atrás de provas e levantaram mais de mil suspeitos para o sequestro. Então, em 2016, o FBI arquivou o caso sem solução.

O retrato falado de D.B. Cooper entrou para a história dos crimes americanos.

O fato de ninguém saber como esse homem misterioso teria sido capaz de pular de um avião sem ser identificado e nunca mais terem encontrado os US$ 200 mil criou uma legião de curiosos, que investigaram por conta própria, produziram reportagens e documentários baseados no caso. No entanto, a “última esperança” de solução do caso faleceu em 8 de janeiro de 2021. O principal suspeito, que gostava de provocar o FBI sobre sua culpa ou inocência, faleceu aos 94 anos. Ele era Sheridan Peterson, um veterano de guerra que trabalhou como técnico na Boeing, em Seattle. Além dessas coincidências, sua aparência batia com alguns retratos falados, mas não tinha como prender alguém baseado apenas em coincidências. Então, ele passou a vida em liberdade e se engajou com diversas causas, como os protestos pelos direitos civis americanos. Ele também se mudou para o sudeste asiático, onde ajudou refugiados do Vietnã, e também se envolveu nos protestos contra o na praça Tiananmen, na China, nos anos 1980.

Sheridan faleceu em janeiro deste ano.

Como a identidade do sequestrador, que foi descrito como um homem entre os 35 e 40 anos, de altura entre 1,73 m e 1,85 m, nunca foi descoberta – inclusive, o nome “D.B. Cooper” virou uma expressão nos EUA para descrever criminosos de identidade não descoberta -, a diretora Kate Herron decidiu brincar com o caso na série e “solucionou” o crime fazendo dele uma brincadeira entre Thor e Loki. E a fuga que não deixou rastros? Simples, a Bifrost, a famosa Ponte do Arco-Íris transportou o Loki, com dinheiro, paraquedas e tudo, de volta para Asgard.

Com a Ponte do Arco-Íris transportando Loki de volta para casa, está “solucionado” o caso do sequestro perfeito.

Os novos episódios de Loki estreiam no Disney+ toda quarta-feira.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Na vida real, Dan Cooper foi o pseudônimo usado pelo “Zodíaco dos Ares” para comprar uma passagem aérea saindo de Portland rumo a Seattle. Porém, por conta de um erro da imprensa, que o confundiu com um rapaz de mesmo nome que tinha ficha na polícia, ele ficou conhecido como Dan B. Cooper ou apenas D.B. Cooper. Trajado com terno, gravata e um par de óculos escuros, o homem misterioso embarcou como um cavalheiro comum no voo 305 da Northwest Orient, em 24 de novembro de 1971. Ele sentou na poltrona 18C e, após a decolagem, “Dan” acendeu um cigarro e chamou a comissária de bordo para pedir um bourbon e uma lata de soda da 7Up. Quando a comissária Florence Schaffner voltou para recolher os pedidos, ele entregou um bilhete no qual dizia que ele carregava uma bomba na maleta. Para mostrar a seriedade do assunto, ele mexeu na maleta, revelando alguns cilindros e fios.

Florence Schaffner foi quem entregou o recado para o piloto.

Percebendo a urgência da situação, ela perguntou o que ele queria. O sequestrador então solicitou US$ 200 mil em notas de 20 e quatro paraquedas. A comissária correu para a cabine e levou o recado ao piloto William Scott. Ele entrou em contato com a torre de controle do aeroporto de Seattle, que acionou o FBI. Alegando falha mecânica, ele anunciou aos 36 passageiros que estavam no voo que o pouso sofreria um atraso. Dessa forma, o voo, que deveria durar 30 minutos, durou 2h, já que ele ficou dando voltas no ar até que o FBI conseguisse o dinheiro do resgate e os paraquedas. Durante o voo, “Dan” ficou tranquilo e foi bem educado com a tripulação e os passageiros. O piloto também relatou que ele parecia conhecer bem a rota aérea, indicando com precisão a localização em que estavam e pontos de referência no solo.

O piloto William Scott e o copiloto Bill Rataczak lidaram diretamente com D.B. Cooper.

Quando o FBI conseguiu cumprir os pedidos, o avião pousou e “Dan” pediu para que o piloto apagasse as luzes da aeronave para evitar que snipers agissem. Enquanto o caminhão de combustível enchia o tanque do avião, Dan recusou os paraquedas militares trazidos, mas os federais acabaram conseguindo paraquedas civis em uma escola de paraquedismo da região. Os passageiros e a tripulação que não fosse estritamente necessária para o voo foram liberados, e o sequestrador começou a ditar sua nova rota, que iria para o México. Ele fez uma série de exigências, como velocidade mais baixa, altitude de 3 mil metros e decolar com o trem de pouso na posição de aterrisagem.

O modelo do avião era um Boeing 727, igual a esse da imagem.

Seguido por dois caças e um avião de guerra, o Boeing 727 decolou novamente. Pouco tempo depois, a parte traseira do avião sofreu um movimento brusco, que exigiu dos pilotos uma manobra para consertar o rumo da aeronave. Foi nesse momento, entre Seattle e Reno, que “D.B. Cooper” saltou. E mesmo sendo seguido pelas outras aeronaves, ninguém o viu. Fazendo com que ele pulasse do avião com o dinheiro e nunca mais fosse visto de novo. O caso se popularizou porque o FBI encontrou 66 digitais diferentes no avião, mas nenhuma delas batia com os retratos falados feitos pela população. Ninguém sabia quem ele era ou para onde poderia ter ido. E apesar dos federais acreditarem que ele teria morrido no salto do avião, a imprensa e os curiosos dos anos 1970 não acreditavam. A ideia de ter um único caso aéreo sem solução no país mexeu com as equipes de investigação, que passaram 45 anos atrás de provas e levantaram mais de mil suspeitos para o sequestro. Então, em 2016, o FBI arquivou o caso sem solução.

O retrato falado de D.B. Cooper entrou para a história dos crimes americanos.

O fato de ninguém saber como esse homem misterioso teria sido capaz de pular de um avião sem ser identificado e nunca mais terem encontrado os US$ 200 mil criou uma legião de curiosos, que investigaram por conta própria, produziram reportagens e documentários baseados no caso. No entanto, a “última esperança” de solução do caso faleceu em 8 de janeiro de 2021. O principal suspeito, que gostava de provocar o FBI sobre sua culpa ou inocência, faleceu aos 94 anos. Ele era Sheridan Peterson, um veterano de guerra que trabalhou como técnico na Boeing, em Seattle. Além dessas coincidências, sua aparência batia com alguns retratos falados, mas não tinha como prender alguém baseado apenas em coincidências. Então, ele passou a vida em liberdade e se engajou com diversas causas, como os protestos pelos direitos civis americanos. Ele também se mudou para o sudeste asiático, onde ajudou refugiados do Vietnã, e também se envolveu nos protestos contra o na praça Tiananmen, na China, nos anos 1980.

Sheridan faleceu em janeiro deste ano.

Como a identidade do sequestrador, que foi descrito como um homem entre os 35 e 40 anos, de altura entre 1,73 m e 1,85 m, nunca foi descoberta – inclusive, o nome “D.B. Cooper” virou uma expressão nos EUA para descrever criminosos de identidade não descoberta -, a diretora Kate Herron decidiu brincar com o caso na série e “solucionou” o crime fazendo dele uma brincadeira entre Thor e Loki. E a fuga que não deixou rastros? Simples, a Bifrost, a famosa Ponte do Arco-Íris transportou o Loki, com dinheiro, paraquedas e tudo, de volta para Asgard.

Com a Ponte do Arco-Íris transportando Loki de volta para casa, está “solucionado” o caso do sequestro perfeito.

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