domingo , 22 dezembro , 2024

Longa LGBTQIA+ brasileiro vencedor do Prêmio Júri Jovem em Roterdã, ‘Levante’ ganha trailer inédito

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Após o anúncio da premiação no Festival de Roterdã, ‘Levante‘ teve um novo trailer divulgado.

Com a direção vencedora do Festival do Rio, assinada por Lillah Halla (ela/dela/elu/delu), o filme carrega uma longa lista de prêmios. Entre eles, destacam-se os troféus de Melhor Filme das mostras paralelas de Cannes, Melhor Longa de Ficção em Biarritz, Melhor Filme Ibero-Americano em Palm Springs e Melhor Filme no Mix Brasil, uma das principais mostras LGBTQIA+ do mundo.



A estreia nacional está marcada para o dia 22 de fevereiro.

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Levante‘ narra os desafios de Sofía (Ayomi Domenica – ela/dela), uma jovem de 17 anos que, às vésperas de um campeonato de vôlei decisivo para seu futuro como atleta, descobre uma gravidez indesejada. Ao tentar interrompê-la de maneira clandestina – uma vez que o aborto é criminalizado no Brasil -, a adolescente se torna alvo de um grupo conservador decidido a detê-la a qualquer preço. Para resistir à violência dos fundamentalistas vigilantes, Sofía conta com uma importante rede de apoio, cujo grande pilar é seu time de vôlei, mas também conta com os cuidados da treinadora Sol (Grace Passô – ela/dela) e de seu pai, João (Rômulo Braga – ele/dele).

A equipe de jovens atletas é composta por um time queer/feminine. No filme, a relação de cumplicidade e parceria entre elus ultrapassa os limites da quadra. Essa “família queer” foi o caminho escolhido pelas roteiristas Lillah Halla e María Elena Morán (ela/dela) para reforçar a importância da organização coletiva – do afeto, da alegria – como força política, força vital de existência e de resistência em meio ao crescente fundamentalismo que marcou os últimos anos do nosso país.

Atualmente, a interrupção voluntária até 12a semana de gestação só está prevista na lei em caso de gravidez decorrente de estupro, se o feto gerado for anencefálico ou se houver risco de vida para a pessoa gestante. Em todos os outros contextos, o Código Penal reconhece o aborto como crime. Com isso, pessoas com útero precisam recorrer a métodos pouco seguros para tomar a decisão sobre seus próprios corpos.

Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que 25 milhões de abortos inseguros são realizados anualmente no mundo. O mesmo levantamento também concluiu que complicações decorrentes de abortos desamparados e clandestinos são a quarta maior causa de morte entre gestantes. Segundo a Pesquisa Nacional do Aborto de 2021, uma em cada sete mulheres/pessoas com útero de idade próxima aos 40 anos já passaram por pelo menos um aborto, sendo que mais da metade delas (52%) interromperam a gravidez com menos de 19 anos. O estudo também concluiu que 81% das entrevistadas professam alguma religião, sendo que mais de 70% são cristãs. Ou seja, pessoas que não têm condições ou não desejam seguir com a gestação interrompem a gravidez, independente da legislação ou de qualquer religião.

A partir dessa PNA, a Fiocruz publicou um estudo com perspectiva de raça, que concluiu que mulheres negras apresentam uma probabilidade 46% maior de fazer um aborto. No entanto, outro estudo coordenado pela doutora Emanuelle Góes mostra que esse percentual se inverte no caso de abortos legais, sendo mais predominantes entre mulheres brancas. O recorte racial é essencial para se discutir a saúde de pessoas com útero, visto que o acesso a métodos seguros de interrupção da gravidez está restrito a um grupo específico. No ano passado, a ministra Rosa Weber iniciou o julgamento da ação que tenta descriminalizar o aborto feito por mulheres com até 12 semanas de gestação, mas a votação foi suspensa e segue sem data para ser retomada.

Antes de chegar aos cinemas brasileiros, “Levante” construiu uma trajetória de sucesso através dos festivais nacionais e internacionais por onde passou. Hoje, a menos de um mês da estreia, o longa já atingiu a marca de 20 prêmios, se estabelecendo como um dos filmes brasileiros contemporâneos mais premiados e exibido em festivais. Entre as premiações, se destacam os títulos de Melhor Filme pela crítica Fipresci em Cannes, Melhor Filme Ibero-americano em Palm Springs, Melhor Filme em Biarritz, em Montreal (Fierté), no Mix Brasil e no FestCine Aruanda, além de Melhor Direção e Edição no Festival do Rio.

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Após o anúncio da premiação no Festival de Roterdã, ‘Levante‘ teve um novo trailer divulgado.

Com a direção vencedora do Festival do Rio, assinada por Lillah Halla (ela/dela/elu/delu), o filme carrega uma longa lista de prêmios. Entre eles, destacam-se os troféus de Melhor Filme das mostras paralelas de Cannes, Melhor Longa de Ficção em Biarritz, Melhor Filme Ibero-Americano em Palm Springs e Melhor Filme no Mix Brasil, uma das principais mostras LGBTQIA+ do mundo.

A estreia nacional está marcada para o dia 22 de fevereiro.

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Levante‘ narra os desafios de Sofía (Ayomi Domenica – ela/dela), uma jovem de 17 anos que, às vésperas de um campeonato de vôlei decisivo para seu futuro como atleta, descobre uma gravidez indesejada. Ao tentar interrompê-la de maneira clandestina – uma vez que o aborto é criminalizado no Brasil -, a adolescente se torna alvo de um grupo conservador decidido a detê-la a qualquer preço. Para resistir à violência dos fundamentalistas vigilantes, Sofía conta com uma importante rede de apoio, cujo grande pilar é seu time de vôlei, mas também conta com os cuidados da treinadora Sol (Grace Passô – ela/dela) e de seu pai, João (Rômulo Braga – ele/dele).

A equipe de jovens atletas é composta por um time queer/feminine. No filme, a relação de cumplicidade e parceria entre elus ultrapassa os limites da quadra. Essa “família queer” foi o caminho escolhido pelas roteiristas Lillah Halla e María Elena Morán (ela/dela) para reforçar a importância da organização coletiva – do afeto, da alegria – como força política, força vital de existência e de resistência em meio ao crescente fundamentalismo que marcou os últimos anos do nosso país.

Atualmente, a interrupção voluntária até 12a semana de gestação só está prevista na lei em caso de gravidez decorrente de estupro, se o feto gerado for anencefálico ou se houver risco de vida para a pessoa gestante. Em todos os outros contextos, o Código Penal reconhece o aborto como crime. Com isso, pessoas com útero precisam recorrer a métodos pouco seguros para tomar a decisão sobre seus próprios corpos.

Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que 25 milhões de abortos inseguros são realizados anualmente no mundo. O mesmo levantamento também concluiu que complicações decorrentes de abortos desamparados e clandestinos são a quarta maior causa de morte entre gestantes. Segundo a Pesquisa Nacional do Aborto de 2021, uma em cada sete mulheres/pessoas com útero de idade próxima aos 40 anos já passaram por pelo menos um aborto, sendo que mais da metade delas (52%) interromperam a gravidez com menos de 19 anos. O estudo também concluiu que 81% das entrevistadas professam alguma religião, sendo que mais de 70% são cristãs. Ou seja, pessoas que não têm condições ou não desejam seguir com a gestação interrompem a gravidez, independente da legislação ou de qualquer religião.

A partir dessa PNA, a Fiocruz publicou um estudo com perspectiva de raça, que concluiu que mulheres negras apresentam uma probabilidade 46% maior de fazer um aborto. No entanto, outro estudo coordenado pela doutora Emanuelle Góes mostra que esse percentual se inverte no caso de abortos legais, sendo mais predominantes entre mulheres brancas. O recorte racial é essencial para se discutir a saúde de pessoas com útero, visto que o acesso a métodos seguros de interrupção da gravidez está restrito a um grupo específico. No ano passado, a ministra Rosa Weber iniciou o julgamento da ação que tenta descriminalizar o aborto feito por mulheres com até 12 semanas de gestação, mas a votação foi suspensa e segue sem data para ser retomada.

Antes de chegar aos cinemas brasileiros, “Levante” construiu uma trajetória de sucesso através dos festivais nacionais e internacionais por onde passou. Hoje, a menos de um mês da estreia, o longa já atingiu a marca de 20 prêmios, se estabelecendo como um dos filmes brasileiros contemporâneos mais premiados e exibido em festivais. Entre as premiações, se destacam os títulos de Melhor Filme pela crítica Fipresci em Cannes, Melhor Filme Ibero-americano em Palm Springs, Melhor Filme em Biarritz, em Montreal (Fierté), no Mix Brasil e no FestCine Aruanda, além de Melhor Direção e Edição no Festival do Rio.

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