mãe! foi um dos filmes que gerou mais hype em anos recentes. Tudo porque reunia em dois dos maiores nomes da atualidade no cinema mundial. Nas telas, o longa é protagonizado pela menina de ouro Jennifer Lawrence, arriscando numa atuação ousada em um gênero inédito em sua filmografia. Atrás das câmeras tem o diretor sensação Darren Aronofsky, cujo currículo traz obras celebradíssimas pelos cinéfilos vide Réquiem para um Sonho, O Lutador e Cisne Negro. Assim a mistura explosiva estava feita.
Anunciado como filme de terror, mãe! se mostrou algo ainda mais elaborado, mas que terminou por deixar grande parte da audiência alienada a ver navios. Este é um filme de difícil acesso, que se torna mais interessante após entendermos a proposta por trás dele. Mesmo assim, foi acusado de ser pretensioso demais e dividiu crítica e público. Agora, quatro anos após sua estreia, este longa abstrato estreia na Netflix podendo ser redescoberto por toda uma nova geração de espectadores. Assista e tire suas próprias conclusões. Abaixo trazemos algumas das curiosidades mais interessantes acerca da produção. Confira.
Divisor de opiniões desde a estreia
Não foi só o público que se sentiu perdido ao assistir mãe! pela primeira vez. Em sua estreia no prestigiadíssimo Festival de Veneza, na Itália, o longa recebeu tanto aplausos de pé, quanto vaias em sua exibição.
Framboesa de Ouro
O evento conhecido como o anti-Oscar todo ano indica e “premia” filmes de qualidade duvidosa que são considerados os piores do ano pelos organizadores. É claro que a graça muitas vezes é detonar grandes estrelas e algumas escolhas são polêmicas. Este foi o caso com mãe!, indicado pelos votantes da premiação nas categorias de pior atriz para Lawrence, pior diretor para Aronofsky, sobrando até para o astro Javier Bardem como pior ator. As indicações foram recebidas de forma negativa pelo público cinéfilo, que geralmente entra na brincadeira. Aqui, mesmo os detratores de mãe!, acreditam que a atuação de Jennifer Lawrence é um dos grandes atrativos do longa e que a indicação foi despropositada.
1001 Filmes para Ver antes de Morrer
O famoso livro do autor Steven Schneider, editado a cada novo ano, fez questão de incluir mãe! em sua lista, demonstrando realmente a qualidade divisora da obra, enaltecida por alguns e esnobado por outros.
Título Original
Quem já viu o filme conhece seu teor bíblico implícito – ou seria explícito? Desta forma, adereçando ainda mais o tema, originalmente mãe! seria intitulado “Dia 6”, em referência a Deus ter criado a Terra e o Universo em 7 dias – sendo os eventos retratados no longa referentes ao dia 6 da criação. O que você achou? Melhor que o título que ficou?
Darren & Jennifer
Não é incomum vermos colegas de trabalho se envolvendo amorosamente. E no mundo das artes, isso é ainda mais rotineiro. Aqui, a estrela Jennifer Lawrence iniciou um namoro com seu diretor Darren Aronofsky assim que a produção do filme começou. Infelizmente, o relacionamento chegou ao fim após a estreia do longa – teria o resultado de mãe! afetado o elo entre os pombinhos?
Clone de Bebê de Rosemary?
Na época em que o primeiro trailer de mãe! foi divulgado, a imprensa inteira, em especial, só falava da possível semelhança com o clássico de Roman Polanski, O Bebê de Rosemary (1968). O fato do cartaz ter sido produzido na semelhança de tal filme apenas corroborou com as teorias. Mas foi só a obra estrear para notarmos a total diferença entre ambos e as reais intenções da produção de Aronofsky.
Matador de Jason
Além da ligação com O Bebê de Rosemary, mãe! ainda tem uma curiosa conexão com outro clássico do terror, esse um slasher. Sexta-Feira 13, franquia que é prata da casa da Paramount, teve sua produção cancelada (um filme que continuaria o remake de 2009) pelo estúdio, que terminou optando por dar ênfase a seu ousado produto do momento. Será que o estúdio fez a escolha certa?
J-Law, a atriz do método
Veio da protagonista Jennifer Lawrence a ideia de sua personagem andar descalça durante toda a exibição do filme. A atriz pensou que assim demonstraria uma maior conexão com a “casa” – quem já viu o filme entende que faz todo sentido. Fora isso, Lawrence teria entrado tanto no personagem que no desfecho do filme, em meio ao tumulto e enorme tensão, teria começado a hiperventilar tanto que chegou ao cúmulo de quebrar uma costela. Isso que é entrega.
A bilheteria mais baixa de J-Law
Jennifer Lawrence se tornou uma estrela de renome mundial. Tudo que a atriz toca vira ouro. Bem, ou ao menos era assim até a estreia de mãe!. Acontece que o longa de censura alta dividiu opiniões e se mostrou um filme de difícil acesso ao público médio fora do círculo de cinéfilos. Assim, como resultado, mãe! se tornou o filme de menor estreia nas bilheterias da carreira de Lawrence, rendendo nos EUA somente US$7.5 no primeiro fim de semana de exibição. Mostrando assim que nem mesmo o starpower do nome da estrela foi capaz de arrastar os fãs aos cinemas.
O Monstro Michelle Pfeiffer
Além dos nomes de Jennifer Lawrence e Darren Aronofsky impulsionando o projeto, outro chamariz aqui é a veterana Michelle Pfeiffer em uma performance impactante, dona de uma personagem misteriosa e importantíssima para a trama. Pfeiffer, no entanto, confessa não ter entendido o roteiro após ter lido, mesmo assim aceitou o desafio por ter ficado fascinada por sua personagem. A afirmação é duplamente verdadeira para nós também, e a atriz não está sozinha nessa. Além disso, em um dos momentos mais famosos do filme, quando Pfeiffer simplesmente anda em direção à protagonista de maneira ameaçadora, J-Law afirma ter esquecido suas falas ao se ver hipnotizada pelos olhos da colega de cena. Segundo Lawrence, Pfeiffer entrega a melhor atuação de sua carreira em mãe!; você concorda com ela?
Mancada na Divulgação
Considerado um “sonho febril” nas palavras do próprio criador Darren Aronofsky, mãe! foi escrito pelo cineasta em 5 dias. O caos que vemos em tela parece ter refletido igualmente fora dela e ter inclusive afetado o desempenho do filme e as carreiras dos principais envolvidos com o longa. A bruxa parecia realmente estar solta durante o lançamento de mãe! e até mesmo na divulgação do filme o azar atingia a produção. Acontece que parte da campanha de marketing da obra, realizada pela agência Apparition Media, deu uma tremenda bola fora na divulgação em Sydney, na Austrália. A empresa contratou um artista para pintar um grande mural do filme, como peça na campanha publicitária do longa. No entanto, o tal mural foi pintado em cima de outro, que se revelou uma obra famosa na cidade criada há 20 anos e que havia se tornado icônica no local. E devidamente tampada pela imagem de mãe!. A produção assim viu o tiro saindo pela culatra com o protesto da população da cidade. Darren Aronofsky se sentindo envergonhado com tudo pediu desculpas em nome da agência contratada, e logo o estúdio em parceria com o artista original trataram de restaurar a arte antiga.