quinta-feira, abril 18, 2024

Magia ao Luar

Woody Allen espiritual e sobrenatural

É chegada a época do ano na qual ganhamos o novo exemplar do diretor septuagenário Woody Allen. Com aproximadamente 45 obras dirigidas no currículo, o cineasta pode se orgulhar de ter uma das maiores filmografias da história da sétima arte. E mais ainda por serem em sua maioria filmes de muita qualidade. Escrevendo todas as histórias, Allen usa muito de seus gostos pessoais e pensamentos sobre a vida em seus textos, porém, seus filmes não poderiam ser mais distintos em relação ao tema um do outro.

Aqui, Allen resolve abordar o espiritismo e a mediunidade pela primeira vez na carreira. O vencedor do Oscar Colin Firth interpreta um ilusionista famoso, que se apresenta pelo mundo sob a alcunha de Wei Ling Soo, fazendo uso de uma caracterização que o transforma em um personagem chinês. O protagonista recebe a visita do melhor amigo, vivido pelo britânico Simon McBurney, que lhe pede ajuda para desvendar o caso de uma médium charlatã.

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A jovem Sophie Baker (Emma Stone) se tornou sensação na Riviera Francesa, com suas visões do passado, contatos espirituais (realizados através de sessões) e ligação com o sobrenatural. O personagem de Firth é convidado a desmascarar a moça, já que é um forte opositor de fraudes do tipo. A menina, muito charmosa, arranjou inclusive um pretendente, na forma de um jovem milionário (Hamish Linklater).

Passado na década de 1920, Magia ao Luar se aproxima do clima oferecido em Meia Noite em Paris, com sua nostalgia impregnando a tela e nos contagiando, além de certo sentimento mágico em relação ao desconhecido. Se Meia Noite em Paris brincava com a volta no tempo, Magia ao Luar nos proporciona o deslumbramento por uma figura onisciente. Os elementos que Allen tanto adora (e que através de seu gosto aprendemos a apreciar também), claro, não poderiam faltar.

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Jazz, arte, literatura, paranoia e certo desprezo em relação à humanidade (provido pelo protagonista) marcam presença. Emma Stone (a nova musa de Allen) exala carisma na pele da possível vigarista. Sua presença ilumina cada cena em que a atriz está. Já Firth fica com a parte curta da vara, com um personagem que beira o insuportável. Mesmo trazendo grande parte do humor, o protagonista (que é a persona de Allen no filme) não exibe um traço de charme.

Não existe muita química entre os atores principais, que possuem uma barreira de quase 30 anos de separação entre suas idades. Mas ei, este é um filme de Woody Allen. Podemos perceber também que o diretor tem apostado em reviravoltas em seus roteiros nos últimos trabalhos. Em Meia Noite em Paris e Blue Jasmine funcionou, aqui não funciona muito. Em seu desfecho, com a reviravolta, Magia ao Luar perde grande parte do seu brilho.

O filme é privado dos elementos que eram seus chamarizes e se torna apenas um exercício mundano e pouco inspirado. Exatamente pelo fato, Magia ao Luar vem sendo definido como um filme menor de Woody Allen, categoria na qual recaem suas não obras-primas. Mas não fique decepcionado, um trabalho menor de Allen ainda é maior do que grande parte do que vemos nos cinemas.

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