Chega a ser divertido, mas o ser humano precisa arrumar uma forma de discutir e brigar não importando sobre o que. Segundo muitos, o que nos motiva é essa competição – mas, é claro, desde que seja saudável. Para os nerds nada de política, religião ou futebol, o ponto de maior divergência de suas vidas é: quem é melhor, Marvel ou DC? É sério! Aqui, nem iremos entrar nesse mérito, já que assim como os jogadores de futebol, os atores de Hollywood não têm qualquer problema em vestir as camisas dos dois estúdios enquanto os fãs se matam.

Nesta nova matéria iremos abordar justamente os grandes nomes de Hollywood que já trabalharam tanto para a Marvel quanto para a DC em papeis importantes em seus filmes. Talvez você se espante pelo número de atores que já “jogaram nos dois times” ao longo dos anos. Confira abaixo alguns dos principais.

Ben Affleck

Começamos a lista com o astro vencedor do Oscar que completou 50 anos recentemente. No caso dos fãs mais novos, eles devem lembrar certamente do papel de Affleck como o Homem-Morcego nos filmes recentes da DC. Papel este que o ator deve reprisar muito em breve em pelo menos mais dois filmes: Aquaman 2 e The Flash – ambos programados para 2023. Ou seja, engana-se quem achava que Batfleck havia aposentado sua capa. O astro fez sua estreia como o personagem, é claro, no polêmico Batman vs. Superman (2016), e dali seguiu para uma ponta em Esquadrão Suicida (2016) e Liga da Justiça (2017). Antes disso, como grande parte do público sabe bem, Affleck havia vestido o uniforme de outro justiceiro, esse da Marvel, o do vigilante cego Demolidor (2003). Mas não no MCU e sim na época da Fox.

Michael Keaton

Por falar nos atores que vestiram a capa do Batman para as produções baseadas nos personagens da DC, o indicado ao Oscar Michael Keaton foi o primeirão de todos. E se hoje temos o gênero dos super-heróis como a fonte mais rentável do cinema entretenimento de Hollywood, temos muito a agradecer a Batman (1989), de Tim Burton, que pavimentou esse caminho. Keaton foi o primeiro Batman do cinema e também protagonizou sua continuação direta, Batman – O Retorno (1992). Esse ano, o ator apareceria mais uma vez usando a capa e o capuz do herói no filme da Batgirl – que infelizmente foi cancelado pela Warner depois de pronto. Seja como for, poderemos ver finalmente o retorno do ator na pele do personagem em The Flash (2013). Já quando a opção foi um papel na rival Marvel, o ator escolheu o vilão Abutre em Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017) – igualmente um personagem alado.

Michelle Pfeiffer

Um Batman só é bom quando tem por trás uma boa Mulher-Gato, já dizia o ditado. E Michael Keaton é considerado por muitos como o melhor Batman do cinema. O ator teve a sorte de no segundo filme como o personagem contracenar com a belíssima e talentosa Michelle Pfeiffer num dos papeis que a eternizou: a anárquica e vingativa Mulher-Gato. Sensualidade é pouco para Pfeiffer neste papel, no auge de sua carreira e forma física aos 30 e poucos anos de idade. Por outro lado, já bem mais madura e nesta nova fase de sua carreira, Michelle Pfeiffer foi convidada novamente para adentrar o mundo dos super-heróis, desta vez para a rival Marvel. Missão aceita pela atriz, que terminou com o papel igualmente icônico e importante como Janet Van Dyne, a heroína Vespa original no MCU – personagem que estreou em Homem Formiga e a Vespa (2018) e irá reprisar ano que vem em Homem Formiga e a Vespa – Quantumania.

Halle Berry

No cinema existem as Mulher-Gato excelentes (Michelle Pfeiffer), as ótimas (Zöe Kravitz), as boas (Anne Hathaway) e, bem, existe a Halle Berry. É só o que irei dizer. Voltando um pouco mais no tempo, um dos primeiros filmes da Marvel que ajudou a construir o que temos hoje em matéria desta enxurrada do gênero definitivamente foi X-Men (2000). E Halle Berry teve a sorte de estar lá quando isso “era tudo mato”, sendo a escolhida do estúdio para viver a poderosa Tempestade. Logo no ano seguinte, a atriz seria consagrada com o prêmio máximo da sétima arte, com o Oscar por sua atuação em A Última Ceia (2001). Assim, na sequência de 2003, já com o Oscar em mãos, sua personagem teve mais espaço na trama. E foi essa nova onda de popularidade da atriz que a fez estrelar como a maior vilã da DC, Mulher-Gato, no primeiro e único filme solo da personagem nas telonas. Infelizmente, como sabemos, o filme não foi bom – para dizer no mínimo. Berry, no entanto, correria para viver Tempestade mais duas vezes e se redimir um pouco.

Ryan Reynolds

Com o ator canadense Ryan Reynolds ocorreu um dos casos de redenção mais memoráveis da história do cinema nos últimos anos. E isso graças à influência e insistência do próprio ator, que se esforçou muito e teve muito trabalho, mas no fim conseguiu dar a volta por cima no papel de Deadpool. Antes disso, no entanto, Reynolds já havia interpretado outro personagem do panteão da Marvel, um bem mais desconhecido, em seu primeiro filme do gênero com Blade Trinity (2004) – terceiro filme do caçador de vampiros vivido por Wesley Snipes ainda nas mãos da New Line, hoje parte da Warner, onde Reynolds viveu Hannibal King. Depois, descolaria o papel de Deadpool no malfadado X-Men Origens: Wolverine (2009), com direito a uma caracterização péssima do anti-herói. Como se não bastasse, Reynolds ainda se bandearia para o lado da DC, no que achou que seria a sorte grande: Lanterna Verde (2011). Ao retornar para a Marvel, aí sim teve sucesso como Deadpool (2016) no filme solo do personagem e sua sequência (2018), que prontamente satirizava ambos Lanterna Verde e sua incursão atrapalhada como Deadpool no filme do Wolverine.

Zazie Beetz

Por falar em Deadpool, o segundo filme do mercenário tagarela de Ryan Reynolds recebeu um baita reforço nas formas da carismática Zazie Beetz no papel da mutante sortuda Domino. É uma missão ingrata tentar sobressair num filme do protagonista piadista, que domina a cena, mas se existe uma personagem que chega muito perto de roubar os holofotes, essa é a Domino de Zazie Beetz. Ao ponto de ficarmos desejando mais uma aparição da moça, quando Deadpool 3 começar a ganhar forma agora na Disney/MCU. Logo no ano seguinte, a atriz ganhava a oportunidade de estrelar o papel feminino principal no sombrio e dramático Coringa (2019), primeiro filme solo do maior vilão da DC, num longa diferente de tudo o que já foi feito no subgênero. E Zazie Beetz entrega um desempenho impactante como Sophie, a vizinha do desequilibrado personagem.

Sylvester Stallone

Antes de Marvel e DC se tornarem as potências no cinema entretenimento que são hoje, o astro Sylvester Stallone já era considerado um herói de ação nos filmes. Sem precisar usar capa ou superpoderes, os personagens que o ator vivia em tela eram capaz de dar cabo de exércitos inteiros por conta própria, vide Rambo. Stallone é uma potência tão grande por si só que personagem algum dos quadrinhos faria jus. Isto é, ao menos em sua época de ouro. Já que agora, na terceira idade, o astro resolveu aceitar a participação coadjuvante em alguns filmes do gênero. Primeiro, viveu o líder dos piratas espaciais Stakar Ogord em Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017), da Marvel. Depois, foi a vez de emprestar sua voz ao vilão Tubarão Rei em O Esquadrão Suicida (2021), da DC – e mais uma vez Stallone roubaria a cena. Ambos os filmes, não por coincidência, são dirigidos por James Gunn.

Dolph Lundgren

Não podemos pensar em Dolph Lundgren sem pensar em Sylvester Stallone, afinal o segundo foi responsável pela carreira do grandalhão loiro sueco ao escala-lo para o papel do boxeador russo Ivan Drago em Rocky IV (1985). Mesmo com a treta recente envolvendo os direitos em relação a franquia do lutador de boxe e o produtor Irwin Winkler, do qual Stallone tem reclamado publicamente, o que envolve um possível spin-off de Drago; esperamos que tudo tenha ficado bem entre Lundgren e Stallone, e que os amigos tenham passado essa história a limpo. Seja como for, quatro anos após ter vivido a máquina de pancadas russa citada, Dolph tingiu seus cabelos de preto para viver Frank Castle, vulgo O Justiceiro (The Punisher), num filme que passou em branco em 1989 e que se tornou uma produção obscura / cult com o personagem. Sequer de sua icônica caveira na blusa o personagem fazia uso. Muitos anos depois, o herói de ação Dolph finalmente recebia nova chance em um filme do gênero, desta vez da DC, onde viveu o Rei Nereus em Aquaman (2018) – papel que deverá reprisar na sequência a estrear em 2023.