Baz Luhrmann pode ter dado uma “sumida” do cenário cinematográfico, mas não antes de deixar seu estonteante legado que inclui, dentre outros filmes, ‘Romeu + Julieta’ e ‘Vem Dançar Comigo’. Entretanto, nenhum desses insurge como a principal obra de sua carreira: o clássico musical jukebox ‘Moulin Rouge – Amor em Vermelho’.
Estrelado por Nicole Kidman e Ewan McGregor, a história gira em torno de um jovem poeta inglês que se apaixona pela cortesã e estrela do cabaré Moulin Rouge no exuberante cenário boêmio de Paris. Fechando a trilogia conhecida como ‘Cortina Vermelha’, o filme teve recepção bastante favorável por parte da crítica, conquistando duas estatuetas do Oscar e outras seis indicações – além de ter arrecadado quase US$180 milhões mundialmente.
Em celebração a esse memorável longa-metragem e a seu aniversário de vinte anos, o CinePOP separou uma lista com dez curiosidades de bastidores sobre a obra.
Confira:
ENSAIO DE RISCO
As filmagens de ‘Moulin Rouge’ foram pausadas por duas semanas em novembro de 1999 depois de Kidman fraturar duas costelas e machucar o joelho enquanto treinava para uma das sequências de dança. Várias das cenas em que ela é vista apenas do peitoral para cima foram foram feitas enquanto a atriz estava em uma cadeira de rodas.
“COME WHAT MAY”
A música “Come What May” foi escrita originalmente por David Baerwald para ‘Romeu + Julieta’, mas não foi usada. Em ‘Moulin Rouge’, ela foi escrita para o espetáculo de Christian (McGregor), sendo a única música original da produção. Entretanto, por ter sido escrita para outro filme, foi desclassificada para a competição de Melhor Canção Original no Oscar.
ENCARNANDO SININHO
Originalmente, a fada verde seria um homem com cabelos desgrenhados e bastante forte, carregando uma cítara. Ozzy Osbourne havia sido contratado para os vocais, mas a ideia foi descartada e mudada para uma encarnação à la Sininho. Kylie Minogue interpretou a personagem, mas Osbourne ainda ficou responsável por certos gritos guturais da fada quando ela fica do mal.
IDEIAS DIFERENTES
‘Moulin Rouge’ ficou eternizado por ser uma das grandes histórias de romance do século, mas os primeiros rascunhos da narrativa eram um tanto quanto diferente: Satine (Kidman) teria um filho de três anos e o enredo se desenrolaria em flashbacks, com Christian contando o que aconteceu à criança.
EQUIPE: AVANTE!
Uma das estatuetas do Oscar que o longa levou para casa foi a de Melhor Figurino – o que não é muito chocante: afinal, o departamento de criação construiu nada menos que 300 vestes e, em um dado momento, oitenta pessoas haviam sido contratadas para dar conta da demanda.
IN MEMORIAM
O filme é dedicado ao pai de Baz Luhrmann, Leonard, que morreu pouco antes das gravações começarem. Antes de falecer, Leonard disse ao filho para focar no longa-metragem. Quando Baz pensou em desistir no meio da produção, ele se lembrou das palavras do pai.
ENTRE ÓPERAS E OPERETAS
O plot principal do filme é uma amálgama de três óperas e operetas. O enredo do jovem escritor com amigos boêmios que se apaixona por uma garota adoecida é de ‘La Boheme’, baseada no romance ‘La Vie de la Boheme’, de Henri Murger; a cortesã aprendendo que o amor também pode ser verdadeiro e idealista vem de ‘La Traviata’, baseada no livro ‘A Dama das Camélias’, de Alexandre Dumas’; e, por fim, o escritor que viaja para o “submundo” do Moulin Rouge para encontrar sua amada vem de ‘Orphée aux Enfers’, de Jacques Offenbach.
ESNOBADO?
O filme tornou-se o primeiro musical em dez anos a ser indicado na categoria de Melhor Filme no Oscar desde ‘A Bela e a Fera’ (1991). Entretanto, Luhrmann foi esnobado nas categorias de Melhor Direção e Melhor Roteiro Original, sendo citado até hoje como uma das maiores gafes da premiação.
CONSIDERAÇÕES DE PESO
Catherine Zeta-Jones e Heath Ledger eram fortes candidatos a interpretar Satine e Christian, respectivamente. Outros possíveis nomes para viver Christian eram Hugh Jackman, Jake Gyllenhaal e Ronan Keating; para viver Satine, Kate Winslet, Hilary Swank e Renée Zellweger foram consideradas pelo estúdio.
ACLAMAÇÃO CONTROVERSA
O lendário autor estadunidense e roteirista Rad Bradbury não era fã do filme. Em uma entrevista para promover a edição atualizada do clássico ‘Fahrenhent 451’, Bradbury criticou a edição frenética da obra, dizendo que criava uma necessidade menor de analisar a história pela quantidade de imagens jogadas em tela. Ele disse que o fato do filme receber tanto aclame e tantos prêmios era motivo de inquietação.