O versão live-action de ‘Mulan‘ ganhou novas imagens dos bastidores, divulgadas pela atriz Ming-Na Wen.
A estrela de origem chinesa é conhecida por ter dublado a personagem homônima na animação original da Disney há 20 anos atrás e foi chamada para uma participação especial do novo longa, após o forte endosso dos fãs do clássico.
E para celebrar sua histórica aparição após mais de 20 anos, Wen compartilhou imagens dos bastidores das filmagens.
Confira:
“Filmando este Mulan em 2018. O Mulan em animação foi lançado em 1998. 20 anos! Eu pude compartilhar um momento muito especial com a minha garotinha. Uma experiência de vida sem preço. Obrigado a todos que ajudaram isso a acontecer. Obrigado a todos os fãs de Mulan que quiseram isso, quando o filme foi anunciado pela primeira vez. Eu amo vocês. Que jornada incrível com essa amada princesa guerreira da Disney. Assistam esse belo e épico Mulan no Disney+. O elenco é incrível e Niki Caro o trouxe à vida da maneira mais bela, mágica e cheia de ação possível!”.
Polêmica
Após a estreia na Disney+, a adaptação voltou a sofrer ameaças de boicotes por parte de alguns fãs e críticos, porque os créditos finais mostram agradecimentos ao Partido Comunista Chinês.
Para quem não sabe, muitas das cenas de ‘Mulan‘ foram gravadas em Xinjiang, o epicentro da violação dos direitos humanos pelo regime chinês.
A região abriga diversos grupos de minorias étnicas, como os uigures-turcos, que sofrem ataques de Xenofobia e são levados à força para campos de detenção em condições severas.
Para piorar, as autoridades de Xinjiang são alvo de diversas denúncias internacionais por tratar seus habitantes de forma desumana, incluindo o trabalho escravo e fortes restrições religiosas e ideológicas.
Mesmo assim, a Disney insistiu em favorecer a economia local com as gravações do filme. Por conta disso, os agradecimentos ao governo chinês e às empresas de Xinjiang estão gerando revoltas na comunidade internacional.
Em uma extensa crítica feita ao estúdio, o jornalista Isaac Stone Fish, do Washington Post, disse que:
“Há um lado negro nessas paisagens [de Xinjiang]. A Disney aproveitou o cenário montanhoso e faz um agradecimento especial às instituições chinesas que ajudaram com o filme. Isso inclui quatro departamentos de propaganda do Partido Comunista Chinês e o Departamento de Segurança Pública da cidade de Turpan… Organizações que estão contribuindo com os crimes contra a humanidade.”
Ele continuou:
“A Disney precisava trabalhar em Xinjiang? Não, não era necessário. Existem muitas outras regiões da China e países ao redor do mundo que oferecem as belas paisagens apresentadas no filme. Mas, ao fazer isso, a Disney ajuda a normalizar um crime contra a humanidade.”
Joshua Wong, líder pró-democracia de Hong Kong, concedeu uma entrevista à Reuters e também criticou o estúdio, além de apoiar o boicote ao longa, dizendo:
“Por que a Disney simpatiza com Pequim e porque Liu Yifei apoia aberta e orgulhosamente a brutalidade policial em Hong Kong? Convido todos os que acreditam nos direitos humanos a boicotar ‘Mulan‘.”
Lembrando que ‘Mulan‘ chegou à Disney+ nos Estados Unidos e em outros países que já contam com a plataforma, além da exibição nos cinemas de nove mercados internacionais, garantindo um total de apenas US$5,9 milhões de bilheteria.
No entanto, a Disney não divulgou números de vendas do filme no streaming.
Na China, o longa será lançado em 11 de setembro.
No Brasil, ainda não há previsão de estreia.
A versão live-action é dirigida por Niki Caro e é estrelada pela chinesa Liu Yifei,também conhecida como Crystal Liu, uma das atrizes mais populares desta geração no país.
Donnie Yen, Jet Li, Gong Li, Jason Scott Lee, Yoson An, Susana Tang e outros completam o elenco.