domingo , 22 dezembro , 2024

‘Mulher-Hulk’ | Segundo episódio diverte, mas cria uma confusão cronológica

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu aos dois primeiros episódios de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, evite esta matéria, pois ela contém spoilers.



Que a Fase Quatro da Marvel está uma bagunça, todo mundo já sabe. No entanto, esse segundo episódio veio para tentar dar uma luz na cronologia do MCU. Trazendo um tom mais leve, esse capítulo 2 tem um texto bem divertido e transita bem pelo humor da personagem, explorando algumas de suas melhores características e brincando novamente com o próprio universo em que se encontra. Além disso, ele traz easter eggs interessantíssimos para os fãs, novamente lembrando ao público que os X-Men estão vindo aí.

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A trama do episódio gira em torno das consequências de Jen (Tatiana Maslany) ter revelado seus poderes ao mundo em meio ao julgamento no qual advogava. Temendo ter sua imagem arranhada, o escritório no qual ela trabalhava a demite, fazendo com que a protagonista viva o pesadelo de talvez ter que abandonar a carreira. Todos sabemos como perder o emprego pode ser desesperador, e a forma que o episódio escolhe para abordar a situação, intensificando o desespero da Jen por meio de cortes rápidos, dando uma sensação de ansiedade, mas de forma “divertida”, dá um tom interessante ao episódio e o salva do que poderia ser um ostracismo. Afinal, a série foi vendida como um seriado de advocacia com super-heróis. Ou seja, todos sabiam que ela ia conseguir um novo emprego. Então, em vez de tentar mascarar o inevitável, a direção brinca com esse desespero da protagonista.

E é justamente nessa busca desesperada por um emprego que chegamos a uma sequência de easter eggs que são bombardeados em tela mais rápido do que a participação do Mercúrio no MCU. Quando Jen começa a procurar outras áreas, depois de receber diversos “Não”, ela chega nessa página sobre o emprego de mascotes na Suíça. Quem nunca, né? Pois bem, a parte interessante dessa página está ali do lado, no anúncio e nas matérias relacionadas. O anúncio mostra um tênis do Homem de Ferro, vendido com a marca do Reator Arc. Isso mostra que mesmo tendo morrido há algum tempo, Tony Stark (Robert Downey Jr.) segue como uma figura muito rentável neste universo. Ou seja, as Indústrias Stark segue lucrando com a imagem do falecido, provavelmente explorando o lucro sobre sua morte. É algo bem comum no meio empresarial. Por exemplo, os álbuns de artistas costumam esgotar após sua morte.

Logo abaixo, vemos a notícia de um “homem com garras de metal” brigando em um bar. Depois da aparição de Madripoor em Falcão e o Soldado Invernal (2021), essa é a segunda referência pesada à já existência do Wolverine no Universo Cinematográfico Marvel. O que será que o Kevin Feige está planejando para o personagem, hein?

A outra matéria relacionada questiona sobre a existência de uma estátua gigante ter surgido no meio do mar. O fato de ninguém estar preocupado com isso, acaba sendo uma piada interna sobre as críticas mistas que Eternos (2021) recebeu, até porque foi um evento cataclísmico que poderia simplesmente ter terminado com o Tiamut comendo a Terra inteirinha. E aparentemente ninguém ligou muito para isso. Essa referência é legal também porque traz Eternos de volta para o jogo e ajudou a situar o filme e a série na cronologia. Agora sabemos que Eternos acontece antes de Mulher-Hulk e de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021).

Por fim, a sequência de easter eggs do desemprego termina com uma piada constante na série até aqui, mas agora referenciando a uma das piadas mais icônicas de Vingadores: Ultimato (2019): o “America’s Ass”. Seguindo com seu fascínio pelo popô do Steve Rogers (Chris Evans), Jen recebe uma mensagem chamando para um jantar em família e revela que seu papel de parede é o traseiro do antigo Capitão América. Durante o jantar, descobrimos uma grande diferença dos quadrinhos para a série: os pais da Jen estão vivos. Nas HQs, a mãe morreu quando ela ainda era criança, por isso que acabou se aproximando do primo, Bruce. Na sequência das conversas em família, inclusive, o pai levanta um questionamento importante também: o que acontece com as flechas do Gavião Arqueiro (Jeremy Renner)? Ele cata elas e reutiliza ou só deixa elas lá e vai embora?

Passado o jantar familiar, Jen recebe uma oferta excelente de emprego em uma empresa rival de seu antigo trabalho. Ela vai ganhar muito bem, mas precisa se dedicar aos casos envolvendo super-heróis. Diferentemente dos quadrinhos, ela aqui ainda não gosta muito de sua aparência de Hulk, mas decide aceitar. E qual o primeiro caso? Defender Emil Blonsky (Tim Roth), o vilão de O Incrível Hulk (2008). Ela fica receosa em aceitar, mas como era aceitar ou perder o emprego, Jen estuda o caso e vai até a prisão onde ele está encarcerado para bater um papo com ele.

Um detalhe interessante é que essa prisão do Departamento de Controle de Danos já apareceu há alguns meses em Ms. Marvel. Aqueles vilões genéricos terríveis da série foram mandados para essa unidade, mas até que conseguiram escapar dela com certa facilidade. Basta saber agora se a fuga da série aconteceu antes ou depois dessa de Mulher-Hulk.

Depois de pensar e resolver aceitar o caso, Jen liga para o primo, Bruce, para saber se está tudo bem por ela dela aceitar defender o vilão que tentou matá-lo, há 13 anos, no confronto que destruiu o Harlem. Bruce diz que eles cresceram bastante e que acredita que Emil possa mesmo ter mudado, afinal até o Bruce mudou. Literalmente. Essa piada foi maravilhosa, porque brinca com o recast do personagem. Em 2008, Bruce era vivido por Edward Norton, mas acabou sendo trocado por Mark Ruffalo, que mantém o personagem até hoje. E a melhor parte é a olhadinha que a Jen dá para a câmera quando ele diz isso. Bom demais.

Logo após a piada, vemos que o Bruce está em uma nave de Sakaar em pleno espaço sideral. Como ele ainda tinha sinal para falar com a prima é um mistério, mas seu destino parece cada vez mais claro. Há uma teoria de que o Hulk teve um filho em Sakaar e agora o planeta está doidinho atrás do pai para dar um jeito no pimpolho. Com essas aparições cada vez mais frequentes, parece que Skaar deve ser introduzido no MCU até o fim da temporada. Mas isso acaba abrindo uma possibilidade de falha de continuidade bem grande.

Isso porque o episódio termina com imagens da luta do Abominável contra o Wong (Benedict Wong) em Macau, mostrando que a série acontece simultaneamente com Shang-Chi. No entanto, a cena pós-créditos do filme mostra Bruce em sua forma humana fazendo uma chamada de vídeo com Wong, outros Vingadores e os novatos dos Dez Anéis. Ok, Bruce pode estar fazendo essa chamada de qualquer lugar do universo, mas ele está com o braço enfaixado. E a série já mostrou que ele conseguiu recuperar esse braço. Além disso, ele está lá com o aparelhinho que acaba quebrando na série. Então, é bom que alguém quebre o braço do Golias Esmeralda em Sakaar e ele reconstrua seu aparelho no espaço para que a Marvel não tenha mais um furo de roteiro para a conta.

Os novos episódios de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis estreiam toda quinta no Disney+.

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Que a Fase Quatro da Marvel está uma bagunça, todo mundo já sabe. No entanto, esse segundo episódio veio para tentar dar uma luz na cronologia do MCU. Trazendo um tom mais leve, esse capítulo 2 tem um texto bem divertido e transita bem pelo humor da personagem, explorando algumas de suas melhores características e brincando novamente com o próprio universo em que se encontra. Além disso, ele traz easter eggs interessantíssimos para os fãs, novamente lembrando ao público que os X-Men estão vindo aí.

A trama do episódio gira em torno das consequências de Jen (Tatiana Maslany) ter revelado seus poderes ao mundo em meio ao julgamento no qual advogava. Temendo ter sua imagem arranhada, o escritório no qual ela trabalhava a demite, fazendo com que a protagonista viva o pesadelo de talvez ter que abandonar a carreira. Todos sabemos como perder o emprego pode ser desesperador, e a forma que o episódio escolhe para abordar a situação, intensificando o desespero da Jen por meio de cortes rápidos, dando uma sensação de ansiedade, mas de forma “divertida”, dá um tom interessante ao episódio e o salva do que poderia ser um ostracismo. Afinal, a série foi vendida como um seriado de advocacia com super-heróis. Ou seja, todos sabiam que ela ia conseguir um novo emprego. Então, em vez de tentar mascarar o inevitável, a direção brinca com esse desespero da protagonista.

E é justamente nessa busca desesperada por um emprego que chegamos a uma sequência de easter eggs que são bombardeados em tela mais rápido do que a participação do Mercúrio no MCU. Quando Jen começa a procurar outras áreas, depois de receber diversos “Não”, ela chega nessa página sobre o emprego de mascotes na Suíça. Quem nunca, né? Pois bem, a parte interessante dessa página está ali do lado, no anúncio e nas matérias relacionadas. O anúncio mostra um tênis do Homem de Ferro, vendido com a marca do Reator Arc. Isso mostra que mesmo tendo morrido há algum tempo, Tony Stark (Robert Downey Jr.) segue como uma figura muito rentável neste universo. Ou seja, as Indústrias Stark segue lucrando com a imagem do falecido, provavelmente explorando o lucro sobre sua morte. É algo bem comum no meio empresarial. Por exemplo, os álbuns de artistas costumam esgotar após sua morte.

Logo abaixo, vemos a notícia de um “homem com garras de metal” brigando em um bar. Depois da aparição de Madripoor em Falcão e o Soldado Invernal (2021), essa é a segunda referência pesada à já existência do Wolverine no Universo Cinematográfico Marvel. O que será que o Kevin Feige está planejando para o personagem, hein?

A outra matéria relacionada questiona sobre a existência de uma estátua gigante ter surgido no meio do mar. O fato de ninguém estar preocupado com isso, acaba sendo uma piada interna sobre as críticas mistas que Eternos (2021) recebeu, até porque foi um evento cataclísmico que poderia simplesmente ter terminado com o Tiamut comendo a Terra inteirinha. E aparentemente ninguém ligou muito para isso. Essa referência é legal também porque traz Eternos de volta para o jogo e ajudou a situar o filme e a série na cronologia. Agora sabemos que Eternos acontece antes de Mulher-Hulk e de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021).

Por fim, a sequência de easter eggs do desemprego termina com uma piada constante na série até aqui, mas agora referenciando a uma das piadas mais icônicas de Vingadores: Ultimato (2019): o “America’s Ass”. Seguindo com seu fascínio pelo popô do Steve Rogers (Chris Evans), Jen recebe uma mensagem chamando para um jantar em família e revela que seu papel de parede é o traseiro do antigo Capitão América. Durante o jantar, descobrimos uma grande diferença dos quadrinhos para a série: os pais da Jen estão vivos. Nas HQs, a mãe morreu quando ela ainda era criança, por isso que acabou se aproximando do primo, Bruce. Na sequência das conversas em família, inclusive, o pai levanta um questionamento importante também: o que acontece com as flechas do Gavião Arqueiro (Jeremy Renner)? Ele cata elas e reutiliza ou só deixa elas lá e vai embora?

Passado o jantar familiar, Jen recebe uma oferta excelente de emprego em uma empresa rival de seu antigo trabalho. Ela vai ganhar muito bem, mas precisa se dedicar aos casos envolvendo super-heróis. Diferentemente dos quadrinhos, ela aqui ainda não gosta muito de sua aparência de Hulk, mas decide aceitar. E qual o primeiro caso? Defender Emil Blonsky (Tim Roth), o vilão de O Incrível Hulk (2008). Ela fica receosa em aceitar, mas como era aceitar ou perder o emprego, Jen estuda o caso e vai até a prisão onde ele está encarcerado para bater um papo com ele.

Um detalhe interessante é que essa prisão do Departamento de Controle de Danos já apareceu há alguns meses em Ms. Marvel. Aqueles vilões genéricos terríveis da série foram mandados para essa unidade, mas até que conseguiram escapar dela com certa facilidade. Basta saber agora se a fuga da série aconteceu antes ou depois dessa de Mulher-Hulk.

Depois de pensar e resolver aceitar o caso, Jen liga para o primo, Bruce, para saber se está tudo bem por ela dela aceitar defender o vilão que tentou matá-lo, há 13 anos, no confronto que destruiu o Harlem. Bruce diz que eles cresceram bastante e que acredita que Emil possa mesmo ter mudado, afinal até o Bruce mudou. Literalmente. Essa piada foi maravilhosa, porque brinca com o recast do personagem. Em 2008, Bruce era vivido por Edward Norton, mas acabou sendo trocado por Mark Ruffalo, que mantém o personagem até hoje. E a melhor parte é a olhadinha que a Jen dá para a câmera quando ele diz isso. Bom demais.

Logo após a piada, vemos que o Bruce está em uma nave de Sakaar em pleno espaço sideral. Como ele ainda tinha sinal para falar com a prima é um mistério, mas seu destino parece cada vez mais claro. Há uma teoria de que o Hulk teve um filho em Sakaar e agora o planeta está doidinho atrás do pai para dar um jeito no pimpolho. Com essas aparições cada vez mais frequentes, parece que Skaar deve ser introduzido no MCU até o fim da temporada. Mas isso acaba abrindo uma possibilidade de falha de continuidade bem grande.

Isso porque o episódio termina com imagens da luta do Abominável contra o Wong (Benedict Wong) em Macau, mostrando que a série acontece simultaneamente com Shang-Chi. No entanto, a cena pós-créditos do filme mostra Bruce em sua forma humana fazendo uma chamada de vídeo com Wong, outros Vingadores e os novatos dos Dez Anéis. Ok, Bruce pode estar fazendo essa chamada de qualquer lugar do universo, mas ele está com o braço enfaixado. E a série já mostrou que ele conseguiu recuperar esse braço. Além disso, ele está lá com o aparelhinho que acaba quebrando na série. Então, é bom que alguém quebre o braço do Golias Esmeralda em Sakaar e ele reconstrua seu aparelho no espaço para que a Marvel não tenha mais um furo de roteiro para a conta.

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