Aqui no CinePOP adoramos a nostalgia dos anos 80. Acontece que a tão querida década está de volta com força total, aguçando a curiosidade dos mais novos sobre o que de fato foi a época. Mas não apenas isso, como também serve como uma volta no tempo para os fãs mais velhos que de fato viveram a época, e jamais foram capazes de esquecê-la. E por que a década de 80 é tão especial hoje, mais que outros anos do passado? É simples. O motivo é que os anos 80 foram responsáveis pela criação dos chamados blockbusters, filmes de entretenimento que ajudaram a moldar o que temos hoje em matéria de superproduções. Com alguns filmes jamais saindo do imaginário da cultura pop, vide ‘De Volta para o Futuro’, ‘Star Wars’, ‘Indiana Jones’ e ‘Karatê Kid’, por exemplo.
Porém, um gênero que igualmente fez enorme sucesso nos anos 80 foi o dos filmes de ação policial. Neste tipo de produção, em geral tínhamos um policial heroico desmantelando organizações criminosas com muito tiro, porrada e bomba. Quem cresceu na época guarda com carinho esses filmes considerados hoje politicamente incorretos. E aqui, nesta nova matéria iremos apresentar 10 Filmes policiais que marcaram época, mas que ao longo dos anos foram ficando esquecidos, sem que sejam tão falados assim, se tornando desconhecidos para a geração mais nova. O objetivo é justamente relembrá-los. Confira.
Inferno Vermelho (1988)
O grandalhão Arnold Schwarzenegger foi o rei da ação nos anos 80, mas olhando para a sua filmografia, ele não tem tantos filmes policiais em seu currículo. O que mais se destaque é esse ‘Inferno Vermelho’, longa em que continuou a trajetória de “tiro, porrada e bomba” de ‘Comando para Matar’ e ‘O Predador’. Aqui, ele vive o policial russo Ivan Danko (quase Ivan Drago, será que foi proposital?) – que sai de seu país para ir até os EUA perseguir um traficante. No caminho termina se unindo a um policial bonachão de Chicago, papel de James Belushi, nesse buddy cop onde os parceiros precisam deixar a guerra fria de lado e trabalhar juntos.
Chuva Negra (1989)
“Nunca mais eu vou dormir. Nunca mais eu vou dormir. Ih, que isso: Michael Douglas!”. A infame música do DJ João Brasil cabe para a introdução deste segundo item. Sim, você acertou, se trata de um filme de ação policial protagonizado pelo próprio homenageado pela música. Dirigido por ninguém menos que Ridley Scott, esse filme da Paramount traz Douglas como Nick Conklin, então recém-saído do mega sucesso ‘Atração Fatal’. Aqui, ao invés da Rússia nos EUA como no item acima, os americanos exportam seus problemas para o Japão, quando um criminoso da Yakuza, a máfia japonesa, é preso por dois policiais de Nova York (Douglas e Andy Garcia) e deve ser escoltado. Porém, ele é extraditado para seu país e os tiras americanos o seguem.
Nico – Acima da Lei (1988)
Talvez os mais novos não saibam e quem sabe muitos possam não lembrar, mas o astro marcial Steven Seagal já fez sucesso um dia, e deu trabalho para lendas como Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger nas bilheterias. Aqui, o lutador e dublê de ator estreava como protagonista no cinema interpretando o descendente de italiano Nico Toscani. Ele é um ex-veterano da Guerra do Vietnã, que trabalhou nas forças especiais, e hoje opera como policial nas duras ruas de Chicago. Sharon Stone interpreta a esposa do sujeito, e o filme conta ainda com Pam Grier. O ator também assina o roteiro, ao lado do diretor Andrew Davis – o mesmo do sucesso ‘O Fugitivo’.
Tocaia (1987)
Clássico das reprises da Sessão da Tarde e exibições dos canais abertos, ‘Tocaia’ é um dos únicos dois filmes da lista que renderam continuação – lançada em 1993. Mistura de comédia e ação, aqui temos uma produção da Disney, através da subsidiária Touchstone Pictures. Na trama o policial veterano Chris Lecce (Richard Dreyfuss) e o novato Bill Reimers (Emilio Estevez) são os parceiros da vez em mais um “buddy cop movie”. A missão da dupla, no entanto, é o diferencial do filme. Ao invés de correrem por aí explodindo tudo, como em ‘Máquina Mortífera’, eles só precisam ficar de tocaia na casa vizinha, onde mora a ex-namorada de um criminoso – papel de Madeleine Stowe.
F/X – Assassinato Sem Morte (1986)
Como dito, apenas dois filmes da lista tiveram continuação, com o primeiro sendo o item acima, e o segundo este ‘F/X’. A trama policial criativa gira em torno de um técnico em efeitos especiais de cinema, papel de Bryan Brown, sendo convocado para ajudar agentes a forjar a morte de um delator da máfia que irá aderir ao programa de proteção a testemunhas. Mas os criminosos descobrem o golpe e colocam o profissional dos efeitos em risco o transformando em alvo. Assim, ele precisa recorrer à ajuda do policial vivido pelo xará Brian Dennehy. Esse é outro clássico da Sessão da Tarde da época.
Remo – Desarmado e Perigoso (1985)
Quem cresceu nos anos 1980, certamente lembra de Remo, o policial herói vivido por Fred Ward, no clássico dirigido por Guy Hamilton, o mesmo de diversos filmes de 007 – como ‘Goldfinger’. Todos os garotos e adolescentes da época vibraram com o ex-policial que dependia unicamente de seus ensinamentos marciais para eliminar os criminosos, e certamente nunca conseguiram entender por que o filme nunca teve uma continuação. A verdade é que uma sequência era sim planejada, tanto que o subtítulo desse original era ‘The Adventure Begins’, ou seja, “A Aventura Continua”. Na trama, um ex-policial é dado como morto, e depois treinado para se tornar um guerreiro moderno a serviço dos EUA.
Jogo Bruto (1986)
Olha o grandalhão austríaco Arnold Schwarzenegger aí de novo. E se a maioria dos filmes apresentados na lista até o momento eram serventia da Globo, quem cresceu nos anos 80 certamente lembra deste veículo de Arnold ao fim de todo programa Silvio Santos nos domingos, quando entrava no ar a Sessão das 10. ‘Jogo Bruto’ era um filme fácil de figurar no programa noturno. E um dos poucos longas do austríaco no acervo do SBT. Na trama, Arnold vive um xerife de uma pequena cidade americana, que decide ajudar o FBI em uma investigação com a máfia, e para isso ele precisa se infiltrar em uma organização criminosa.
O Vingador (1986)
Recentemente, escrevi uma matéria sobre a extinta Cannon Films, um baluarte dos anos 80. E aqui temos um de seus representantes, protagonizado pelo “menino de ouro” do estúdio Charles Bronson. Famoso por seus filmes de ação na franquia ‘Desejo de Matar’, em tais filmes o ator não vive um policial, mas sim um justiceiro, um homem comum que decide ir atrás da bandidagem. Aqui neste ‘Murphy’s Law’ a coisa muda de figura, com o protagonista exibindo um distintivo. Ele vive Jack Murphy, um policial incriminado injustamente em mais um “buddy cop” diferenciado. Aqui, ele precisa se unir a ex-mulher de um criminoso que também estava presa, para provar sua inocência e limpar seu nome.
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Sem Perdão (1986)
Aqui temos um thriller policial que exala sensualidade e faz a tela incendiar. Também pudera, coprotagonizando temos uma das mulheres mais belas que já passaram por Hollywood, a modelo transformada em atriz Kim Basinger, três anos antes do divisor de águas ‘Batman’, mas no mesmo ano do erótico ‘9 e ½ Semanas de Amor’. Ela vive uma testemunha de assassinato, que está metida com gente muito perigosa. Em sua cola está o policial durão de Chicago (sempre essa cidade nos 80’s) Eddie Jillette, papel de Richard Gere. Ele vai até Nova Orleans para descobrir o que ela sabe, e os dois terminam se apaixonando, enquanto fogem e tentam se salvar de bandidos. Disponível na HBO Max.
Action Jackson (1988)
Fechando a lista, temos um campeão de “tiro, porrada e bomba”, que é também um dos filmes mais subestimados da década de 80. A intenção aqui era transformar o coadjuvante Carl Weathers (‘Rocky’ e ‘O Predador’) em um protagonista – afinal, carisma o ator tem de sobra. Mas a investida não deu muito certo na época, e ‘Action Jackson’ falhou em se tornar uma franquia, mesmo tendo ressurgido como cult. No filme, ele vive um policial tão letal, que assim como ‘Remo’ dispensa o uso de armas. Ou melhor, nem seus próprios parceiros na força deixam que ele saia armado – para evitar o pior. Uma curiosidade é que no elenco tínhamos ainda a musa Sharon Stone (ela de novo), no auge de sua beleza (a atriz talvez nunca tenha estado tão bela quanto neste filme), e outra beldade da época, a saudosa morena Vanity.