quarta-feira, agosto 20, 2025
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    ‘O Agente Secreto’: Kleber Mendonça Filho celebra parceria com Wagner Moura em novo longa

    O novo longa nacional de Kleber Mendonça Filho, ‘O Agente Secreto’, marca a terceira vez que um filme do cineasta é selecionado para Cannes, após ‘Aquarius’ (2016) e ‘Bacurau’ (2019). O diretor compartilhou suas impressões sobre o filme em uma recente entrevista à Variety.

    Filho expressou sua alegria e entusiasmo: “Não consigo e não vou ficar blasé com isso. Estou tão feliz com o filme e quero que as pessoas incríveis que trabalharam nele possam vê-lo”.

    Ele também revelou que mais de 60 membros do elenco e da equipe viajarão à França para a estreia mundial, destacando sua relação pessoal com o festival: “Tenho uma história pessoal com Cannes: fui ao festival como crítico, depois vi meus curtas virarem longas, e agora estou em competição pela terceira vez, o que é incrível”.

    Ambientado em 1977, durante a ditadura militar no Brasil, o thriller político ‘O Agente Secreto’ acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que deixa São Paulo rumo ao Recife para reencontrar seu filho.

    Sobre a parceria com Wagner Moura, o cineasta declarou: “Wagner é um astro de cinema clássico, que vem acompanhado de um ser humano realmente fantástico. Tenho muito orgulho de ter trabalhado com ele e espero que esse seja o primeiro de muitos filmes que faremos juntos. Ele já fez grandes coisas no passado, mas acho que essa é sua melhor performance até agora. Pareço um vendedor, mas quando falo sobre o Wagner, fico tomado pela emoção”.

    Moura retribuiu o carinho, afirmando que estava “esperando para trabalhar com Kleber desde que viu ‘O Som ao Redor’, que considera ‘um dos maiores filmes brasileiros de todos os tempos'”.

    “Minhas memórias de filmar ‘O Agente Secreto’ são todas muito felizes. Kleber virou um amigo para a vida toda, e se eu tiver sorte, ele ainda vai pensar em mim para os próximos filmes”, destacou.

    O ator também enfatizou sua empolgação em atuar novamente em sua língua nativa: “É incrivelmente libertador atuar em português. Quando trabalho em inglês ou espanhol, as palavras não saem da minha boca carregadas de memórias da forma como saem em português. Para mim, é fundamental manter essa conexão com o cinema brasileiro”.

    Moura também está animado por estar em Cannes, recordando que sua primeira conversa com Filho ocorreu no festival, há mais de vinte anos: “Ele era crítico na época, e eu ainda tenho uma foto dele lá que minha esposa tirou”, contou.

    Apesar dos diversos longas com tramas políticas, o cineasta revelou não se considera um cineasta de filmes “politicamente”: “Cresci assistindo filmes mais identificáveis como políticos, como os de Costa-Gavras ou Oliver Stone dos anos 80, mas não vejo meus filmes como políticos nesse sentido tradicional. ‘Bacurau’ é político, mas de um jeito diferente”.

    Quanto ao seu “maior desafio” em ‘O Agente Secreto’, Filho revelou que foi “fazer um filme de época na minha cidade sobre as maquinações políticas do Brasil de cinquenta anos atrás”. 

    “O filme se passa em um Brasil pré-globalizado. Hoje, você viaja para qualquer lugar e vê os mesmos carros, roupas e tecnologia. A globalização padronizou a estética mundial, o que tornou ainda mais bonito o trabalho de recriar o Recife dos anos 70. As pessoas foram até suas famílias buscar fotos dos pais, para entender como se vestiam, como eram suas casas… Acredito que isso traz um grande nível de autenticidade. Como disse, estou muito feliz com o filme”, concluiu.

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