‘O Corvo’, ‘Velocidade Máxima’ e os Clássicos dos Anos 90 que Tiveram Sequências Muito Abaixo do Original

Na maioria dos casos, o que leva os produtores a realizar a continuação de um filme é o seu sucesso. Vivemos em uma época na qual dificilmente um filme faz enorme sucesso e não ganha uma sequência. Por isso será muito difícil para ‘Barbie’ e ‘Top Gun Maverick’ resistirem por muito tempo antes de lançarem continuações – é praticamente exigido deles. Essa tática, por outro lado, não é novidade, e já estava em vigor durante os anos 90.

Se por um lado, tudo o que faz sucesso ganha continuação, é preciso cautela na hora de criar esta continuação. Ainda mais se você entra nessa causa meramente pelo dinheiro. É dificílimo criar uma sequência que seja tão boa quanto o original – e são raros os casos ao longo da história da sétima arte. Porém, é preciso do mínimo de cuidado para que a parte dois seja ao menos digna do original. Abaixo, voltaremos exatos 30 anos no passado, para dar uma olhada em alguns clássicos da época que tiveram continuações. Nesse caso, infelizmente, exemplos de como não fazer a coisa. Essas são as continuações bem abaixo dos originais. Confira.

O Corvo

O Corvo’ está de novo em voga graças ao lançamento nos cinemas de uma espécie de remake/reboot estrelado por Bill Skarsgard, que vem dividindo a opinião dos fãs – para dizer no mínimo. O fato fez as atenções se voltarem novamente ao clássico com Brandon Lee e toda a tragédia envolvendo a produção do longa. Mas você sabia que ‘O Corvo’ teve uma continuação dois anos depois? Por motivos óbvios, Lee não está na sequência. Enquanto o original tem nota 7.5 dos fãs, a sequência intitulada ‘O Corvo: Cidade dos Anjos’ ganhou 4.6.

Entrevista com o Vampiro

Para continuarmos no clima gótico sobrenatural, agora falaremos do terror dramático estrelado por Tom Cruise e Brad Pitt, que foi um grande sucesso na época. ‘Entrevista com o Vampiro’ também voltou à boca dos fãs graças a uma série da AMC disponível no Brasil pela Amazon. Muitos podem não saber, mas o filme é baseado em um livro da autora Anne Rice, na verdade uma série de livros. Assim, era a intenção levar os outros contos às telonas. Mas você viu Cruise em algum outro filme de tal universo? Ninguém viu. Isso porque a sequência se chama ‘A Rainha dos Condenados’, foi lançada em 2002, e entrou para a história como um dos piores filmes dos anos 2000. Quem substituiu Cruise no papel de Lestat foi o azarado Stuart Townsend. Enquanto ‘Entrevista…’ tem nota 7.5 dos fãs, ‘A Rainha…’ até que não tem a pior das notas com 5.3, ou seja, os fãs foram benevolentes.

O Máskara

Quando falamos dos filmes que completam 30 anos, falamos do ano de 1994 no cinema. E o sr. 1994 foi nenhum senão Jim Carrey. O ano foi crucial para transformá-lo em um astro do primeiro time de Hollywood – com a trinca de filmes formada por ‘Ace Ventura’, ‘O Máskara’ e ‘Debi e Loide’. Os filmes foram tão populares que viraram desenho animado na época. E dos três, Carrey topou voltar apenas para a continuação de ‘Ace Ventura’ na época. Resultado: os outros dois ganharam sequências bem abaixo com outros atores. O primeiro da lista é o fenômeno ‘O Máskara’, que tem nota 6.9 (mas merecia bem mais). O que muitos podem não lembrar é que 11 anos depois, a atrocidade conhecida como ‘O Filho do Máskara’ surgia para se tornar um dos piores filmes de todos os tempos – com nota 2.3.

Debi e Loide

Bem, quando eu disse acima que Jim Carrey havia topado voltar apenas para a sequência de ‘Ace Ventura’, eu disse também que isso foi na época. Porque Carrey refletiu e 20 anos depois de ‘Debi e Loide’ original, resolveu protagonizar uma sequência-legado ao lado do amigo Jeff Daniels – e o resultado é uma das comédias mais subestimadas dos últimos anos. Mas aqui não iremos falar deste filme. O que a maioria certamente esqueceu (ou fez questão) é que 9 anos depois do original era lançada uma pré-sequência chamada ‘Debi e Loide – Quando Debi Conheceu Loide’, que soma irrisórios 3.4 de nota dos fãs, contra 7.3 do original.

Velocidade Máxima

Uma das maiores surpresas de 30 anos atrás, ‘Velocidade Máxima’ ainda permanece como um dos thrillers de ação mais queridos dos anos 90 – e nos instiga o desejo de uma sequência-legado reunindo os astros Keanu Reeves e Sandra Bullock hoje em dia. E se você acha que a dupla está muito velha para esse tipo de filme, é só dar uma olhada em obras como a franquia ‘John Wick’ e o recente ‘Cidade Perdida’, no qual Bullock arrebenta em um vestidinho colado. Mas a questão é: ‘Velocidade Máxima’ já teve uma continuação! “A namorada, tem namorada…” – quem poderia esquecer a trilha sonora do nosso Carlinhos Brown, cantando no cruzeiro da sequência. O problema é que cruzeiros são muito lentos e nem o título fez sentido. Ah sim, e Keanu Reeves quis se manter bem longe – só Bullock, que se tornava uma estrela, topou voltar. Enquanto o primeiro tem nota 7.3, o segundo tem 3.9.

Timecop – O Guardião do Tempo

Esse é um dos grandes filmes menos comentados de 30 anos atrás hoje em dia. Isso porque a geração atual não tem qualquer apreço pelo ator Jean-Claude Van Damme e muitos sequer sabem quem ele é. Mas voltando 30 anos no passado, o belga era um verdadeiro astro da ação, e ‘Timecop’ foi não apenas um de seus melhores filmes do período, como também um de seus mais ambiciosos. Seguindo os passos de gente como Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone, Van Damme encabeçava uma superprodução da Universal repleta de efeitos especiais, e que mostrava uma agência especializada em policiar as linhas temporais – muito como a TVA da Marvel. ‘Timecop’ fez bastante sucesso na época, mas hoje surge com nota 5.9 – o que ainda assim é bem melhor do que o 4.7 da sequência lançada direto em vídeo 9 anos depois, estrelada por Jason Scott Lee.

Street Fighter – A Última Batalha

Calma, você vai achar que estou louco por incluir esse filme na lista. Ainda falando de Jean-Claude Van Damme, assim como Jim Carrey, o astro belga atingiu seu auge no ano de 1994. Mas ao contrário de Carrey, que estrelou apenas sucessos de bilheteira, Van Damme teve um flop no ano. O que estamos levando em conta é que há 30 anos, o ator estrelava suas produções mais caras e ambiciosas da carreira, com ‘Timecop’ e ‘Street Fighter’ – adaptação do videogame de luta mais popular de todos os tempos. Se você era um menino ou adolescente na época, certamente assistiu a ‘Street Fighter’ nos cinemas e depois mais algumas vezes em vídeo. E certamente adorou.

O nosso senso crítico ainda não está totalmente formado nessa época. Mesmo assim, muitos já acharam algumas caracterizações bem estranhas e fugindo totalmente da proposta do game – afinal, aqui temos um filme de guerra mais do que de luta. Bem, com o passar do tempo, todos perceberam que o filme não era muito bom. Mas não existe nada ruim que não possa piorar. Assim, ao contrário desta superprodução, mais um filme de ‘Street Fighter’ foi lançado 15 anos depois, com cara de produção B – intitulada ‘A Lenda de Chun-Li‘. E, é claro, recebeu uma nota ainda mais baixa (4.1 do original, contra 3.7 da sequência).

Os Flintstones

Continuamos com as superproduções de 30 anos atrás, com um filme de clima bem mais família, recomendado para todo tipo de público. Assim como ‘Street Fighter’, era impossível ser criança na época e não se divertir com a primeira aventura de Fred, Wilma, Barney e Betty – além de Bamm-Bamm, Pedrita e Dino – em carne e osso (e efeitos). Os anos 90 foram muito especiais em concretizar ícones da cultura pop em filmes com atores de verdade nas telonas. Tudo bem que muitos deles não resistem ao teste do tempo, mas ficamos felizes de ao menos terem tentado – e entretido os que viveram na época. Produzido por Steven Spielberg, ‘Os Flintstones – O Filme’ tem nota 5.0. Nos anos 2000 foi lançada uma sequência – que precisou ser uma prequel quando os atores originais se recusaram a voltar. Assim ninguém deu a mínima para ‘Viva Rock Vegas’, que ficou com cara de continuação barata e levou nota 3.7.

Riquinho

Por falar em desenhos animados que viraram filme com atores de carne e osso no cinema há 30 anos, não foram apenas ‘Os Flintstones’ que ganharam o tratamento de superprodução. ‘Riquinho’ se aproveitou da popularidade do menino de ouro Macaulay Culkin, que estava a toda na época graças ao sucesso dos dois ‘Esqueceram de Mim’ – e caiu como uma luva para o papel do garoto mais rico do mundo. Aliás, é até ironia, pois a vida de Culkin devia ser igual a do personagem. ‘Riquinho’ nasceu nas páginas das revistinhas e depois ganhou um desenho animado. Bancado pela Warner, o primeiro filme do personagem também foi no clima de superprodução. O filme tem nota 5.4. Poucos são os sofredores que sabem que ‘Riquinho’ teve uma continuação, lançada 4 anos depois, quando Culkin já não estava mais na ativa em Hollywood. A Warner resolveu capitalizar em um filme lançado diretor em vídeo, chamado ‘O Natal do Riquinho’, que tem nota 4.0.

O Rei Leão

Um dos filmes mais queridos da história do cinema e uma das animações mais emblemáticas já lançadas pela Disney, ‘O Rei Leão’ completa 30 anos em 2024. Como forma de comemoração, um novo filme da franquia será lançado. Como sabemos, em 2019 uma reimaginação com efeitos especiais realistas foi lançada e se tornou extremamente lucrativa, conseguindo superar o original em matéria de bilheteria. E esse ano, ganharemos uma pré-sequência intitulada ‘Mufasa – O Rei Leão’, que contará a história e a infância do pai de Simba. Mas essa não é a primeira vez que ‘O Rei Leão’ ganha uma sequência. Voltando para os anos 90, a Disney achou que seria uma boa ideia realizar continuações de seus blockbusters do cinema em produções menores, lançadas direto em vídeo. Assim, todos as animações do período ganharam suas sequências inferiores. E ‘O Rei Leão’ não foi exceção. ‘O Reino de Simba’ foi lançado em 1998 e tem nota 6.4 contra os fantásticos 8.5 do original.

O Balconista

Um dos filmes mais cult dos anos 90, que ajudou a redefinir o cenário independente de Hollywood, ‘O Balconista’ foi o primeiro esforço como cineasta de Kevin Smith, um diretor que surgiu do ano, assim como Quentin Tarantino, e bancou seus projetos do bolso. O sucesso foi instantâneo, mas hoje as carreiras dos dois seguiram por caminhos opostos. Mas é impossível negar o valor de Smith e de seu ‘O Balconista’ para a indústria. Tanto que o filme ainda possui nota 7.7. Smith fala de coisas que entende e conhece, e mostra jovens trabalhando em uma loja de conveniências e falando das coisas que mais gostam, filmes e cultura pop. Doze anos depois, Smith achou que estava na hora de retornar àquele universo e àqueles personagens queridos. E bem, o resultado não foi o mesmo – deixando a continuação passar meio em branco. Apesar disso, os fãs não desapontaram com uma nota 7.3.

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