sábado , 21 dezembro , 2024

O Incrível Mágico Burt Wonderstone

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CARELL E CARREY FICAM PERDIDOS EM COMÉDIA COM UM BOM CONCEITO, MAS SEM GRAÇA

Lançado em março nos Estados Unidos, O Incrível Mágico Burt Wonderstone vinha com uma promessa feita por seu trailer, a de ser um dos filmes mais engraçados do ano. Tirando um sarro com o mundo dos mágicos e ilusionistas de Las Vegas, a sinopse apresenta artistas tradicionais sendo ameaçados pela modernidade performática em sua área profissional. Eram mostradas na prévia, gags e piadas para todos os lados, recheando a obra com um humor non-sense, mas hilário, que incluía personagens dormindo em carvão quente, segurando a urina por dias, e desaparecendo de forma mal ajambrada para debaixo de suas camas.

Só as caracterizações dos personagens são uma sacada a parte, muito bem boladas. Steve Carell é o personagem título, um menino hostilizado na infância, que descobre através da mágica um escape para o sucesso. A amizade com Anton, papel de Steve Buscemi, é mantida ao logo dos anos, e levada para o mundo profissional, quando os dois se tornam uma das atrações de maior sucesso em Las Vegas. A caricatura aqui é de Siegfried & Roy, dupla icônica da área. Só faltou mesmo um tigre branco.



9

Dos figurinos exagerados, aos penteados ridículos, passando por um bronzeamento artificial forte e maquiagem que sugere inúmeras plásticas, a caracterização é por si só cômica e provoca risadas apenas por seu conceito. A ideia do roteiro é que a dupla principal tenha ficado parada no tempo, e que esse tipo de mágico involuntariamente tenha dado espaço para os chamados ilusionistas de rua, mais mundanos e com o aspecto do homem comum, ao contrário de uma estrela do rock. E aí entra o personagem de Jim Carrey, inspirado em artistas como Chriss Angel e David Blaine, que realizam seus truques na frente de todos, sem grandes aparatos.

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No filme Carrey extrapola e faz truques insanos como os citados (dormir sobre carvão e segurar a urina por dias). Agora, a dupla considerada arcaica precisa dar lugar aos novos tempos e se adaptar ou serão para sempre extintos. O grande problema de O Incrível Mágico Burt Wonderstone é que não existe nada aqui além do trailer. O fato chama a atenção para o ótimo trabalho feito pela empresa responsável por montar a prévia, que reuniu os melhores momentos, e conseguiu vender uma obra sem muito a oferecer, de forma satisfatória.

10

Nesse caso não acredito que tenha sido um problema mostrar as melhores piadas da comédia no trailer, porque mesmo os que não viram nenhuma das prévias provavelmente não acharão o filme atraente e satisfatório, da mesma forma. Assistindo ao filme percebemos que aqui só existe o design de personagens e situações, sem um desenvolvimento ou ligação que junte uma cena a outra fazendo-os funcionar como um filme. São apenas esquetes desmontados do geral. Em cenas de transição percebemos que muito do que é mostrado não faz sentido, como a cena de Carrey na festa do filho do personagem de James Gandolfini.

É curioso, no entanto, notar que há cerca de 10 anos, Jim Carrey estava no auge da popularidade, e Carell era seu coadjuvante em Todo Poderoso, um grande sucesso de público. Com o passar de uma década, Carrey pega um papel de coadjuvante para Carell, num filme muito menos lucrativo. Os dois estão bem, apesar do personagem de Carell, que é o protagonista, ser tão odioso e idiota, que muitas vezes acabamos torcendo pelo vilão de Carrey, ao menos mais carismático.

11

A bela Olivia Wilde dá as caras, como “a garota”, uma personagem feminina mal desenvolvida, apenas pela chance de trabalhar num projeto de renome. Realmente não existe nada aqui, o que é uma pena. É apenas um conceito engraçado, e que poderia render um filme muito engraçado. O que aparenta é que os responsáveis simplesmente desistiram no meio do caminho, e esse fica parecendo um filme interminado, costurado às pressas e vendido. Soa exatamente como uma produção criada e regida por produtores de um grande estúdio. E o resultado é sentido nas telas.

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Lançado em março nos Estados Unidos, O Incrível Mágico Burt Wonderstone vinha com uma promessa feita por seu trailer, a de ser um dos filmes mais engraçados do ano. Tirando um sarro com o mundo dos mágicos e ilusionistas de Las Vegas, a sinopse apresenta artistas tradicionais sendo ameaçados pela modernidade performática em sua área profissional. Eram mostradas na prévia, gags e piadas para todos os lados, recheando a obra com um humor non-sense, mas hilário, que incluía personagens dormindo em carvão quente, segurando a urina por dias, e desaparecendo de forma mal ajambrada para debaixo de suas camas.

Só as caracterizações dos personagens são uma sacada a parte, muito bem boladas. Steve Carell é o personagem título, um menino hostilizado na infância, que descobre através da mágica um escape para o sucesso. A amizade com Anton, papel de Steve Buscemi, é mantida ao logo dos anos, e levada para o mundo profissional, quando os dois se tornam uma das atrações de maior sucesso em Las Vegas. A caricatura aqui é de Siegfried & Roy, dupla icônica da área. Só faltou mesmo um tigre branco.

9

Dos figurinos exagerados, aos penteados ridículos, passando por um bronzeamento artificial forte e maquiagem que sugere inúmeras plásticas, a caracterização é por si só cômica e provoca risadas apenas por seu conceito. A ideia do roteiro é que a dupla principal tenha ficado parada no tempo, e que esse tipo de mágico involuntariamente tenha dado espaço para os chamados ilusionistas de rua, mais mundanos e com o aspecto do homem comum, ao contrário de uma estrela do rock. E aí entra o personagem de Jim Carrey, inspirado em artistas como Chriss Angel e David Blaine, que realizam seus truques na frente de todos, sem grandes aparatos.

No filme Carrey extrapola e faz truques insanos como os citados (dormir sobre carvão e segurar a urina por dias). Agora, a dupla considerada arcaica precisa dar lugar aos novos tempos e se adaptar ou serão para sempre extintos. O grande problema de O Incrível Mágico Burt Wonderstone é que não existe nada aqui além do trailer. O fato chama a atenção para o ótimo trabalho feito pela empresa responsável por montar a prévia, que reuniu os melhores momentos, e conseguiu vender uma obra sem muito a oferecer, de forma satisfatória.

10

Nesse caso não acredito que tenha sido um problema mostrar as melhores piadas da comédia no trailer, porque mesmo os que não viram nenhuma das prévias provavelmente não acharão o filme atraente e satisfatório, da mesma forma. Assistindo ao filme percebemos que aqui só existe o design de personagens e situações, sem um desenvolvimento ou ligação que junte uma cena a outra fazendo-os funcionar como um filme. São apenas esquetes desmontados do geral. Em cenas de transição percebemos que muito do que é mostrado não faz sentido, como a cena de Carrey na festa do filho do personagem de James Gandolfini.

É curioso, no entanto, notar que há cerca de 10 anos, Jim Carrey estava no auge da popularidade, e Carell era seu coadjuvante em Todo Poderoso, um grande sucesso de público. Com o passar de uma década, Carrey pega um papel de coadjuvante para Carell, num filme muito menos lucrativo. Os dois estão bem, apesar do personagem de Carell, que é o protagonista, ser tão odioso e idiota, que muitas vezes acabamos torcendo pelo vilão de Carrey, ao menos mais carismático.

11

A bela Olivia Wilde dá as caras, como “a garota”, uma personagem feminina mal desenvolvida, apenas pela chance de trabalhar num projeto de renome. Realmente não existe nada aqui, o que é uma pena. É apenas um conceito engraçado, e que poderia render um filme muito engraçado. O que aparenta é que os responsáveis simplesmente desistiram no meio do caminho, e esse fica parecendo um filme interminado, costurado às pressas e vendido. Soa exatamente como uma produção criada e regida por produtores de um grande estúdio. E o resultado é sentido nas telas.

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