segunda-feira , 23 dezembro , 2024

O Massacre da Serra Elétrica | Conheça TODOS OS FILMES da franquia

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Antes de Atividade Paranormal, Jogos Mortais e Premonição, antes mesmo de Jason, Freddy, Chucky ou até Michael Myers, existia Leatherface e sua família de canibais psicopatas. O Massacre da Serra Elétrica pode ser considerado uma das franquias de terror mais antigas da história do cinema, e uma que continua gerando frutos – para o bem ou para o mal.

Pegando carona no anúncio de um novo filme da franquia, resolvemos fazer uma retrospectiva destrinchando (com o perdão do trocadilho) todos os filmes que levaram até o público o pavor da sonoridade da serra do maníaco “cara de couro”. Portanto, pegue sua motosserra, ou serra elétrica se preferir, e vamos lá.



Confira nossa análise de Massacre no Texas, oitavo filme da franquia O Massacre da Serra Elétrica

O Massacre da Serra Elétrica

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Foi em 1974 que tudo começou, sem a mínima aspiração de transformar esta obra crua, visceral e com ares de documentário em uma franquia. Dirigido pelo saudoso Tobe Hooper em início de carreira (este foi seu segundo longa), o filme é livremente baseado na vida do psicopata real Ed Gein, que também rendeu assunto para o clássico Psicose (1960), de Alfred Hitchcock.

Gein gostava de roubar túmulos e foi um dos assassinos em série mais notórios da história dos EUA. Em sua casa, a polícia encontrou diversas partes, órgãos e membros decepados de suas vítimas, que o sujeito insano usava como objetos de decoração no local. Este fato serviu como inspiração para o interior da casa da família deste filme, mostrado no desfecho. Além disso, Leatherface, como viria a ficar conhecido o personagem de Gunnar Hansen, o maníaco mudo, usava a pele de suas vítimas para confeccionar as máscaras que vestia ao longo do filme.

O Massacre da Serra Elétrica foi vendido na época como um filme real, muito antes de A Bruxa de Blair (1999), e serviu para assombrar uma geração inteira, sendo proibido em diversos países por anos. Devido a seu baixo orçamento, a obra ganhou contornos de amadorismo (principalmente nas atuações), o que somaram ao teor realista. Bastou um filme para Leatherface se tornar um ícone dos slasher e Marilyn Burns, a mocinha, ser catapultada ao status de musa rainha do grito no gênero.

O Massacre da Serra Elétrica – Parte 2

Sabe tudo que eu disse no item acima, sobre o realismo e tom quase documental? Pois bem, jogue tudo isso fora para a sequência. Mais de dez anos depois (doze para ser bem preciso), o mesmo Tobe Hooper decide revisitar o universo da família canibal do Texas. Nesta época, já tendo passado pela epopeia de Poltergeist –O Fenômeno (1982) – filme pelo qual é creditado, mas jura de pé junto ter sido dirigido por Steven Spielberg -, Hooper optou pelo caminho inverso, e com um orçamento bem mais folgado, entrega uma orgia do nonsense, numa viagem lisérgica.

Os personagens são os mesmos, mas em 1986, década bem propícia para a “farofada”, eliminam bastante do fator medo, recaindo voluntariamente no humor e na sexualidade. Logo na primeira cena de morte, quando uma dupla de “machões” decide despejar muita obscenidade numa ligação para a DJ de uma rádio, percebemos que Hooper estava muito mais em sintonia com a época do que de fato com sua obra original. É um caminho ousado, mas que demonstra originalidade ao não tentar se repetir.

O Massacre da Serra Elétrica 2, no entanto, não é um filme ruim qualquer – como viriam a se mostrar os outros episódios vindouros desta franquia – é uma obra de muito estilo, seja na estética ou narrativa, ambas muita apuradas. O que Hooper cria é uma grande brincadeira com o gênero e com sua própria mitologia. A confecção por trás de tudo, por exemplo, é muito viva, e a direção de arte se faz tão presente – em especial o cenário da rádio – que além de o sentirmos como um personagem, temos a dimensão exata de sua arquitetura. Aqui é também aonde Leatherface começa a surgir como anti-herói, representado como figura enfatuada pela mocinha; a grotesca e libertina cena da serra na virilha de shortinho da protagonista demonstra isso de maneira deturpada.

O filme cria ainda uma das heroínas de maior fetichismo na franquia, a locutora de rádio Vanita ‘Stretch’ Brock, papel da belíssima Caroline Williams, imortalizada igualmente pelo papel. A falta de desfecho, a cena da competição do chilli, e alguns momentos com o grande Dennis Hopper (como quando ele adquire sua motosserra para combater os vilões) fazem da Parte 2 o exemplar mais Twin Peaks de toda a franquia.

O Massacre da Serra Elétrica 3

Sabemos que o dinheiro sempre falou mais alto em Hollywood, mas também a vontade dos fãs, afinal sem eles não existiria filme. Assim, a terceira parte de O Massacre da Serra Elétrica já exibia seu trailer antes mesmo de um roteiro, e um diretor ser contratado. Com um lançamento programado para 1989, o filme chegava aos cinemas em 1990 sem qualquer dos envolvidos nas produções anteriores.

Sem o impacto do original e sem o estilo estético do segundo, O Massacre da Serra Elétrica 3 adentrava os anos 1990 se tornando apenas um slasher qualquer, numa década em que tais filmes já pereciam. Assim, a história aqui era o que menos importava, já que era confeccionada como uma produção rotineira do subgênero. Originalmente planejado para a volta de Tobe Hooper na direção, o cineasta de fato chegou a enviar o tratamento de sua ideia para a New Line, mas optou por desistir, em nome de Combustão Instantânea, o filme que lançava no mesmo ano. Assim, Jeff Burn assumia em seu lugar.

O anúncio do trailer já credita o longa a seus nomes mais famosos, os produtores de A Hora do Pesadelo, agora que Leatherface recaía nas mãos da New Line, mesmo estúdio de Freddy Kruger, saindo da falida Cannon. Peter Jackson e o maquiador Tom Savini foram oferecidos o filme. Jackson começou a carreira em produções de horror, como Trash – Náusea Total (1987) e Fome Animal (1992); e Savini estrearia na direção de um longa no mesmo ano, com o remake de A Noite dos Mortos Vivos (1990).

A cada novo exemplar, a família se reestruturava e mudava seus membros. O único elemento imutável é Leatherface. Bem, ao menos no roteiro, já que o intérprete, depois de Gunnar Hansen no primeiro e Bill Johnson no segundo, assume os contornos de R.A. Mihailoff. O desejo por impulsionar o psicopata na cultura pop, ao ponto de querer torna-lo o novo Jason ou Freddy (tardiamente), era tanto que a New Line não hesitou em intitular o longa como Leatherface: Texas Chainsaw Massacre III no original. Curiosamente, o último exemplar da franquia traz novamente Leatherface como título original de Massacre no Texas.

Fora isso, o terceiro filme traz ainda um desconhecido Viggo Mortensen, como o rosto mais famoso do elenco (pelo menos agora), na pele de um dos membros desta peculiar família, e o retorno de Caroline Williams reprisando o papel de Stretch numa ponta. O desejo do diretor era mostrar que a personagem havia subido na vida, de DJ ela agora é uma repórter dando as notícias das mortes – o diretor pensou que Stretch estaria investigando por conta própria os assassinatos, mas o longa não foca nisso.

O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno

É claro que a New Line não iria deixar sua recém-adquirida franquia apenas sentar na prateleira sem uso. Assim, quatro anos depois do malfadado Leatherface, o quarto exemplar da franquia chegava aos cinemas. Mas a coisa mais assustadora aqui é a atuação caricata e exagerada de um então iniciante Matthew McConaughey como o alucinado psicopata Vilmer. Dizem as más línguas que os produtores sabiam que a carreira do ator estava para decolar (em 1996 ele lançaria o divisor de águas Tempo de Matar) e esperaram sua explosão para soltar um relançamento do filme. Além disso, a mocinha é interpretada por ninguém menos do que Renée Zellwegger em início de carreira.

Mais uma vez, Leatherface passou a máscara e a serra adiante, e quem assume aqui é Robert Jacks – estranhamente creditado como “Leatherface Slaughter”. A direção ficou a cargo de Kim Henkel, parceiro (sim, não deixe o nome te enganar, se trata de um homem) de Tobe Hooper no roteiro do filme original. Ele assume o texto e a comando do quarto exemplar. A trama, a mais idiota até então – e estamos levando em conta a “viagem de ácido em forma de filme” que foi o segundo – apresenta um grupo de adolescentes a caminho do baile de formatura, cujo infortúnio os joga diretamente na fazenda da famosa família canibal.

Como forma de homenagear o original, no qual esteve envolvido como roteirista, o diretor entregou a reunião de alguns atores do clássico em pontas neste quarto episódio. Na cena do hospital, John Dugan, o vovó do filme de 1974, interpreta um policial; Paul A. Partain (o deficiente Franklin) vive um funcionário, e a lendária Marilyn Burns é uma paciente na maca. Outro detalhe é que nesta continuação, Leatherface incorpora sua veia drag de forma mais intensa, com diversas cenas do maníaco se maquiando em frente ao espelho, usando perucas e roupas femininas, e até mesmo no pôster do filme sua aparência lembra bastante as formas físicas de uma mulher, com meia arrastão e salta alto. O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno colocaria um grande hiato na franquia, por nove anos.

O Massacre da Serra Elétrica

A refilmagem O Massacre da Serra Elétrica (2003) foi a produção responsável por abrir as portas de vez para a febre de remakes de filmes de terror que assola Hollywood nos últimos anos. É claro que refilmagens já existiam, mas aqui elas se apossaram de alguns dos maiores ícones do gênero no cinema. Foi depois desta obra que vieram A Profecia (2006), Sexta-Feira 13 (2009), Halloween (2007), A Hora do Pesadelo (2010), Carrie – A Estranha (2013), A Hora do Espanto (2011), entre outros.

Tudo, é claro, culpa de Michael Bay e sua Platinum Dunes, a produtora responsável, sob a tutela da New Line. O curioso é perceber que o filme não é ruim, muito pelo contrário, consegue sobressair à maioria de reimaginações que seguiram. Este foi também o primeiro filme com o selo da franquia que este amigo que vos fala assistiu na telona. O Massacre da Serra Elétrica é uma modernização do clássico de 1974 que, ao mesmo tempo em que respeita os conceitos, estrutura, cenas e a época retratada (todo o clima dos anos 1970 está lá, embora não seja obrigatoriamente passado em tal década), o longa inova com sua edição e visual chamativo – longe do clima “cru” do original.

A história é a mesma, e mostra cinco amigos aterrorizados em uma viagem ao Texas por uma bizarra família de canibais. No elenco, destaca-se a estonteante Jessica Biel, em seu primeiro papel de protagonismo no cinema, fazendo as vezes da Marilyn Burns moderna. O gigante Andrew Bryniarski vive Leatherface, e a direção ficou com Marcus Nispel, exalando todo seu estilo saído de videoclipes. Nispel viria a comandar produções maiores como o citado remake Sexta-Feira 13 (2009) e Conan – O Bárbaro (2011). A história termina de tal forma, com a protagonista arrancando o braço do psicopata a machadadas, que esta linha narrativa jamais foi seguida.

O Massacre da Serra Elétrica: O Início

 

Para onde correr após o desfecho da refilmagem? Porque deixar o filme sem continuação, jamais, não é mesmo? A opção então se mostrou por uma prequel (uma pré-sequência), apostando em eventos passados antes da refilmagem, e assim antes do primeiro filme (1974) também. Nesta reintrodução à franquia, lançada em 2006, uma trama envolvendo a Guerra do Vietnã é adicionada, narrando a história de dois irmãos que, antes de partirem para seu serviço militar, resolvem viajar ao lado das namoradas. No lugar da mocinha Jessica Biel, entra a filha de brasileira Jordana Brewster (antes de seu retorno para Velozes e Furiosos).

Essa é a primeira vez também que a franquia repete o intérprete do maníaco Leatherface, com o gigante Andrew Bryniarski reprisando o papel do filme anterior. Quem também volta é o saudoso R. Lee Ermey (falecido recentemente), no papel do sádico patriarca da família Hewitt. O elenco conta ainda com Matt Bomer como um dos irmãos protagonistas. A direção é de Jonathan Liebesman, que havia dirigido o terror No Cair da Noite (2003) e seguiu para blockbusters como Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (2011), Fúria de Titãs 2 (2012) e As Tartarugas Ninja (2014).

O Massacre da Serra Elétrica 3D: A Lenda Continua

Este filme com título imenso em nosso país, foi a tradução que demos para Texas Chainsaw 3D – título original que dispensa o “Massacre” do nome, e acrescenta o caça-níquel do 3D, o primeiro filme da franquia dentro do formato. Aqui ocorre mais uma troca de batata quente entre estúdios: depois da Cannon, da New Line e da Platinum Dunes, a Serra Elétrica cai nas mãos da Lionsgate e da Millenium Films – o que causa o encontro curioso (mas não oficial) entre Leatherface e Jigsaw, assassino da maior franquia da casa, Jogos Mortais. Encontro este no qual Leatherface dá um chega pra lá em um Jigsaw wannabe – mostrando o respeito dos produtores pelo clássico.

Depois de beldades como Marilyn Burns, Caroline Williams, Renée Zellwegger, Jessica Biel e Jordana Brewster no comando dos “pulmões” protagonizando, é a vez de Alexandra Daddario deixar seu legado nesta longa história de terror. A trama, joga fora todas as continuações e segue direto após os eventos do longa original, artifício utilizado também pelo mais recente Halloween (2018).

Só existe um pequeno grande problema com este roteiro, detalhe que foi apontado na maioria das críticas da obra. Enquanto Halloween irá acertar utilizando a mesma Jamie Lee Curtis, uma adolescente de 18 anos no original e agora uma senhora de 60 anos, a premissa deste filme quer que acreditemos que em 1974 Daddario ainda era um bebê e hoje, uma jovem em seus 27 anos. O problema? Neste tempo se passaram 39 anos! E esta deveria ser a idade dela. Bem, isso se resolveria se a trama estivesse ocorrendo até o início da década passada, mas os carros, celulares com câmeras e outros aparatos centram o filme em seu ano de lançamento de 2013.

Na história, a personagem de Daddario é cria da bizarra família, adotada por um casal do interior, já que após os eventos ocorridos no filme de 1974, os canibais são inteiramente dizimados pelos habitantes locais. Ou quase todos, já que Leatherface, o único sobrevivente (interpretado aqui por Dan Yeager), vive inerte durante esses anos todos no porão de uma idosa, sua parente. Quando a mulher morre, Daddario herda a casa e viaja para a propriedade com um grupo de amigos. O elenco traz Scott Eastwood na pele de um policial e direção de John Luessenhop (Ladrões).

Mais uma vez transformado em anti-herói, Leatherface não deu mais as caras em sua versão famosa e a série ficaria mais alguns anos na geladeira.

Massacre no Texas

Falei recentemente sobre esta produção, lançada direto em vídeo no Brasil (ao contrário da anterior e da refilmagem de 2003), que marca o oitavo longa com a marca “O Massacre da Serra Elétrica”. Bem, ou quase, como podemos notar no título – este é o primeiro filme da franquia a não exibir o nome original aqui no Brasil. No original, ficou apenas Leatherface.

Os rostos mais famosos aqui são os de Stephen Dorff e Lili Taylor, vivendo personagens coadjuvantes. O roteiro criativo tenta (sem sucesso) soprar novo ar para dentro da franquia, ao contar os verdadeiros primórdios do assassino “cara de couro” e sua ligação com a família. Taylor vive a matriarca, e logo no início Leatherface ainda criança é tirado dos cuidados dela e levado pelas autoridades até uma instituição psiquiátrica, aonde fica até se tornar um jovem rapaz.

A grande jogada do filme é nos fazer adivinhar qual dentre alguns possíveis candidatos irá se tornar Leatherface. Durante uma rebelião no manicômio, alguns pacientes fogem e saem numa jornada criminosa, levando consigo uma enfermeira sequestrada. Acompanhamos seus atos, o que transforma este exemplar mais em um drama criminal do que num filme de terror em si. Isto é, até seu desfecho apoteótico.

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O Massacre da Serra Elétrica | Conheça TODOS OS FILMES da franquia

Antes de Atividade Paranormal, Jogos Mortais e Premonição, antes mesmo de Jason, Freddy, Chucky ou até Michael Myers, existia Leatherface e sua família de canibais psicopatas. O Massacre da Serra Elétrica pode ser considerado uma das franquias de terror mais antigas da história do cinema, e uma que continua gerando frutos – para o bem ou para o mal.

Pegando carona no anúncio de um novo filme da franquia, resolvemos fazer uma retrospectiva destrinchando (com o perdão do trocadilho) todos os filmes que levaram até o público o pavor da sonoridade da serra do maníaco “cara de couro”. Portanto, pegue sua motosserra, ou serra elétrica se preferir, e vamos lá.

Confira nossa análise de Massacre no Texas, oitavo filme da franquia O Massacre da Serra Elétrica

O Massacre da Serra Elétrica

Foi em 1974 que tudo começou, sem a mínima aspiração de transformar esta obra crua, visceral e com ares de documentário em uma franquia. Dirigido pelo saudoso Tobe Hooper em início de carreira (este foi seu segundo longa), o filme é livremente baseado na vida do psicopata real Ed Gein, que também rendeu assunto para o clássico Psicose (1960), de Alfred Hitchcock.

Gein gostava de roubar túmulos e foi um dos assassinos em série mais notórios da história dos EUA. Em sua casa, a polícia encontrou diversas partes, órgãos e membros decepados de suas vítimas, que o sujeito insano usava como objetos de decoração no local. Este fato serviu como inspiração para o interior da casa da família deste filme, mostrado no desfecho. Além disso, Leatherface, como viria a ficar conhecido o personagem de Gunnar Hansen, o maníaco mudo, usava a pele de suas vítimas para confeccionar as máscaras que vestia ao longo do filme.

O Massacre da Serra Elétrica foi vendido na época como um filme real, muito antes de A Bruxa de Blair (1999), e serviu para assombrar uma geração inteira, sendo proibido em diversos países por anos. Devido a seu baixo orçamento, a obra ganhou contornos de amadorismo (principalmente nas atuações), o que somaram ao teor realista. Bastou um filme para Leatherface se tornar um ícone dos slasher e Marilyn Burns, a mocinha, ser catapultada ao status de musa rainha do grito no gênero.

O Massacre da Serra Elétrica – Parte 2

Sabe tudo que eu disse no item acima, sobre o realismo e tom quase documental? Pois bem, jogue tudo isso fora para a sequência. Mais de dez anos depois (doze para ser bem preciso), o mesmo Tobe Hooper decide revisitar o universo da família canibal do Texas. Nesta época, já tendo passado pela epopeia de Poltergeist –O Fenômeno (1982) – filme pelo qual é creditado, mas jura de pé junto ter sido dirigido por Steven Spielberg -, Hooper optou pelo caminho inverso, e com um orçamento bem mais folgado, entrega uma orgia do nonsense, numa viagem lisérgica.

Os personagens são os mesmos, mas em 1986, década bem propícia para a “farofada”, eliminam bastante do fator medo, recaindo voluntariamente no humor e na sexualidade. Logo na primeira cena de morte, quando uma dupla de “machões” decide despejar muita obscenidade numa ligação para a DJ de uma rádio, percebemos que Hooper estava muito mais em sintonia com a época do que de fato com sua obra original. É um caminho ousado, mas que demonstra originalidade ao não tentar se repetir.

O Massacre da Serra Elétrica 2, no entanto, não é um filme ruim qualquer – como viriam a se mostrar os outros episódios vindouros desta franquia – é uma obra de muito estilo, seja na estética ou narrativa, ambas muita apuradas. O que Hooper cria é uma grande brincadeira com o gênero e com sua própria mitologia. A confecção por trás de tudo, por exemplo, é muito viva, e a direção de arte se faz tão presente – em especial o cenário da rádio – que além de o sentirmos como um personagem, temos a dimensão exata de sua arquitetura. Aqui é também aonde Leatherface começa a surgir como anti-herói, representado como figura enfatuada pela mocinha; a grotesca e libertina cena da serra na virilha de shortinho da protagonista demonstra isso de maneira deturpada.

O filme cria ainda uma das heroínas de maior fetichismo na franquia, a locutora de rádio Vanita ‘Stretch’ Brock, papel da belíssima Caroline Williams, imortalizada igualmente pelo papel. A falta de desfecho, a cena da competição do chilli, e alguns momentos com o grande Dennis Hopper (como quando ele adquire sua motosserra para combater os vilões) fazem da Parte 2 o exemplar mais Twin Peaks de toda a franquia.

O Massacre da Serra Elétrica 3

Sabemos que o dinheiro sempre falou mais alto em Hollywood, mas também a vontade dos fãs, afinal sem eles não existiria filme. Assim, a terceira parte de O Massacre da Serra Elétrica já exibia seu trailer antes mesmo de um roteiro, e um diretor ser contratado. Com um lançamento programado para 1989, o filme chegava aos cinemas em 1990 sem qualquer dos envolvidos nas produções anteriores.

Sem o impacto do original e sem o estilo estético do segundo, O Massacre da Serra Elétrica 3 adentrava os anos 1990 se tornando apenas um slasher qualquer, numa década em que tais filmes já pereciam. Assim, a história aqui era o que menos importava, já que era confeccionada como uma produção rotineira do subgênero. Originalmente planejado para a volta de Tobe Hooper na direção, o cineasta de fato chegou a enviar o tratamento de sua ideia para a New Line, mas optou por desistir, em nome de Combustão Instantânea, o filme que lançava no mesmo ano. Assim, Jeff Burn assumia em seu lugar.

O anúncio do trailer já credita o longa a seus nomes mais famosos, os produtores de A Hora do Pesadelo, agora que Leatherface recaía nas mãos da New Line, mesmo estúdio de Freddy Kruger, saindo da falida Cannon. Peter Jackson e o maquiador Tom Savini foram oferecidos o filme. Jackson começou a carreira em produções de horror, como Trash – Náusea Total (1987) e Fome Animal (1992); e Savini estrearia na direção de um longa no mesmo ano, com o remake de A Noite dos Mortos Vivos (1990).

A cada novo exemplar, a família se reestruturava e mudava seus membros. O único elemento imutável é Leatherface. Bem, ao menos no roteiro, já que o intérprete, depois de Gunnar Hansen no primeiro e Bill Johnson no segundo, assume os contornos de R.A. Mihailoff. O desejo por impulsionar o psicopata na cultura pop, ao ponto de querer torna-lo o novo Jason ou Freddy (tardiamente), era tanto que a New Line não hesitou em intitular o longa como Leatherface: Texas Chainsaw Massacre III no original. Curiosamente, o último exemplar da franquia traz novamente Leatherface como título original de Massacre no Texas.

Fora isso, o terceiro filme traz ainda um desconhecido Viggo Mortensen, como o rosto mais famoso do elenco (pelo menos agora), na pele de um dos membros desta peculiar família, e o retorno de Caroline Williams reprisando o papel de Stretch numa ponta. O desejo do diretor era mostrar que a personagem havia subido na vida, de DJ ela agora é uma repórter dando as notícias das mortes – o diretor pensou que Stretch estaria investigando por conta própria os assassinatos, mas o longa não foca nisso.

O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno

É claro que a New Line não iria deixar sua recém-adquirida franquia apenas sentar na prateleira sem uso. Assim, quatro anos depois do malfadado Leatherface, o quarto exemplar da franquia chegava aos cinemas. Mas a coisa mais assustadora aqui é a atuação caricata e exagerada de um então iniciante Matthew McConaughey como o alucinado psicopata Vilmer. Dizem as más línguas que os produtores sabiam que a carreira do ator estava para decolar (em 1996 ele lançaria o divisor de águas Tempo de Matar) e esperaram sua explosão para soltar um relançamento do filme. Além disso, a mocinha é interpretada por ninguém menos do que Renée Zellwegger em início de carreira.

Mais uma vez, Leatherface passou a máscara e a serra adiante, e quem assume aqui é Robert Jacks – estranhamente creditado como “Leatherface Slaughter”. A direção ficou a cargo de Kim Henkel, parceiro (sim, não deixe o nome te enganar, se trata de um homem) de Tobe Hooper no roteiro do filme original. Ele assume o texto e a comando do quarto exemplar. A trama, a mais idiota até então – e estamos levando em conta a “viagem de ácido em forma de filme” que foi o segundo – apresenta um grupo de adolescentes a caminho do baile de formatura, cujo infortúnio os joga diretamente na fazenda da famosa família canibal.

Como forma de homenagear o original, no qual esteve envolvido como roteirista, o diretor entregou a reunião de alguns atores do clássico em pontas neste quarto episódio. Na cena do hospital, John Dugan, o vovó do filme de 1974, interpreta um policial; Paul A. Partain (o deficiente Franklin) vive um funcionário, e a lendária Marilyn Burns é uma paciente na maca. Outro detalhe é que nesta continuação, Leatherface incorpora sua veia drag de forma mais intensa, com diversas cenas do maníaco se maquiando em frente ao espelho, usando perucas e roupas femininas, e até mesmo no pôster do filme sua aparência lembra bastante as formas físicas de uma mulher, com meia arrastão e salta alto. O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno colocaria um grande hiato na franquia, por nove anos.

O Massacre da Serra Elétrica

A refilmagem O Massacre da Serra Elétrica (2003) foi a produção responsável por abrir as portas de vez para a febre de remakes de filmes de terror que assola Hollywood nos últimos anos. É claro que refilmagens já existiam, mas aqui elas se apossaram de alguns dos maiores ícones do gênero no cinema. Foi depois desta obra que vieram A Profecia (2006), Sexta-Feira 13 (2009), Halloween (2007), A Hora do Pesadelo (2010), Carrie – A Estranha (2013), A Hora do Espanto (2011), entre outros.

Tudo, é claro, culpa de Michael Bay e sua Platinum Dunes, a produtora responsável, sob a tutela da New Line. O curioso é perceber que o filme não é ruim, muito pelo contrário, consegue sobressair à maioria de reimaginações que seguiram. Este foi também o primeiro filme com o selo da franquia que este amigo que vos fala assistiu na telona. O Massacre da Serra Elétrica é uma modernização do clássico de 1974 que, ao mesmo tempo em que respeita os conceitos, estrutura, cenas e a época retratada (todo o clima dos anos 1970 está lá, embora não seja obrigatoriamente passado em tal década), o longa inova com sua edição e visual chamativo – longe do clima “cru” do original.

A história é a mesma, e mostra cinco amigos aterrorizados em uma viagem ao Texas por uma bizarra família de canibais. No elenco, destaca-se a estonteante Jessica Biel, em seu primeiro papel de protagonismo no cinema, fazendo as vezes da Marilyn Burns moderna. O gigante Andrew Bryniarski vive Leatherface, e a direção ficou com Marcus Nispel, exalando todo seu estilo saído de videoclipes. Nispel viria a comandar produções maiores como o citado remake Sexta-Feira 13 (2009) e Conan – O Bárbaro (2011). A história termina de tal forma, com a protagonista arrancando o braço do psicopata a machadadas, que esta linha narrativa jamais foi seguida.

O Massacre da Serra Elétrica: O Início

 

Para onde correr após o desfecho da refilmagem? Porque deixar o filme sem continuação, jamais, não é mesmo? A opção então se mostrou por uma prequel (uma pré-sequência), apostando em eventos passados antes da refilmagem, e assim antes do primeiro filme (1974) também. Nesta reintrodução à franquia, lançada em 2006, uma trama envolvendo a Guerra do Vietnã é adicionada, narrando a história de dois irmãos que, antes de partirem para seu serviço militar, resolvem viajar ao lado das namoradas. No lugar da mocinha Jessica Biel, entra a filha de brasileira Jordana Brewster (antes de seu retorno para Velozes e Furiosos).

Essa é a primeira vez também que a franquia repete o intérprete do maníaco Leatherface, com o gigante Andrew Bryniarski reprisando o papel do filme anterior. Quem também volta é o saudoso R. Lee Ermey (falecido recentemente), no papel do sádico patriarca da família Hewitt. O elenco conta ainda com Matt Bomer como um dos irmãos protagonistas. A direção é de Jonathan Liebesman, que havia dirigido o terror No Cair da Noite (2003) e seguiu para blockbusters como Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (2011), Fúria de Titãs 2 (2012) e As Tartarugas Ninja (2014).

O Massacre da Serra Elétrica 3D: A Lenda Continua

Este filme com título imenso em nosso país, foi a tradução que demos para Texas Chainsaw 3D – título original que dispensa o “Massacre” do nome, e acrescenta o caça-níquel do 3D, o primeiro filme da franquia dentro do formato. Aqui ocorre mais uma troca de batata quente entre estúdios: depois da Cannon, da New Line e da Platinum Dunes, a Serra Elétrica cai nas mãos da Lionsgate e da Millenium Films – o que causa o encontro curioso (mas não oficial) entre Leatherface e Jigsaw, assassino da maior franquia da casa, Jogos Mortais. Encontro este no qual Leatherface dá um chega pra lá em um Jigsaw wannabe – mostrando o respeito dos produtores pelo clássico.

Depois de beldades como Marilyn Burns, Caroline Williams, Renée Zellwegger, Jessica Biel e Jordana Brewster no comando dos “pulmões” protagonizando, é a vez de Alexandra Daddario deixar seu legado nesta longa história de terror. A trama, joga fora todas as continuações e segue direto após os eventos do longa original, artifício utilizado também pelo mais recente Halloween (2018).

Só existe um pequeno grande problema com este roteiro, detalhe que foi apontado na maioria das críticas da obra. Enquanto Halloween irá acertar utilizando a mesma Jamie Lee Curtis, uma adolescente de 18 anos no original e agora uma senhora de 60 anos, a premissa deste filme quer que acreditemos que em 1974 Daddario ainda era um bebê e hoje, uma jovem em seus 27 anos. O problema? Neste tempo se passaram 39 anos! E esta deveria ser a idade dela. Bem, isso se resolveria se a trama estivesse ocorrendo até o início da década passada, mas os carros, celulares com câmeras e outros aparatos centram o filme em seu ano de lançamento de 2013.

Na história, a personagem de Daddario é cria da bizarra família, adotada por um casal do interior, já que após os eventos ocorridos no filme de 1974, os canibais são inteiramente dizimados pelos habitantes locais. Ou quase todos, já que Leatherface, o único sobrevivente (interpretado aqui por Dan Yeager), vive inerte durante esses anos todos no porão de uma idosa, sua parente. Quando a mulher morre, Daddario herda a casa e viaja para a propriedade com um grupo de amigos. O elenco traz Scott Eastwood na pele de um policial e direção de John Luessenhop (Ladrões).

Mais uma vez transformado em anti-herói, Leatherface não deu mais as caras em sua versão famosa e a série ficaria mais alguns anos na geladeira.

Massacre no Texas

Falei recentemente sobre esta produção, lançada direto em vídeo no Brasil (ao contrário da anterior e da refilmagem de 2003), que marca o oitavo longa com a marca “O Massacre da Serra Elétrica”. Bem, ou quase, como podemos notar no título – este é o primeiro filme da franquia a não exibir o nome original aqui no Brasil. No original, ficou apenas Leatherface.

Os rostos mais famosos aqui são os de Stephen Dorff e Lili Taylor, vivendo personagens coadjuvantes. O roteiro criativo tenta (sem sucesso) soprar novo ar para dentro da franquia, ao contar os verdadeiros primórdios do assassino “cara de couro” e sua ligação com a família. Taylor vive a matriarca, e logo no início Leatherface ainda criança é tirado dos cuidados dela e levado pelas autoridades até uma instituição psiquiátrica, aonde fica até se tornar um jovem rapaz.

A grande jogada do filme é nos fazer adivinhar qual dentre alguns possíveis candidatos irá se tornar Leatherface. Durante uma rebelião no manicômio, alguns pacientes fogem e saem numa jornada criminosa, levando consigo uma enfermeira sequestrada. Acompanhamos seus atos, o que transforma este exemplar mais em um drama criminal do que num filme de terror em si. Isto é, até seu desfecho apoteótico.

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