O Predador, o alienígena caçador com cara de crustáceo e dreads no cabelo, voltou aos cinemas neste fim de semana em uma nova superprodução de censura alta, dirigida por Shane Black. Sua atitude não é nada amigável, para dizer no mínimo, mas isso não o impediu de ser um dos personagens mais famosos e adorados vindos do espaço na história do cinema.
Pensando nisso, e usando como mote o recente O Predador (e você, já correu para conferir?), resolvemos confeccionar nossa nova lista. Desta vez, iremos lembrar vinte dos alienígenas mais estranhos que o cinema já apresentou – incluindo os bonzinhos e os malvados já que a galáxia é bem ampla. Como sempre não esqueça de comentar dizendo seus preferidos, mesmo que ele não tenha aparecido na lista.
Crítica | O Predador – O melhor filme da franquia desde o original
O diretor Steven Spielberg adora os seres extraterrestres e acredita em sua existência. A prova disso é que o cineasta já comandou diversas histórias nas quais as entidades se fazem presentes, sendo protagonistas ou não. A primeira de sua carreira foi essa, um sucesso cult lançado após o estouro de Tubarão (1975), o primeiro blockbuster de todos o tempos. Em Contatos Imediatos, os aliens assumem uma forma mais humanoide e muito conhecida do imaginário geral (cabeçudos, com grandes olhos e membros alongados). Mas antes, aterrorizam uma pequena cidade com aparições sobrenaturais, luzes e discos voadores – que foram sensação para os efeitos especiais do cinema.
Superman – O Filme (1978)
Você achou que deixaríamos ele de fora da lista? Por falar em aliens bonzinhos, o melhor deles não poderia ficar de fora. Sim, o maior super-herói de todos, que reflete a figura do Salvador – dentro de um contexto muitas vezes associado ao cristianismo e à religião – é um ser de outro planeta. Vindo de Kryrpton, esta espécie de alienígena é idêntica ao ser humano, justamente por isso é tão fácil ele se passar por um de nós. A grande diferença são os poderes providos por nosso sol, que o tornam muito forte, resistente, rápido e com a capacidade, inclusive, de voar. E neste filme de Richard Donner todos acreditaram que um homem realmente podia voar.
Não deixe de assistir:
Alien – O Oitavo Passageiro (1979)
Como fazer uma lista dessas sem a figura do Xenomorfo. Criado por Ridley Scott e com design de H. R. Giger, o Alien é uma criatura única na história do cinema. Grande parte da lenda em torno do monstro foi desenvolvida pela atmosfera do filme de Scott, que o escondeu nas sombras e revelou aos poucos até o momento crucial – regra que a maioria dos diretores parece esquecer hoje em dia (o que você não vê ou não compreende é sempre mais assustador). Com sua cabeçorra alongada e fálica, exoesqueleto, garras, grande rabo e tubos nas costas, o Xenomorfo tem sangue ácido e é a arma biológica perfeita. Ah, sim. Não podemos esquecer de sua letal boca na língua. No espaço, você não pode gritar. E o cinema nunca mais seria o mesmo.
E.T. – O Extraterrestre (1982)
Voltamos ao diretor de Contatos Imediatos. Se em seu primeiro filme com aliens, Spielberg os apresentava de forma meio dúbia e assustadora, para depois apresentá-los como seres evoluídos e caridosos, em sua segunda incursão pelo tema o cineasta não deixava dúvidas sobre uma criatura que era puro coração, ingênua e que se comportava quase como um animalzinho de estimação pensante. O E.T. virou febre e conquistou crianças e adultos. Vindo de uma raça de seres botânicos, que cultivavam flores raras, o pequeno ser foi deixado para trás e viveu uma das histórias de amizade mais inesquecíveis da sétima arte. Com sua cara enrugada, baixa estatura, dedo brilhante vermelho (que coçava para ligar pra casa) e pescoço esticado, a criatura se tornou parte da formação de algumas gerações e segue encantando plateias pelo mundo.
O Enigma de Outro Mundo (1982)
Saindo de uma criatura agradável para uma bem detestável, é difícil definir o alien que assimila e copia a forma humana deste longa do mestre John Carpenter. Se voltarmos mais no tempo, iremos perceber que se trata de uma refilmagem de O Monstro do Ártico (1951). No original, a criatura era uma espécie de vegetal humanoide, com todas as características similares que o separam dos seres humanos e dos animais. Porém, dificilmente veremos uma vagem tão agressiva e mortal quanto no filme. Não existia também o elemento da assimilação e imitação dos humanos. Tais elementos foram aprimorados para o filme de Carpenter, que evolui e supera seu antecessor, acrescentando efeitos de primeira que não envelhecem. No novo, a criatura cheia de tentáculos é uma espécie de organismo vivo que gruda e copia todas as características de suas vítimas – mais parecido com a premissa de Vampiros de Almas (1956).
Inimigo Meu (1985)
Clássico da Sessão da Tarde, este filme dirigido por Wolgang Petersen apresenta dois desbravadores espaciais, de raças inimigas, precisando coexistir a fim de sobreviver a uma ameaça em comum. Com diversas analogias a serem encontradas aqui na Terra mesmo, Inimigo Meu fala sobre as desavenças de um terráqueo (Dennis Quaid) e um alien chamado Drac (Louis Gossett Jr.) – uma espécie de inseto misturado com crustáceo. O curioso desta raça é que são os homens que engravidam e dão a luz para a cria. Tenho certeza que muitas mulheres aqui na Terra gostariam desta ideia. Depois que Drac tem seu filho, é o protagonista vivido por Quaid quem precisa criar o pequeno.
A Pequena Loja de Horrores (1986)
Neste clássico moderno que se tornou cult e um sucesso em sessões de meia noite de festivais até hoje, temos a louca ideia de apresentar uma planta carnívora gigante que fala. Baseado no filme de 1960, dirigido por Roger Corman, esta refilmagem assume as tintas camp e se torna um musical. Com direção de Frank Oz e um grande elenco, a obra segue a veia de produções cult como Rocky Horror Picture Show (1975). E se você está se perguntando onde entra o alienígena nesta história, ele vem justamente nas formas de Audrey II, a planta carnívora que devora meio bairro entre uma cantoria e outra. A criatura que a cada refeição cresce até se tornar gigante é apadrinha por um tímido florista.
O Milagre Veio do Espaço (1987)
O Milagre Veio do Espaço, mas de qual época senão os anos 1980 poderia ter saído esta curiosa incursão a uma nova raça alienígena. Com produção dele, você acertou, Steven Spielberg de novo, e direção de Matthew Robbins, o filme apresenta criaturas vindas do espaço sideral que são seus próprios discos voadores. As criaturinhas do tamanho de ovos fritos são uma família de naves espaciais com pés, olhos e sentimentos, que misturam a biologia de um ser vivo com a robótica de seres mecânicos. Sua missão na Terra é ajudar um grupo de moradores de um prédio que está para ser desapropriado num bairro de classe baixa nos EUA. O título original, Batteries Not Included (Ou “Baterias não incluídas”) faz alusão à aparência de brinquedos ou robôs dos aliens.
O Predador (1987)
Sim, ele é o dono da lista e o motivador dela. Então, é claro, não poderia ficar de fora. A primeira aparição do curioso alien caçador foi em 1987, nas selvas da América Central. Isto é, sua primeira aparição no cinema, já que na mitologia, mesmo dentro deste filme, é dito que lendas locais falavam sobre o caçador de homens que visitava para esfolar guerrilheiros – dando a entender que o Predador sempre caçou por esporte em nosso planeta (o que faz pensar como nunca tiveram a ideia de um filme com o personagem em alguma era passada). O interessante é que o filme demora a apresentar o antagonista, criando um baita suspense até sua revelação final. E aqui a caçada da criatura não foi nada fácil, já que se deparou com os soldados de Arnold Schwarzenegger e com o próprio no auge da forma.
Meu Amante é de Outro Mundo (1988)
Outro filme musical cult por excelência, essa produção usa elementos de ficção científica para contar uma história sobre um contato imediato, digamos, bem sexual. Com o título original Earth Girls Are Easy – algo como “as garotas da Terra são Fáceis” – facilmente podendo ser considerado machista para os padrões de hoje, o filme literalmente acompanha a jornada de três alienígenas que, caem sem querer em nosso planeta, e investem na eterna arte da sedução com a terráquea Geena Davis. Seu parceiro extraterrestre é ninguém menos que Jeff Goldblum, com quem já havia tido um relacionamento pra lá de conturbado dois anos antes, em A Mosca (1986). Os companheiros de Goldblum no filme são os então desconhecidos Jim Carrey e Damon Wayans. Detalhe para a forma das criaturas, humanoides basicamente de pelúcia, de cores distintas: azul (Goldblum), vermelho (Carrey) e amarelo (Wayans).
Palhaços Assassinos (1988)
Os alienígenas do filme acima até pareciam palhaços devido a suas cores e trajes. Mas estes daqui realmente o são. Mais conhecidos por seu título original “Palhaços Assassinos do Espaço Sideral”, esta é outra produção de “terrir” da década mais farofa de nossa existência, que se tornou cult de imediato. O fato é tão verdade que os fãs até hoje clamam por uma sequência. Vejam esta premissa: alienígenas na forma de grandes palhaços criados em animatrônica viajam pela galáxia em seu disco voador no formato de um circo de lona. Suas armas? Casulos de algodão doce, pipocas assassinas, tortas ácidas, sombras vivas e animais de balão mortais.
A Bolha Assassina (1988)
Essa é outra refilmagem que conseguiu o dificílimo feito de melhorar o original. Baseado num longa homônimo da década de 1950 – época fértil para a ficção científica -, estrelado por Steve McQueen (em seu primeiro filme), a nova versão da Bolha Assassina contava com efeitos melhores, mais ação, violência gráfica e, o melhor de tudo, personagens mais aprofundados em uma trama mais complexa. Ao contrário do original, onde a criatura chega do espaço sem mais explicações, a nova versão procura explicar, através de uma reviravolta, o ponto de partida da criatura e sua evolução. Aqui, um ser semelhante a uma gosma rosada chega à Terra dentro de um meteorito. Logo, a criatura se mostra extremamente letal, se acoplando, derretendo e assimilando toda forma de vida que encontra em seu caminho. No processo aumentando seu tamanho até se tornar gigantesca. Esta é uma forma de vida consciente, que reage e persegue, apesar de não possuir uma forma definida – é realmente uma grande bolha.
A Experiência (1995)
Assim como em A Bolha Assassina, este e inúmeros outros filmes do gênero terror e ficção científica sempre apresentam os erros cometidos por cientistas egocêntricos, que se acham Deuses. Neste longa, uma mensagem enviada do espaço, de uma raça alienígena, desvenda seu código genético. A escolha do que fazer com isso é unicamente nossa. E o que fazemos? Misturamos com o DNA de um ser humano e o criamos em cativeiro, é claro. Assim surge a alien Sil, mistura de uma criança humana com uma criatura sedenta de sangue. Na primeira fase, vivida por Michelle Williams, ela entra em seu casulo e sai nas formas estonteantes de uma Natasha Henstridge, aos 25 aninhos em seu primeiro filme. Já adulta, sua principal missão é procriar e infestar nosso planeta com suas criar. Aqui, o alienígena assume a ideia de um louva-deus, após seu acasalamento, a fêmea mata o macho.
Cidade das Sombras (1998)
Partindo de uma ideia original de Alex Proyas, este filme muito criativo, mas complexo à beira da insanidade, foi defendido com unhas de dentes pelo crítico Roger Ebert. O jornalista sempre acreditou que a obra estivesse à frente de seu tempo e ao longo dos anos começou a desenvolver uma legião de culto. Não é uma venda fácil, e talvez só aceita pelos aficionados pela ficção científica. Na trama, um homem acorda e não lembra de quase nada em relação à sua vida. Com clima completo de filme noir, acompanhamos seus passos enquanto ele junta as peças, numa cidade sombria e muito macabra. Não vale revelar tudo, embora o filme já tenha completado 20 anos, mas por se tratar de uma produção relativamente desconhecida – apesar de ter tido lançamento da Warner – muitos a descobrem a cada dia. E aqui, o filme depende muito de sua reviravolta. Basta dizer que a cidade não é bem o que parece e que misteriosas forças interplanetárias estão no controle. Sua forma é humanoide e eles facilmente conseguem se disfarçar de humanos. Sua característica é a pele muito pálida, o fato de serem carecas e possuírem dons telecinéticos.
Esfera (1998)
Estas ficções do fim da década de 1990 são muito frutíferas e em breve podem render textos aqui no CinePOP. Esta traz um timaço de atores interpretando cientistas convocados para uma missão secreta do governo. Dustin Hoffman, Samuel L. Jackson e Sharon Stone são os protagonistas deste filme com um certo quê de O Segredo do Abismo (1989). Aqui também existe uma base submarina e uma entidade alienígena no fundo do mar. Esta, no entanto, possui a forma de uma grande esfera dourada, reluzente e espelhada, que manifesta de forma bem real os medos mais íntimos de todos aqueles que entram em contato com ela. O longa é baseado no livro do autor Michael Crichton, o mesmo de Jurassic Park e Westworld.
Transformers (2007)
Nem só de ficção e terror vivem os alienígenas mais diferentes do cinema. E aqui, nesta franquia que se tornou maldita após os rumos tomados pelo diretor Michael Bay, eles vêm na forma de seres metálicos semelhantes a grandes robôs que se transformam em veículos da Terra. Tudo, no, entanto, saiu da mente dos seus criadores originais japoneses e logo depois foi comprado para assumir sua forma norte-americana, fazendo muito sucesso com a garotada da década de 1980. No cinema, o primeiro filme foi a sensação de seu respectivo ano. Mas as sequências foram deixando apenas os novos seguidores – cada vez mais jovens em idade – acompanharem suas aventuras.
Avatar (2009)
Existe uma diferença gritante entre Michael Bay e James Cameron. Havíamos mencionado acima o épico O Segredo do Abismo e muitos anos depois, Cameron voltou a visitar o tema da vida alienígena. Aqui, ele apresenta uma raça de criaturas gigantescas e azuis, muito ideologicamente semelhante – até mesmo em sua forma de sociedade – aos nativos ou índios. Uma aventura ecológica e espiritual, além de uma forte conexão de raças – que já falava sobre aceitação das diferenças e crenças – Avatar é basicamente um relato de como os colonos desbravaram e forçaram sua cultura aos povos nativos. Tudo traduzido numa nova roupagem de ficção científica.
Ataque ao Prédio (2011)
Se a lista é para falar dos alienígenas mais estranhos e diferentes do cinema, estes aqui não ficam devendo nada e se encaixam perfeitamente. É interessante pensar que em pleno ano de 2011 ainda conseguíamos ter originalidade na hora de confeccionar criaturas de outros mundos. O mais natural seria presumir que tudo já havia sido feito e que atualmente teríamos apenas reciclagens. Mas nesta obra produzida por Edgar Wright (Em Ritmo de Fuga) e escrita e dirigida por Joe Cornish, o visual dos aliens é chamativo e muito único. A trama é um atrativo por si só e mostra o dia a dia de um conjunto habitacional na Inglaterra, onde jovens aspirantes à vida de crime interagem entre si e com moradores intimidados. Justamente por isso, o longa foi definido por muitos críticos como uma mistura de “Cidade de Deus” com “Independence Day”. É no local citado que criaturas muito estranhas, de duas raças aparentemente distintas chegam para sua dominação. Uma parece um primata e a outra, um grande urso feito de sombra, com dentes que brilham no escuro. Jodie Whitaker, a nova Dr Who, e John Boyega, o Finn de Star Wars, são os protagonistas.
Sob a Pele (2013)
Por que as alienígenas mais atraentes precisam ser as mais letais e homicidas? Será uma mensagem subliminar? Seja como for, já tivemos Natasha Henstridge pronta para acasalar e matar, agora, seguimos com Scarlett Johansson igualmente à caça de parceiros sexuais. No entanto, ao contrário de Sil, a criatura conhecida somente como “A Fêmea”, que assume as formas de Johansson, chega com a missão de capturar os humanos numa elaborada “pegadinha” na qual seduz os sujeitos ingênuos para depois aprisioná-los num líquido preto. E você achava que o Tinder era ruim. A verdadeira forma da criatura é revelada ao final desta enigmática produção, dona de poucos diálogos, porém, muito simbolismo e significado. Sua aparência soa como se constituída do mesmo material pegajoso, uma espécie de vinil.
A Chegada (2016)
Um dos filmes mais prestigiados da lista, indicado ao Oscar na categoria principal, fala sobre a comunicação entre espécies diferentes. O tema principal aqui é como a simbologia pode ser utilizada para unir espécies inteligentes e como a linguagem funciona. Existem muitas camadas em A Chegada, como a percepção do tempo, por exemplo. Esta é o que podemos chamar de obra-prima. Fora isso, as criaturas, apelidadas de Abbott & Costello pela cientista vivida por Amy Adams, possuem a forma de grandes cefalópodes, mas soam bem intencionados. As criaturas foram o maior presente vindo dos céus para a humanidade, só não conseguiram trazer a estatueta dourada para a amiga humana.