Cuidado: muitos spoilers à frente.
O episódio desta semana de ‘O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder’ entregou tudo e mais um pouco para os fãs – investindo esforços em uma pequena amostra do que as batalhas mais grandiosas serão em capítulos e temporadas futuras.
Um dos principais acontecimentos, entretanto, envolveu as consequências dessa batalha. Depois de serem capturados por Galadriel (Morfydd Clark) e pelos númenorianos, Adar (Joseph Mawle) e seus asseclas conseguiram, de alguma forma, dar continuidade ao plano de dominar a Terra-Média. Afinal, em uma reviravolta surpreendente, Adar conseguiu entregar a misteriosa espada que estava outrora nas mãos de Theo (Tyroe Muhafidin) para o desertor Waldreg (Geoff Morrell). Waldreg, então, utilizou o perigoso objeto para ativar um recurso construído há muito tempo pelos Uruks, que canalizou as águas de um rio para o despertar de um vulcão bastante familiar aos fãs da saga ‘O Senhor dos Anéis’: o Monte da Perdição.
Para aqueles que não se recordam, o Monte em questão foi o local em que os Anéis de Poder, incluindo o Um Anel, foram forjados. Em ‘O Retorno do Rei’, Frodo e Sam conseguiram chegar a esse perigoso lugar para que o Anel fosse destruído e, dessa forma, Sauron e as forças das trevas fossem destruídas. Considerando que a série se passa na Segunda Era, muito antes dos eventos envolvendo Frodo, era apenas natural que víssemos como certas locações icônicas da franquia original se formariam – incluindo o Monte.
Mas isso não é tudo: à medida que o vulcão entra em erupção, os Uruks capturados se lançam em um cântico de vitória que consiste na repetição da palavra Udûn. O nome faz referência a Utumno, a primeira fortaleza do Lorde Morgoth (à época chamado Melkor), que posa como um dos principais antagonistas do show do Prime Video. Na língua Sindarin, Udûn significa “buraco negro” ou “inferno”; em Quenya, significa “submundo”. Apesar da etimologia agourenta, o local ficou abandonado quando Morgoth foi derrotado na Primeira Era – o que indica que o plano de Adar era, de fato, dar início a um novo ciclo de terror e desespero em que as conquistas de seu mestre seriam revitalizadas.
Como se não bastasse, a relação entre Udûn e o Monte da Perdição também culmina no surgimento de um elemento extremamente importante para o universo de J.R.R. Tolkien – a região de Mordor.
Segundo o próprio autor, Mordor é descrita como um território em que “as sombras jazem”, mas suas origens são nebulosas até mesmo para os estudiosos da mitologia. Não é surpresa que o sexto episódio acenda discussões sobre como os showrunners J.D. Payne e Patrick McKay, em colaboração ao time de roteiristas, resolveram ampliar esse universo ao arquitetar uma concisa e sólida origem para Mordor.
Considerando que ‘O Retorno do Rei’ coloca Frodo e Sam em uma terra inóspita, é apenas automático que consigamos relacionar a descrição imagética visto nos livros e nos filmes com a história trazida por ‘Os Anéis de Poder’. Assim que o vulcão entra em erupção, bolas de fogo começam a dizimar qualquer um que esteja em seus arredores, enquanto uma tempestade de cinzas e fumaça varre as verdejantes árvores que cercam a Montanha da Perdição. Logo, é possível imaginar que o corolário desse “despertar” seja uma terra devastada por completo e fértil para a ascensão de Sauron (que é inclusive mencionado mais de uma vez).
E você? O que achou do capítulo?
Lembrando que o próximo episódio será exibido em 07 de outubro.