quinta-feira , 21 novembro , 2024

Opinião | O Brasil precisava de uma comédia romântica como ‘Evidências do Amor’

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Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (11) Evidências do Amor, a nova produção nacional distribuída pela Warner, que traz como protagonistas a inusitada dupla Fábio Porchat e Sandy Leah. A história acompanha um casal que se conheceu em um karaokê cantando a chiclete ‘Evidências‘. Papo vai, papo vem, eles começam a namorar, levam uma vida aparentemente perfeita até que ela decide terminar e o rapaz cai numa fossa difícil de sair. Para piorar as coisas, ele começa a ‘viajar no tempo’ toda vez que Evidências toca, levando o coitado para reviver as piores brigas que teve com a amada enquanto ainda estavam juntos. Agora, ele tentará a todo custo entender o que está acontecendo e descobrir uma forma de acabar com essas viagens antes que fique completamente lelé das ideias.

O filme é uma comédia romântica de mão cheia. Com influências claras em 500 Dias Com Ela (2009) e Click (2006), Evidências do Amor aposta não só no humor incessante, mas também no drama. E isso é fantástico, porque o Brasil não explorou tanto esse nicho na década passada. Houve uma série de comédias excelentes, geralmente apostando mais no humor de cotidiano e identificação do que na temática do romance. E esse filme se destaca justamente por fazer esse resgate e criar uma “Rom-Com” que já nasce clássica.



A comparação com 500 Dias Com Ela se dá justamente pelo filme trazer um protagonista masculino que se ilude e ignora sinais de um relacionamento desgastado e uma protagonista feminina que não tem certezas ou segurança na relação que está vivendo. Entretanto, diferentemente do longa norte-americano, Evidências do Amor não é sobre dois imaturos seguindo com suas vidas – ou tentando. O grande ponto que transforma a obra nacional em um projeto muito especial é mostrar que o descaso não é necessariamente a resposta.

Você pode achar que a Summer foi uma bruxa insensível, você pode achar que o Tom foi um iludido infantil. Ninguém é perfeito e todo mundo erra. Só que aqui, Marco (Porchat) e Laura (Sandy) até tentam seguir a vida, mas sabem que não vão conseguir ter paz se não se resolverem. Essa maturidade dos personagens é tão instigante de ver. O público está tão acostumado a protagonistas frios, que acalenta o coração ver seres humanos que se importam um com o outro sendo retratados na tela grande de forma tão carismática e madura.

Esse ‘calorzinho no coração’ é tão raro de ser retratado por aqui. O Marco de Porchat remete a um apaixonado de um romance muito simpático e subestimado que passou por aqui em 2018: Talvez uma História de Amor. Nessa história protagonizada por Mateus Solano, Virgílio, um publicitário, recebe uma mensagem de sua namorada, Clara, dizendo que decidiu terminar. Só tem um problema: ele não se lembra da namorada. Diante desse término misterioso, o rapaz começa a investigar sua vida para tentar descobrir quem é essa mulher e como pode fazer para encontrá-la. É irônico que esses dois personagens sejam tão parecidos enquanto vivem situações extremamente opostas.

Se Virgílio não consegue lembrar dessa figura tão misteriosa da Clara, o Marco é incapaz de esquecer a Laura. Mesmo nessas circunstâncias divergentes, os dois entendem que há um amor pelo qual vale a pena lutar ali, mesmo que isso signifique ser visto como louco pelas pessoas ao redor. A diferença se dá pela forma como suas jornadas pessoais são conduzidas. Virgílio embarca em um drama motivacional apaixonante, enquanto Marco vive seu próprio Feitiço do Tempo, com direito a um caminhão de referências da Cultura Pop, tentando achar uma saída.

Talvez Uma História de Amor’ está disponível no Max

Fato é que o humor e o romance estão perfeitamente equilibrados em Evidências do Amor, fazendo dele um dos filmes mais interessantes desse início de ano. Vale destacar a volta da própria Sandy, que andava meio distante das séries e dos longa-metragens, que ganha uma personagem com voz. Ela não é uma mera coadjuvante e não se resume a ser apenas a menina que canta Evidências (música imortalizada na voz de seu pai, Xororó) e não sabe se vale a pena investir na carreira musical. Sua Lara ganha voz e relevância, trazendo o seu lado dessa história e mostrando que tudo tem dois lados.

É curioso que um filme que pudesse pender para um tipo de humor mais exagerado se beneficie justamente da humanidade de seus personagem. Por mais que esteja preso nesses loops temporais, Marco é apenas um homem comum tentando compreender um término traumático. Já a Laura é uma mulher confusa com os rumos que sua vida tomou e seguiu em frente mesmo sem ter certezas. E a forma cômica como tudo isso é trabalhado não apenas diverte, mas também encanta. E vale destacar aqui a presença absurda de Evelyn Castro. É impossível não gargalhar quando ela entra em cena como uma vizinha voluntariosa até demais.

Agora fica a expectativa para que o filme seja um sucesso e ajude a incentivar que mais comédias românticas ‘assumidas’ sejam feitas por aqui, porque existe um público ávido por curti-las ao máximo.

É revigorante ver o cinema nacional apostando em uma comédia mais leve e divertida, preocupada em fazer o público se apaixonar por seus personagens e torcer por esse amor mal resolvido encontrar um desfecho favorável. É a magia das comédias românticas ganhando espaço novamente.

Evidências do Amor está em cartaz nos cinemas.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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O filme é uma comédia romântica de mão cheia. Com influências claras em 500 Dias Com Ela (2009) e Click (2006), Evidências do Amor aposta não só no humor incessante, mas também no drama. E isso é fantástico, porque o Brasil não explorou tanto esse nicho na década passada. Houve uma série de comédias excelentes, geralmente apostando mais no humor de cotidiano e identificação do que na temática do romance. E esse filme se destaca justamente por fazer esse resgate e criar uma “Rom-Com” que já nasce clássica.

A comparação com 500 Dias Com Ela se dá justamente pelo filme trazer um protagonista masculino que se ilude e ignora sinais de um relacionamento desgastado e uma protagonista feminina que não tem certezas ou segurança na relação que está vivendo. Entretanto, diferentemente do longa norte-americano, Evidências do Amor não é sobre dois imaturos seguindo com suas vidas – ou tentando. O grande ponto que transforma a obra nacional em um projeto muito especial é mostrar que o descaso não é necessariamente a resposta.

Você pode achar que a Summer foi uma bruxa insensível, você pode achar que o Tom foi um iludido infantil. Ninguém é perfeito e todo mundo erra. Só que aqui, Marco (Porchat) e Laura (Sandy) até tentam seguir a vida, mas sabem que não vão conseguir ter paz se não se resolverem. Essa maturidade dos personagens é tão instigante de ver. O público está tão acostumado a protagonistas frios, que acalenta o coração ver seres humanos que se importam um com o outro sendo retratados na tela grande de forma tão carismática e madura.

Esse ‘calorzinho no coração’ é tão raro de ser retratado por aqui. O Marco de Porchat remete a um apaixonado de um romance muito simpático e subestimado que passou por aqui em 2018: Talvez uma História de Amor. Nessa história protagonizada por Mateus Solano, Virgílio, um publicitário, recebe uma mensagem de sua namorada, Clara, dizendo que decidiu terminar. Só tem um problema: ele não se lembra da namorada. Diante desse término misterioso, o rapaz começa a investigar sua vida para tentar descobrir quem é essa mulher e como pode fazer para encontrá-la. É irônico que esses dois personagens sejam tão parecidos enquanto vivem situações extremamente opostas.

Se Virgílio não consegue lembrar dessa figura tão misteriosa da Clara, o Marco é incapaz de esquecer a Laura. Mesmo nessas circunstâncias divergentes, os dois entendem que há um amor pelo qual vale a pena lutar ali, mesmo que isso signifique ser visto como louco pelas pessoas ao redor. A diferença se dá pela forma como suas jornadas pessoais são conduzidas. Virgílio embarca em um drama motivacional apaixonante, enquanto Marco vive seu próprio Feitiço do Tempo, com direito a um caminhão de referências da Cultura Pop, tentando achar uma saída.

Talvez Uma História de Amor’ está disponível no Max

Fato é que o humor e o romance estão perfeitamente equilibrados em Evidências do Amor, fazendo dele um dos filmes mais interessantes desse início de ano. Vale destacar a volta da própria Sandy, que andava meio distante das séries e dos longa-metragens, que ganha uma personagem com voz. Ela não é uma mera coadjuvante e não se resume a ser apenas a menina que canta Evidências (música imortalizada na voz de seu pai, Xororó) e não sabe se vale a pena investir na carreira musical. Sua Lara ganha voz e relevância, trazendo o seu lado dessa história e mostrando que tudo tem dois lados.

É curioso que um filme que pudesse pender para um tipo de humor mais exagerado se beneficie justamente da humanidade de seus personagem. Por mais que esteja preso nesses loops temporais, Marco é apenas um homem comum tentando compreender um término traumático. Já a Laura é uma mulher confusa com os rumos que sua vida tomou e seguiu em frente mesmo sem ter certezas. E a forma cômica como tudo isso é trabalhado não apenas diverte, mas também encanta. E vale destacar aqui a presença absurda de Evelyn Castro. É impossível não gargalhar quando ela entra em cena como uma vizinha voluntariosa até demais.

Agora fica a expectativa para que o filme seja um sucesso e ajude a incentivar que mais comédias românticas ‘assumidas’ sejam feitas por aqui, porque existe um público ávido por curti-las ao máximo.

É revigorante ver o cinema nacional apostando em uma comédia mais leve e divertida, preocupada em fazer o público se apaixonar por seus personagens e torcer por esse amor mal resolvido encontrar um desfecho favorável. É a magia das comédias românticas ganhando espaço novamente.

Evidências do Amor está em cartaz nos cinemas.

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