quinta-feira , 21 novembro , 2024

Opinião | Por que ‘BioShock: Infinite’ é o melhor capítulo da saga

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Em 2007, Ken Levine, em parceria com a Irrational Games, deu vida ao aclamado game retrofuturista ‘BioShock’. A produção, que levou diversos prêmios para casa e é considerada um dos melhores jogos de todos os tempos, nos levou para a cidade de Rapture, localizada no fundo do mar, e desenhou uma jornada distópica em meio à desmedida ambição humana. Seis anos mais tarde, Levine construiria o terceiro capítulo da saga, ‘BioShock Infinite’, conquistando um nível de aclame bastante semelhante e eternizando seu impecável storytelling.

Traçando uma linha similar às duas iterações anteriores, ‘Infinite’ inicia com um misterioso e assombroso voice-over, que logo dá espaço para um bote em alto-mar. O nosso protagonista, Booker DeWitt, é deixado por duas figuras desconhecidas em um píer, cujo único caminho leva a um farol isolado do mundo. Ao subir as sinuosas escadas, ele entra em uma cabine pressurizada e é levado à cidade de Columbia, uma espécie de refúgio paradisíaco para aqueles que desejavam escapar da “Sodoma abaixo”, como é repetido constantemente no gameplay. Booker tem uma missão específica: resgatar uma jovem que é mantida na cidade, chamada Elizabeth, como forma de pagar as múltiplas dívidas que acumulou em virtude das noites de bebedeira e apostas.



Se você não é familiarizado com o conceito imortalizado por Levine, ‘Bioshock’ pode parecer como qualquer outro jogo que já tenha visto nas últimas décadas – uma aventura de suspense em primeira pessoa. Entretanto, se o criador já havia oferecido um vislumbre de como os videogames podem ser arautos da arte com a investida inicial, ‘Infinite’ consegue se aprofundar ainda mais em questões sociais, políticas e morais, mergulhando em uma estética única e controversa que nos deixa reflexivos a cada fase completada – motivo pelo qual consegue recuperar todos os elementos pelos quais nos apaixonamos e superá-los com incursões que variam desde a luta de classes até viagens interdimensionais.

A princípio, precisamos falar sobre Columbia. Assim que Booker chega à cidade dos céus, ele é bombardeado com uma série de mensagens bíblicas que falam sobre um profeta conhecido como Comstock, e de que forma ele promoveu uma espécie de arrebatamento das pessoas de bem que viviam lá embaixo, levando-as para um éden em que poderiam ser felizes e prosperar. Antes de poder entrar em Columbia, entretanto, Booker passa por um estranho batismo que o faz renascer como um novo homem, “livre dos pecados”, e pronto para servir a Comstock e desfrutar de seus direitos. Todavia, as coisas não são tão simples quanto parecem, visto que a clássica e instigante beleza local mascara um enorme problema que vem à tona à medida que a história se desenrola.

Columbia é uma teocracia militar, controlada a mãos de ferros por uma figura inalcançável e invisível. Comstock, aproveitando-se do período que antecedeu a I Guerra Mundial e da crescente desesperança nos governos do planeta, infundiu seus seguidores com a crença de que, para se salvarem, deveriam abandonar a vida que outrora conheciam e jurar lealdade ao único salvador. Não é surpresa que a força policial que patrulha as ruas de Columbia siga cegamente as ordens de Comstock e de sua controversa ideologia – que nos é mostrada, a priori, com menções efusivas. O primeiro contato que coloca Booker em choque contra a postura do profeta e seus asseclas é a feira: ao ser selecionado como o vencedor do prêmio, um casal, formado por um homem branco e uma mulher negra, aparece amarrado no palco improvisado, sendo alvo de zombarias e comentários extremamente racistas, principalmente a ela.

A partir daí, é notável que um dos principais temas exploradas por Levine seja a institucionalização do racismo. Afinal, por boa parte do game, percebemos que a classe abastada, que se deleita nas promessas de boa vida prometidas por Comstock, é formada por pessoas brancas. Os negros, asiáticos e até mesmo irlandeses são despachados para a “zona operária”, onde trabalham compulsoriamente para atender às necessidades da elite, restringindo-se a funções degradantes e à supressão de direitos que alimenta uma necessidade de rebelião que parece nunca se concretizar. Ora, a fase que abre as portas da Favela inclusive se inicia com a frase: “eles querem nos deixar com fome, para que não consigamos pensar” (uma máxima que já apareceu nos escritos de Karl Marx e Friedrich Engels em suas incursões sobre a luta de classes).

E isso não é tudo: a questão do racismo e da disparidade social vem aliada à corrente filosófica conhecida como excepcionalismo americano, que defende os Estados Unidos como uma nação diferente de todas as outras (não é surpresa que a cidade se chame Columbia, visto que é a personificação feminina do país em questão). Em diversos momentos, Booker e Elizabeth cruzam caminho com antigos aliados de Comstock, como Cornelius Slate, um ex-veterano de guerra que declama com orgulho sua luta na Rebelião dos Boxers ou na Batalha de Wounded Knee, recontando as glórias de um povo patriota que não pensa duas vezes antes de se defender contra os inimigos (no caso, antes de dizimar povos nativo-americanos e asiáticos em prol de uma supremacia condenável).

Se Columbia é uma representação do neoimperialismo estadunidense, é claro que as críticas ao capitalismo predatório também apareceriam. O pináculo da exploração das massas vem na forma de Jeremiah Fink, magnata que detém o monopólio das fábricas e escala as minorias para trabalharem por salários irrisórios, recebendo pagamento que só pode ser utilizado dentro das facilidades da zona operária. Fink é um falso apoiador de Comstock, aliando-se ao profeta apenas como forma de obter mais lucro e impedir que os trabalhadores se misturem com a elite – mas recusando-se a compartilhar do mesmo fervor religioso. Ambos servem como representações materiais das instituições que favorecem apenas uma parcela da população – os que defendem seus interesses.

É nesse contexto, também, que surge Daisy Fitzroy. A líder do Vox Populi (Voz do Povo, no português) é tratada como a inimiga nº 1 de Columbia, acusada do assassinato da Dama Comstock, esposa do profeta. Ela também é colocada como a responsável dos levantes de trabalhadores que colocam em xeque a funcionalidade das engrenagens de Columbia. Entretanto, por ser uma mulher negra, pobre e parte da classe operária, sua ideia é reunir armas para enfrentar o governo autoritário de Comstock e das milícias para garantir que seus iguais tenham as mesmas oportunidades e os mesmos direitos de prosperar na cidade – conforme prometido pelas falsas campanhas. Fitzroy compreende que o sistema está quebrado e que o paraíso de Columbia é nada mais que uma extensão das problemáticas sociais lá de baixo. Eventualmente, Booker e Elizabeth clamam que Fitzroy ficou cega pelo poder e pela revolução, dizendo que tanto ela quanto Comstock são “farinha do mesmo saco” (uma constatação polêmica, visto que colocar a reação do oprimido e a violência do opressor em uma mesma balança é uma falsa simetria).

Em meio a esse intrincado circo político-social de ‘Bioshock: Infinite’, temos a storyline de Elizabeth. A jovem passou a vida trancafiada em uma torre dourada, protegida por uma criatura conhecida como Songbird e sem qualquer contato com o mundo lá fora. Quando é resgatada por Booker, Elizabeth a princípio fica com receio de deixar o único lugar que conhece como lar, mas depois aceita fugir das garras de Songbird e de Comstock para conhecer o que a aguarda lá fora. Mas é claro que as coisas não seriam tão fáceis e, enquanto Booker faz de tudo para levá-la embora, diversos personagens se colocam em seu caminho – seja a criatura supracitada, seja Comstock e seus asseclas, seja Fitzroy e a Vox Populi.

A princípio, não sabemos o motivo pelo qual Elizabeth está presa na torre, porém, a história vai se desenrolando pouco a pouco. A jovem é dotada de uma habilidade incrível – a de abrir fendas para outros lugares e até mesmo outras dimensões. Comstock, dessa forma, utilizava o cru poder da garota para alimentar Columbia, drenando-a pouco a pouco e modelando-a na “filha do Profeta”, que se “sentaria no trono e afogaria os homens em fogo” (uma versão steampunk apocalíptica do fim dos tempos e do recomeço da humanidade). Todavia, Elizabeth se recusa a cumprir com o derradeiro destino e utiliza o escasso conhecimento que tem para ajudar a si própria e a Booker, seu único aliado em uma terra devastada pelo fanatismo e pelo fascismo.

Elizabeth é peça-central de um tema recorrente no jogo – o da viagem transdimensional, conceito que vem sendo estudado há décadas por inúmeros cientistas. Aqui, tal aspecto e é elevado a um nível absurdo de causa e consequência, que auxilia no entendimento de quem é Elizabeth e, principalmente, quem é Booker. Afinal, para aqueles que tiveram a oportunidade de jogar tanto o game original quanto ‘Infinite’, Rapture e Columbia fazem parte de um mesmo espectro de variáveis e constantes que envolve um homem, um farol e uma porta. Booker é, na verdade, Comstock, enquanto Elizabeth é Anna, sua filha; o desejo do protagonista em conquistar o mundo e se livrar dos pecados cometidos em tantas guerras atrozes o fez renascer no psicótico líder religioso da cidade dos céus, abrindo fendas entre as realidades para capturar Anna e completar sua missão. Mas o que ele não esperava era que outra versão sua seria responsável por acabar com todos os planos.

Entender a gigantesca estrutura de ‘Bioshock: Infinite’ não é uma tarefa fácil e requer que o jogador revisite Columbia diversas vezes para compreender as nuances deixadas de lado. Não é surpresa que o terceiro capítulo da franquia seja considerado por diversos especialistas como a melhor entrada – inclusive por este que vos escreve. E, se você tiver oportunidade, compre seu exemplar do game e se delicie com uma das produções mais espetaculares do século.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Traçando uma linha similar às duas iterações anteriores, ‘Infinite’ inicia com um misterioso e assombroso voice-over, que logo dá espaço para um bote em alto-mar. O nosso protagonista, Booker DeWitt, é deixado por duas figuras desconhecidas em um píer, cujo único caminho leva a um farol isolado do mundo. Ao subir as sinuosas escadas, ele entra em uma cabine pressurizada e é levado à cidade de Columbia, uma espécie de refúgio paradisíaco para aqueles que desejavam escapar da “Sodoma abaixo”, como é repetido constantemente no gameplay. Booker tem uma missão específica: resgatar uma jovem que é mantida na cidade, chamada Elizabeth, como forma de pagar as múltiplas dívidas que acumulou em virtude das noites de bebedeira e apostas.

Se você não é familiarizado com o conceito imortalizado por Levine, ‘Bioshock’ pode parecer como qualquer outro jogo que já tenha visto nas últimas décadas – uma aventura de suspense em primeira pessoa. Entretanto, se o criador já havia oferecido um vislumbre de como os videogames podem ser arautos da arte com a investida inicial, ‘Infinite’ consegue se aprofundar ainda mais em questões sociais, políticas e morais, mergulhando em uma estética única e controversa que nos deixa reflexivos a cada fase completada – motivo pelo qual consegue recuperar todos os elementos pelos quais nos apaixonamos e superá-los com incursões que variam desde a luta de classes até viagens interdimensionais.

A princípio, precisamos falar sobre Columbia. Assim que Booker chega à cidade dos céus, ele é bombardeado com uma série de mensagens bíblicas que falam sobre um profeta conhecido como Comstock, e de que forma ele promoveu uma espécie de arrebatamento das pessoas de bem que viviam lá embaixo, levando-as para um éden em que poderiam ser felizes e prosperar. Antes de poder entrar em Columbia, entretanto, Booker passa por um estranho batismo que o faz renascer como um novo homem, “livre dos pecados”, e pronto para servir a Comstock e desfrutar de seus direitos. Todavia, as coisas não são tão simples quanto parecem, visto que a clássica e instigante beleza local mascara um enorme problema que vem à tona à medida que a história se desenrola.

Columbia é uma teocracia militar, controlada a mãos de ferros por uma figura inalcançável e invisível. Comstock, aproveitando-se do período que antecedeu a I Guerra Mundial e da crescente desesperança nos governos do planeta, infundiu seus seguidores com a crença de que, para se salvarem, deveriam abandonar a vida que outrora conheciam e jurar lealdade ao único salvador. Não é surpresa que a força policial que patrulha as ruas de Columbia siga cegamente as ordens de Comstock e de sua controversa ideologia – que nos é mostrada, a priori, com menções efusivas. O primeiro contato que coloca Booker em choque contra a postura do profeta e seus asseclas é a feira: ao ser selecionado como o vencedor do prêmio, um casal, formado por um homem branco e uma mulher negra, aparece amarrado no palco improvisado, sendo alvo de zombarias e comentários extremamente racistas, principalmente a ela.

A partir daí, é notável que um dos principais temas exploradas por Levine seja a institucionalização do racismo. Afinal, por boa parte do game, percebemos que a classe abastada, que se deleita nas promessas de boa vida prometidas por Comstock, é formada por pessoas brancas. Os negros, asiáticos e até mesmo irlandeses são despachados para a “zona operária”, onde trabalham compulsoriamente para atender às necessidades da elite, restringindo-se a funções degradantes e à supressão de direitos que alimenta uma necessidade de rebelião que parece nunca se concretizar. Ora, a fase que abre as portas da Favela inclusive se inicia com a frase: “eles querem nos deixar com fome, para que não consigamos pensar” (uma máxima que já apareceu nos escritos de Karl Marx e Friedrich Engels em suas incursões sobre a luta de classes).

E isso não é tudo: a questão do racismo e da disparidade social vem aliada à corrente filosófica conhecida como excepcionalismo americano, que defende os Estados Unidos como uma nação diferente de todas as outras (não é surpresa que a cidade se chame Columbia, visto que é a personificação feminina do país em questão). Em diversos momentos, Booker e Elizabeth cruzam caminho com antigos aliados de Comstock, como Cornelius Slate, um ex-veterano de guerra que declama com orgulho sua luta na Rebelião dos Boxers ou na Batalha de Wounded Knee, recontando as glórias de um povo patriota que não pensa duas vezes antes de se defender contra os inimigos (no caso, antes de dizimar povos nativo-americanos e asiáticos em prol de uma supremacia condenável).

Se Columbia é uma representação do neoimperialismo estadunidense, é claro que as críticas ao capitalismo predatório também apareceriam. O pináculo da exploração das massas vem na forma de Jeremiah Fink, magnata que detém o monopólio das fábricas e escala as minorias para trabalharem por salários irrisórios, recebendo pagamento que só pode ser utilizado dentro das facilidades da zona operária. Fink é um falso apoiador de Comstock, aliando-se ao profeta apenas como forma de obter mais lucro e impedir que os trabalhadores se misturem com a elite – mas recusando-se a compartilhar do mesmo fervor religioso. Ambos servem como representações materiais das instituições que favorecem apenas uma parcela da população – os que defendem seus interesses.

É nesse contexto, também, que surge Daisy Fitzroy. A líder do Vox Populi (Voz do Povo, no português) é tratada como a inimiga nº 1 de Columbia, acusada do assassinato da Dama Comstock, esposa do profeta. Ela também é colocada como a responsável dos levantes de trabalhadores que colocam em xeque a funcionalidade das engrenagens de Columbia. Entretanto, por ser uma mulher negra, pobre e parte da classe operária, sua ideia é reunir armas para enfrentar o governo autoritário de Comstock e das milícias para garantir que seus iguais tenham as mesmas oportunidades e os mesmos direitos de prosperar na cidade – conforme prometido pelas falsas campanhas. Fitzroy compreende que o sistema está quebrado e que o paraíso de Columbia é nada mais que uma extensão das problemáticas sociais lá de baixo. Eventualmente, Booker e Elizabeth clamam que Fitzroy ficou cega pelo poder e pela revolução, dizendo que tanto ela quanto Comstock são “farinha do mesmo saco” (uma constatação polêmica, visto que colocar a reação do oprimido e a violência do opressor em uma mesma balança é uma falsa simetria).

Em meio a esse intrincado circo político-social de ‘Bioshock: Infinite’, temos a storyline de Elizabeth. A jovem passou a vida trancafiada em uma torre dourada, protegida por uma criatura conhecida como Songbird e sem qualquer contato com o mundo lá fora. Quando é resgatada por Booker, Elizabeth a princípio fica com receio de deixar o único lugar que conhece como lar, mas depois aceita fugir das garras de Songbird e de Comstock para conhecer o que a aguarda lá fora. Mas é claro que as coisas não seriam tão fáceis e, enquanto Booker faz de tudo para levá-la embora, diversos personagens se colocam em seu caminho – seja a criatura supracitada, seja Comstock e seus asseclas, seja Fitzroy e a Vox Populi.

A princípio, não sabemos o motivo pelo qual Elizabeth está presa na torre, porém, a história vai se desenrolando pouco a pouco. A jovem é dotada de uma habilidade incrível – a de abrir fendas para outros lugares e até mesmo outras dimensões. Comstock, dessa forma, utilizava o cru poder da garota para alimentar Columbia, drenando-a pouco a pouco e modelando-a na “filha do Profeta”, que se “sentaria no trono e afogaria os homens em fogo” (uma versão steampunk apocalíptica do fim dos tempos e do recomeço da humanidade). Todavia, Elizabeth se recusa a cumprir com o derradeiro destino e utiliza o escasso conhecimento que tem para ajudar a si própria e a Booker, seu único aliado em uma terra devastada pelo fanatismo e pelo fascismo.

Elizabeth é peça-central de um tema recorrente no jogo – o da viagem transdimensional, conceito que vem sendo estudado há décadas por inúmeros cientistas. Aqui, tal aspecto e é elevado a um nível absurdo de causa e consequência, que auxilia no entendimento de quem é Elizabeth e, principalmente, quem é Booker. Afinal, para aqueles que tiveram a oportunidade de jogar tanto o game original quanto ‘Infinite’, Rapture e Columbia fazem parte de um mesmo espectro de variáveis e constantes que envolve um homem, um farol e uma porta. Booker é, na verdade, Comstock, enquanto Elizabeth é Anna, sua filha; o desejo do protagonista em conquistar o mundo e se livrar dos pecados cometidos em tantas guerras atrozes o fez renascer no psicótico líder religioso da cidade dos céus, abrindo fendas entre as realidades para capturar Anna e completar sua missão. Mas o que ele não esperava era que outra versão sua seria responsável por acabar com todos os planos.

Entender a gigantesca estrutura de ‘Bioshock: Infinite’ não é uma tarefa fácil e requer que o jogador revisite Columbia diversas vezes para compreender as nuances deixadas de lado. Não é surpresa que o terceiro capítulo da franquia seja considerado por diversos especialistas como a melhor entrada – inclusive por este que vos escreve. E, se você tiver oportunidade, compre seu exemplar do game e se delicie com uma das produções mais espetaculares do século.

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