quinta-feira, março 28, 2024

Opinião | Star Wars precisa de reboot nos cinemas?

Começaram a circular boatos de que a Disney estaria considerando “rebootar” a franquia Star Wars nos cinemas por conta das bilheterias frustrantes não apenas de Star Wars: A Ascensão Skywalker, mas também pela arrecadação muito abaixo do esperado de Solo: Uma História Star Wars. Problemas esses que teriam ressaltado que a franquia estaria seguindo para rumos errados. Se esses boatos se concretizarem, a casa do Mickey Mouse estará cometendo um dos maiores crimes da história do cinema.

Não só por estar passando uma enorme borracha na saga de Luke, Leia, Han Solo, Darth Vader e diversos outros personagens imortalizados e amados por mais de 40 anos, mas também por assinar um recibo de que é incapaz de usar sua criatividade para explorar uma franquia de forma inteligente sem ter que mexer no passado. A relação entre Disney e Lucasfilm, por enquanto, passou longe de ser brilhante como a situação com a Marvel. E tudo isso é culpa da Disney, que não soube tratar bem, comercialmente falando, a franquia que tem em mãos.

Os filmes de Star Wars costumavam ser grandes eventos. Cada trilogia marca uma geração diferente, sendo que as duas primeiras realmente foram tratadas como filmes eventos – mesmo que alguns tenham qualidade bastante discutível. A trilogia mais recente sofreu com um desgaste de público muito grande porque a Disney decidiu empurrar spin-offs enquanto o próximo capítulo da saga principal não chegava aos cinemas. E por mais que tenha saído um longa-metragem espetacular nesse selo de spin-offs (Rogue One), foi uma estratégia de mercado ruim para conquistar o público e dar essa sensação de importância para trilogia nova.

Para quê correr para os cinemas se todo ano tem um novo filme de Star Wars?

O primeiro filme da nova trilogia fez mais de US$ 2 bilhões em bilheteria, sendo uma exceção na “Fase Disney”

 

Isso sem contar que a trilogia nova tem dois filmes que dialogam bem entre si, O Despertar da Força e A Ascensão Skywalker, e uma aventura no meio que ignora o Ep. VII e meio que foi apagada pelo Ep. IX, mostrando que houve um erro gravíssimo de planejamento da produção.

Colocar o Rian Johnson, que é conhecido por suas gracinhas e vontade de inovar, para dirigir o capítulo intermediário de uma trilogia, sabendo que o próximo diretor seguia um estilo mais nostálgico e conservador – seria o Colin Trevorrow, mas ele acabou abandonando e foi substituído por J.J. Abrams, que também costuma apostar na nostalgia – foi um erro crasso de planejamento. Resultado, o fim da saga Skywalker nos cinemas foi realizado em uma trilogia que não conversa com si mesma tão bem quanto poderia.

Não deixe de assistir:

O filme do Han Solo foi um prejuízo histórico na franquia “Star Wars”No entanto, a saga da família Skywalker já foi. Mas nem por isso a Disney precisa passar a borracha nisso tudo para tornar a franquia vistosa e lucrativa de novo. E há lições que a empresa pode tirar de seus próprios filmes.

Han Solo era um personagem amado pelo público e que tinha poucas coisas mais a serem mexidas nele. Ainda assim, optaram por fazer uma prequel dele, que despertou repulsa dos fãs logo de cara, principalmente por não ter o amado Harrison Ford no projeto. Resultou em uma bilheteria catastrófica.

Rogue One: Uma História Star Wars mostrou que o público quer ver essa galáxia muito, muito distante ser mais explorada.

Rogue One trouxe pela primeira vez uma aventura estrelada por gente normal. O povo daquele universo sofreu demais nas mãos do Império. E enquanto Luke duelava com Darth Vader utilizando seus poderes Jedi e sabres de luz, a Aliança Rebelde se virava como podia para se manter viva e atrasar os planos imperiais de dominação.

Ver como era isso é um caminho interessantíssimo e cheio de possibilidades. The Mandalorian se junta a Rogue One como ver outras facetas dessa galáxia é realmente chamativo e pode ser trabalhado em outras mídias, sem precisar necessariamente ir para os cinemas e ainda assim conquistar os fãs.

O ideal agora é que a Disney abrisse mão de filmes com Jedi e Sith nos cinemas e explorasse mais a franquia poderosa no mundo televisivo.

Essa duplinha já mostrou que não precisa de personagens famosos, apenas de uma boa históriaSéries requerem um engajamento maior e fazem os fãs criarem expectativas para os próximos episódios. E é essa palavra que pode salvar a franquia: expectativa. Depois de alguns anos tendo acesso a materiais mais ousados e apenas pelo streaming, haverá expectativas pelo que virá para os cinemas.

Aí podem trabalhar a Antiga República, acompanhar a Ahsoka Tano (Rosario Dawson) ou até mesmo trazer a nova trilogia (iniciada e concluída) de Rian Johson. Não há necessidade de esquecer tudo que aconteceu até aqui para continuar ganhando dinheiro, Dona Disney. Basta ter um pouco mais de carinho com o que se tem em mãos.

Que a Força esteja com vocês.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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