Se durante os quatro primeiros episódios o público se deparou com um clima de tensão e mistério, é correto afirmar que entre o quinto e o oitavo a adrenalina subiu, a tensão aumentou, os segredos começaram a ser desvelados e a história começou a se encaminhar para a finalização. Entre tempo presente e flashback, os roteiros destes capítulos se estabeleceram.
Confira nossa análise dos episódios 1 a 4 da Quinta Temporada de Orphan Black
Na minha crítica anterior lembro-me de ter dito que é como se o telespectador estivesse embarcado em um trem. Volto a ressaltar isto, porém, agora é um trem em direção às últimas estações antes de se “aposentar” de vez. O desenvolvimento da quinta temporada teve um início mais lento, com o intuito de situar quem assiste a este novo e final caminho que está a percorrer. A série não perdeu a qualidade em momento algum, contudo, é impossível não admitir que a ação, de fato, começou a partir do “Ease for Idle Millionaires” com reviravoltas e cliffhangers.
Sarah Manning
Sabe-se que todas as sestras (Tatiana Maslany) são importantes e cruciais para a história de Orphan Black. Nada seria da série sem as cinco protagonistas que todos aprenderam a amar e/ou odiar. Entretanto, é preciso admitir que Sarah Manning, Cosima Niehaus e Rachel Duncan são peças principais no fechamento deste arco.
Durante as quatro temporadas o público se deparou com uma Sarah líder, enquanto na atual, ela está mais propensa a seguir as ordens da mãe adotiva, Siobhan Sadler (Maria Doyle Kennedy), que tomou a liberdade de se declarar como a liderança verdadeira do #CloneClub.
A clone não monitorada tem focado mais na filha e em criar uma relação centrada no meio do caos, além, claro, de deixá-la a par do que acontece na vida das sestras mesmo que com uma visão mais sutil da situação. É importante salientar o desenvolvimento e amadurecimento da personagem. Ao olhar para trás é visível o longo caminho que Manning percorreu para chegar até esta versão mais adulta de Sarah.
Cosima Niehaus
Eis que finalmente é revelado o passado da cientista mais descolada que os fãs de Orphan Black conhecem. Mesmo sem flashbacks (da vida antes do #CloneClub) foi importante obter um episódio com foco nela. É praticamente impossível não ser apaixonado pela jovem que tem poupado os pais da dura realidade que encara, mesmo que estes, provavelmente, compreenderiam facilmente. É difícil não imaginar a pequena Cosima em uma casa barco a questionar tudo aos professores Niehaus.
A personagem de Maslany (também) fez a grande descoberta da temporada: Westmorland (Stephen McHattie) não é quem diz ser. Na verdade, não passa de uma farsa. A razão da presença das crianças é para que ele possa prolongar a vida com o sangue dos pequenos. Toda a história de cura não passa de uma fachada. O telespectador pode até ter esperando pelo momento em que as pessoas da Ilha se revoltariam, mas que continua a ser um momento singular em Orphan Black, continua, mesmo que já fosse previsto.
Não poderia encerrar esta parte sem comentar sobre Delphine Cormier (Evelyne Brochu) e Cosima Niehaus. É fundamental, para entendermos toda a base do relacionamento das duas, o flashback no loft do Felix (Jordan Gavaris), em que a jovem cientista revela que está doente. O mesmo vale para a cena em que as duas, finalmente, aceitam uma a outra como são. Apesar de cenas tão bem escritas e interpretadas, o destaque fica ao momento em que a francesa revela os planos de Siobhan e juntas elas enviam a público tudo sobre a Neolution. Vale destacar que o choro da Tatiana Maslany foi real, não estava descrito no roteiro. É de arrepiar!
Rachel Duncan
Olha, nem todas as teorias que eu bolasse (não sei a de vocês) iria acertar que o olho da Rachel não passava de uma “janela” instalada pelo John (me recuso a chama-lo de Westmorland) para observar as ações da inglesa. Agora imagina como deve ser descobrir que todas as pessoas que você teve ao redor desde o nascimento só tinham a intenção de lhe usar? Poor, chicken! (leia na voz da Siobhan pode chorar também)
Os flashbacks da vida dela foram cruciais para compreendermos a simpatia de Kira (Skyler Wexler) pela mesma. Rachel não passou o tempo todo de um meio para um fim. E é interessante como o arco foi tão bem construído para que em 42 minutos o público pudesse entender e mudasse o sentimento construído em direção a ela. A jovem CEO não é esse monstro todo.
O ponto alto de Orphan Black é vê-la se voltar contra a Neolution e arriscar a própria vida para salvar a filha de Manning. É de dar orgulho assistir as cenas que se seguem e perceber a criatividade dos roteiristas ao construir um episódio como este. Sem contar que Duncan foi a rainha dos plots twist dos episódios “Gag or Throttle” e “Guillotines Decide”.
Galera toda
Primeiro: Alison Hendrix está de volta com um visual ousado para a suburbana. Aqui entre nós, só cortar mais um pouco e ficava igual a Katja da primeira temporada.
Segundo: Felix também está de volta para fazer uma exposição digna de um episódio da p**** que é o oitavo, sem contar um discurso de fazer qualquer fã da série chorar. Por falar nisso, que momento maravilhoso foi este, não? Ver as três sestras (Sarah, Cosima e Alison) mais soltas e se divertindo mesmo que por um curto período de tempo. Sem contar os quadros pintados de cada uma que conhecemos e aprendemos a amar (nós sim, porque sou crítica, mas sou fã, gente como todos vocês e esse momento foi emocionante até pra mim).
Terceiro: Gracie (Zoé De Grand Maison), Mark (Ari Millen) e Virginia (Kyra Harper) reaparecerem é sinônimo de problema. Claro que Helena, esperta como é, percebeu algo de suspeito e logo descobriu o que se passava. O problema foi ter sido tarde demais. Com a sestra capturada, Sarah mal vai ter tempo de ficar de luto pela morte da mãe. Aposto que a aventura final do #CloneClub vai ser salvar a ucraniana das mãos dos Neolutions.
Quarto: Ferdinand (James Frain) aparece para trazer morte com ele, impressionante. Como se não bastasse ele ter assassinado MK, o público tem novamente o coração partido com a morte de Siobhan Sadler. Apesar de toda a tristeza do momento, S. foi uma badass até o último segundo. Ela sabia o que estava por vir, mas não hesitou em dar a vida pela família. E claro que ela não iria morrer sem uma luta. Os criadores podem ter feito todos chorarem (e muito) com a cena, mas ao mesmo tempo entregaram a sensação de satisfação, ao telespectador, ao vê-la matar o ex-alguma coisa de Rachel.
Maria Doyle Kennedy merece uma reverência. Que mulher!
E vamos à parte dois de coisas que eu gostaria de saber logo: para quem vai todo o dinheiro que a S. tem e será que eles vão saber onde procurar? Afinal, é um fundo que não acaba nunca. Será que a lista de contatos da S. também é passada para a próxima geração? Eu odiava Rachel Duncan, mas agora amo, como lidar? Delphine e Cosima vão casar e adotar a Charlotte (Cynthia Galant)? Quando a Helena vai matar a Virginia e o John? Quem assiste a série e não gosta da Delphine Cormier, gosta de gente? Orphan Black: final feliz ou não?
Bom, #CloneClub, por agora é só. Até a próxima!
Ps. (novamente): o nome da Tatiana Maslany vem ao lado de “sestras”, porque nem eu mereço ficar nomeando ela a cada menção de um clone diferente.