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2024 se provou um ótimo ano para a música – com o retorno de nomes como Ariana Grande, Taylor Swift, Beyoncé, Lady Gaga e tantos outros para o cenário fonográfico.
E, enquanto as canções nutrem de um apreço gigantesco pelos fãs, é inegável que uma parte importante desse escopo são os videoclipes.
Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando os melhores videoclipes do ano.
Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual foi o seu favorito:
10. BROKEN MAN, St. Vincent
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St. Vincent sempre prezou pela simplicidade – e conseguiu transformá-la em algo propositalmente exagerado com o single “Broken Man”. Sagrando-se como uma das maiores artistas de todos os tempos e contando com uma discografia impecável, a faixa de estreia de seu mais recente álbum de estúdio, ‘All Born Screaming’, é guiada por um clipe minimalista e sagaz do começo ao fim, arquitetado na ilusão de um plano-sequência que é bombardeado por um show pirotécnico e uma rendição performática instigante e divertida da artista.
9. FORTNIGHT, Taylor Swift feat. Post Malone
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Swift fez seu retorno ao mundo da música com o ambicioso ‘The Tortured Poets Department’, um compilado dividido em duas partes e que contou com nada menos que 31 faixas que imediatamente caíram no gosto de sua legião de seguidores. E o lead single dessa nova aventura fonográfica contou com o lead single “Fortnight”, performado ao lado de Post Malone – cujo videoclipe trouxe inúmeras referências à escola cinematográfica do expressionismo, prestando homenagens também ao recente ‘Pobres Criaturas’, bem como aos filmes estrelados por Clara Bow (que é mencionada diretamente no álbum).
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8. BOA, Megan Thee Stallion
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Megan Thee Stallion também voltou ao mundo da música com seu terceiro álbum de estúdio, ‘MEGAN’, e apostou fichas em três singles promocionais. Um deles, intitulado “Boa”, veio acompanhado de um ótimo videoclipe que presta homenagens a diversos ícones da cultura pop – seja com os videoclipes ‘Mortal Kombat’ e ‘Dance Dance Revolution’, ou com os filmes ‘Jumanji’ e ‘Scott Pilgrim’. Aqui, a metadiegese fala mais alto conforme é pincelado com a medida certa de camp, prezando por paletas de cor vibrantes e por um inesperado gore que nos conquista desde os primeiros segundos.
7. ESPRESSO, Sabrina Carpenter
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“Espresso” é um dos videoclipes mais exagerados do ano – mas no melhor sentido do termo. A breve produção presta homenagem a inúmeros títulos recentes que prezam pela riqueza e pelo bem-estar, como ‘The White Lotus’, elevando a imponência e a ostentação à enésima potência. Aqui, a quente paleta de cores dialoga de forma explícita com os versos, corroborada por enquadramentos superssimétricos, uma deliciosa atmosfera vintage e tons pastéis que explodem tanto nos figurinos quanto no forte filtro que toma conta das telas.
6. 360, Charli XCX
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‘BRAT’ é um marco na carreira de Charli XCX – e o melhor disco de sua carreira até hoje. Superando todas as expectativas, é notável como a cantora, compositora e produtora está sedenta por continuar a explorar as múltiplas incursões do PC music e do pop industrial – e isso não se limita apenas à sonoridade, mas à imagética. É por isso que “360” é construído sobre uma estrutura belíssima: o clipe, movido pela simetria, pela sóbria paleta de cores e por uma fluida montagem (isso sem mencionar a participação de Rachel Sennott, Chloe Sevigny e Julia Fox no elenco) entra em conflito com os poderosos sintetizadores da track em uma vibrante e dançante jornada sensorial.
5. WE CAN’T BE FRIENDS (WAIT FOR YOUR LOVE), Ariana Grande
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Depois de quatro anos sem lançar quaisquer compilados de originais, Ariana Grande regressou de forma gloriosa com a estreia de ‘eternal sunshine’. Seu sétimo álbum de estúdio trouxe nada menos que dois singles promocionais – e “we can’t be friends (wait for your love)” emergiu como uma escolha certeira. O videoclipe, dirigido por Christian Beslauer, nos leva a um futuro não muito distante em que Grande interpreta Peaches, uma mulher que deseja apagar as memórias de seu ex-amante da mente – permitindo que ela entregue uma atuação aplaudível e emocionante à medida que navega em uma atmosfera à la ‘Black Mirror’.
4. CHIHIRO, Billie Eilish
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Billie Eilish vem se provando uma das artistas mais completas de sua geração – e, com certeza, do século – ao saber exatamente o que quer fazer com a própria arte. Nesse tocante, “CHIHIRO”, segundo single do álbum ‘Hit Me Hard and Soft’, é uma celebração de uma visão aplaudível e indesculpavelmente envolvente cujo clipe presta homenagem à clássica animação ‘A Viagem de Chihiro’, seja nos planos, seja nos enquadramentos – enquanto preza por um conceitualismo estético e imagético que varia desde o found footage a páginas emprestadas do movimento conhecido como Dogma 95.
3. DISEASE, Lady Gaga
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Depois de muito esperar, Lady Gaga voltou com a primeira investida de sua nova era – a impecável canção “Disease”, que se configura como o melhor lead single de sua carreira desde “Bad Romance”. Como se não bastasse, Gaga retornou ao seu conhecido estilo dark, camp e teatral com um clipe insano em que enfrenta a si mesma em uma corrida contra o tempo e pela vida, lidando com demônios interiores que se materializam em uma claustrofóbica e derradeira jornada psicológica.
2. NOT LIKE US, Kendrick Lamar
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Kendrick Lamar não é um dos melhores artistas de todos os tempos por qualquer motivo – e, neste ano, reiterou sua genial mentalidade com o lançamento da diss track “Not Like Us”, continuando sua rixa com o rapper Drake e colocando uma pá de cal sobre o assunto ao, finalmente, vencer o embate com uma produção que amalgama hip hop e rap de maneira sublime. O videoclipe que acompanhou o single, por sua vez, é uma jornada absurdista, melodramática e ácida recheada de referências às conturbações entre os dois artistas, contando com um corpo de baile impecável e uma sólida direção que co-assinou ao lado de Dave Free.
1. GENESIS., RAYE
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Se RAYE já havia feito uma grande estreia com ‘My 21st Century Blues’ no ano passado, ela apenas estava começando. Com o lançamento de “Genesis.”, single inédito que fará parte de seu próximo compilado musical, a artista britânica nos convida a uma experiência sensorial que se estende por nada menos que sete minutos – e é claro que o videoclipe oficial partiria de uma estética similar. Navegando por uma quantidade exorbitante de estéticas, desde o teor vintage dos filmes-B dos anos 1980 até a sinestesia constante dos dramas melancólicos da contemporaneidade, ela une forças com Otis Dominique para um arauto de explorações imagéticas de tirar o fôlego.