Mesmo sabendo que ainda teremos muita coisa pela frente, já dá pra dizer que 2021 foi o ano em que as pessoas voltaram aos cinemas. Assim como os estúdio, finalmente, puderam soltar os seus principais grandes títulos, aqueles gravados antes e até complementados durante o período de pandemia. Com 2020 quase inexistindo para a indústria cinematográfica, todos que fazem parte dessa mídia tão apaixonante ficaram bem apreensivos com o que viria a seguir. As vacinas surgiram, os cuidados continuaram e o público voltou, ainda que timidamente, às salas. Foi lindo poder ver inúmeras fotos de pessoas emocionadas nos cinemas tirando fotos e podendo matar as saudades e novamente vivenciar aquele tipo de magia somente proporcionada pela sétima arte.
Felizmente tivemos um ano abençoado no que se refere a variedade e quantidade de bons filmes. Os cineastas estavam inspirados e as produtoras fizeram o possível para lançar o máximo de suas produções. Seja nos cinemas ou mesmo nos streamings, plataformas que ajudaram muita gente durante a fase de total isolamento e da ideia do novo normal. Gente do meio brigando se era válido ou não soltar os filmes ou segurar mais um pouquinho e lançar no que seria momento certo é o que mais teve. Enfim, tentativas não faltaram e o público apenas ganhou com tudo isso.
De blockbusters colossais a pequenas produções independentes, não faltou espaço pra ninguém. Os ditos arrasa-quarteirões, de franquias como Duna, 007 e Homem-Aranha, não decepcionaram, fazendo os fãs comparecerem em peso ao multiplex. Bem como as produções autorais estrangeiras, fora de Hollywood, que exploraram ao máximo os mais diferentes níveis de linguagem e os inúmeros temas delicados, que nem todo mundo tem coragem de tocar. Mesmo o cinema brasileiro, que agoniza devido ao estado atual da cultura no país, considerado desesperador, conseguiu se sobressair e apresentar obras incríveis. Filmes que saíram do entretenimento e adentraram no campo social e político.
E é claro que o CinePOP conferiu, literalmente, todos os lançamentos de 2021 e preparou uma listinha especial com aqueles que deram o que falar e encantaram todo mundo. Reunimos nossa equipe inteira da crítica para cada um fazer o seu Top 15 (mostrados logo abaixo da lista principal) e assim podermos criar uma média dos melhores filmes que estrearam, oficialmente, esse ano no Brasil. Coloca aí nos comentários a lista de vocês e fala se concorda ou discorda do pessoal. No mais, é isso, vamos continuar aqui produzindo material, toda equipe espera que vocês tenham curtido nossa cobertura anual.
15 | Druk – Mais uma Rodada
“Os méritos de Druk – Mais Uma Rodada estão no fechar de portas ao maniqueísmo e às lições de moral sobre o álcool, ao mesmo tempo em que nos faz refletir de forma sensível e celebratória a dádiva de ter uma vida para usufruir. Após a tragédia pessoal do diretor durante a produção do filme em 2019, junto ao ano de 2020, em que a morte esteve presente em todos os meios de comunicação, Druk é uma potência discursiva e imagética de apreciação ao agora.” Letícia Alassë
“Com o filme entregue nas mãos do ator, é difícil tick, tick…BOOM! errar. E ainda que nem todos os números musicais funcionem em sua essência, a produção roteirizada por Steven Levenson não deixa os fãs do gênero na mão. Trazendo uma ótima dinâmica de Garfield, com Vanessa Hudgens e principalmente Alexandra Shipp, o musical é uma jornada nostálgica imperfeita, mas que honra Larson e seu talento, à medida em que o apresenta para uma nova audiência que talvez não saiba a dimensão do seu valor para a arte contemporânea como a conhecemos.” Rafaela Gomes
13 | Matrix Resurrections
“Matrix Resurrections surge de maneira bastante positiva, isso por querer se distanciar da grande maioria das abordagens anteriores, mesmo utilizando o que chamam de formula, mesclando pancadaria e filosofia – quer algo melhor que isso? É claro que está longe de alcançar o nível do Matrix que parou o mundo na virada do milênio, porém tem personalidade suficiente para andar com as próprias pernas e não fazer feio em nenhum momento. Ainda que exista aqui e ali uma barriguinha no segundo ato. Todavia, se o Neo agora tem alguns cabelos brancos, quem somos nós pra falar de abdomes sobressalentes.” Wilker Medeiros
12 | 007: Sem Tempo para Morrer
“E, como não podia deixar de ser, Fukunaga deixa sua marca visual característica, advinda de um rigor técnico estético quase kubrickiano – ou mesmo por dar umas cutucadas de la revolucion que farão alguns chama-lo de comunista. De maneira geral, não é ousadia dizer que a despedida de Daniel Craig, o 007 mais físico e intenso, não poderia ter sido melhor – talvez, muito talvez, só comparável.” Wilker Medeiros
“Noite Passada em Soho é muito mais do que aparenta ser e pode surpreender àqueles que buscam uma estrutura mais clássica vista nos autênticos filmes de terror. Você que já é fã do cineasta não precisa de preocupar, Edgar Wright continua fazendo o cinema pulsante, referencial e eletrizante de sempre, com àquelas trucagens visuais empolgantes e uma trilha sonora repleta de canções sensacionais e importantes narrativamente. No entanto tudo agora foi construído pelas mãos de um artesão mais experiente, que sabe a hora certa de disparar a carga elétrica de ação necessária para tudo acontecer como deve ser.” Wilker Medeiros
10 | Deserto Particular
“Esteticamente distante das produções sudestinas, Deserto Particular não tem medo de ser sujo em meio a toda aridez do Juazeiro baiano. Coleciona diversos planos abertos e se orgulha do cenário natural que exibe como uma verdadeira galeria de quadros, paisagens que casam perfeitamente com o dilema abordado. Aliás, o filme separa um dos andamentos mais lindos e marcantes que a cinematografia nacional produziu recentemente, quando Daniel e Sara dançam coladinhos ao som de Bonnie Tyler e o seu clássico brega Total Eclipse of the Heart, canção que surge com a força e a classe de uma poesia escrita por Pablo Neruda.” Wilker Medeiros
09 | Maligno
“Obviamente nada disso teria o mesmo impacto se o diretor não tivesse dedicado cada momento e intenção para o ápice. Ao dizer isso não quero dar a entender que Maligno funcione apenas pelo seu grande segredo, já que a trama e todo clima de mistério são interessantes suficientes para manter o espectador ligado, além do apelo estético já destacado que deve agradar os amantes do gênero. Porém, após sabermos de toda verdade, o filme ganha dimensões que jamais imaginávamos.” Wilker Medeiros
08 | O Esquadrão Suicida
“O Esquadrão Suicida é uma sequência que não te obriga a ver o anterior para entender a história. Ele se sustenta sozinho e aumenta o panteão de personagens memoráveis da DC nas telonas. A estrutura narrativa, a forma de abordagem dos personagens e o estilo de direção de James Gunn transformam essa aventura praticamente episódica em um clássico instantâneo dos filmes baseados em quadrinhos. Repleto de violência, personalidade, ação, membros decepados, zero slow motion e uma mensagem política mais que pertinente.” Pedro Sobreiro
07 | Duna
“Com a tensão em baixa depois de uma batalha extensa e jogos de traição (a nossa geração fará ponte com Game of Thrones), Duna atinge o ápice da trajetória de forma morna. O grande encontro entre “colonizadores” e “colonizados” ocorre rápido e sem grande espetáculo, ou seja, não possui o efeito devido de um momento decisivo. Assim, nessa primeira parte Zendaya e Javier Bardem são mal aproveitados em seus personagens. Ao passo que Jason Momoa, como Duncan Idaho, e Josh Brolin, como Gurney Halleck, têm os seus momentos, mas ainda singelos frente a uma produção de 2h45.” Letícia Alassë
06 | Meu Pai
“E quando ficamos diante deste clímax, Anthony Hopkins atinge um novo pico em sua atuação, regado por profundas lágrimas e uma sensação de abandono que beira o comportamento infantil. Entre alucinações e uma pequena crise de pânico, sua genuína entrega no proporciona uma das experiências mais difíceis de assistir. E como um remédio amargo que desce rasgando a garganta, Meu Pai é o retrato mais autêntico e real da fase mais temida pelo ser humano. Doloroso de assistir, mas belíssimo de contemplar, o primeiro filme do francês Florian Zeller é ainda a entusiasmada expectativa pelo que mais esse brilhante e novato cineasta tem a compartilhar com o restante do mundo.” Rafaela Gomes
05 | Quo Vadis, Aida?
“O grande mérito de Quo Vadis, Aida? é o seu apoio nos detalhes e na mise en scène de uma guerra civil sem mostrar uma sequer gota de sangue. O imaginário preenche os ruídos, o movimento dos objetos e as expressões da atriz Jasna Djuricic. Sua bravura ultrapassa a dos militares na linha da frente, igualmente bem interpretados pelos atores Johan Heldenbergh e Raymond Thiry, ambos entre a valentia e a condescendência. Ao escolher o ângulo do drama pessoal, o longa torna-se mais impactante e uma bela homenagem a todos os sobreviventes e as vítimas desse trágico episódio em Srebrenica, na Bósnia-Herzegovina.” Letícia Alassë
04 | Bela Vingança
“Trazendo alguns leves e breves respiros, que servem como pequenos hiatos de calmaria que antecedem o esporro narrativo que logo virá, Bela Vingança traz uma reviravolta deliciosa de contemplar, representa de forma categórica toda e qualquer sobrevivente de abuso e se encerra como uma ópera que atinge seu ápice supremo nos momentos finais. Honroso, educativo e envolvente, a produção é uma joia primorosa que segue à risca as principais características de um clássico do Festival de Sundance e se imortaliza como aquele filme essencial para um tempo onde não há mais espaço para a objetificação feminina.” Rafaela Gomes
03 | Nomadland
“É impressionante como nenhum dos aspectos do longa falha em entregar exatamente aquilo que promete: a dicotomia entre a aurora e o ocaso é transferida inclusive à minimalista trilha sonora de Ludovico Einaudi e a uma sóbria e trágica fotografia de Joshua James Richards. Mesmo assim, com todas essas infusões que vão para além de um mero estudo de caso, é bem provável que ‘Nomadland’ não caia no gosto de todos – mas que merece ser visualizado como a densa análise antropológica e sociológica que realmente é.” Thiago Nolla
02 | Ataque dos Cães
“Poderoso e intrigante, Ataque dos Cães é um fôlego de vida dentro de um cinema contemporâneo cercado por blockbusters formulaicos, remakes e derivados pouco originais. Exigindo da audiência apenas o desejo por uma experiência única e envolvente, o drama faroeste lindamente dirigido por Campion é uma preciosidade de 2021 que precisa ser celebrada na temporada de premiações de 2022.” Rafaela Gomes
01 | Homem-Aranha: Sem Volta para Casa
“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa trabalho da vida de Jon Watts, que superou suas limitações mostradas nos projetos anteriores para trazer “simplesmente” o filme definitivo do Homem-Aranha. A entrega de Tom Holland também enche os olhos, porque é nítido que ele se doou ao máximo para que esse filme pudesse ser essa obra-prima dos filmes com heróis. E conseguiu seu objetivo.” Pedro Sobreiro
Allan Torres
01 – Homem-Aranha: Sem Volta para Casa
02 – Rua do Medo: 1978 – Parte 2
03 – A Escavação
04 – Casa Gucci
06 – Vingança & Castigo
07 – Eu Me Importo
08 – Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
09 – 007 – Sem Tempo para Morrer
Georgenor Neto
01 – Nomadland
02 – Quo vadis, Aida?
03 – Bela Vingança
04 – Raya e o Ultimo Dragão
05 – O Mauritânio
06 – Duna
07 – O Esquadrão Suicida
08 – Ataque dos Cães
10 – Luca
Gustavo Barreto
01 – Nomadland
02 – Duna
03 – Meu Pai
04 – O Som do Metal
05 – Ataque dos Cães
06 – 7 Prisioneiros
07 – Quo vadis, Aida?
08 – O Esquadrão Suicida
09 – Bela Vingança
Janda Montenegro
01 – Turma da Monica – Lições
02 – Quo vadis, Aida?
03 – A Última Floresta
04 – Ghostbusters – Mais Além
05 – Meu Pai
06 – Cidade de Gelo
07 – Liga da Justiça de Zack Snyder
08 – Major Grom Contra o Dr. Peste
09 – Em um Bairro de Nova York
10 – Cruella
Letícia Alasse
01 – Druk – Mais uma Rodada
02 – Meu Pai
03 – Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
04 – First Cow – A Primeira Vaca da América
05 – Deserto Particular
06 – Val
07 – Quo vadis, Aida?
08 – Verão de 85
10 – Atravessa a Vida
Lucas Salgado
01 – First Cow – A Primeira Vaca da América
02 – Ataque dos Cães
03 – Nomadland
04 – Annette
05 – Cabeça de Nêgo
06 – Meu Pai
07 – Maligno
08 – Quo vadis, Aida?
09 – Deserto Particular
10 – A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
Nefferson Taveira
01 – Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
02 – Duna
03 – Luca
04 – Demon Slayer – Mugen Train: O Filme
05 – Maligno
06 – Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
07 – Encanto
08 – Bela Vingança
09 – O Esquadrão Suicida
10 – A Casa Sombria
Pablo Bazarello
01 – Meu Pai
02 – Val
04 – Nomadland
05 – A Escavação
06 – O Tigre Branco
07 – Druk – Mais uma Rodada
08 – Marighella
09 – Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
10 – Bela Vingança
Rafaela Gomes
01 – Meu Pai
02 – Nove Dias
03 – No Ritmo do Coração
05 – Duna
06 – Minari
07 – Nomadland
08 – 007 – Sem Tempo Para Morrer
09 – Ataque dos Cães
10 – Ghostland: Terra Sem Lei
Raphael Camacho
01 – Bela Vingança
02 – Quo vadis, aida?
03 – Nomadland
04 – Ataque dos Cães
05 – Homem-Aranha: Sem Volta para Casa
06 – Shiva Baby
08 – Druk – Mais uma Rodada
09 – Anônimo
10 – Loucos por Justiça
Renato Marafon
01 – Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
02 – Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
03 – O Esquadrão Suicida
04 – Liga da Justiça de Zack Snyder
05 – 007 – Sem Tempo para Morrer
06 – Free Guy
07 – Bela Vingança
08 – Matrix Resurrections
09 – Viúva Negra
10 – Maligno
Thiago Nolla
01 – Ataque dos Cães
02 – Marighella
03 – Vingança & Castigo
04 – A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
06 – 7 Prisioneiros
07 – Duna
08 – Encanto
09 – A Crônica Francesa
10 – Luca
Wilker Medeiros
01 – A Mão de Deus
03 – Evangelion: 3.0+1.0 Thrice Upon a Time
04 – Ataque dos Cães
05 – Deserto Particular
06 – Maligno
07 – Matrix Resurrections
08 – The Trip
09 – Val