Filmes de terror nunca saem de moda. Além dos clássicos que amamos, todo ano somos brindados com novidades fresquinhas que chegam para arrepiar todos os nossos fios de cabelo. Mas o que acontece quando as novidades se tornam clássicos? Bem, isso é sinal de quem estamos ficando velhos. O tempo passa para todos, para mim, para você e até mesmo para os filmes de terror. Parece que foi ontem, mas algumas obras muito famosas do horror já estão completando dez anos de seu lançamento.
Pensando nisso, o CinePOP resolveu em sua nova lista, relembrar com vocês esses filmes que completam dez anos em 2019. Não esqueça de comentar abaixo quais são os seus preferidos e quais cometeu a heresia de ainda não ter assistido. Vem lembrar.
A Órfã
Adaptado de uma história real, e dirigido por Jaume Collet-Serra (Águas Rasas), o filme conta sobre Esther (a ótima Isabelle Fuhrman), uma menininha de 9 anos, saída do orfanato direto para a casa dos Coleman (papel de Vera Farmiga e Peter Sarsgaard). A história poderia ser perfeita e repleta de amor, mas este é um thriller, então a coisa não acaba bem. Esther não é tão inocente quando diz e guarda um terrível segredo. A Órfã poderia ser um filme de terror qualquer, mas dois motivos o fazem um dos maiores acertos da Warner no gênero nos últimos tempos: a atuação da pequena atriz principal e a reviravolta gélida da trama – da qual ninguém esquece jamais.
Zumbilândia
Aqui, temos um exemplar do “terrir” – que está em vias de lançar sua tão planejada continuação (que passou por uma verdadeira epopeia, entre projetos para o cinema e TV cancelados). Quando foi lançado em 2009, os filmes de zumbis não eram novidade e estavam começando a crescer em seu status (a série Walking Dead, por exemplo, seria lançada no ano seguinte). Nem mesmo os filmes de terror cômico sobre zumbis eram mais novidade, com exemplares como Todo Mundo Quase Morto (2004) e os fracassos Fido (2006) e As Strippers Zumbi (2008). Mas Zumbilândia elevou o jogo e mostrou como fazer, se tornando um cult imediato. Fora isso, Jesse Eisenberg e Emma Stone se tornaram astros depois do filme. E a participação de Bill Murray é simplesmente hilária.
Arraste-me para o Inferno
Outro item que mostrou que os gêneros terror e comédia podem funcionar muito bem quando trabalhados da maneira certa, esta produção é dirigida por ninguém menos do que Sam Raimi. Também pudera, por trás temos um verdadeiro mestre do estilão – vide a franquia Evil Dead – A Morte do Demônio/Uma Noite Alucinante. E Arraste-me para o Inferno é o mais legítimo herdeiro no cinema de sua famosa franquia citada, mesmo sem pertencer ao mesmo universo. E pensar que Ellen Page deixou passar a chance de ser divertir horrores como a protagonista. Na trama, uma funcionária de banco (a sumida Alison Lohman) nega um empréstimo a uma velha cigana, que termina ficando sem casa. A idosa então joga uma maldição na jovem – que agora tem os dias contados para reverter a situação ou ir direto para o inferno.
Garota Infernal
Novamente utilizando o título referente ao inferno – ao menos no Brasil -, este longa aproveitava o auge de popularidade da musa Megan Fox e explorava sua sexualidade latente e inerente. Em Jennifer´s Body (ou o Corpo de Jennifer), Fox viveu a menina mais popular da escola, melhor amiga da nerd vivida por Amanda Seyfried – igualmente em ascensão na carreira, tendo saído do sucesso de Mamma Mia no ano anterior. Uma banda de rock em busca de fama e sucesso – da qual a dupla de amigas é fã -, resolve usar Jennifer como sacrifício para uma oferenda ao demônio. Assim, o grupo consegue o que deseja, e a protagonista se torna uma criatura maligna devoradora de homens – literalmente. Este é outro exemplar do terrir – filmes de terror com muito humor implícito, diálogos sarcásticos e sacadas espertas.
A Trilha
Este é um filme mais nos moldes do whodunit – subgênero do suspense ou terror no qual o espectador precisa adivinhar quem cometeu o crime. Aqui, um grupo de três casais viaja junto por locais paradisíacos no Havaí. Maravilhoso, certo? O único problema é que o sexteto recebe a informação de que um casal de serial killers está passando pelo local e acaba de matar mais algumas pessoas. E agora? Quem são os assassinos? Os hippies vividos por Chris Hemsworth (numa era pré-Thor) e Marley Shelton? Os certinhos Milla Jovovich e Steve Zahn? Ou os aventureiros Timothy Olyphant e Kiele Sanchez (saída do sucesso de Lost)? No mesmo ano, Jovovich lançava o terror extraterrestre Contatos de 4º Grau – todo gravado no estilo found footage.
Remakes
O ano de 2009 lançou uma verdadeira enxurrada de refilmagens de produções do gênero. Isso demonstra que nesta época elas estavam mais populares do que nunca. Veja abaixo as mais famosas:
Sexta-Feira 13
Não poderíamos começar por outra que não fosse a icônica releitura de uma das três franquias slasher mais amadas do cinema (as outras duas sendo Halloween e A Hora do Pesadelo). Aqui, no entanto, os criadores misturam pelo menos os três primeiros filmes da década de 1980 em sua trama. Apesar do sucesso moderado e dos planos, uma continuação ainda não conseguiu sair do papel. O remake traz Jared Padalecki, o Sam da série “eterna” Sobrenatural, como o protagonista.
Dia dos Namorados Macabro
Esta refilmagem ainda pegou carona em outra tendência crescente há dez anos, os filmes em 3D. O longa foi fortemente vendido com tal mote – no mesmo ano em que Avatar revolucionava o seguimento. Tanto que seu título original é My Bloody Valentine 3D. O remake é bem fiel ao original, contando a história de um assassino mascarado, usando o uniforme dos operários de uma mina, que ataca suas vítimas no dia dos namorados. Por trás do assassino existe uma lenda, já que ataca em épocas diferentes, e o novo filme brinca bem com isso. O filme original era uma produção canadense de 1981. Protagonizando o remake, outro veterano da série Sobrenatural, Jensen Ackles, o Dean.
A Última Casa
Refilmagem de uma obra barra-pesada de 1972, dirigida por Wes Craven, intitulada Aniversário Macabro no Brasil. A nova versão conta com a ótima Sara Paxton no papel de uma jovem atacada e abusada por criminosos, que tentam matá-la, mas ela sobrevive. Ela é encontrada por seus zelosos pais. Um tempo depois e esta “quadrilha de sádicos” pede abrigo, justamente na casa da vítima. O que significa que é hora da vingança. No elenco, Aaron Paul, o Jesse de Breaking Bad, vive um dos criminosos.
O Padrasto
Aqui o remake é de um longa de 1987, protagonizado por Terry O´Quinn, o Locke da série Lost – que rendeu uma continuação em 1989. O protagonista é um psicopata completo, que romanceia e se casa com mulheres divorciadas ou viúvas, somente para se infiltrar em sua família, ganhar sua confiança e depois matar todos. O remake traz Dylan Walsh no papel do vilão, que contrasta bem com sua aparência de bom moço. Uma curiosidade é que no papel do filho mais velho da próxima família na lista do louco, está Penn Badgley, que recentemente fez muito sucesso vivendo justamente um psicopata, na série da Netflix, YOU (Você). O elenco conta ainda com a polêmica Amber Heard.
Pacto Secreto
Quem disse que terror é um gênero exclusivamente masculino? Clamando seu lugar entre os slashers, este terror “feminista” traz um grupo de estudantes de uma casa de sororidade, passando o pão que o diabo amassou após um trote sair do controle causando a morte de uma das alunas. A versão original, intitulada Assassinatos na Fraternidade Secreta, foi lançada em 1983. No elenco do remake, Jamie Chung, a Blink da série The Gifted, Rumer Willis (filha de Bruce Willis e Demi Moore) e a saudosa Carrie Fisher no papel da administradora do local.
O Mistério das Duas Irmãs
Um dos longas mais subestimados da lista, trata-se da refilmagem do asiático Medo (A Tale of Two Sisters, 2003). Na refilmagem temos a talentosa Emily Browning no papel da protagonista, uma jovem que precisou de tratamento numa clínica após a morte suspeita de sua mãe. Ao voltar para a casa de sua família, se junta à sua irmã mais velha (papel da gracinha Arielle Kebbel) e começam a investigar a nova esposa de seu pai (papel de Elizabeth Banks), a antiga enfermeira de sua mãe. Ao mesmo tempo, as duas começam a ser assombradas por estranhos acontecimentos no local.
Continuações
Premonição 4
Tudo que faz sucesso, precisa ser continuado. E quando falamos em terror, isso se torna uma certeza absoluta. O difícil é depois saber a hora de parar. Assim, o sucesso surpresa Premonição (Final Destination, 2000) se tornou uma das franquias mais rentáveis do gênero na década passada. A premissa é simples, mas eficiente – o problema é que as sequências a repetiram à exaustão, uma ou outra adicionando algum elemento novo e criativo. Na trama, um grupo de jovens “dribla” a morte em algum evento trágico – sempre com a ajuda de um integrante que possui “o dom da premonição” e antevê o acidente. A graça deste quarto exemplar é dar uma de “Sexta-Feira 13” e brincar com o público prometendo ser o capítulo final, assim como no quarto episódio dos filmes do Jason. Em ambos os casos a série continuou.
[REC]² – Possuídos
Continuação do bem sucedido terror espanhol, que se transformou em filme cult, e contava a história de uma repórter no plantão da madrugada, seguindo um grupo de bombeiros por suas emergências noturnas. A mais nova é um chamado de um prédio, no qual estranhos acontecimentos estão ocorrendo. Logo, a repórter, os bombeiros e os moradores se veem presos no prédio lutando por sobrevivência. Este é um criativo terror, todo produzido no estilo found footage, no qual a câmera da reportagem serve como nossos olhos para as ocorrências no filme. A parte 2, lançada dois anos depois, consegue ir ainda mais além, elevando todos os elementos, inclusive o terror, e adicionando na mistura novos itens, como adrenalina (o ritmo é mais frenético) e mais sobre a mitologia do tema principal – que não vale a pena ser revelado. Uma pena que depois disso, a série tenha apenas decaído com seus últimos dois exemplares. Fora isso, o longa foi refilmado nos EUA logo no ano seguinte, com o título Quarentena (2008).
Abismo do Medo – Parte 2
Ao contrário do item acima, esta continuação vai pelo caminho oposto e joga na lama o nome da obra-prima de 2005, dirigida e criada pelo britânico Neil Marshall (que está no comando do novo Hellboy). O filme original era claustrofóbico, intimista e inesperado – esta talvez seja a sua melhor característica. Um grupo formado só por mulheres, se reúne numa cabana para passar o fim de semana, conversar, beber e relaxar. Muito necessário, já que a protagonista Sarah (Shauna Macdonald) perdeu seu marido e filha num terrível acidente de carro. Além do tempo, as amigas decidem se exercitar, explorando uma caverna inóspita através do rapel. No local, precisam combater seus demônios internos e externos. Pois algo as espreita nas sombras. A sacada genial é a mescla de gêneros e o desfecho. E isso é exatamente o que a continuação trata de apagar. Ou seja, a parte 2 não é somente ruim por ser um caça-níquel desavergonhado que não acrescenta nada de novo e apenas suga, como também tenta manchar o original desfazendo o que havia sido estabelecido.
H2: Halloween 2
Este é um caso curioso na lista, pois se trata da continuação de uma refilmagem, mas não exatamente a refilmagem da continuação. Deu para entender? O primeiro filme dirigido por Rob Zombie era declaradamente um remake do clássico de 1978, imortalizado por John Carpenter. É difícil ocupar a sombra da obra, mas a refilmagem tem seus admiradores. No entanto, Zombie pôde seguir seu próprio caminho quando chegou a hora de comandar a continuação dois anos depois. E o diretor até brinca com referências a Halloween II (1981), que se passa todo em um hospital (ou ao menos 90%). Aqui, esta sequência também dá a entender que teremos uma trama no hospital, mas logo depois o filme caminha com as próprias pernas, desbravando uma estrada completamente nova – seja para o bem ou para o mal.
O Grito 3
Aposto que muitos de vocês sequer sabiam da existência desta continuação. Pois bem, aqui temos um caso parecido ao do item acima. O primeiro O Grito (The Grudge, 2004) era a refilmagem americana de uma obra japonesa de 2002 – Ju-on, no original. O longa trazia Sarah Michelle Gellar, a eterna Buffy, como protagonista, uma jovem morando no Japão e se deparando com uma forte presença maligna na casa na qual cuidava de uma idosa senhora. Dois anos depois e chegava a continuação, que também contava com uma participação de Gellar, mas apresentava um elenco de jovens talentos promissores, vide Amber Tamblyn, Arielle Kebbel, Sarah Roemer, Teresa Palmer e a veterana Jennifer Beals. A terceira parte foi lançada direto em vídeo, tanto no Brasil quanto nos EUA, e no elenco, o nome mais conhecido é o de Shawnee Smith, musa da década de 1980, de filmes como Curso de Verão (1987) e A Bolha Assassina (1988), e veterana da franquia Jogos Mortais – que lançava também há dez anos o seu sexto exemplar, com a presença da atriz no papel da pupila Amanda.