Ano após ano, o cinema é bombardeado por produções de terror que, muitas vezes, se valem de fórmulas cansativas ou de narrativas previsíveis que não entregam nada de novo ao gênero.
Entretanto, 2024 vem se mostrando um ano interessante para o gênero ao entregar atrações bastante sólidas e que conquistaram o público e a crítica – como ‘A Primeira Profecia’ e ‘MaXXXine’, para citar alguns.
Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando os melhores filmes de terror do ano até agora.
Confira abaixo as nossas escolhas:
5. ENTREVISTA COM O DEMÔNIO
“É necessário mencionar o cuidado estético dos cineastas, em comunhão com uma irretocável fotografia assinada por Matthew Temple. Como bem sabemos, o found footage é um recurso utilizado há bastante tempo na sétima arte, ganhando popularização com o icônico ‘A Bruxa de Blair’ e sofrendo constantes remodelações com o passar do tempo (incluindo as ótimas investidas de ‘Amizade Desfeita’, ‘Buscando…’ e ‘Cuidado com Quem Chama’. Aqui, esse estilo é acompanhado de uma identidade nostálgica, seja na perfeita escolha dos figurinos (com os ternos tweed e as saias abaixo do joelho) e dos cenários práticos, por assim dizer, além do background social de desamparo e desesperança que se alastrava pelos Estados Unidos com a onda conservadora contra elementos midiáticos que poderiam ameaçar a integridade individual” – Thiago Nolla
4. IMACULADA
Sydney Sweeney conquistou uma legião de fãs ao estrelar a aclamada série ‘Euphoria’ e, em pouco tempo, demonstrou ser uma das atrizes mais versáteis de sua geração. E, com ‘Imaculada’, Sweeney de fato roubou os holofotes com uma interpretação fantástica e extremamente comprometida, instigando os espectadores ao redor do mundo. E isso não é tudo: segundo nossa crítica Letícia Alassë, o filme também “consegue criar uma atmosfera intrigante e ressaltar toda a mística religiosa em torno dos atos de contrição e fé”.
3. ABIGAIL
“Cada sequência é pensada com cautela, mas sem se engessar em um determinado tipo de estética e abrindo espaço para uma mistura convincente de estilos cênicos, desde breves menções ao expressionismo alemão, passando pelo terror psicológico e, como poderíamos esperar, apoiando-se no gore e no slasher. Mais do que isso, Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett prestam homenagens a títulos que já encabeçaram em um passado não muito distante, como se estivessem construindo uma espécie de ‘universo cinemático'” – Thiago Nolla
2. A PRIMEIRA PROFECIA
“‘A Primeira Profecia’ é uma sólida entrada a uma franquia muito popular e, quiçá, a melhor iteração desde o filme clássico dirigido por Richard Donner. É impressionante ver como um título ambicioso consegue cumprir com o prometido sem dar um passo maior que a perna – e tudo graças à competência de uma cineasta que ainda tem muito a nos contar e que faz um début aprazível e convincente” – Thiago Nolla
1. MAXXXINE
“Há uma beleza distorcida que se transmuta em algo emblemático conforme a narrativa vai se desenrolando: Maxine é fruto não apenas do lugar onde está, inserida em um contexto quase determinista que dita as regras que precisa seguir se deseja alcançar seu objetivo primário, como pega tais condições para transformá-las em um diabólico exagero pautado na ideia de sociedade do espetáculo. E, considerando que seu sonho é ter fama, ela emerge como um símbolo crítico do quão longe as pessoas estão dispostas a ir para conquistá-la – e de que forma esse culto ao reconhecimento celebratório e à validação de terceiros é uma faca de dois gumes. Afinal, todos aqueles próximos a ela estão sendo sumariamente eliminados da cena, como se fossem ratos de laboratório para um propósito maquiavélico” – Thiago Nolla