sexta-feira , 22 novembro , 2024

Os Piores Filmes de 2020 (Até agora…)

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2020 ficará conhecido como o ano “que não aconteceu”. Os cinemas foram fechados por tempo indeterminado. A maioria dos lançamentos previstos para os meses iniciais do ano foram adiados, alguns inclusive para 2021. Ou seja, quem estreou, estreou.

Apesar das maiores estreias terem sido colocadas na geladeira momentaneamente (assim esperamos), diversos longas conseguiram ver a luz do dia nos primeiros três meses do ano – para o bem ou para o mal. Sem contar lançamentos nos canais de streaming (que não necessitam de aglomeração de pessoas). Sendo assim, o CinePOP resolveu fazer uma retrospectiva deste início de ano “cancelado”, para colocar nos holofotes as melhores e piores produções até este fim de abril. E como sempre é melhor começar pelas notícias ruins, vamos conhecer Os Piores Filmes de 2020 – até o momento.



10) Downhill

Sucesso absoluto na década de 2000, o comediante Will Ferrell luta atualmente para conseguir emplacar um sucesso. Seus últimos filmes amargaram o fracasso e sequer foram lançados nos cinemas brasileiros, vide A Casa Caiu (2017) e Holmes & Watson (2019). Este é o caminho que deve seguir Downhill, comédia dramática que é remake do sueco Força Maior (2014), cria do Festival de Cannes.

Na trama, uma família de férias numa estação de esqui é assolada por um trágico evento: uma avalanche, seguida do comportamento egoísta e covarde do patriarca (Ferrell). Julia Louis-Dreyfus, a eterna Elaine de Seinfeld (1990-1998), coprotagoniza e produz o longa. Downhill tem 37% de aprovação da imprensa no Rotten Tomatoes e nota 48 junto ao grande público no IMDB.

09) A Hora da Sua Morte

Nossos celulares podem ser usados para coisas muito ruins, vide as redes de fake news e a disseminação do ódio dos haters. Mas nada se compara a… um aplicativo que causa a SUA MORTE! É o que propõe este terror de baixo orçamento, que passou basicamente em branco nos cinemas, sendo recomendado apenas para os aficionados pelo gênero que consomem de tudo.

Na trama, uma jovem enfermeira baixa um aplicativo que diz prever o momento da morte de seus usuários. Assim, ela descobre da pior maneira possível que tem apenas três dias de vida. Como podemos ver, o roteiro mistura Black Mirror e O Chamado em sua história. A Hora da Sua Morte tem somente 26% de aprovação da imprensa no Rotten Tomatoes, e nota 54 com o grande público no IMDB. Como terror deste tipo é barato de fazer e fácil de vender, financeiramente o longa foi bem, rendendo mais de sete vezes seu orçamento.

08) O Ritmo da Vingança

Ainda não lançado oficialmente no Brasil, este é outro filme que deverá ver uma estreia direto no mercado de streaming de vídeo. Produção problemática, este thriller de ação e espionagem mirou em Atômica e tem inclusive os produtores da franquia 007 por trás da obra. Estrelado por Blake Lively, o filme foi adiado algumas vezes e quando finalmente foi lançado, viveu para quebrar o recorde negativo de pior média de arrecadação de um longa em grande circuito nos EUA – se tornando assim oficialmente um fracasso.

Na trama, uma mulher vê sua família morrer num desastre de avião, aparentemente orquestrado de forma criminosa. Assim, ela treina e se torna uma exímia lutadora e expert em armas para realizar sua vingança. Com o orçamento folgado de US$50 milhões, O Ritmo da Vingança viu o retorno minguado de menos de US$6 milhões mundiais. Fora isso, a crítica não perdoou e tascou a mísera aprovação de 28% no Rotten Tomatoes. Já o público foi mais benevolente com a obra e a favoreceu com nota 52 no IMDB.

07) O Limite da Traição

Alguns filmes são à prova de crítica por possuírem seu público cativo. Este é exatamente o caso com as produções de Tyler Perry. Execrados pela crítica e parte dos cinéfilos ano após ano, os filmes de Perry seguem sendo lançados e fazendo sucesso financeiro junto a seus fãs – já que seus orçamentos são irrisórios. Suas obras se revezam entre comédias escrachadas – a maioria protagonizada pelo próprio Perry vestido como a vovó Madea – e dramas – que mais parecem melodramas mexicanos (daquele tipo mais exagerado possível).

Grande parte chega por aqui sem antes ser exibido nos cinemas, é o caso com o mais recente exemplar O Limite da Traição – lançamento Netflix. Escrito e dirigido por Perry, no longa, Crystal Fox estrela como uma mulher ganhando uma segunda chance no amor depois da traição do marido. Logo, ela descobrirá novos segredos que transformarão seu lado vulnerável em violência. O trabalho de 2020 de Perry, soma 17% de aprovação da imprensa e tem nota 58 com o público no IMDB (aposto que grande parte dos votantes, formados pelos fãs do diretor).

06)  Dolittle

Chega de filmes desconhecidos e que não foram lançados nos cinemas brasileiros. Agora o negócio ficou sério, já que aparece na lista uma superprodução chamariz do início de 2020, protagonizada por um astro do time A de Hollywood. Robert Downey Jr., o Homem de Ferro em pessoa, é quem revive as histórias clássicas do médico capaz de falar com todo tipo de criatura animal – e que já foi um filme indicado ao Oscar no passado. Com o talento de Downey, não poderíamos esperar menos, e Dolittle goza de um orçamento “modesto” de nada menos que US$175 milhões.  Para termos uma ideia, esta é a faixa de preço para fazer um filme da Marvel.

Dolittle é uma aventura família no ritmo de Piratas do Caribe, sem o carisma e sucesso. O filme foi um dos grandes fracassos consumados do início de 2020, e rendeu nos EUA menos da metade de seu astronômico orçamento. Mundialmente, fez US$223 milhões, ou seja, quase não se paga. Os críticos não perdoaram a falta de graça e qualidade, e avaliaram Dolittle com míseros 15% de aprovação no Rotten Tomatoes. Seguindo a linha da benevolência, os fãs do ator garantiram ao longa uma nota 56 no IMDB.

05) O Grito

Os filmes de terror, quando bons, podem render verdadeiras obras-primas. É só perceber o que cineastas como Ari Aster e Robert Eggers têm feito no gênero. No entanto, quando se erra, podemos ganhar verdadeiras atrocidades. Não é o caso com o recente O Grito, uma subversão digamos, correta, da mitologia original japonesa. Bem, ao menos a meu ver. Creio que aqui conta mais o fator: “precisávamos mesmo de um novo Grito?”. Esse era um remake que ninguém havia pedido.

O cineasta Nicolas Pesce ganhou prestígio na rodinha dos cinéfilos cult de terror graças a Os Olhos de Minha Mãe (2016) e Piercing (2018). Assim seu próximo passo foi este ambicioso remake, cuja proposta era misturar à mitologia de O Grito um cinema mais autoral, justamente similar ao dos citados Eggers e Aster. A maioria, porém, parece ter considerado que não deu muito certo, resultando num filme lento e bem mais dramático do que esperaríamos.

Desta vez a maldição é trazida para os EUA, e vista através de três linhas temporais distintas, com diversos personagens e inclusive atores indicados ao Oscar no elenco. O novo O Grito não caiu nas graças dos críticos e soma míseros 20% de aprovação. Com o grande público segue caminho parecido, com nota 42 no IMDB. Como nem tudo são trevas para o terror, com o orçamento de US$10 milhões (grande para um filme do gênero), O Grito recuperou cinco vezes mais nas bilheterias.

04) A Maldição do Espelho

A Rússia entrou forte no jogo dos filmes de terror e têm exportado suas produções do gênero para o mundo – um dos mercados consumidores destas tranqueiras sendo o Brasil. O lance é que ao invés de dar um sabor especial e único de sua terra a estes longas, o que estes filmes do país têm feito é apenas reeditar a fórmula de Hollywood – de uma maneira incompetente, devemos acrescentar. Quem conseguiu sobreviver a longas como A Noiva (2017) e A Sereia (2018) sabe bem.

O que a maioria pode não saber é que A Maldição do Espelho é a continuação de A Dama do Espelho (2015), que fala sobre uma entidade conhecida como a Dama de Espadas, invocada através do espelho. Nesta sequência, a criatura retorna para perseguir os pupilos dos personagens do filme original.

03) Os Órfãos

Steven Spielberg não foi bobo e correu para tirar seu nome como produtor desta obra ao ver seu resultado. Adaptação do clássico livro A Volta do Parafuso, de Henry James, a história já havia rendido o elogiadíssimo Os Inocentes (1961). Desta vez, a trama é modernizada e traz a promissora Mackenzie Davis à frente do elenco no papel de uma jovem fragilizada, aceitando emprego numa sinistra mansão para ser governanta e babá de duas crianças ricas e mimadas. Finn Wolfhard (Stranger Things) e Brooklyn Prince (Projeto Flórida) vivem os pirralhos e fazem um bom trabalho.

Os Órfãos, por outro lado, é um filme inconsistente, que não diz a que veio, recorrendo a sustos fáceis e uma narrativa confusa e incoerente. As cenas demasiadamente escuras aborrecem mais do que criam o clima, e a trama parece não dar partida em momento algum. Os minutos que mais parecem horas, em determinado trecho, simplesmente acabam de forma abrupta, sem mais nem menos. Tudo isso rendeu ao longa a ridícula avaliação de 12% da imprensa no Rotten Tomatoes – uma das mais baixas do ano -, além de uma nota 37 do público no IMDB – igualmente bem baixa para seu padrão. Nas bilheterias, conseguiu ao menos se pagar, mas por muito pouco.

02) A Última Coisa que Ele Queria

Ah, Anne Hathaway. O que você está fazendo com sua carreira? Os últimos anos foram banhados com escolhas ruins da moça (ou quem sabe de seus agentes), resultando em participações da talentosa atriz vencedora do Oscar em bagaços como Oito Mulheres e um Segredo (2018), Calmaria (2019) e As Trapaceiras (2019). Esperamos que ela recupere a forma no remake de Convenção das Bruxas – prometido para este ano.

O pior é que A Última Coisa que Ele Queria é dirigido pela talentosa Dee Rees (Mudbound) e estreou no Festival de Sundance antes de cair na Netflix.  Contando ainda com Ben Affleck e Willem Dafoe no elenco, o longa falhou em agradar os críticos que o consideraram completamente entediante, desinteressante, e um retrocesso em relação ao material original – um elogiado livro de 1996. O filme soma irrisórios 6% com a imprensa no Rotten Tomatoes e o público também não perdoou com nota 42 no IMDB.

Ah sim, a trama fala sobre uma jornalista (Hathaway) investigando uma história e se deparando com seu pai (Dafoe) no centro dela, o que a faz perder a imparcialidade da matéria.

E o grande “perdedor” deste início de ano é…

01) A Possessão de Mary

Como colocar outro filme senão este fiasco estrelado pelo vencedor do Oscar Gary Oldman em primeiro lugar. Isso mesmo, um vencedor do Oscar estrelando uma das produções mais sem graça e sem brilho deste ano – ao que tudo indica Mary ainda estará aqui ao final de 2020. Pior do que o filme em si é pensar que Oldman, um ator pra lá de versátil, tenha sido pego na maldição do Oscar – aquela em que os vencedores começam a fazer filmes ruins consecutivamente após a vitória, vide Halle Berry e Nicolas Cage.

Por falar no ícone Nicolas Cage, A Possessão de Mary seria um veículo de terror para o astro Oscarizado, e ao saber disso as coisas começam a fazer mais sentido, já que o longa tem toda a cara de uma obra que Cage estrelaria. Como não pôde se comprometer, já que estava filmando outros dez longas ao mesmo tempo, Cage abriu vaga, e o agente de Oldman – que a esta altura deve ter sido sumariamente demitido – correu para colocá-lo no papel protagonista.

Na trama, Oldman vive o patriarca de uma família, que inadvertidamente compra um barco assombrado. Daí pra frente, sua viagem será motivo de muito terror, literalmente, ou risadas, dependendo de seu estado de espírito. A Possessão de Mary tem 4% (sim, você leu certo!) de aprovação da imprensa no Rotten Tomatoes – e algo me diz que esta nota ainda está alta. Junto ao público, soma uma nota 43 no IMDB.

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2020 ficará conhecido como o ano “que não aconteceu”. Os cinemas foram fechados por tempo indeterminado. A maioria dos lançamentos previstos para os meses iniciais do ano foram adiados, alguns inclusive para 2021. Ou seja, quem estreou, estreou.

Apesar das maiores estreias terem sido colocadas na geladeira momentaneamente (assim esperamos), diversos longas conseguiram ver a luz do dia nos primeiros três meses do ano – para o bem ou para o mal. Sem contar lançamentos nos canais de streaming (que não necessitam de aglomeração de pessoas). Sendo assim, o CinePOP resolveu fazer uma retrospectiva deste início de ano “cancelado”, para colocar nos holofotes as melhores e piores produções até este fim de abril. E como sempre é melhor começar pelas notícias ruins, vamos conhecer Os Piores Filmes de 2020 – até o momento.

10) Downhill

Sucesso absoluto na década de 2000, o comediante Will Ferrell luta atualmente para conseguir emplacar um sucesso. Seus últimos filmes amargaram o fracasso e sequer foram lançados nos cinemas brasileiros, vide A Casa Caiu (2017) e Holmes & Watson (2019). Este é o caminho que deve seguir Downhill, comédia dramática que é remake do sueco Força Maior (2014), cria do Festival de Cannes.

Na trama, uma família de férias numa estação de esqui é assolada por um trágico evento: uma avalanche, seguida do comportamento egoísta e covarde do patriarca (Ferrell). Julia Louis-Dreyfus, a eterna Elaine de Seinfeld (1990-1998), coprotagoniza e produz o longa. Downhill tem 37% de aprovação da imprensa no Rotten Tomatoes e nota 48 junto ao grande público no IMDB.

09) A Hora da Sua Morte

Nossos celulares podem ser usados para coisas muito ruins, vide as redes de fake news e a disseminação do ódio dos haters. Mas nada se compara a… um aplicativo que causa a SUA MORTE! É o que propõe este terror de baixo orçamento, que passou basicamente em branco nos cinemas, sendo recomendado apenas para os aficionados pelo gênero que consomem de tudo.

Na trama, uma jovem enfermeira baixa um aplicativo que diz prever o momento da morte de seus usuários. Assim, ela descobre da pior maneira possível que tem apenas três dias de vida. Como podemos ver, o roteiro mistura Black Mirror e O Chamado em sua história. A Hora da Sua Morte tem somente 26% de aprovação da imprensa no Rotten Tomatoes, e nota 54 com o grande público no IMDB. Como terror deste tipo é barato de fazer e fácil de vender, financeiramente o longa foi bem, rendendo mais de sete vezes seu orçamento.

08) O Ritmo da Vingança

Ainda não lançado oficialmente no Brasil, este é outro filme que deverá ver uma estreia direto no mercado de streaming de vídeo. Produção problemática, este thriller de ação e espionagem mirou em Atômica e tem inclusive os produtores da franquia 007 por trás da obra. Estrelado por Blake Lively, o filme foi adiado algumas vezes e quando finalmente foi lançado, viveu para quebrar o recorde negativo de pior média de arrecadação de um longa em grande circuito nos EUA – se tornando assim oficialmente um fracasso.

Na trama, uma mulher vê sua família morrer num desastre de avião, aparentemente orquestrado de forma criminosa. Assim, ela treina e se torna uma exímia lutadora e expert em armas para realizar sua vingança. Com o orçamento folgado de US$50 milhões, O Ritmo da Vingança viu o retorno minguado de menos de US$6 milhões mundiais. Fora isso, a crítica não perdoou e tascou a mísera aprovação de 28% no Rotten Tomatoes. Já o público foi mais benevolente com a obra e a favoreceu com nota 52 no IMDB.

07) O Limite da Traição

Alguns filmes são à prova de crítica por possuírem seu público cativo. Este é exatamente o caso com as produções de Tyler Perry. Execrados pela crítica e parte dos cinéfilos ano após ano, os filmes de Perry seguem sendo lançados e fazendo sucesso financeiro junto a seus fãs – já que seus orçamentos são irrisórios. Suas obras se revezam entre comédias escrachadas – a maioria protagonizada pelo próprio Perry vestido como a vovó Madea – e dramas – que mais parecem melodramas mexicanos (daquele tipo mais exagerado possível).

Grande parte chega por aqui sem antes ser exibido nos cinemas, é o caso com o mais recente exemplar O Limite da Traição – lançamento Netflix. Escrito e dirigido por Perry, no longa, Crystal Fox estrela como uma mulher ganhando uma segunda chance no amor depois da traição do marido. Logo, ela descobrirá novos segredos que transformarão seu lado vulnerável em violência. O trabalho de 2020 de Perry, soma 17% de aprovação da imprensa e tem nota 58 com o público no IMDB (aposto que grande parte dos votantes, formados pelos fãs do diretor).

06)  Dolittle

Chega de filmes desconhecidos e que não foram lançados nos cinemas brasileiros. Agora o negócio ficou sério, já que aparece na lista uma superprodução chamariz do início de 2020, protagonizada por um astro do time A de Hollywood. Robert Downey Jr., o Homem de Ferro em pessoa, é quem revive as histórias clássicas do médico capaz de falar com todo tipo de criatura animal – e que já foi um filme indicado ao Oscar no passado. Com o talento de Downey, não poderíamos esperar menos, e Dolittle goza de um orçamento “modesto” de nada menos que US$175 milhões.  Para termos uma ideia, esta é a faixa de preço para fazer um filme da Marvel.

Dolittle é uma aventura família no ritmo de Piratas do Caribe, sem o carisma e sucesso. O filme foi um dos grandes fracassos consumados do início de 2020, e rendeu nos EUA menos da metade de seu astronômico orçamento. Mundialmente, fez US$223 milhões, ou seja, quase não se paga. Os críticos não perdoaram a falta de graça e qualidade, e avaliaram Dolittle com míseros 15% de aprovação no Rotten Tomatoes. Seguindo a linha da benevolência, os fãs do ator garantiram ao longa uma nota 56 no IMDB.

05) O Grito

Os filmes de terror, quando bons, podem render verdadeiras obras-primas. É só perceber o que cineastas como Ari Aster e Robert Eggers têm feito no gênero. No entanto, quando se erra, podemos ganhar verdadeiras atrocidades. Não é o caso com o recente O Grito, uma subversão digamos, correta, da mitologia original japonesa. Bem, ao menos a meu ver. Creio que aqui conta mais o fator: “precisávamos mesmo de um novo Grito?”. Esse era um remake que ninguém havia pedido.

O cineasta Nicolas Pesce ganhou prestígio na rodinha dos cinéfilos cult de terror graças a Os Olhos de Minha Mãe (2016) e Piercing (2018). Assim seu próximo passo foi este ambicioso remake, cuja proposta era misturar à mitologia de O Grito um cinema mais autoral, justamente similar ao dos citados Eggers e Aster. A maioria, porém, parece ter considerado que não deu muito certo, resultando num filme lento e bem mais dramático do que esperaríamos.

Desta vez a maldição é trazida para os EUA, e vista através de três linhas temporais distintas, com diversos personagens e inclusive atores indicados ao Oscar no elenco. O novo O Grito não caiu nas graças dos críticos e soma míseros 20% de aprovação. Com o grande público segue caminho parecido, com nota 42 no IMDB. Como nem tudo são trevas para o terror, com o orçamento de US$10 milhões (grande para um filme do gênero), O Grito recuperou cinco vezes mais nas bilheterias.

04) A Maldição do Espelho

A Rússia entrou forte no jogo dos filmes de terror e têm exportado suas produções do gênero para o mundo – um dos mercados consumidores destas tranqueiras sendo o Brasil. O lance é que ao invés de dar um sabor especial e único de sua terra a estes longas, o que estes filmes do país têm feito é apenas reeditar a fórmula de Hollywood – de uma maneira incompetente, devemos acrescentar. Quem conseguiu sobreviver a longas como A Noiva (2017) e A Sereia (2018) sabe bem.

O que a maioria pode não saber é que A Maldição do Espelho é a continuação de A Dama do Espelho (2015), que fala sobre uma entidade conhecida como a Dama de Espadas, invocada através do espelho. Nesta sequência, a criatura retorna para perseguir os pupilos dos personagens do filme original.

03) Os Órfãos

Steven Spielberg não foi bobo e correu para tirar seu nome como produtor desta obra ao ver seu resultado. Adaptação do clássico livro A Volta do Parafuso, de Henry James, a história já havia rendido o elogiadíssimo Os Inocentes (1961). Desta vez, a trama é modernizada e traz a promissora Mackenzie Davis à frente do elenco no papel de uma jovem fragilizada, aceitando emprego numa sinistra mansão para ser governanta e babá de duas crianças ricas e mimadas. Finn Wolfhard (Stranger Things) e Brooklyn Prince (Projeto Flórida) vivem os pirralhos e fazem um bom trabalho.

Os Órfãos, por outro lado, é um filme inconsistente, que não diz a que veio, recorrendo a sustos fáceis e uma narrativa confusa e incoerente. As cenas demasiadamente escuras aborrecem mais do que criam o clima, e a trama parece não dar partida em momento algum. Os minutos que mais parecem horas, em determinado trecho, simplesmente acabam de forma abrupta, sem mais nem menos. Tudo isso rendeu ao longa a ridícula avaliação de 12% da imprensa no Rotten Tomatoes – uma das mais baixas do ano -, além de uma nota 37 do público no IMDB – igualmente bem baixa para seu padrão. Nas bilheterias, conseguiu ao menos se pagar, mas por muito pouco.

02) A Última Coisa que Ele Queria

Ah, Anne Hathaway. O que você está fazendo com sua carreira? Os últimos anos foram banhados com escolhas ruins da moça (ou quem sabe de seus agentes), resultando em participações da talentosa atriz vencedora do Oscar em bagaços como Oito Mulheres e um Segredo (2018), Calmaria (2019) e As Trapaceiras (2019). Esperamos que ela recupere a forma no remake de Convenção das Bruxas – prometido para este ano.

O pior é que A Última Coisa que Ele Queria é dirigido pela talentosa Dee Rees (Mudbound) e estreou no Festival de Sundance antes de cair na Netflix.  Contando ainda com Ben Affleck e Willem Dafoe no elenco, o longa falhou em agradar os críticos que o consideraram completamente entediante, desinteressante, e um retrocesso em relação ao material original – um elogiado livro de 1996. O filme soma irrisórios 6% com a imprensa no Rotten Tomatoes e o público também não perdoou com nota 42 no IMDB.

Ah sim, a trama fala sobre uma jornalista (Hathaway) investigando uma história e se deparando com seu pai (Dafoe) no centro dela, o que a faz perder a imparcialidade da matéria.

E o grande “perdedor” deste início de ano é…

01) A Possessão de Mary

Como colocar outro filme senão este fiasco estrelado pelo vencedor do Oscar Gary Oldman em primeiro lugar. Isso mesmo, um vencedor do Oscar estrelando uma das produções mais sem graça e sem brilho deste ano – ao que tudo indica Mary ainda estará aqui ao final de 2020. Pior do que o filme em si é pensar que Oldman, um ator pra lá de versátil, tenha sido pego na maldição do Oscar – aquela em que os vencedores começam a fazer filmes ruins consecutivamente após a vitória, vide Halle Berry e Nicolas Cage.

Por falar no ícone Nicolas Cage, A Possessão de Mary seria um veículo de terror para o astro Oscarizado, e ao saber disso as coisas começam a fazer mais sentido, já que o longa tem toda a cara de uma obra que Cage estrelaria. Como não pôde se comprometer, já que estava filmando outros dez longas ao mesmo tempo, Cage abriu vaga, e o agente de Oldman – que a esta altura deve ter sido sumariamente demitido – correu para colocá-lo no papel protagonista.

Na trama, Oldman vive o patriarca de uma família, que inadvertidamente compra um barco assombrado. Daí pra frente, sua viagem será motivo de muito terror, literalmente, ou risadas, dependendo de seu estado de espírito. A Possessão de Mary tem 4% (sim, você leu certo!) de aprovação da imprensa no Rotten Tomatoes – e algo me diz que esta nota ainda está alta. Junto ao público, soma uma nota 43 no IMDB.

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