domingo , 22 dezembro , 2024

Oscar | Relembre as Maiores Curiosidades do Prêmio nos Anos 1980

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O mundo do cinema está em constante movimento. E o maior prêmio da sétima arte, segue de perto esta evolução – seja social ou técnica. É incrível o quanto mudamos nestes mais de 90 anos dos prêmios da Academia. Temos certeza de que muita novidade ainda virá alinhando cada vez mais o que esperamos de um mundo melhor. Com o fim da segregação racial na década de 1960, por exemplo, muitos avanços foram feitos para o reconhecimento de artistas negros na Academia – luta que segue de pé, ainda muito cobrada. O mesmo acontece na categoria de direção, onde menos de dez mulheres ao longo da história foram nomeadas.

Enquanto as mudanças seguem ocorrendo e as melhorias continuam a serem feitas, é sempre bom voltar e lembrar o que foi conquistado nesse tempo de quase 100 anos dos prêmios da Academia. E para isso, retornaremos para uma época muito especial e guardada com muito carinho por todos que viveram ou cresceram nela: os anos 1980. Aqui, relembraremos com você as maiores curiosidades das edições do Oscar na década de 80. Confira abaixo e comente.



Filmes Populares e Blockbusters no Oscar

Ao contrário do que muitos possam imaginar, o Oscar não começou a indicar superproduções populares e jovens ao prêmio de melhor filme apenas quando aumentou o número de indicados para dez. Na verdade, ainda na década de 1970, quando os primeiros blockbusters surgiram e ainda tínhamos somente cinco filmes entre os nomeados na categoria principal, o Oscar já tratava de indicar obras como Tubarão (1975) e Star Wars – Guerra nas Estrelas (1977), os dois primeiros blockbusters da história. E a coisa seguiu pela década de 1980, a consolidação de tais sucessos colossais – onde o Oscar indicou filmes como Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981), E.T. – O Extraterrestre (1982), A Testemunha (1985), Atração Fatal (1987), Feitiço da Lua (1987), Um Secretária de Futuro (1988) e Campo dos Sonhos (1989), filmes que muitos podem não associar ao Oscar, ainda mais na categoria de melhor filme.

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Atores Inusitados

Não foi só na categoria principal de melhor filme que as indicações do Oscar na década de 80 surpreenderam. Na categoria de melhor ator tivemos algumas nomeações inusitadas de filme icônicos e superproduções famosas até hoje, que muitos podem não lembrar ou sequer saber que foram prestigiadas pela Academia. Por exemplo, o astro Tom Hanks começou a ser visto como ator dramático graças à sua guinada em Filadélfia (1993), que lhe rendeu seu primeiro Oscar. Mas o que nem todos sabem ou lembram é que a primeira nomeação de Hanks saiu com a querida comédia Quero Ser Grande (1988). Aliás, performances cômicas ou em filmes de entretenimento quase nunca rendem o prestígio e a ressonância de um drama, mas nos anos 1980 trouxeram indicações para Dudley Moore (Arthur – O Milionário Sedutor), Dustin Hoffman (Tootsie), Jeff Bridges (O Homem das Estrelas), Harrison Ford (A Testemunha) e Pat Morita, o eterno Sr. Miyagi (Karatê Kid); além de vitórias para Don Ameche (Cocoon), John Gielgud (Arthur – O Milionário Sedutor), Michael Douglas (Wall Street – Poder e Cobiça) e Kevin Kline (Um Peixe Chamado Wanda).

Atrizes Inusitadas

O mesmo pode ser dito das damas durante a década de 1980. Muitos podem não ter o conhecimento de que atuações como a de Sigourney Weaver em Aliens – O Resgate (1986) tenham rendido para a atriz uma indicação no Oscar. Durante os anos 80, atuações cômicas ou em filmes de entretenimento também renderam indicações ao Oscar para gente como Goldie Hawn (A Recruta Benjamin), Christine Lahti (Segundo Turno), Kathleen Turner (Peggy Sue – Seu Passado a Espera), Glenn Close (Atração Fatal), Anne Ramsey (Jogue a Mamãe do Trem), Melanie Griffith e Sigourney Weaver (Uma Secretária de Futuro), Michelle Pfeiffer (Susie e os Baker Boys), Julia Roberts (Flores de Aço) e Dianne Wiest (O Tiro que Não Saiu Pela Culatra); além de ter rendido estatuetas para Cher (Feitiço da Lua), Geena Davis (O Turista Acidental) e Jessica Lange (Tootsie).

Roteiros Inusitados

 

O que você me diria se eu contasse que nos anos 80, filmes como De Volta para o Futuro, Splash – Uma Sereia em Minha Vida, Um Tira da Pesada, Conta Comigo, Crocodilo Dundee, Quero Ser Grande, Jogos de Guerra, Greystoke – A Lenda de Tarzan, Um Peixe Chamado Wanda, Harry e Sally – Feitos um para o Outro, E.T. – O Extraterrestre e Atração Fatal tiveram seus roteiros indicados ao Oscar? Você pode até achar que estou brincado, mas foi o que de fato aconteceu. Não que estes filmes não mereçam, mas é que apenas são produções que muitos não iriam associar ao maior prêmio do cinema.

O domínio de Meryl Streep

Todos nós somos familiarizados com os feitos da monstra Meryl Streep, a atriz recordista de indicações ao Oscar de todos os tempos. Na década de 1980, no entanto, Streep era uma jovem intérprete buscando seu lugar ao sol. Tudo bem que ela já adentrava a década com uma indicação por O Franco-Atirador e uma vitória por Kramer vs. Kramer. Mas nos anos 80 seriam nada menos do que seis indicações para a atriz – quase uma por ano. Da década saíram nomeações por A Mulher do Tenente Francês, Silkwood – Retrato de uma Coragem, Entre Dois Amores, Ironweed e Um Grito no Escuro, além da vitória por A Escolha de Sofia.

Argentinos (e Brasileiros) no Oscar

O saudoso gênio Hector Babenco, o argentino mais brasileiro de todos os tempos, deixaria um legado irretocável em sua filmografia. Mas olhando para trás, podemos notar um dos períodos de maior prestígio em sua carreira: a década de 1980. Foi nesta época que Babenco e a Academia estavam “namorando”, com dois filmes internacionais do cineasta sendo lembrados para prêmios no Oscar. O mais famoso é O Beijo da Mulher-Aranha, drama político de 1985. O longa foi indicado para melhor filme, diretor para Babenco, roteiro adaptado e levou na categoria de ator principal para o saudoso William Hurt. Dois anos depois e Babenco voltaria ao radar do Oscar com Ironweed, drama sobre a época da depressão norte-americana, no qual o cineasta comandou as lendas vivas Jack Nicholson e Meryl Streep. Não por menos, o longa saiu indicado na categoria de atuação para os dois ícones como melhor ator e atriz. Mas a invasão argentina no Oscar durante a década de 80 não parava por aí. A veterana Norma Aleandro, uma das Primeiras Damas da dramaturgia no país dos hermanos (de filmes como O Filho da Noiva), recebia uma tão merecida indicação por Gaby – Uma História Verdadeira, em 1987.

Glenn Close – A Eterna Injustiçada

Uma das atrizes mais talentosas de sua geração, a veterana Glenn Close era muito confundida com Meryl Streep no passado, devido à certa semelhança física. A própria Close brincava com o fato, dizendo que só não as confundiam na hora de entregar os Oscar. É bem verdade que Streep já possui três decorando sua lareira em casa, e mais um recorde de indicações de todos os tempos. Close também começava sua trajetória de sucesso nos anos 1980, e se a colega Streep colecionou 6 nomeações, Close não ficou muito atrás com nada menos que 5 indicações no período. A diferença é mesmo a vitória que nunca veio. Os anos 80 trouxeram lembranças da Academia para Close pelos filmes O Mundo Segundo Garp, O Reencontro, Um Homem Fora de Série, Atração Fatal e Ligações Perigosas. Depois disso seriam mais 3 indicações, e nada do prêmio por enquanto. Erro que a Academia ainda pode consertar.

Recorde para Paul Newman

Um dos maiores astros da história de Hollywood, Paul Newman tinha em seu currículo 7 indicações ao Oscar até a década de 1980, incluindo duas já durante os anos 80, por Ausência de Malícia (1981) e O Veredito (1982). Recentemente, escrevi aqui no CinePOP sobre os únicos 6 atores indicados ao Oscar por viverem o mesmo personagem em filmes diferentes. Paul Newman, na década de 80, se tornava o quarto intérprete a realizar tal feito, depois de Bing Crosby, Peter O’Toole e Al Pacino. Depois de Newman viriam ainda Cate Blanchett e Sylvester Stallone. O filme em questão que trouxe outro trabalho indicado de Newman foi A Cor do Dinheiro (1986), comandado pelo mestre Martin Scorsese, que funciona como continuação de Desafio à Corrupção (1961). Com o filme, Paul Newman receberia sua primeira estatueta do Oscar por atuação e quebraria o recorde como primeiro e único ator a receber uma estatueta por um “personagem repetido”. Newman ainda receberia mais duas indicações em sua carreira, uma na década de 90 e outra na década de 2000.

Michael Caine – O Lacrador

Considerado um dos maiores atores de todos os tempos, o veteraníssimo Michael Caine, de 89 anos, possui quase 80 anos de carreira e espantosos 176 créditos como ator, entre filmes, séries de TV e filmes produzidos para a TV. Em sua maravilhosa trajetória, foram 6 indicações ao Oscar, o que pode parecer pouco para um ator de sua magnitude. Destas seis, duas ocorreram durante a década de 80, incluindo a primeira vitória (como coadjuvante) pelo filme de Woody Allen, Hannah e Suas Irmãs (1986). Apesar de ter sido honrado com o grande prêmio, Michael Caine infelizmente não estava presente para aceitar a estatueta e realizar um discurso de agradecimento. Acontece que o ator estava filmando o execrável Tubarão 4: A Vingança (1987), considerado um dos piores filmes de todos os tempos, e que renderia para Caine uma indicação de pior ator no Framboesa de Ouro. Ou seja, não apenas o ator não estava presente num dos maiores momentos de sua carreira, mas não estava por estar ocupado com um dos piores momentos de sua carreira. Sobre o fato o “lorde inglês” proferiu: “Eu nunca vi Tubarão 4, mas todos me dizem que é horrível. No entanto, eu vi a casa que construí com o dinheiro do filme, e é fantástica”. Drop the mic.

Uma Esnobada na Representatividade

Hoje muito se fala na representatividade racial no cinema. E ela é muito bem-vinda. Mas enquanto a mudança ocorria, ainda tínhamos certas injustiças sendo cometidas. Como por exemplo a falta de coragem da Academia em indicar o que muitos críticos e especialistas consideram um dos melhores filmes do fim da década de 80: Faça a Coisa Certa (1989), de Spike Lee. O filme fervoroso deu o que falar e estourou a bolha do nicho do cinema negro, migrando rapidamente para o grande público devido à sua propaganda boca a boca. Muitos davam como certa a entrada do longa entre os indicados a melhor filme, e como teria sido bom ver uma obra de tamanho peso e modernidade (para a época) entre os nomeados. Em cima da hora houve o acovardamento, como se o mundo ainda não estivesse preparado para isso. Nem mesmo uma indicação para Spike Lee como melhor diretor chegou a se concretizar. Numa espécie de prêmio de consolação para Faça a Coisa Certa, o Oscar o nomeou para roteiro e ator coadjuvante (Danny Aiello), sem vitórias. Por outro lado, a Academia dava o prêmio de melhor filme para Conduzindo Miss Daisy, filme que discute racismo da mesma forma que o recente Green Book (2018) faz, do ponto de vista dos brancos. Na década de 80 tivemos 10 atores negros indicados ao Oscar. Dentre eles, Morgan Freeman e Denzel Washington foram indicados duas vezes – com Washington saindo vitorioso da segunda indicação, por Tempo de Glória.

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O mundo do cinema está em constante movimento. E o maior prêmio da sétima arte, segue de perto esta evolução – seja social ou técnica. É incrível o quanto mudamos nestes mais de 90 anos dos prêmios da Academia. Temos certeza de que muita novidade ainda virá alinhando cada vez mais o que esperamos de um mundo melhor. Com o fim da segregação racial na década de 1960, por exemplo, muitos avanços foram feitos para o reconhecimento de artistas negros na Academia – luta que segue de pé, ainda muito cobrada. O mesmo acontece na categoria de direção, onde menos de dez mulheres ao longo da história foram nomeadas.

Enquanto as mudanças seguem ocorrendo e as melhorias continuam a serem feitas, é sempre bom voltar e lembrar o que foi conquistado nesse tempo de quase 100 anos dos prêmios da Academia. E para isso, retornaremos para uma época muito especial e guardada com muito carinho por todos que viveram ou cresceram nela: os anos 1980. Aqui, relembraremos com você as maiores curiosidades das edições do Oscar na década de 80. Confira abaixo e comente.

Filmes Populares e Blockbusters no Oscar

Ao contrário do que muitos possam imaginar, o Oscar não começou a indicar superproduções populares e jovens ao prêmio de melhor filme apenas quando aumentou o número de indicados para dez. Na verdade, ainda na década de 1970, quando os primeiros blockbusters surgiram e ainda tínhamos somente cinco filmes entre os nomeados na categoria principal, o Oscar já tratava de indicar obras como Tubarão (1975) e Star Wars – Guerra nas Estrelas (1977), os dois primeiros blockbusters da história. E a coisa seguiu pela década de 1980, a consolidação de tais sucessos colossais – onde o Oscar indicou filmes como Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981), E.T. – O Extraterrestre (1982), A Testemunha (1985), Atração Fatal (1987), Feitiço da Lua (1987), Um Secretária de Futuro (1988) e Campo dos Sonhos (1989), filmes que muitos podem não associar ao Oscar, ainda mais na categoria de melhor filme.

Atores Inusitados

Não foi só na categoria principal de melhor filme que as indicações do Oscar na década de 80 surpreenderam. Na categoria de melhor ator tivemos algumas nomeações inusitadas de filme icônicos e superproduções famosas até hoje, que muitos podem não lembrar ou sequer saber que foram prestigiadas pela Academia. Por exemplo, o astro Tom Hanks começou a ser visto como ator dramático graças à sua guinada em Filadélfia (1993), que lhe rendeu seu primeiro Oscar. Mas o que nem todos sabem ou lembram é que a primeira nomeação de Hanks saiu com a querida comédia Quero Ser Grande (1988). Aliás, performances cômicas ou em filmes de entretenimento quase nunca rendem o prestígio e a ressonância de um drama, mas nos anos 1980 trouxeram indicações para Dudley Moore (Arthur – O Milionário Sedutor), Dustin Hoffman (Tootsie), Jeff Bridges (O Homem das Estrelas), Harrison Ford (A Testemunha) e Pat Morita, o eterno Sr. Miyagi (Karatê Kid); além de vitórias para Don Ameche (Cocoon), John Gielgud (Arthur – O Milionário Sedutor), Michael Douglas (Wall Street – Poder e Cobiça) e Kevin Kline (Um Peixe Chamado Wanda).

Atrizes Inusitadas

O mesmo pode ser dito das damas durante a década de 1980. Muitos podem não ter o conhecimento de que atuações como a de Sigourney Weaver em Aliens – O Resgate (1986) tenham rendido para a atriz uma indicação no Oscar. Durante os anos 80, atuações cômicas ou em filmes de entretenimento também renderam indicações ao Oscar para gente como Goldie Hawn (A Recruta Benjamin), Christine Lahti (Segundo Turno), Kathleen Turner (Peggy Sue – Seu Passado a Espera), Glenn Close (Atração Fatal), Anne Ramsey (Jogue a Mamãe do Trem), Melanie Griffith e Sigourney Weaver (Uma Secretária de Futuro), Michelle Pfeiffer (Susie e os Baker Boys), Julia Roberts (Flores de Aço) e Dianne Wiest (O Tiro que Não Saiu Pela Culatra); além de ter rendido estatuetas para Cher (Feitiço da Lua), Geena Davis (O Turista Acidental) e Jessica Lange (Tootsie).

Roteiros Inusitados

 

O que você me diria se eu contasse que nos anos 80, filmes como De Volta para o Futuro, Splash – Uma Sereia em Minha Vida, Um Tira da Pesada, Conta Comigo, Crocodilo Dundee, Quero Ser Grande, Jogos de Guerra, Greystoke – A Lenda de Tarzan, Um Peixe Chamado Wanda, Harry e Sally – Feitos um para o Outro, E.T. – O Extraterrestre e Atração Fatal tiveram seus roteiros indicados ao Oscar? Você pode até achar que estou brincado, mas foi o que de fato aconteceu. Não que estes filmes não mereçam, mas é que apenas são produções que muitos não iriam associar ao maior prêmio do cinema.

O domínio de Meryl Streep

Todos nós somos familiarizados com os feitos da monstra Meryl Streep, a atriz recordista de indicações ao Oscar de todos os tempos. Na década de 1980, no entanto, Streep era uma jovem intérprete buscando seu lugar ao sol. Tudo bem que ela já adentrava a década com uma indicação por O Franco-Atirador e uma vitória por Kramer vs. Kramer. Mas nos anos 80 seriam nada menos do que seis indicações para a atriz – quase uma por ano. Da década saíram nomeações por A Mulher do Tenente Francês, Silkwood – Retrato de uma Coragem, Entre Dois Amores, Ironweed e Um Grito no Escuro, além da vitória por A Escolha de Sofia.

Argentinos (e Brasileiros) no Oscar

O saudoso gênio Hector Babenco, o argentino mais brasileiro de todos os tempos, deixaria um legado irretocável em sua filmografia. Mas olhando para trás, podemos notar um dos períodos de maior prestígio em sua carreira: a década de 1980. Foi nesta época que Babenco e a Academia estavam “namorando”, com dois filmes internacionais do cineasta sendo lembrados para prêmios no Oscar. O mais famoso é O Beijo da Mulher-Aranha, drama político de 1985. O longa foi indicado para melhor filme, diretor para Babenco, roteiro adaptado e levou na categoria de ator principal para o saudoso William Hurt. Dois anos depois e Babenco voltaria ao radar do Oscar com Ironweed, drama sobre a época da depressão norte-americana, no qual o cineasta comandou as lendas vivas Jack Nicholson e Meryl Streep. Não por menos, o longa saiu indicado na categoria de atuação para os dois ícones como melhor ator e atriz. Mas a invasão argentina no Oscar durante a década de 80 não parava por aí. A veterana Norma Aleandro, uma das Primeiras Damas da dramaturgia no país dos hermanos (de filmes como O Filho da Noiva), recebia uma tão merecida indicação por Gaby – Uma História Verdadeira, em 1987.

Glenn Close – A Eterna Injustiçada

Uma das atrizes mais talentosas de sua geração, a veterana Glenn Close era muito confundida com Meryl Streep no passado, devido à certa semelhança física. A própria Close brincava com o fato, dizendo que só não as confundiam na hora de entregar os Oscar. É bem verdade que Streep já possui três decorando sua lareira em casa, e mais um recorde de indicações de todos os tempos. Close também começava sua trajetória de sucesso nos anos 1980, e se a colega Streep colecionou 6 nomeações, Close não ficou muito atrás com nada menos que 5 indicações no período. A diferença é mesmo a vitória que nunca veio. Os anos 80 trouxeram lembranças da Academia para Close pelos filmes O Mundo Segundo Garp, O Reencontro, Um Homem Fora de Série, Atração Fatal e Ligações Perigosas. Depois disso seriam mais 3 indicações, e nada do prêmio por enquanto. Erro que a Academia ainda pode consertar.

Recorde para Paul Newman

Um dos maiores astros da história de Hollywood, Paul Newman tinha em seu currículo 7 indicações ao Oscar até a década de 1980, incluindo duas já durante os anos 80, por Ausência de Malícia (1981) e O Veredito (1982). Recentemente, escrevi aqui no CinePOP sobre os únicos 6 atores indicados ao Oscar por viverem o mesmo personagem em filmes diferentes. Paul Newman, na década de 80, se tornava o quarto intérprete a realizar tal feito, depois de Bing Crosby, Peter O’Toole e Al Pacino. Depois de Newman viriam ainda Cate Blanchett e Sylvester Stallone. O filme em questão que trouxe outro trabalho indicado de Newman foi A Cor do Dinheiro (1986), comandado pelo mestre Martin Scorsese, que funciona como continuação de Desafio à Corrupção (1961). Com o filme, Paul Newman receberia sua primeira estatueta do Oscar por atuação e quebraria o recorde como primeiro e único ator a receber uma estatueta por um “personagem repetido”. Newman ainda receberia mais duas indicações em sua carreira, uma na década de 90 e outra na década de 2000.

Michael Caine – O Lacrador

Considerado um dos maiores atores de todos os tempos, o veteraníssimo Michael Caine, de 89 anos, possui quase 80 anos de carreira e espantosos 176 créditos como ator, entre filmes, séries de TV e filmes produzidos para a TV. Em sua maravilhosa trajetória, foram 6 indicações ao Oscar, o que pode parecer pouco para um ator de sua magnitude. Destas seis, duas ocorreram durante a década de 80, incluindo a primeira vitória (como coadjuvante) pelo filme de Woody Allen, Hannah e Suas Irmãs (1986). Apesar de ter sido honrado com o grande prêmio, Michael Caine infelizmente não estava presente para aceitar a estatueta e realizar um discurso de agradecimento. Acontece que o ator estava filmando o execrável Tubarão 4: A Vingança (1987), considerado um dos piores filmes de todos os tempos, e que renderia para Caine uma indicação de pior ator no Framboesa de Ouro. Ou seja, não apenas o ator não estava presente num dos maiores momentos de sua carreira, mas não estava por estar ocupado com um dos piores momentos de sua carreira. Sobre o fato o “lorde inglês” proferiu: “Eu nunca vi Tubarão 4, mas todos me dizem que é horrível. No entanto, eu vi a casa que construí com o dinheiro do filme, e é fantástica”. Drop the mic.

Uma Esnobada na Representatividade

Hoje muito se fala na representatividade racial no cinema. E ela é muito bem-vinda. Mas enquanto a mudança ocorria, ainda tínhamos certas injustiças sendo cometidas. Como por exemplo a falta de coragem da Academia em indicar o que muitos críticos e especialistas consideram um dos melhores filmes do fim da década de 80: Faça a Coisa Certa (1989), de Spike Lee. O filme fervoroso deu o que falar e estourou a bolha do nicho do cinema negro, migrando rapidamente para o grande público devido à sua propaganda boca a boca. Muitos davam como certa a entrada do longa entre os indicados a melhor filme, e como teria sido bom ver uma obra de tamanho peso e modernidade (para a época) entre os nomeados. Em cima da hora houve o acovardamento, como se o mundo ainda não estivesse preparado para isso. Nem mesmo uma indicação para Spike Lee como melhor diretor chegou a se concretizar. Numa espécie de prêmio de consolação para Faça a Coisa Certa, o Oscar o nomeou para roteiro e ator coadjuvante (Danny Aiello), sem vitórias. Por outro lado, a Academia dava o prêmio de melhor filme para Conduzindo Miss Daisy, filme que discute racismo da mesma forma que o recente Green Book (2018) faz, do ponto de vista dos brancos. Na década de 80 tivemos 10 atores negros indicados ao Oscar. Dentre eles, Morgan Freeman e Denzel Washington foram indicados duas vezes – com Washington saindo vitorioso da segunda indicação, por Tempo de Glória.

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