Sinopse: Aron é um amante de aventuras. Durante uma de suas expedições pelos cânions, ele sofre uma queda e fica com o braço direito preso entre a montanha e uma rocha.
Ao assistir a Quem Quer Ser um Milionário?, muitas pessoas podem ter achado estranho que a otimista fita sobre o garoto indiano era dirigida pelo mesmo sujeito responsável pelos zumbis de Extermínio e pelos drogados de Trainspoting.
127 Horas (127 Hours) chega para preencher esse hiato temático na cinematografia de Danny Boyle. Da mesma maneira que Jamal repassa sua vida enquanto responde às perguntas do game show, Aron reavalia as decisões de sua vida e a forma como sempre tratou as pessoas mais próximas a ele.
Como está sozinho no meio dos cânions, a reflexão de Aron é muito mais profunda; Como o que está em risco é sua vida (e não o prêmio de um programa de televisão), a tensão de 127 Horas é mais próxima dos filmes mais perturbadores da carreira de Boyle.
Muitas áreas técnicas merecem elogios, especialmente a edição e a trilha musical. Mesmo assim, o que há de mais surpreendente no filme é que ele é a primeira oportunidade para James Franco interpretar um protagonista em um filme realmente bom.
Felizmente, a badalação em cima de Danny Boyle, depois do premiado e bem sucedido nas bilheterias “Quem Quer Ser um Milionário”, não o fez perder a lucidez. O diretor utilizou sua moral para viabilizar não um filme megalomaníaco ou pretensioso, mas uma nova obra com cara de independente, coerente com o restante de sua carreira.
“127 Horas” é baseado na história real de Aron Ralston, montanhista que sofreu um acidente no Grand Canyon e ficou as tais 127 horas com o braço preso por uma rocha. Sozinho no desértico lugar, teve que arrumar soluções drásticas para conseguir sair de lá.
No filme, Aron é interpretado por James Franco (Homem-Aranha), que usou bem a força do personagem e entregou a melhor atuação de sua carreira, num filme difícil, no qual ele brilha sozinho quase que na totalidade dos 94 minutos.
O único “porém” é que, mesmo com tanto tempo para o ator se mostrar, a típica sequência modelada para Oscar precisou se fazer presente, na qual o personagem faz um talk show sobre si mesmo. Inclusão safada, com a óbvia pretensão de dar a deixa para o ator ter seu momento ensadecido e garantir uma vaguinha nas premiações da temporada.
Danny Boyle repete a parceria com o roteirista Simon Beaufoy, que constrói cautelosamente uma narrativa tensa e consegue inserir elementos atrativos numa história que, apesar de impressionante, poderia ser resumida em duas linhas. Ele usa a história do montanhista para refletir sobre o aproveitamento da vida, sobre o que poderia ser feito, mas não foi; e sobre o que Aron ainda gostaria de realizar, mas talvez não tivesse mais a chance de realizar, em decorrência de um único erro.
Isso fica claro pela montagem, recheada de pequenos flashbacks e projeções de desejos de Aron. Pensamentos que muitas vezes se misturam e são jogados numa tela dividida em três partes, numa profusão de imagens simultâneas.
Aproveitando de uma locação esplendorosa, a fotografia de Enrique Chediak (Besouro) e Anthony Dod Mantle (Quem Quer Ser Um Milionário) deita, rola e faz parecer fácil filmar entre fendas estreitas debaixo de um sol escaldante. A variedade dos planos e o primor das imagens é um deleite para os admiradores da boa técnica. Até a inserção de um merchandising descarado é feito de uma das maneiras mais pertinentes que o cinema já viu.
Não é esta a obraprima de Danny Boyle (este adjetivo ainda está nas mãos de “Trainspotting”), mas já é bom saber que o diretor mantém a excelência e a sobriedade. Menos mal.
O novo filme do diretor Paul Haggis tem Russel Crowee Elizabeth Banks no casting; “72 horas” inicia com a discussão entre dois casais sobre as desavenças de Lara (Banks) com sua chefe. Logo após, Lara é incriminada pela morte de sua superiora. Depois de presa, seu marido (Russel Crowe) tenta de todas as maneiras legais provar a inocência da esposa – que neste ponto já tinha se conformado com seu destino-. O interessante é que Haggis não cria o suspense se ela é ou não culpada. Todos os indícios e provas confirmam a natureza do crime, apenas o marido fiel acredita piamente na inocência da mulher.
Tal confiança na mulher e desgosto pela falta de justiça, o faz planejar a fuga da esposa. O longa mostra as 72 horas que ele tem para por o plano em ação, libertar a mulher e fugir com ela e o filho. O que Haggis nos desperta não é o drama da mulher encarcerada e sim no marido que sofre por estar longe dela e viver com filho solamente sem a amada. O que o motivou é perceber que ela nunca sairia da prisão por meios legais. E ele leva até as últimas conseqüências tal ato.
Primeiro, ele recorre a um ex-detento que já fugiu mais de 7 vezes, para lhe ensinar os truques . Depois de aprendida a lição ele vai para a ação. Russel dá a vida ao tal marido fiel e apaixonado, capaz das maiores loucuras para libertar seu amor. Pensando por este ponto de vista, é até uma história romântica, ele acredita na inocência da mulher até quando ela mesma diz-se culpada. As ações de Crowe foram bem desenvolvidas no roteiro e na direção; sem tirar os créditos do ator.
Lá pelas tantas do filme, vemos algumas seqüências que nos lembram de quem é o filme.
Este é uma adaptação do francês Pour Elle (Por ela), este nome original, mais exemplifica o filme: o homem é um apaixonado que faz tudo pela amada. 72 horas não é um suspense, como eu já vi sendo classificado, é um drama com algumas pitadas de ação; e um daqueles filmes que surpreende com a história e na forma em que ela é contada.
’30 Dias de Noite’. Quase duas horas em uma escura sala de cinema. Macabros e assustadores vampiros (diferentes dos habitualmente mostrados nos filmes) sedentos não só por sangue, mas também por forçar o terror nos olhos de suas vítimas. Como poderia ser melhor?
Para os fãs do gênero, esta produção consegue amedrontar do início ao fim, se sobressaindo como um dos melhores filmes de terror sobre vampiros já produzidos.
Na pequena cidade de Barrow, no Alaska, onde na metade do inverno o sol se põe e não reaparece por mais de 30 dias e noites consecutivos. Da escuridão e das terras geladas da inóspita região surge uma força do mal que espalha terror entre os habitantes do lugar. A única esperança de salvação dos moradores de Barrow é um casal de policiais, um homem e uma mulher divididos entre proteger suas próprias vidas ou ajudar a cidade a sobreviver até o retorno da luz do sol.
O enredo, muito bem amarrado, aproveita estes assustadores 30 dias em que a escuridão impera (junto ao gelo e a baixa temperatura) e cria uma atmosfera escura e tensa, conseguindo deixar o cinéfilo ligado ao belo visual do longa e aos feiosos vilões, sempre manchados com sangue (muito sangue).
Do casal central, quem mais se destaca é a bela Melissa George, que já havia chamado atenção por sua ótima atuação em ‘Horror em Amytiville’. Josh Hartnett, o herói de ‘Pearl Harbor’, está mais apagado, mas ainda assim consegue uma atuação decente.
O único problema do longa é que, ao mesmo tempo que passa o desespero dos protagonista, também acaba ficando monótono em várias partes lentas e desnecessárias, deixando toda a ação para o finalzinho da produção. Mesmo assim, um terror de primeira, que merece ser apreciado.
O cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu tinha uma grande responsabilidade nas costas, superar as expectativas que criou com o seu primeiro longa, Amores Brutos, que concorreu, inclusive, ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Se fosse um artista qualquer, teria tentado uma fórmula completamente diferente para realizar seu segundo filme para não ficar estigmatizado. Mas Iñárritu não é um cineasta qualquer e fez justamente isso, repetiu a narrativa que o consagrou e conseguiu se superar em todos os sentidos.
Em Amores Burtos, um acidente era o ponto de partida para que o diretor conta-se 3 histórias diferentes, em 21 gramas, um acidente une tragicamente a vida de 3 pessoas desembocando em uma só. Tudo é contado de forma fragmentada e não cronológica despertando até certa angústia no espectador acostumado a deixar os neurônios na bilheteria dos cinemas ao ver a maioria das produções atuais. Mas fique tranquilo, esses pedaços são costurados magnificamente, aos poucos tudo se encaixa.
Cristina (Naomi Watts) é uma jovem mãe e dona-de-casa que terá sua vida brutalmente mudada a partir de um acidente, justamente por causa deste acontecimento acaba conhecendo Paul (Sean Penn). A terceira ponta é formada por Jack (Benicio Del Toro) um ex presidiário recuperado através de uma religiosidade irracional. Contar mais do que isto seria estragar o enredo. 21 Gramas (que seria o peso da nossa alma) trata de questões tão básicas como humanas e a principal delas é como enfrentamos a morte. A enxurrada de sentimentos que afloram à flor da pele e com os quais não sabemos lidar. A estética adotada é a do realismo puro, o filme quase todo é feito com a câmera na mão, dando-nos a impressão de sermos quase que invasores daquelas vidas, o aspecto da imagem é todo granulado contribuindo ainda mais para que essa sensação de intromissão da vida alheia seja acentuada.
Um parágrafo a parte merece a interpretação de elenco, tanto o trio principal como o elenco de apoio está excepcional. E se você não estiver muito disposto a refletir sobre as questões existenciais desta obra espetacular pode ver 21 Gramas também, pois além de tudo isto Iñárritu preparou um final supreendente.
Sinopse: Mike está muito mal de vida: não gosta do seu emprego, está se divorciando e não consegue se relacionar com seus filhos. Uma noite, ele misteriosamente rejuvenesce e volta a ter 17 anos.
A premissa de 17 Outra Vez (17 Again) inverte o mote de muitas outras produções, entre elas De Repente 30 e Quero Ser Grande. Quem curte esse tipo de comédia não tem motivos para não conferir a nova produção. O roteiro explora muito bem situações constrangedoras e ainda atualiza o contexto, comparado aos filmes anteriores. Por exemplo, uma briga de escola logo é repassada entre os alunos por vídeo de celular.
Como a experiência é inversa, com o protagonista voltando a ser jovem, há novas possibilidades de piadas. Agora Mike sente-se muito mais disposto e, como é de se esperar, com fome o tempo todo. Como seu cérebro continua sendo o de um homem de meia-idade, ele não consegue se comunicar com as outras pessoas na escola. Enquanto ele lida com essas dificuldades, a plateia cai na risada.
As fãs do galã juvenil Zac Efron (Hairspray) ficarão satisfeitas logo no começo da projeção, quando se cria uma oportunidade para que o ator dê alguns passos de dança. Depois disso, tudo segue mais dentro dos moldes desse tipo de aventura de troca de idade.
Para o público nerd, o grande atrativo é o personagem Ned – vivido por Thomas Lennon (Eu Te Amo, Cara). Ele desempenha uma função muito comum nesse tipo de comédia desde os anos 80: o melhor amigo nerd. A diferença é que ele tem uma participação mais ativa no desenrolar da história, a começar por uma engraçada investigação sobre o que teria causado a estranha mudança em Mike.
Há um pouco de romance, mas o foco está muito mais na comunicação com os filhos. Por isso, 17 Outra Vez é recomendável como um programa familiar.
Entre as décadas de 70 e 90, o diretor Richard Donner era um dos grandes nomes por trás dos blockbusters. São dele, por exemplo, Superman, a série Máquina Mortífera, Os Goonies e Ladyhawke – O Feitiço de Áquila. Após anos em marcha lenta (seu trabalho mais recente foi o fraco Linha do Tempo, de 2004) Donner tenta revitalizar sua carreira com este 16 Quadras, estrelado por Bruce Willis (que foi envelhecido para o papel).
Surpreendentemente, a fita funciona como uma boa mistura de suspense e policial até um pouco depois da metade. Infelizmente, porém, perde o ritmo e cai na pieguice perto da meia hora final, resultando assim em apenas mais uma produção mediana.
Willis interpreta o convalescente policial Jack Mosley, que por problemas de alcoolismo foi tirado das ruas para desempenhar apenas funções burocráticas. Isso até ser convocado para escoltar o criminoso falastrão (e irritante) Eddie Bunker (Mos Def, também cantor de hip pop) que precisa sair da cadeia para depor no tribunal. O trabalho é dos mais simples: percorrer 16 quadras, o que tomaria apenas 15 minutos de carro.
Ocorre que o tal preso irá depor justamente contra os policiais corruptos de Nova York, e assim que põe o pé na rua, passa a ser perseguido pelos mesmos alguns deles velhos conhecidos de Mosley.
O jogo de gato e rato funciona bem nos primeiros momentos da fita, pois Donner recorre a dois recursos que vêm dando certo na série 24 Horas: a história passa-se praticamente em tempo real e alguns mistérios demoram para ser revelados. No momento final, porém, quando o roteiro expõe mais detalhes, a trama perde veracidade e, conseqüentemente, empolgação. Restará ainda ao espectador agüentar o final piegas, tão comum aos filmes norte-americanos atuais.
15 Minutos é um filme incomum. Ao mesmo tempo que é carregado de ação, tenta desenvolver uma história que envolve mídia, assassinos e justiça. O filme só tenta mesmo, porque depois acaba caindo naquele monte de clichês típicos de filme policial: um detetive valentão, seu “ajudande” inexperiente, assassinos bobocas, emtre outros. Mas mesmo assim consegue criar um clima de tensão e cenas angustiantes (vide a cena em que o personagem de De Niro está preso a cadeira, e aquela onde o personagem de Edward Burns tenta escapar das chamas do apartamento).
Alguns pontos favoráveis do filme: a fotografia, que pode ser meio clichê (N. York angustiante e sombria) mas que funciona muito bem; as cenas de ação, carregadas de suspense e tensão e algumas situações inesperadas, como aquela da explosão no apartamente e o personagem de Robert De Niro que ….. bom… não vou estragar a surpresa.
Pontos fracos do filme: os bandidos, que entregam todo o plano que eles montaram para não serem presos; um deles, o Emil Slovak, é tão caricato que chega a causar um riso involuntário. Ele só fica repetindo: “Eu sou insano, eu sou insano” e isso deixa o filme bobo demais; situações típicas de filme policial, como o chefe de polícia, sempre opressor e nervoso e aquele advogado corrupto, talvez o personagem mais lugar-comum do filme.
A história envolvendo a mídia e os assassinos até que funciona. O problema é que o filme tenta mostrar que tudo o que os bandidos fizeram foi devido à vontade de serem famosos e ricos. Essa situação parece ser muito corriqueira nos EUA. Que eu saiba, nunca algo desse tipo aconteceu por aqui. Um crime não se justifica apenas pela vontade de poder, mas sim por problemas sócio-econômicos, infância conturbada, entre outros. O personagem Emil Slovak chega a citar que teve uma infância difícil e um pai bêbado que o odiava. Mas o filme nunca deixa isso claro para o espectador, o roteiro não desenvolve esse ponto. Parece voltar toda a sua artilharia para a mídia, que, como sabemos, não é a única culpada de crimes como esse. Pode ser que ela seja apenas o gatilho para essa loucura toda que vemos explícita em 15 Minutos.
Mas o filme vale pelas cenas de ação e pela tentativa de iniciar uma discussão tão complicada como essa.
Sinopse: Philippe é um cientista renomado, que fez sua carreira nos EUA. De volta para a França por três meses, ele terá a oportunidade de se reaproximar com sua filha adolescente.
Uma comédia francesa para o público jovem, tendo como tema as descobertas da adolescência, com sinceridade quando o assunto é sexo e drogas. Essa descrição cabe tanto para Rindo à Toa quanto para 15 Anos e Meio (15 ans et demi). Se formos comparar os dois, a produção mais antiga sai na frente.
Sendo assim, quais motivos existem para que se assista ao novo filme? O principal deles são as paranoias que Philippe, sempre imaginando que sua filha está na pior situação possível. Nessas viagens, há boas referências a outros gêneros cinematográficos e risadas podem ser esperadas. Outro elemento nesse sentido são as conversas que o protagonista tem com seu amigo imaginário, nada menos do que Albert Einstein (apesar de falar francês).
Voltando á comparação, o conflito de geração é mais forte em 15 Anos e Meio, sendo que aqui esse é o tema central do roteiro. Além de serem de sexos diferentes, Églantine e Philippe ficaram afastados por dez anos e são forçados a viverem juntos novamente. Apesar das tentativas do pai de se aproximar da filha, ela está naquela idade difícil em que qualquer discordância pode acabar virando uma briga feia.
Muitas das piadas dessa comédia estão nas cenas em que se mostra que pais são criaturas programadas para criar situações vergonhosas para seus filhos, de forma que os amigos sempre tenham munição para zoar.
Junte essa história simpática com personagens secundários bem carismáticos e tem-se mais um exemplo de que a cinematografia francesa consegue criar obras leves, sem perder a oportunidade de passar uma mensagem positiva.
Mas um filme de terror chega as telas, pelas propagandas parecia ser um excelente filme de terror, diga-se. Logo de inicio somos apresentados a um dos fantasmas em uma boa cena que nos deixa com ótimas impressões do que nos espera… um grande fantasma foi capturado!
Como isso é possível ou melhor ainda, para quê? Bem, um “cientista” Cyrus, criou uma casa espetacular e com sua morte, seus parentes ganham o tal lugar, e junto com o advogado somos levados para conhecer sua nova moradia. Assim, junto com Arthur e sua familia, cada um de nós também é inocentemente levado para dentro da casa, e assim como eles também ficamos encantados com o lugar.
A casa, que aos poucos vai mostrando todo o seu mistério e nos deixando cada vez mais intrigados como o seu verdadeiro objetivo, já que de tempos em tempos ela muda suas paredes de lugar, abrindo e fechando aposentos, fora o fato de ser toda de vidro e com escrituras estranhas… chega a quase a ser um personagem coadjuvante.
Mas, tudo bem, vamos falar dos fantasmas, eles lógico são assustadores, tem bons efeitos, mas nem todos são tão interessantes… alguns estão lá apenas para “o objetivo final” mas não chegam nem perto dos moradores (vivos) da casa, outros apenas com um olhar já sabemos que bem, é melhor sair correndo… O filme faz o estilo do antigo terror, com uma boa dose de sustos, é fácil dá alguns gritos, mostrando claramente seus “monstros”. Se você está apenas querendo uma boa diversão sem muito compromisso e dar alguns gritos, então corra para o cinema..