Neste mês de maio e durante parte de junho, acontece, nas cidades de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, a 7ª Edição do Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo. O evento que promete trazer longas-metragens e curtas, documentários e fictícios, inéditos ao país, abrirá as portas ao público durante 9 e 16 de maio, no CineSesc, em São Paulo e 9 a 21 de maio, no CCBB SP. Já em Brasília, no CCBB, acontece entre 22 de maio a 10 de junho, enquanto no Rio de Janeiro, também no Centro Cultural Banco do Brasil, nas datas de 30 de maio a 16 de junho. As entradas custarão a partir de R$ 10.
Bom, aqui no CinePOP, eu, Karolen Passos, tive a oportunidade de conferir dois curtas-metragens, sendo um documentário e uma ficção, que passarão na Edição. Portanto, trago-lhes minha crítica sobre os mesmos.
Casa Son Duno
O primeiro curta documentário dirigido por Vanessa Ruegger apresenta um abrigo de uma pequena aldeia chamada Yeniche, na Suíça, que não é mais usado. O local, que já abrigou crianças e adultos, mesmo contra as vontades dos mesmos, guarda vestígios de um passado silenciado.
O filme tem 12 minutos e transporta o telespectador para uma exposição artística em que, numa das pequenas salas, transmitem um vídeo com teor abstrato. A produção, que possui uma fotografia peculiar alternando entre imagens de objetos situados pela casa, num jogo de foco e desfoco, agrada ao espectador. A espécie de abstracionismo com o qual Ruegger trabalha é um dos pontos mais empolgantes do curta.
Com algumas poucas palavras no início, que apresentam uma rotina, a câmera então transita pela casa e por alguns pontos da região, com uma presente sonorização, que passeia pela rotina no início apresentada e permite ao público imaginar, interpretar e até mesmo questionar o que está sendo visto, proposto e apresentado. É interessante poder se deixar imergir dentro daquele universo. Ao final, a diretora revela a história do local, esta que não encontrei em sites brasileiros, infelizmente, mas que fica a cargo do público conferir para descobrir.
E não esqueçam: permitam-se adentrar na narrativa que, sem atores e sem diálogos, revela muito.
No Ritmo
Com direção de Johannes Bachmann, um alemão de 26 anos, o filme suíço conta a história de Bruno (Fred Strittmatter), um operário de meia idade, com um cotidiano monótono, que vê a vida sair dos trilhos ao encontrar o filho trabalhando na mesma fábrica que ele.
O curta fictício possui uma boa fotografia, crível e realística, contudo, no quesito história pode facilmente entediar ou levar o telespectador a se distrair com outras situações, mesmo contendo apenas 15 minutos de duração. As atuações não são marcantes e o roteiro não apresenta elementos novos dentro da história. É como se já estivesse assistido algo sobre aquilo em algum outro lugar.
Com a reciclagem de narrativa é difícil encontrar algo que seja diferente ou se destaque dos demais. A sensação que fica é a de mais uma história criticando a monotonia de um trabalho em que se faz sempre a mesma coisa e mais uma tentativa de dizer as pessoas que sempre existe tempo para mudar a rotina na qual vivem.
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