sábado , 21 dezembro , 2024

Paz, Amor e Muito Mais

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JANE FONDA E O DIRETOR DE CONDUZINDO MISS DAISY SE UNEM PARA UMA SESSÃO DA TARDE SEM GÁS

É duro ver uma estrela veterana do porte de Jane Fonda, sete vezes indicada ao Oscar, e vencedora de dois, renegada ao mais baixo denominador comum. Fonda viveu a época dos cineastas autorais que tomaram Hollywood na década de 1970, e nela protagonizou filmes como “Klute – O Passado Condena”, “Júlia”, “Amargo Regresso” e “Síndrome da China”. Após uma autoimposta aposentadoria no fim da década de 1980, Fonda voltou às telas em 2005, com o veículo cômico “A Sogra”, ao lado da então musa Jennifer Lopez.



Agora, a atriz parece ter retomado o gosto pela coisa, e de lá pra cá participou de filmes como “Ela é a Poderosa” e “E Se Vivêssemos Todos Juntos”, além de ter entrado para o elenco da elogiada série “The Newsroom”Paz, Amor e Muito Mais” pode então ser considerado o ponto baixo do retorno dessa diva da sétima arte. Exibido em alguns festivais como o de Toronto, Rio e, obviamente, Woodstock, em 2011, o filme finalmente ganha as salas de cinema brasileiras ao ser apanhado pela distribuidora nacional Imagem Filmes.

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Um lançamento em vídeo seria o mais adequado para essa produção. Piegas e recheada dos mais rasos clichês, a obra apresenta Jane Fonda como uma hipponga de idade, que após vinte anos sem notícias, recebe a visita da filha e dos netos. Sua filha é interpretada pela talentosa atriz do cinema independente americano, Catherine Keener (“Sentimento de Culpa”). Ela é uma advogada que acaba de receber o pedido de divórcio do marido, papel do sumido Kyle MacLachlan (“Veludo Azul”).

Desnorteada a mulher não tem para onde ir, a não ser para a casa da pessoa que fez de sua infância e adolescência um inferno, sua mãe. A vida regrada e responsável de filha entrará mais uma vez em conflito com a filosofia desapegada e liberal da mãe. Essa é uma comédia de costume e de choques culturais. Apesar de reciclado, o enredo criado por Christina Mengert e Joseph Muszynski poderia render um filme interessante, se tivesse alguma vontade de realmente falar sobre alguma coisa ou frisar um ponto de vista, afinal qualquer argumento pode render uma verdadeira obra-prima.

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O filme, no entanto, não tem nenhuma aspiração de apresentar um conflito verossímil entre mãe e filha, coisa que até o citado “Ela é a Poderosa” criou com muito mais propriedade. Ou sequer pintar um retrato atraente despertando a simpatia para a comunidade hippie de Woodstock, local onde se passa o filme. A obra contenta-se com estereótipos e caricaturas de personagens, apenas pincelado-os como nesses filmes que são exibidos atualmente na Sessão da Tarde, ou como são conhecidos nos EUA, “after school specials”.

O filme não apresenta incoerências ou falhas em sua narrativa, apenas é simples demais, caricato e não possui emoção para impulsioná-lo. Esse é o tipo de filme que apenas olhando para o seu pôster ou lendo a sinopse, sabemos por a mais b tudo o que será exibido na tela durante seus 96 minutos de projeção. Fonda foi uma revolucionária e lutou por diversas causas fora das telas. Viveu a era dos hippies, mas madura atualmente parece não ter muito a dizer sobre aquela época.

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Na verdade, o tema parece ter se esvaído por si só, e o que encontramos em obras que retratam adeptos de tal estilo de vida, fora de seu tempo, são histórias desmotivadas que parecem dizer que precisamos aceitá-los, mesmo que a sociedade atual quase não o faça. Exemplares recentes procuram buscar força na comédia, como “Viajar é Preciso” e “O Idiota do Meu Irmão”, mas seu resultado foi menos do que encorajador.

Paz, Amor e Muito Mais” também não consegue emplacar, e sua propaganda acaba não sendo a seu favor. O diretor Bruce Beresford está muito longe da época de produções significativas como “Conduzindo Miss Daisy”, e numa Hollywood de franquias, perde a chance de fincar seu pé. A obra conta ainda com a talentosa Elizabeth Olsen, de “Martha Marcy May Marelene”, a melhor coisa do filme.

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É duro ver uma estrela veterana do porte de Jane Fonda, sete vezes indicada ao Oscar, e vencedora de dois, renegada ao mais baixo denominador comum. Fonda viveu a época dos cineastas autorais que tomaram Hollywood na década de 1970, e nela protagonizou filmes como “Klute – O Passado Condena”, “Júlia”, “Amargo Regresso” e “Síndrome da China”. Após uma autoimposta aposentadoria no fim da década de 1980, Fonda voltou às telas em 2005, com o veículo cômico “A Sogra”, ao lado da então musa Jennifer Lopez.

Agora, a atriz parece ter retomado o gosto pela coisa, e de lá pra cá participou de filmes como “Ela é a Poderosa” e “E Se Vivêssemos Todos Juntos”, além de ter entrado para o elenco da elogiada série “The Newsroom”Paz, Amor e Muito Mais” pode então ser considerado o ponto baixo do retorno dessa diva da sétima arte. Exibido em alguns festivais como o de Toronto, Rio e, obviamente, Woodstock, em 2011, o filme finalmente ganha as salas de cinema brasileiras ao ser apanhado pela distribuidora nacional Imagem Filmes.

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Um lançamento em vídeo seria o mais adequado para essa produção. Piegas e recheada dos mais rasos clichês, a obra apresenta Jane Fonda como uma hipponga de idade, que após vinte anos sem notícias, recebe a visita da filha e dos netos. Sua filha é interpretada pela talentosa atriz do cinema independente americano, Catherine Keener (“Sentimento de Culpa”). Ela é uma advogada que acaba de receber o pedido de divórcio do marido, papel do sumido Kyle MacLachlan (“Veludo Azul”).

Desnorteada a mulher não tem para onde ir, a não ser para a casa da pessoa que fez de sua infância e adolescência um inferno, sua mãe. A vida regrada e responsável de filha entrará mais uma vez em conflito com a filosofia desapegada e liberal da mãe. Essa é uma comédia de costume e de choques culturais. Apesar de reciclado, o enredo criado por Christina Mengert e Joseph Muszynski poderia render um filme interessante, se tivesse alguma vontade de realmente falar sobre alguma coisa ou frisar um ponto de vista, afinal qualquer argumento pode render uma verdadeira obra-prima.

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O filme, no entanto, não tem nenhuma aspiração de apresentar um conflito verossímil entre mãe e filha, coisa que até o citado “Ela é a Poderosa” criou com muito mais propriedade. Ou sequer pintar um retrato atraente despertando a simpatia para a comunidade hippie de Woodstock, local onde se passa o filme. A obra contenta-se com estereótipos e caricaturas de personagens, apenas pincelado-os como nesses filmes que são exibidos atualmente na Sessão da Tarde, ou como são conhecidos nos EUA, “after school specials”.

O filme não apresenta incoerências ou falhas em sua narrativa, apenas é simples demais, caricato e não possui emoção para impulsioná-lo. Esse é o tipo de filme que apenas olhando para o seu pôster ou lendo a sinopse, sabemos por a mais b tudo o que será exibido na tela durante seus 96 minutos de projeção. Fonda foi uma revolucionária e lutou por diversas causas fora das telas. Viveu a era dos hippies, mas madura atualmente parece não ter muito a dizer sobre aquela época.

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Na verdade, o tema parece ter se esvaído por si só, e o que encontramos em obras que retratam adeptos de tal estilo de vida, fora de seu tempo, são histórias desmotivadas que parecem dizer que precisamos aceitá-los, mesmo que a sociedade atual quase não o faça. Exemplares recentes procuram buscar força na comédia, como “Viajar é Preciso” e “O Idiota do Meu Irmão”, mas seu resultado foi menos do que encorajador.

Paz, Amor e Muito Mais” também não consegue emplacar, e sua propaganda acaba não sendo a seu favor. O diretor Bruce Beresford está muito longe da época de produções significativas como “Conduzindo Miss Daisy”, e numa Hollywood de franquias, perde a chance de fincar seu pé. A obra conta ainda com a talentosa Elizabeth Olsen, de “Martha Marcy May Marelene”, a melhor coisa do filme.

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