quarta-feira , 20 novembro , 2024

Pica-Pau 80 anos | A ascensão e queda do Pássaro Biruta no mundo do entretenimento

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Criado pelo desenhista e animador Walter Lantz, o Pica-Pau foi implicante desde sua concepção. Isso porque, segundo o assessor do artista, a ideia do desenho surgiu… Em uma “noite de amor” de Lantz com a namorada. Durante a noite de núpcias, Walter estava tentando “dormir”, por assim dizer, com Grace Stafford, mas eles não conseguiam ter paz porque um pica-pau ficou horas bicando o telhado. Além do barulho insuportável, os furinhos no teto fizeram com que a chuva entrasse no quarto e acabasse de vez com a noite do casal. A situação irritou e divertiu os dois, e Grace sugeriu que Walter transformasse aquele passarinho em um personagem para seus desenhos.

O envolvimento de Walter com as animações já vinham de longa data, tanto que ele já havia dirigido episódios de Oswald: O Coelhinho Sortudo, o primeiro personagem criado por Walt Disney, mas que, por questões contratuais, teve seus direitos atrelados a Universal Studios. Essa polêmica contratual fez com que Walt saísse revoltado e criasse um tal de Mickey Mouse, mas isso é assunto para outra matéria.



Pois bem, o trabalho de Walter na Universal o credenciou a investir em novos projetos na casa. Após o incidente do Pica-Pau, ele decidiu criar o tal personagem. Com um visual esguio e bizarro, o pássaro mostrava potencial, mas não era o bastante para que o animador conseguisse lançar seu próprio selo de animações – que deveria crescer e se tornar um estúdio. Por isso, em 25 de novembro de 1940, ele lançou o Pássaro Biruta como vilão da animação do “aspirante a astro”, Andy, O Panda.  Muito a contragosto, a Universal topou lançar o personagem nesse formato, mesmo reclamando horrores do visual bizarro. A aposta deu certo e o passarinho foi aclamado pelo público.

Nos anos seguintes, o Pica-Pau ostentou a voz do lendário Mel Blanc, que acabou acrescentando um detalhe inconfundível ao personagem: a risada. Blanc tinha feito a voz do protótipo do Pernalonga, o Happy Rabbit. O coelho tinha um sotaque caipira e ostentava uma risada esquisita. Quando o Pernalonga enfim surgiu, a risada foi abandonada e Blanc aproveitou para inseri-la no Pica-Pau.

Ao longo dos anos, por pressão do estúdio, o Pica-Pau ganhou novas versões. Não apenas mudando o visual para uma figura mais adorável e fofa, mas também suavizando ou até mesmo editando a violência e atitudes que o personagem tomava. Perdendo as características principais, mas ainda popular entre as crianças, o personagem seguiu com novos episódios do desenho até 1972. Depois disso, a Universal reagrupou os episódios e lançou em um programa nos anos 1980. Perto da década de 1990, no entanto, ele teria uma pequena participação no filme Uma Cilada Para Roger Rabbit, que acenderia os olhos do estúdio para uma nova empreitada.

A breve aparição do Pica-Pau em “Uma Cilada Para Roger Rabbit”, de 1988.

Após os anos em baixa, o personagem seguia como a cara da Universal Studios e em algumas reprises. Em 1995, o passarinho voltaria às TVs para estrelar o comercial da Pepsi ao lado do astro da NBA, Shaquille O’Neal. Com isso, ele ganharia uma nova versão, de 1999 a 2003, que deveria trazer o personagem para a nova geração. Sem conseguir replicar o sucesso das anteriores, a nova versão não foi bem nas críticas e não conquistava mais a audiência de todas as idades.

Desgastada e sem investir tanto no politicamente incorreto, a marca perdeu a popularidade nos EUA, mas seguiu forte no Brasil, onde contava com exibições diárias na TV aberta. O desenho, inclusive, foi o primeiro conteúdo animado exibido na história da televisão brasileira. O Pica-Pau estreou logo no segundo dia de existência da TV Tupi, em setembro de 1950, e seguiu como um sucesso intermitente que transitou pelas principais emissoras do país.

Notando a popularidade quase que exclusiva do personagem no país, a Universal passou a direcionar seus conteúdos para o Brasil. Em 2016, durante a CCXP, em São Paulo, o estúdio anunciou com exclusividade a produção de um live-action do personagem. Em 2017, o filme, estrelado pela brasileira Thaila Ayala, chegou aos cinemas nacionais. Um dos poucos países em que não foi lançado direto para home video. Atualmente, o personagem conta com uma webserie no YouTube em um canal dedicado exclusivamente para conteúdos do personagem. O canal é sucesso no Brasil, onde conta com mais de 5 milhões de inscritos, mas é um fracasso nos EUA, onde tem pouco mais de 500 mil seguidores.

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Com direito a três indicações ao Oscar e Estrela na Calçada da Fama a Youtuber de sucesso no Brasil, a história do Pica-Pau é quase tão maluca quanto o próprio personagem. Nesses 80 anos, provavelmente celebrados apenas no Brasil, o personagem demonstra bastante força no país, que o impede de cair no esquecimento. Que ele siga divertindo nossas crianças e adultos para sempre então!

O Pica-Pau é um dos poucos desenhos animados a ter sua própria estrela na Calçada da Fama.

O Novo Pica-Pau e Pica-Pau: O Filme estão disponíveis no Amazon Prime Video.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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O envolvimento de Walter com as animações já vinham de longa data, tanto que ele já havia dirigido episódios de Oswald: O Coelhinho Sortudo, o primeiro personagem criado por Walt Disney, mas que, por questões contratuais, teve seus direitos atrelados a Universal Studios. Essa polêmica contratual fez com que Walt saísse revoltado e criasse um tal de Mickey Mouse, mas isso é assunto para outra matéria.

Pois bem, o trabalho de Walter na Universal o credenciou a investir em novos projetos na casa. Após o incidente do Pica-Pau, ele decidiu criar o tal personagem. Com um visual esguio e bizarro, o pássaro mostrava potencial, mas não era o bastante para que o animador conseguisse lançar seu próprio selo de animações – que deveria crescer e se tornar um estúdio. Por isso, em 25 de novembro de 1940, ele lançou o Pássaro Biruta como vilão da animação do “aspirante a astro”, Andy, O Panda.  Muito a contragosto, a Universal topou lançar o personagem nesse formato, mesmo reclamando horrores do visual bizarro. A aposta deu certo e o passarinho foi aclamado pelo público.

Nos anos seguintes, o Pica-Pau ostentou a voz do lendário Mel Blanc, que acabou acrescentando um detalhe inconfundível ao personagem: a risada. Blanc tinha feito a voz do protótipo do Pernalonga, o Happy Rabbit. O coelho tinha um sotaque caipira e ostentava uma risada esquisita. Quando o Pernalonga enfim surgiu, a risada foi abandonada e Blanc aproveitou para inseri-la no Pica-Pau.

Ao longo dos anos, por pressão do estúdio, o Pica-Pau ganhou novas versões. Não apenas mudando o visual para uma figura mais adorável e fofa, mas também suavizando ou até mesmo editando a violência e atitudes que o personagem tomava. Perdendo as características principais, mas ainda popular entre as crianças, o personagem seguiu com novos episódios do desenho até 1972. Depois disso, a Universal reagrupou os episódios e lançou em um programa nos anos 1980. Perto da década de 1990, no entanto, ele teria uma pequena participação no filme Uma Cilada Para Roger Rabbit, que acenderia os olhos do estúdio para uma nova empreitada.

A breve aparição do Pica-Pau em “Uma Cilada Para Roger Rabbit”, de 1988.

Após os anos em baixa, o personagem seguia como a cara da Universal Studios e em algumas reprises. Em 1995, o passarinho voltaria às TVs para estrelar o comercial da Pepsi ao lado do astro da NBA, Shaquille O’Neal. Com isso, ele ganharia uma nova versão, de 1999 a 2003, que deveria trazer o personagem para a nova geração. Sem conseguir replicar o sucesso das anteriores, a nova versão não foi bem nas críticas e não conquistava mais a audiência de todas as idades.

Desgastada e sem investir tanto no politicamente incorreto, a marca perdeu a popularidade nos EUA, mas seguiu forte no Brasil, onde contava com exibições diárias na TV aberta. O desenho, inclusive, foi o primeiro conteúdo animado exibido na história da televisão brasileira. O Pica-Pau estreou logo no segundo dia de existência da TV Tupi, em setembro de 1950, e seguiu como um sucesso intermitente que transitou pelas principais emissoras do país.

Notando a popularidade quase que exclusiva do personagem no país, a Universal passou a direcionar seus conteúdos para o Brasil. Em 2016, durante a CCXP, em São Paulo, o estúdio anunciou com exclusividade a produção de um live-action do personagem. Em 2017, o filme, estrelado pela brasileira Thaila Ayala, chegou aos cinemas nacionais. Um dos poucos países em que não foi lançado direto para home video. Atualmente, o personagem conta com uma webserie no YouTube em um canal dedicado exclusivamente para conteúdos do personagem. O canal é sucesso no Brasil, onde conta com mais de 5 milhões de inscritos, mas é um fracasso nos EUA, onde tem pouco mais de 500 mil seguidores.

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Com direito a três indicações ao Oscar e Estrela na Calçada da Fama a Youtuber de sucesso no Brasil, a história do Pica-Pau é quase tão maluca quanto o próprio personagem. Nesses 80 anos, provavelmente celebrados apenas no Brasil, o personagem demonstra bastante força no país, que o impede de cair no esquecimento. Que ele siga divertindo nossas crianças e adultos para sempre então!

O Pica-Pau é um dos poucos desenhos animados a ter sua própria estrela na Calçada da Fama.

O Novo Pica-Pau e Pica-Pau: O Filme estão disponíveis no Amazon Prime Video.

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