A convite da Disney, assistimos os dois primeiros episódios de Eco, série que acabou de chegar completinha ao catálogo do Disney+. Introduzida na série do Gavião Arqueiro (2021), a Eco dos quadrinhos surgiu nas aventuras do Demolidor como uma agente do Rei do Crime que é convencida pelo vilão de que o Diabo de Hell’s Kitchen era o assassino de seu pai. Porém, conforme ela se envolve com Matthew Murdock, Maya Lopez descobre que o verdadeiro responsável pela morte de seu pai era o próprio Rei do Crime, a quem ela tinha como padrinho.
Dito isso, na série do Gavião Arqueiro, é o Ronin (Jeremy Renner) quem assume o papel do Demolidor, fazendo dela uma adaptação bastante fiel da personagem, incluindo a cena em que Maya (Alaqua Cox) atira a sangue frio contra a cabeça de Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio). Agora, em sua série solo, a protagonista embarca em uma jornada para tomar o controle dos negócios de Fisk, enquanto lida com fantasmas de seu passado.
Nos episódios a que tivemos acesso, fomos surpreendidos por participações especiais logo no início, que certamente cumpriram bem seus respectivos papéis em cena. No entanto, uma delas deixou a trama redundante. Na verdade, a metade do primeiro episódio pode ficar cansativa para quem já conhece a história da personagem e para quem acompanhou a série do Gavião Arqueiro inteirinha justamente por recontar a história exibida semanalmente em 2021. Ocorre um certo aprofundamento em algumas pontas soltas deixadas na série do arqueiro, mas no geral fica aquela sensação de “já vi isso antes”.
Por outro lado, a ação desse primeiro episódio é bem interessante. A direção opta por usar enquadramentos típicos das histórias em quadrinhos, como a câmera acompanhando a perna da personagem na hora de um chute. Pode parecer meio confusa para quem não está familiarizado com essa estética das HQs, mas consegue agradar na proposta de não apelar para a ‘porrada fofa’.
Os primeiros episódios também apelam para vários flashbacks envolvendo o Rei do Crime, que obviamente sobreviveu ao tiro na cabeça. E vale destacar que Vincent D’Onofrio é um dos maiores acertos de casting de todo o Universo Cinematográfico Marvel. Ele consegue ser ‘classudo’ e ameaçador na medida certa. E olha que ele nem sai para a briga nesse início. Sua função é mais voltada para o grande gângster de Nova York, mostrando como funcionava a hierarquia de poder antes do ataque supostamente mortal da Eco. Entretanto, no clipe exibido ao fim dos dois episódios, pudemos ver que ele terá cenas ainda mais ameaçadoras.
E ainda existe uma subtrama sobre o passado indígena de Maya envolvendo um cenário interdimensional, que inicialmente parece remeter ao conto de Kahhori, retratado no sexto episódio da segunda temporada de What If…?, mas não parece provável que conectem as duas histórias. Afinal, segundo o próprio produtor da série, a ideia de Eco como pioneira do selo Marvel Spotlight é contar uma trama mais independente, que não precise assistir nada antes para entender o que está sendo contado em tela.
Infelizmente, mesmo com algumas ideias promissoras introduzidas, o ritmo desse começo da série é bastante animador. Tirando as cenas de ação, a condução da trama é cansativa e parece se estender demais, mesmo com os episódios não tendo grande duração.
Mas, como indica o título deste texto, essas são apenas nossas primeiras impressões. Ainda restam mais três episódios – que já estão disponíveis no streaming, o que dá tempo o bastante para desenvolver melhor a trama e acertar o ritmo.
Eco está disponível no Disney+ e no Star+.