domingo , 22 dezembro , 2024

Primeiras impressões ‘Pacificador’ | Uma série muito ‘James Gunn’, para o bem e para o mal

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Antes de começar esse texto, pode ficar tranquilo quanto a spoilers. Não revelarei nenhum detalhe da trama que não tenha sido mostrado no trailer.

Depois do trabalho fantástico feito em O Esquadrão Suicida (2021), o diretor e roteirista James Gunn ficou com muita moral na DC. Podendo escolher o projeto que quisesse, ele conseguiu a aprovação para desenvolver uma série focada no Pacificador (John Cena), cujo final ficou em aberto no longa do grupo de vilões.



Escrito e dirigido pelo próprio James Gunn, o seriado foi gravado durante a pandemia com total liberdade para Gunn, coisa rara na Warner. Por um lado, isso foi muito positivo. Por outro… Pelos primeiros três episódios lançados nesta quinta (13/01), dá para ver que a série  que a série reúne aquilo que o diretor tem de melhor e o de pior, o que parece resultar em uma produção irregular. Mas, como dito anteriormente, pode ser que isso mude com o passar dos episódios.

Da parte brilhante de James Gunn, a forma como o protagonista é tratado é exemplar. Mesmo sendo um assassino parrudo, John Cena traz verdade ao seu personagem, fazendo dele um grande menino em busca de autoafirmação e aprovação dos outros, principalmente a de seu pai. Essas questões de problemas familiares são um trunfo na manga de Gunn, que sabe usar o tema como poucos.

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Outro mérito é fazer uma expansão sutil, mas extremamente eficaz da mitologia da DC, trazendo personagens inesperados e que nunca esperaríamos ouvir falar deles nos live action por meio de diálogos e menções.

Além disso, os protagonistas licitados, mas carismáticos, costumam render muito bem nas mãos do diretor. Vide Super, Seres Rastejantes e Guardiões da Galáxia. Nesta série, Cena não foge dessa regra e traz um Pacificador bem crível, com bastante coração e uma explosão de carisma.

Da mesma forma, a interação do protagonista com os coadjuvantes é divertidíssima, rendendo momentos engraçados e afundados em vergonha alheia. Mas ainda assim dá para ver momentos em que o lado humano deles tenta aflorar, quase trazendo empatia por eles.

Só que diferentemente de outros projetos do diretor, nesta série, a questão do lado humano não conseguiu encontrar seu caminho nessa reta inicial. É aí que entra o lado ruim de Gunn.

Famoso por seu humor politicamente incorreto – o que contrapõe um pouco a persona de Gunn, sempre engajado em pautas progressistas -, o diretor perde a mão nos diálogos para tentar trazer aquele humor sem noção que a gente tanto gosta.

É complicado porque ele perde o timing da comédia em muitos momentos, estendendo situações e diálogos por mais tempo do que o necessário, transformando cenas teoricamente engraçadas em passagens cansativas.

Outro ponto 100% James Gunn que pesa contra nesse início de série é o elenco de apoio. Como de costume, o diretor tem um grupo de atores, seus amigos e namorada, com o qual ele tenta trabalhar ao máximo, sempre conseguindo papéis para eles em suas produções.

Geralmente eles fazem papéis menores, que funcionam justamente por não serem tão trabalhados. Porém, aqui, eles ganham destaque e ainda não conseguiram empolgar. Sem contar algumas atuações bem plásticas, que não convencem muito.

E no meio do positivo e do negativo está a trilha musical. Uma característica marcante de James Gunn é sempre trazer canções não tão populares que dialogam perfeitamente com suas cenas, funcionando quase como personagens. Em Pacificador, temos duas situações. Ao mesmo tempo em que a seleção musical é fantástica, apostando no Rock dos anos 80, o uso das músicas passa um pouco do tom, dando a alguns episódios um aspecto de musical não assumido. Ou seja, ao mesmo tempo em que a música empolga e dialoga bem com as cenas, o excesso delas incomoda um pouco. Isso é bom e ruim.

De qualquer forma, ainda restam cinco episódios para o desenvolvimento da trama e há um elemento que dá as caras no terceiro capítulo que me deixa muito esperançoso para o que vem por aí. A ameaça promete proporcionar cenas dignas do terror trash, um estilo que James Gunn domina como poucos atualmente. E se ao final de Pacificador o embate entre o lado bom e o lado mau de James Gunn terminar com o bom vencendo, teremos uma produção interessantíssima.

Os novos episódios de Pacificador estreiam toda quinta-feira, somente no HBO Max.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Antes de começar esse texto, pode ficar tranquilo quanto a spoilers. Não revelarei nenhum detalhe da trama que não tenha sido mostrado no trailer.

Depois do trabalho fantástico feito em O Esquadrão Suicida (2021), o diretor e roteirista James Gunn ficou com muita moral na DC. Podendo escolher o projeto que quisesse, ele conseguiu a aprovação para desenvolver uma série focada no Pacificador (John Cena), cujo final ficou em aberto no longa do grupo de vilões.

Escrito e dirigido pelo próprio James Gunn, o seriado foi gravado durante a pandemia com total liberdade para Gunn, coisa rara na Warner. Por um lado, isso foi muito positivo. Por outro… Pelos primeiros três episódios lançados nesta quinta (13/01), dá para ver que a série  que a série reúne aquilo que o diretor tem de melhor e o de pior, o que parece resultar em uma produção irregular. Mas, como dito anteriormente, pode ser que isso mude com o passar dos episódios.

Da parte brilhante de James Gunn, a forma como o protagonista é tratado é exemplar. Mesmo sendo um assassino parrudo, John Cena traz verdade ao seu personagem, fazendo dele um grande menino em busca de autoafirmação e aprovação dos outros, principalmente a de seu pai. Essas questões de problemas familiares são um trunfo na manga de Gunn, que sabe usar o tema como poucos.

Outro mérito é fazer uma expansão sutil, mas extremamente eficaz da mitologia da DC, trazendo personagens inesperados e que nunca esperaríamos ouvir falar deles nos live action por meio de diálogos e menções.

Além disso, os protagonistas licitados, mas carismáticos, costumam render muito bem nas mãos do diretor. Vide Super, Seres Rastejantes e Guardiões da Galáxia. Nesta série, Cena não foge dessa regra e traz um Pacificador bem crível, com bastante coração e uma explosão de carisma.

Da mesma forma, a interação do protagonista com os coadjuvantes é divertidíssima, rendendo momentos engraçados e afundados em vergonha alheia. Mas ainda assim dá para ver momentos em que o lado humano deles tenta aflorar, quase trazendo empatia por eles.

Só que diferentemente de outros projetos do diretor, nesta série, a questão do lado humano não conseguiu encontrar seu caminho nessa reta inicial. É aí que entra o lado ruim de Gunn.

Famoso por seu humor politicamente incorreto – o que contrapõe um pouco a persona de Gunn, sempre engajado em pautas progressistas -, o diretor perde a mão nos diálogos para tentar trazer aquele humor sem noção que a gente tanto gosta.

É complicado porque ele perde o timing da comédia em muitos momentos, estendendo situações e diálogos por mais tempo do que o necessário, transformando cenas teoricamente engraçadas em passagens cansativas.

Outro ponto 100% James Gunn que pesa contra nesse início de série é o elenco de apoio. Como de costume, o diretor tem um grupo de atores, seus amigos e namorada, com o qual ele tenta trabalhar ao máximo, sempre conseguindo papéis para eles em suas produções.

Geralmente eles fazem papéis menores, que funcionam justamente por não serem tão trabalhados. Porém, aqui, eles ganham destaque e ainda não conseguiram empolgar. Sem contar algumas atuações bem plásticas, que não convencem muito.

E no meio do positivo e do negativo está a trilha musical. Uma característica marcante de James Gunn é sempre trazer canções não tão populares que dialogam perfeitamente com suas cenas, funcionando quase como personagens. Em Pacificador, temos duas situações. Ao mesmo tempo em que a seleção musical é fantástica, apostando no Rock dos anos 80, o uso das músicas passa um pouco do tom, dando a alguns episódios um aspecto de musical não assumido. Ou seja, ao mesmo tempo em que a música empolga e dialoga bem com as cenas, o excesso delas incomoda um pouco. Isso é bom e ruim.

De qualquer forma, ainda restam cinco episódios para o desenvolvimento da trama e há um elemento que dá as caras no terceiro capítulo que me deixa muito esperançoso para o que vem por aí. A ameaça promete proporcionar cenas dignas do terror trash, um estilo que James Gunn domina como poucos atualmente. E se ao final de Pacificador o embate entre o lado bom e o lado mau de James Gunn terminar com o bom vencendo, teremos uma produção interessantíssima.

Os novos episódios de Pacificador estreiam toda quinta-feira, somente no HBO Max.

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