quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Primeiras Impressões | Patrulha do Destino: Festa estranha com gente esquisita

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Nos quadrinhos, o estranho sempre se sentiu à vontade. Casa do inimaginável, as histórias são libertas do convencional e ganham formas das mais diversas maneiras. Nada é tão esquisito que não valha ser criado. E em tempos de blockbusters de heróis, nada é tão bizarro, que não mereça ser adaptado. Seguindo essa premissa, a DC Universe vem com tudo, desenvolvendo sua plataforma de streaming com conteúdos originais, vindos de uma bagagem criativa infindável. Abraçando o peculiar como quem não tem nada a perder e já foi surrado pelo público e crítica o suficiente para aguentar o tranco, a empresa cruza os seus próprios limites com Patrulha do Destino. Aqui a festa é estranha, com gente muito (mas muito!) esquisita.



Os heróis, que iniciaram sua jornada em 1963 nos quadrinhos, são aquilo que você vê. Underdogs às tampas, fogem de todos os pensáveis estereótipos de normalidade. Não são como os X-Men, xarás de origem – também nascidos no mesmo ano -, que comumente escondem suas habilidades em corpos e feições bem alinhados. Aqui, os belos intérpretes como April Bowlby e Matt Bomer perdem sua beleza cativante em metamorfoses bizarras. Brendan Fraser é heroicamente resgatado do ostracismo, lançado em direção ao estrelato novamente. Diane Guerrero e Alan Tudyk seguem o mesmo ritmo, com personificações artísticas que mesclam o Dadaísmo com o Surrealismo, com referências incríveis de duas manifestações culturais que desde o passado já eram usadas como inspiração para o material original.

Com a peculiaridade como mote de seu discurso, Patrulha do Destino é uma surpresa inesperada da DC, que faz quase um “roast” de si mesma, se colocando à prova para ser escorraçada com piadas críticas, naquele jeitinho que o canal Comedy Central já fez tantas vezes com comediantes. Construindo uma narrativa totalmente metalinguística, ela quebra mais uma vez o molde padrão e traz o vilão como o narrador, fazendo de Tudyk um primor de se ouvir e – porque não – ver em tela. Sua voz debochada o torna irreconhecível e a acidez de seu sarcasmo faz da série um deleite. Colocando os críticos em sua fala, marcada pela ciência de que estamos diante de “super-zeros” (e não super-heros), a série já chega irreverente, sabe o território onde pisa e aproveita para sapatear nele, surpreendendo a audiência com um conteúdo estranhamente divertido, que quebra a quarta parede sem genuinamente quebrá-la.

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Por abraçar com força a bizarrice de cada herói não convencional, Patrulha do Destino acerta em cheio com uma história bem construída, uma paleta de cores que migra entre os tons quentes do saudoso passado, e os frios, de um presente nebuloso e sem esperanças. Desconstruindo o que esperávamos dos nossos protagonistas, a produção não poupa os palavrões, paga peitinho no episódio piloto e não mostra arrependimento de resgatar Fraser como um quase sex  symbol. Fora de forma, ele ainda tem o seu mojo – como Austin Powers haveria de concordar.

Inteligente nas escolhas das referências, elementos do Dadaísmo e Surrealismo vão além da caracterização de dois de seus personagens, anunciando uma série madura para o público adulto que não é pensada aleatoriamente – como muitas vezes a Warner/DC foram julgadas em algumas de suas escolhas em seus longas metragens. Fazendo da Mulher-Elástica uma versão maravilhosa de A Bolha Assassina (remake de 1988), o episódio piloto da série é inusitado do começo ao fim, traz um burro falante às avessas e nos deixa boquiabertos com a loucura apresentada em telas. Inesperada, a produção se anuncia como uma das melhores coisas que a DC fez para a TV, nos deixando ansiosos por mais sexta-feiras como a de sua estreia.

Bem dirigida e produzida, Patrulha do Destino peca apenas em alguns efeitos especiais, um tanto artificiais. Mas ainda com tempo para fazer as devidas correções, a série criada por Jeremy Carver e produzida por Geoff Johns, vale um sessão divertida com muita pipoca e tem tudo pra te hipnotizar. Quebrando padrões dentro da própria quebra de padrões que as adaptações dos quadrinhos já fazem por natureza, a série é um fôlego de vida do quase enfadonho viés heroico que muitas vezes vemos em excesso nos cinemas e na TV. então, sem muita pretensão, abrace o estranho e dê uma chance à Patrulha do Destino.

 

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Nos quadrinhos, o estranho sempre se sentiu à vontade. Casa do inimaginável, as histórias são libertas do convencional e ganham formas das mais diversas maneiras. Nada é tão esquisito que não valha ser criado. E em tempos de blockbusters de heróis, nada é tão bizarro, que não mereça ser adaptado. Seguindo essa premissa, a DC Universe vem com tudo, desenvolvendo sua plataforma de streaming com conteúdos originais, vindos de uma bagagem criativa infindável. Abraçando o peculiar como quem não tem nada a perder e já foi surrado pelo público e crítica o suficiente para aguentar o tranco, a empresa cruza os seus próprios limites com Patrulha do Destino. Aqui a festa é estranha, com gente muito (mas muito!) esquisita.

Os heróis, que iniciaram sua jornada em 1963 nos quadrinhos, são aquilo que você vê. Underdogs às tampas, fogem de todos os pensáveis estereótipos de normalidade. Não são como os X-Men, xarás de origem – também nascidos no mesmo ano -, que comumente escondem suas habilidades em corpos e feições bem alinhados. Aqui, os belos intérpretes como April Bowlby e Matt Bomer perdem sua beleza cativante em metamorfoses bizarras. Brendan Fraser é heroicamente resgatado do ostracismo, lançado em direção ao estrelato novamente. Diane Guerrero e Alan Tudyk seguem o mesmo ritmo, com personificações artísticas que mesclam o Dadaísmo com o Surrealismo, com referências incríveis de duas manifestações culturais que desde o passado já eram usadas como inspiração para o material original.

Com a peculiaridade como mote de seu discurso, Patrulha do Destino é uma surpresa inesperada da DC, que faz quase um “roast” de si mesma, se colocando à prova para ser escorraçada com piadas críticas, naquele jeitinho que o canal Comedy Central já fez tantas vezes com comediantes. Construindo uma narrativa totalmente metalinguística, ela quebra mais uma vez o molde padrão e traz o vilão como o narrador, fazendo de Tudyk um primor de se ouvir e – porque não – ver em tela. Sua voz debochada o torna irreconhecível e a acidez de seu sarcasmo faz da série um deleite. Colocando os críticos em sua fala, marcada pela ciência de que estamos diante de “super-zeros” (e não super-heros), a série já chega irreverente, sabe o território onde pisa e aproveita para sapatear nele, surpreendendo a audiência com um conteúdo estranhamente divertido, que quebra a quarta parede sem genuinamente quebrá-la.

Por abraçar com força a bizarrice de cada herói não convencional, Patrulha do Destino acerta em cheio com uma história bem construída, uma paleta de cores que migra entre os tons quentes do saudoso passado, e os frios, de um presente nebuloso e sem esperanças. Desconstruindo o que esperávamos dos nossos protagonistas, a produção não poupa os palavrões, paga peitinho no episódio piloto e não mostra arrependimento de resgatar Fraser como um quase sex  symbol. Fora de forma, ele ainda tem o seu mojo – como Austin Powers haveria de concordar.

Inteligente nas escolhas das referências, elementos do Dadaísmo e Surrealismo vão além da caracterização de dois de seus personagens, anunciando uma série madura para o público adulto que não é pensada aleatoriamente – como muitas vezes a Warner/DC foram julgadas em algumas de suas escolhas em seus longas metragens. Fazendo da Mulher-Elástica uma versão maravilhosa de A Bolha Assassina (remake de 1988), o episódio piloto da série é inusitado do começo ao fim, traz um burro falante às avessas e nos deixa boquiabertos com a loucura apresentada em telas. Inesperada, a produção se anuncia como uma das melhores coisas que a DC fez para a TV, nos deixando ansiosos por mais sexta-feiras como a de sua estreia.

Bem dirigida e produzida, Patrulha do Destino peca apenas em alguns efeitos especiais, um tanto artificiais. Mas ainda com tempo para fazer as devidas correções, a série criada por Jeremy Carver e produzida por Geoff Johns, vale um sessão divertida com muita pipoca e tem tudo pra te hipnotizar. Quebrando padrões dentro da própria quebra de padrões que as adaptações dos quadrinhos já fazem por natureza, a série é um fôlego de vida do quase enfadonho viés heroico que muitas vezes vemos em excesso nos cinemas e na TV. então, sem muita pretensão, abrace o estranho e dê uma chance à Patrulha do Destino.

 

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